sábado, julho 31, 2010

Exército de incapazes e a estatização da Copa


Os resultados recém-divulgados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) comprovam ano a ano que o Brasil é um país sem futuro, por mais que o bom momento da economia do presente nos dê algum conforto. Cerca de 90% das piores escolas são estaduais ou municipais. Das 20 melhores, apenas duas são públicas.

A escola pública simplesmente não existe. É incapaz de dar o mínimo de base educacional para crianças e adolescentes. A desqualificação dos professores não é a origem, mas apenas um sintoma de uma política criminosa e indecente de sucateamento das escolas.

Observando por outro lado, essa mesma política está sendo muito eficiente na criação de uma futura mão-de-obra incapaz, incompetente e ineficiente. E tem gente que ainda tenta comparar o Brasil com a China…

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O intervencionismo estatal ganha força nestes tempos de Brasil do crescimento chinês, mesmo que isso tenha sido apenas um suspiro trimestral.

Primeiro li aqui neste ABCD Maior sugestão do professor Luiz Roberto Alves clamando a estatização da Copa do Mundo de 2014 - como se o governo federal não tivesse mais nada para se preocupar, como se o Brasil fosse bem resolvido como a Alemanha ou a Suécia.

Logo em seguida vejo nesta segunda-feira que o presidente Lula vociferou contra os governos estadual e municipal de São Paulo por conta dos entraves que ainda existem na escolha do estádio que abrigará os jogos do evento.

Sem o menor pudor, Lula afirma que o governo federal poderá intervir em São Paulo para que a cidade tenha jogos da Copa. Ou seja, joga no lixo o federalismo e a própria Constituição.

Enquanto isso os aeroportos continuam sobrecarregados e sem a menor perspectiva de que os gargalos sejam resolvidos. Não há plano de ação, não há projeto.

Enquanto todo mundo pula de alegria com o lançamento de um mero edital de uma obra faraônica, o tal do trem-bala, as estradas de todo o país esfarelam e desaparecem. E ainda querem fazer Copa do Mundo em um país sem estradas.

Os governos estadual e municipal de São Paulo, por seu turno, resolveram entrar em uma disputa política perdida ao tentar peitar a Fifa e a CBF bancando o estádio do Morumbi.
Que a incompetência é a marca registrada de tucanos e demos é sabido desde sempre, mas burrice não era uma característica desse “agrupamento político.”

O Morumbi está fora e isso já está decidido. A questão é que falta competência para elaborar um projeto minimamente consistente. Se a maior cidade do País tem dificuldades para se tornar sede de jogos da Copa, imagine o resto.

Não bastasse isso, os tucanos e demos passam pelo vexame de serem cobrados publicamente pelo presidente da República e de serem “ameaçados” por uma intervenção federal no comitê paulista.

A Copa de 2014 está cada vez mais perto da Inglaterra.

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E continuam as tentativas cada vez mais escusas e patéticas de certos grupos políticos de tentar, de alguma forma, controlar a imprensa, seja qual for o eufemismo sorrateiramente incluído em qualquer documento.

Em pleno século XXI, a veia autoritária e totalitária de alguns ressurge do limbo para assombrar as sociedades democráticas. Ainda bem que isso não é sério e é passageiro.

quarta-feira, julho 28, 2010

O fracasso de um povo explícito nas paredes


Vários veículos divulgaram na semana passada, com maior ou menor grau, com mais ou menos espaço, a existência de um documentário chamado “Pixo”, dos diretores João Wainer e João T. Oliveira, que são irmãos.

Wainer é neto de Danuza Leão e do jornalista Samuel Wainer. Ex-fotógrafo da Folha de S. Paulo, é um profissonal da imagem com grande sensibilidade e apuro estético, sem falar no olhar jornalístico.

Seu documentário retrata aquele que considero o maior fracassado do povo e da sociedade brasileira: a educação que praticamente não existe nste país.

O roteiro até é simplório e basicamente mostra em pílulas um pouco da trajetória de William, um garoto de periferia de 18 anos, casado e com um filho, que, apesar de dizer fez até a 8ª série, na verdade é analfabeto.

Ele realmente chegou até a 8ª série do ensimo médio, mas é incapaz de ler a frase “um novo nome” pichada em uma parede de Osasco, onde mora.

A imagem é chocante. William tenta, mas não consegue ler. “Uma… renova…” Ele para e desiste.

A reprodução literal do diálogo, digamos assim, foi publicada pelo jornalista Fernando Barros e Silva em sua coluna na Folha de S. Paulo. ”

“Letra de fôrma, né, mano. Mas eu não entendo, truta. Passei oito anos na escola, tipo oitava série, e tipo nessas aí eu não entendo. Eu só consigo ler ‘pixo’. Agora essa letra aí eu não entendo. Sou meio analfabeto, mas pichação dá para entender.”

Mais do que qualquer governo, nós todos fracassamos. A sociedade atual legou o fracasso e o analfabetismo para as próximas gerações. Na verdade, desde os anos 70 o Brasil condena sua juventude à ignorância.

Mas nunca essa situação ficou tão explícita como no documentário “Pixo”. A fita é um exemplo eloquente, acabado e cru da ytragédia educacional brasileira e do atraso monstruoso que afeta o Brasil. É um retrato fiel da falta de perspectiva, qualquer uma, da nossa noção.

Fracassamos rendondamente na vida e na construção de um futuro. Com toda a Justiça seremos condenados à apodrecer na lata de lixo da história. Parabéns para todos nós.

segunda-feira, julho 26, 2010

Copa de 2014 na Inglaterra? Tomara


A Copa de 2014 começará no dia 10 de junho, com a anfitriã, a Inglaterra, enfrentando a Austrália no está de Wembley cada vez mais moderno e tecnológico. O Brasil, depois de penar nas eliminatórias, jogará no moderníssimo Warthouse Stadium, a moderníssima arena que substituiu Anfield Road, casa do Liverpool.

O cenário poderá ter algumas mudanças de personagens, mas não será muito diferente, já que o plano B da Fifa para a próxima Copa do Mundo já está pronto e com certeza será implementado.

As informações a respeito dos “progressos” da organização da Copa de 2014 no Brasil, não deixam dúvidas, segundo preocupante reportagem de Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo, publicada na última terça-feira.

Segundo os dirigentes da Fifa, “falta tudo” em relação a obras e garantias. O governo brasileiro nada fez e os governos estaduais muito menos, assim como o comitê organizador brasileiro – se é que ele existe.

O texto informa que o Tribunal de Contas da União (TCU) vê riscos enormes de descumprimento de prazos e que as obras brasileiras estão “impressionantemente atrasadas”.

Não bastasse isso, nos bastidores, dirigentes da Fifa dizem que “o evento no Brasil está se mostrando muitas vezes mais problemático e preocupante do que o africano, que teve problemas”.

Chade é correspondente do Estadão na Suíça e cobriu a Copa na África do Sul. Entra na sede da Fifa, em Zurique, sem ser anunciado e é cumprimentado por todos. Sabe muito bem o que escreve.

Já era uma tragédia anunciada a tal da Copa 2014, que agora virou bordão e moda na TV Globo, como se fosse a coisa mais importante de todos os tempos. A leniência, a desfaçatez, a incompetência e a corrupção estão dando a tônica de como será nos próximos meses discussão sobre essa questão.

De forma irresponsável, o país embarcou no insano projeto privado de meia dúzia de dirigentes brasileiros da pior espécie. Serão despesas bilionárias deixadas de forma deliberada pelo tal comitê. E ainda assim perderá a Copa.

É imperativo que o Brasil passe pelo supremo vexame de perder a Copa por incompetência e corrupção. Seria uma pequena esperança de que talvez algo mudasse em nosso país.