quinta-feira, dezembro 27, 2007

Um gênio falando dos gênios


do site Whiplash


"Led levou o Rock a outro nível", diz Roger Daltrey


Roger Daltrey falou sobre a importância de Robert Plant e do LED ZEPPELIN na edição da revista Classic Rock que está nas bancas (nos Estados Unidos).

Lembra Daltrey: "quando o Zeppelin apareceu eu achei que eles eram fantásticos. Um dos primeiros shows deles nos Estados Unidos foi abrindo pra gente, em Maryland. Eu fiquei do lado do palco e assisti o show dos caras e me lembro de achar que eles eram brilhantes... Meio que derivativos do Cream mas com muito mais peso. Robert era um vocalista de Rock'N'Roll. Jack Bruce era na verdade um vocalista de jazz e Blues. Mas Robert sabia como agitar".

Ele continuou a explicar como o Zeppelin acabou por definir as mudanças no Rock que começaram no final dos anos 60: "O Zeppelin pegou o Rock e o levou a outro nível. Havia poder ali. Eis que de repente aquela era uma nova forma de música. A cena musical da época estava começando a ficar um pouco cansada. Mesmo o (Jimi) Hendrix... estava indo por um caminho mais Jazz. O Zeppelin recuperou a cena".

Em 14 de dezembro, Daltrey se apresentou com o TRANS-SIBERIAN ORCHESTRA em Uniondale, Nova York, no Nassau Coliseum. O site Thewho.com informou que Daltrey se apresentou por 15 minutos e cantou os clássicos do THE WHO "Behind Blue Eyes", "Pinball Wizard" e "See Me, Feel Me".

Espera-se que o grupo saia em turnê ainda em 2008, apesar de ainda não haver ocorrido divulgação de datas ou locais. De acordo com informações desencontradas tanto de Daltrey quanto de Pete Townshend, é possível que a banda faça shows no Japão e na Austrália. Townshend, que aparentemente está compondo material para o sucessor do "Endless Wire", de 2006, declarou que espera também se apresentar na Inglaterra.

terça-feira, dezembro 25, 2007

A farsa chamada kaká e seu exemplo nesfato para a juventude


Texto publicado na Folha de S. Paulo de 15 de dezembro de 2007


JOSÉ GERALDO COUTO

Jesus, amor etc.

Kaká, como jogador, é o máximo, mas tomá-lo como modelo para os jovens é anacrônico e conservador

A escolha de Kaká como melhor futebolista do planeta não surpreendeu ninguém, pelo que ele jogou na temporada. O que me assustou um pouco foi ouvir no rádio e na televisão uma porção de gente exaltar o rapaz como "modelo positivo para a juventude". Ora, vamos combinar, Kaká fora de campo, à parte a beleza física evidente, é de uma insipidez espantosa. Mauricinho e carola, sua imagem corresponde a um bom-mocismo que eu julgava há muito superado. Não me entendam mal.

Nada contra ele casar virgem e estampar na camiseta que "pertence a Jesus". Mas daí a tomar isso como exemplo de caráter vai uma grande distância. Kaká, é bom lembrar, foi um dos primeiros a sair em defesa do casal Hernandes, os líderes da igreja evangélica Renascer em Cristo, que foram parar na cadeia por ludibriar a fé dos incautos e sonegar impostos. Apoio no mínimo questionável, a meu ver.

Ainda assim, problema dele. Mas há algo de profundamente regressivo em considerar esse tipo de comportamento como "sadio". Querer restaurar, a esta altura do campeonato, valores como a virgindade e a fé religiosa cega traz um perigoso ranço de TFP (a ultraconservadora Sociedade de Defesa da Tradição, da Família e da Propriedade), ainda que sob as tintas mais estridentes, pragmáticas e mercantilistas das correntes evangélicas. Como contraponto a esse obscurantismo anacrônico, lembro um episódio ocorrido com o grande ex-jogador e ex-treinador Elba de Pádua Lima, o Tim (1915-84), e narrado no recém-publicado "João Saldanha - Uma Vida em Jogo", de André Iki Siqueira.

Tim era técnico de um clube grande do Rio de Janeiro quando, numa peneira, um garoto ansioso por agradá-lo declarou: "Não bebo, não fumo nem farreio". Tim respondeu: "Pois aqui você vai aprender a fazer tudo isso". Claro que ninguém aqui é criança. Sabemos que o álcool, o cigarro e as noites maldormidas podem prejudicar a saúde e o desempenho de qualquer profissional. Mas são, no mais das vezes, experiências que fazem parte do aprendizado de vida de qualquer cidadão saudável.

Millôr Fernandes escreveu uma vez que a mais incompreensível de todas as taras é a abstinência. Ernest Hemingway, por sua vez, quando indagado sobre as coisas que poderiam atrapalhar a atividade do escritor, respondeu: "Mulheres, bebida, dinheiro. E também falta de mulheres, de bebida e de dinheiro". João Saldanha, sábio do futebol e da vida, ajudava seus jogadores a fugir da concentração para se divertir. Só recomendava, de modo meio machista, que não mudassem de mulher às vésperas de um jogo, caso contrário tenderiam a "mostrar serviço" na cama, desgastando-se em excesso.
Kaká entregou a alma a Jesus, o dinheiro à Renascer e a virgindade à noiva. Vágner levou uma mulher para a concentração do time e ganhou o apelido de Love.

O primeiro é muito mais jogador, mas o "exemplo" do segundo me agrada mais.


Altitude é 'frescura'


Por Luis Fernando Correia

Comentarista da CBN

Extraído do Blog de Juca Kfouri


Cientistas da Universidade de Oxford analisaram cientificamente a influência da altitude nos jogos de futebol. Segundo a pesquisa, publicada na última edição da revista "The British Medical Journal", os times do alto das montanhas aumentam as chances de vitória de 53% para 82%, quando enfrentam times que vêm do nível do mar.



Para chegar a essa conclusão, os estatísticos analisaram o banco de dados da Fifa que contém resultados de 1.460 jogos, num período de cem anos. A América do Sul foi a principal fonte de pesquisa, pois aqui se encontram as maiores diferenças de altitude em jogos internacionais. Um bom exemplo é o Rio de Janeiro, que fica ao nível do mar, e La Paz, a 3.650 metros de altitude.

A altitude afeta o funcionamento do corpo dos atletas que viajam para jogar sem períodos de adaptação, a chamada aclimatação. Por causa da menor pressão atmosférica, uma quantidade menor de oxigênio entra no corpo a cada inspiração. Essa redução de oxigênio no organismo provoca dor de cabeça, náuseas, tonteira e fadiga. Além disso, as temperaturas são mais baixas e o ar é mais seco.

Ao comparar os placares dos jogos entre times de altitudes diferentes, ficou comprovado que a vantagem numérica das equipes da Cordilheira dos Andes se traduz numericamente em aumento das chances de marcar gols, e menor número de gols sofridos.

Comparando os principais times da América do Sul –- Brasil, Argentina e Uruguai -–, a países localizados em altitudes mais elevadas, a vantagem de se jogar nas montanhas contra uma equipe de um país ao nível do mar sobe para 82%, contra 53% se os dois times forem de mesma altitude.

A cada 1.000 metros de diferença, o time da casa ganha quase meio gol de vantagem. Portanto, a Bolívia jogando em La Paz, 4.082 metros em seu ponto mais alto, numericamente sai com 1,48 gols de vantagem sobre um time do nível do mar.

Os cientistas foram capazes de determinar que, somente por conta da altitude, existe um aumento da chance do time da casa marcar um gol, e ao mesmo tempo diminui em 50% a chance do goleiro ver a bola no fundo da rede.

Apesar de esclarecida a questão médico-desportiva, o assunto é controverso do ponto de vista político do futebol. Entretanto, a Fifa acaba de aprovar, no último dia 15 de dezembro, em Tóquio, uma determinação para que não ocorram jogos em altitudes acima de 2.750 metros, sem o devido período de aclimatação, estimado em dez dias. Essa resolução passa a fazer parte imediatamente dos regulamentos da entidade e a Fifa recomenda que seja seguida em todos os jogos internacionais.