sexta-feira, janeiro 11, 2002

Guerra civil nas cidades brasileiras


A guerra civil está decretada no Brasil. As classes sociais não escondem mais a situação de caos urbano, social e moral que vivem no Brasil. Está no site do camarada Maurício Gaia, o blog Mauricéia Desvairada: a dona de uma ótica da rua Moreira e Costa, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, foi sequestrada ontem. A ótica fica na mesma quadra da casa do Maurício.
É o fim de todos os mundos, o fim da linha para a civilização. Hoje os ricos e milionários estão com um aparato de segurança gigantesco, o que dificulta os sequestros. A classe média alta se vira como pode e consegue se safar. Sobra o resto da população, ond eu me incluo e onde a maioria de vocês está incluída.
Pelo jeito, hoje basta ter um carro, qualquer carro, ou sair de um condomínio, qualquer condomínio, para ser alvo de um sequestro. Antes o medo era de sequestro-relâmpago para saques em caixas eletrônicos. Agora a coisa mudou. Qualquer cidadão que possa aparentar ter algum dinheiro é vítima de um sequestro clássico, mesmo aquele que anda de ônibus, ou mesmo aquele que possui um microcomércio, que lhe custa um aluguel alto e que lhe rende, no máximo, um salário igual ao de seu único empregado.
A pena de morte não é a solução nem nunca será, mas é óbvio que o sequestro tem de ser tratado pela lei e pelo Estado como um crime a ser punido com um rigor muito maior do que normal. Não basta classificá-lo como crime hediondo, tem de tornar a punição hedionda.
Quem sequestra hoje sabe exatamente o que está fazendo, sabe bem a gravidade do que está praticando. Esse tipo de crime não pode ter nenhum tipo de condescendência, quem sequestra não está passando fome, é porque escolheu deliberadamente esse caminho. Como esse crime é de uma covardia enorme, é o caso de não se lamentar muito quando os criminosos dessa prática morrem.
Por sua vez, os governos em todas as esferas precisam dar um basta nessa situação de guerra civil, sob pena de convulsão social pior que aquela que aconteceu na Argentina.
Judas Priest com faixas-bônus



O fã brasileiro do Judas Priest só tem a comemorar. Além da visita da banda ao país em setembro de 2001 durante a turnê de divulgação do CD “Demolition”, chegam ao nosso mercado nada menos do que oito álbuns remasterizados e com faixas-bônus do quinteto inglês.
Esse sistema de relançamento é uma das formas mais cruéis de ganhar dinheiro em cima do fã fervoroso. Geralmente esses produtos são destinados apreciadores que possuem grande parte da obra do artista e acaba forçando-os a uma troca, já que as novas edições são acrescidas de novas músicas, normalmente inéditas.
Por outro lado, é muito interessante que gravações inéditas e material raro venha a público, mostrando de forma mais completa o processo de composição e edição dos álbuns à época de seus lançamentos.
Os álbuns relançados e suas músicas adiconais são os seguintes:

British Steel (1980) – Red, White and Blue (música inédita), Grinder (versão ao vivo)
Point of Entry (1981) – Thunder Road (música inédita ) e Desert Plains (versão ao vivo)
Screaming for Vengeance (1982) – Prisoner of Your Eyes (música inédita) e Devil’s Child (versão ao vivo)
Defender of the Faith (1984) – Turn on Your Light (música inédita) e Heavy Duty/Defenders of the Faith (versão ao vivo)
Sin After Sin (1977) - Race With The Devil e Jawbreaker (versões ao vivo)
Stained Class (1978) - Fire Burns Below e Better By You, Better Than Me (versões ao vivo)
Killing Machine - Fight For Your Life e Riding On The Wind (versões ao vivo)
Unleashed int the East (1979) - Rock Forever, Delivering The Goods, Hell Bent For Leather e Starbreaker (versões ao vivo).

Pela obviedade, o destaque é o ao vivo “Unleashed in the East”, gravado ao vivo no Japão em 1978 e lançado no ano seguinte. É o álbuns com mais bônus. São versões gravadas na época e não aproveitadas. Delas, três são músicas pouco tocadas em shows da banda, como “Delivering the Goods”, “Starbreaker” e “Rock Forever”.
Também merecem destaque os quatro CDs iniciais citados, já que trazem ao menos uma música inédita. “Point of Entry” ainda traz uma excelente versão ao vivo de “Desert Plains”, uma das melhores composições da banda. Um pacote digno do prestígio da banda e um excelente presente de início de ano para os roqueiros brasileiros.



"Lifehouse" sai em vídeo e DVD



Sai em vídeo e DVD erm fevereiro "Pete Townshend Music from Lifehouse", um show do guitarrista do Who gravado em Londres em 2000 somente com as músicas do fracassado projeto de ópera-rock de 1971. Essa apresentação recuperou parte do material esquecido naquela época e também músicas nunca tocadas ao vivo do ãlbum "Who's Next", também de 1971.
Na verdade, o álbum é uma consequência do abortado "Lifehouse". Esse projeto pretendia suceder o maravilhoso "Tommy", de 1969, que foi um estrondoso sucesso. A idéia básica era fazer uma ópera-rock baseada na história de um maníaco por computadores que trabalhava para o governo em um mundo futurístico, onde o totalitarismo prevalecia em uma ditadura mundial. O governo é que regulava totalmente a vida dos cidadãos, inclusive dizendo o que ele devia ouvir.
O maníaco se rebela contra isso e cria músicas próprias em seu computador e escolhe um grupo para executar sua obra, no caso, The Who. Apesar da aparente simplicidade da história, a coisa se complicou na hora de transpor o roteiro criado por Townshend para a parte musical. Ele se perdeu e a história ia ficando cada vez enrolada, fazendo menos sentido. Frustrado, o guitarrista abandonou o projeto.
Entretanto, o produtor Glyn Johns percebeu que as músicas, isoladamente, eram excelentes e covencenu o grupo a reuni-las em um álbum comum, sem conceito nem história. O resultado é que "Who's Next" é considerado o melhor álbum da banda e frequenta as listas de dez mais do rock de todos os tempos.
Em 1999 Townshend resgatou o material que foi engavetado e que não entrou em "Who's Next" e editou-o em um especial para a BBC Radio 1. A partir daí ele criou uma caixa com seis CDs com todo o material arquivado de "Lifehouse" (vendido apenas pelo site do guitarrista) e montou um show solo baseado no material, gravado em meados de 2000 e lançado em CD duplo no final daquele ano (também vendido aoenas no site dele, Pete Townshend.com).
Esse é mais um daqueles produtos obrigatórios para quem gosta de música e de rock.
O fim do Black Crowes?


Surgiu a notícia após o anúncio da saída do baterista Steve Gorman: o Black Crowes estaria paralisando suas atividades por tempo indeterminado. As especulações começaram e entupiram a internet. As últimas dão conta de que a banda acabou depois que os irmãos Chris e Rich Robinson, os donos do grupo, brigaram. A gota d'água teria sido as constantes intromissões da atriz Kate Hudson, mulher de Chris, nos assuntos da banda. Outras fontes informam que a bandaz não esava se entendendo há tempos e que ninguém aceitou o fato de que Chris Robinson estaria gravando um álbum solo.
Se a notícia se confirmar, será uma enorme perda para o rock verdadeiro, aquele de bom gosto. O Black Crowes é uma das poucas bandas boas surgidas nos anos 90 dentro da música rock-pop, ao lado do Pearl Jam e do Soundgarden. Misturava de forma pesada e contagiante, com muita competência, influências de Led Zeppelin, Faces e Rolling Stones.
Seus integrantes também eram músicos acima da média, como o vocalista Chris Robinson (ótimo cantor, mesmo quando abusava dos tons lamurientos e dos berros), e os guitarristas Rich Robinson e Marc Ford (esse era excelente, um dos grandes nomes do instrumento, mas acabou sendo expulso da banda há quatro anos por abuso nas drogas).
Por conta disso, as melhores bandas acabam e teremos de aguentar lixos como Strokes, Radiohead e porcarias semelhantes.
Ron Wood no Brasil?


Ron Wood esteve no Brasil nesta semana e simplesmente deu uma canja no show da banda Blue Jeans no último dia 9 no Bourbon Street, em São Paulo. A notícia está no site Whiplash. Será mesmo? Ninguém viu o stone passado por São Paulo? Muito estranho...