segunda-feira, agosto 03, 2020

Pit Passarell retoma a carreira solo e lança o single 'O Mundo'

Nando Machado - do site Wikimetal

Pit Passarell é um talento raro. Um artista único e original. Uma personalidade que parece ter chegado recentemente de outro planeta, ou melhor, do universo tão perto e tão distante das ruas. Uma criatura da noite, exatamente como os grandes artistas devem ser. 

Desde que formou o Viper, nos anos 1980, e gravou seu primeiro álbum, aos 18 anos, nunca mais parou de criar. E nunca mais parou de mudar. 

Foi um dos criadores do estilo que hoje em dia chamamos de metal melódico, antes mesmo de a gente saber o que era esse negócio. Criou obras primas como "Living For The Night" e "To Live Again", entre outras, hinos que catapultaram Andre Matos para o mundo. 

Depois assumiu os vocais do Viper e, com o sucesso de "Rebel Maniac" e "Evolution", levou a banda para shows no Japão e na Europa.

Mais tarde, acabou emprestando seu grande talento de criador de lindas melodias, de trovador urbano e de poeta e escritor de letras autobiográficas para o Capital Inicial, banda para qual seu irmão, o guitarrista Yves Passarell, partiu após deixar o Viper.
 
Foi um dos responsáveis pela volta do Capital às paradas de sucesso no final dos anos 1990, de onde a banda de Brasília nunca mais saiu. Ele é o compositor de grandes sucessos como "O Mundo", "Seus Olhos", "Depois da Meia-Noite", "Algum Dia" e "Instinto Selvagem". 

Pit Passarell está de volta pela primeira vez em carreira solo. Gravou suas grandes músicas do seu jeito, colocando a sua personalidade à flor da pele. 



Exala verdade e sentimento por meio de composições que remetem do rock' n roll argentino de nomes como Charly Garcia, seu conterrâneo, passa pelo punk rock do The Clash, e viaja pelo rock brasileiro dos anos 1980, acrescentando peso e atitude. 

Ele lançou o primeiro single da sua carreira solo. Em "O Mundo", Pit faz um convite a todos: "Você que já esteve no céu, foi tudo divertido pra você? Chega a hora então de provar tudo que existe. Tire agora os sapatos, jogue tudo para o alto, sinta o chão. Aprender a andar descalço num mundo de asfalto e sem coração. Até que o mundo gire ao seu redor." Quem não sabe essa letra de cor? 

O Wikimetal, selo independente da ForMusic (que relançou recentemente o catálogo do Viper), acredita que esse álbum seja, sem exageros, um dos melhores álbuns do rock nacional autoral dos últimos anos. 

"Praticamente Nada" chegará ao mercado digital e físico em 28 de agosto de 2020, mas desde o primeiro single já mostra um artista cheio de alma e coragem. 

Imaginem se Charles Bukowsky tivesse vivido em São Paulo, nos anos 1990, e, no auge da boemia paulistana, tivesse frequentado o Bixiga, Espaço Retrô, Der Tempel, New York e o bar São Paulo, Dama Xoc, Aeroanta e Matrix, A Torre do Doutor Zero e o Jungle, passando pelo Orbital. 

E se ele tivesse tomado pinga com limão em cada boteco do centro da cidade? Pit é um Bukowsky paulistano, mas com uma diferença: seus versos viram grandes melodias e ganham as vozes do público e os palcos, em vez de ficarem limitados às folhas de papel.

Andarilho da capital, figura carimbada da noite paulistana. Pit Passarell é um personagem especial, um talento daqueles que não encontramos com frequência nem esquecemos com facilidade. Ele tem aquela estrela que não conseguimos dizer o que é, difícil de descrever, o que chamamos de carisma ou, em inglês, star quality. 

Pit tem uma facilidade extrema de expressar em melodias e letras simples e puras todos os nossos desejos e vontades, saudades e memórias, emoções complexas e complicadas. Da tristeza à alegria em um mesmo refrão. Pit Passarell é um exemplar raro, uma espécie em extinção. 

"Praticamente Nada" mostra isso. Longa vida ao bardo da noite, ao contador de histórias dessa paulicéia desvairada que ele conhece como ninguém.  

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