Pelo fim de todas as manifestações violentas
Um assunto que tem passado sem a devida atenção ultimamente são os protestos violentos que ocorrem em todo o Brasil, geralmente feitos por grevistas ou sindicalistas (ou ambos). Na semana passada um grupo de estudantes tentou invadir o MInistério da Fazenda em protesto contra a política econômica do ministro Pedro Malan. Eles apoiavam a greve de professores e servidores das universidades federais, que dura mais de um mês.
Como era de se esperar, seguranças do ministério e policiais militares evitaram a invasão e agiram com energia, dispersando os vândalos a golpes de cassetetes. Nesses casos, é lógico, sempre ocorrem excessos por parte da força policial, fato que foi "denunciado" pelas "lideranças" do movimento.
A questão que se coloca é a seguinte: o que os estudantes esperavam? Que os seguranças e PMs os deixassem quebrar tudo, invadir o gabinete de Malan e espancá-lo? Duas portas de vidro foram quebradas pelos estudantes no confronto.
Todo mundo tem direito de se manifestar e protestar, mas de forma pacífica e sem violência. Quando isso ocorre, não há como não apoiar as forças que defendem o patrimônio ou a ordem pública. A pancadaria corre solta e não há como repreender os policiais, por mais que seja excessiva a força empregada na reação. Os estudantes de Brasília mereceram apanhar da polícia porque queriam destruir. E apanharam pouco.
Todo protesto é legítimo desde que não haja violência, vandalismo e impedimento do direito de ir e vir dos outros. Foi o caso do confronto ocorrido na avenida Paulista no ano passado durante um ato de prfessores da rede estadual em greve. A polícia já havia proibido que a avenida fosse invadida, no que fez muito bem. Ninguém ode ser prejudicado por causa de uma manifestação, seja ela qual for e de quem for.
Só que a ordem foi desrespeitada e a avenida foi interditada. A PM reagiu e muita gente se machucou. Pior, teve gente que tentou atacar a PM com pedras. A reação foi muito mais violenta. Depois soube-se que um grupo de punks, anarquistas e desocupados deliberadamente desrespeitou a ordem para criar tumulto. Nada tinham a ver com professores (caso semelhante aconteceu neste ano em Gênova, na Itália, na reunião do G-8, quando a manifestação, que começou pacífica, descambou para o combate nas ruas, terminando com muitos feridos e um morto; a confusão foi causa por um grupo de agitadores que deliberadamente provocou o conflito; a reaão foi a esperada e ocorreu de forma legítima).
Nesse caso, azar dos manifestantes sérios, que permitiram que inúteis se infiltrassem no movimento. A polícia fez em em reprimir os invasores que bloquearam a avenida. E essa deveria ser a orientação para qualquer manifestação que bloqueie ruas e avenidas. Ningém tem esse direito. Quer protestar? Proteste na calçada e não atrapalhe os outros.
Quem frequenta os estádios de futebol no Brasil aprende logo um mandamento importantíssimo em sua "primeira vez": nunca se briga ou se xinga policiais; os caras são despreparados e sanguinários e não hesitam em quebrar o torcedor no meio. Essa máxima vale para toda e qualqer manifestação.