sexta-feira, agosto 26, 2011

A guerra contra a Lei da Entrega apenas começou



Até que demorou para que houvesse uma reação, mas ela veio, e forte. Empresas de varejo querem derrubar a Lei da Entrega na Justiça. Para isso, 12 companhias e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) estão com 15 ações em andamento com questionamentos sobre a legislação e a atuação da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) como órgão fiscalizador.


A legislação entrou em vigor em outubro de 2009 e determina que as empresas fixem data e turno para a entrega de produtos e prestação de serviços. Desde então, o Procon já realizou três grandes operações de fiscalização: em novembro de 2009, em fevereiro e em outubro de 2010. Dos 312 fornecedores fiscalizados, 170 foram alvo de autuações.


As empresas têm contestado as penalidades impostas pela Justiça com alegações de dificuldade no cumprimento por conta de problemas com a logística e o trânsito. Elas também afirmam que a norma estadual é inconstitucional porque caberia à União legislar sobre o assunto.


Entre as ações em andamento, dez já tiveram decisões favoráveis ao Procon com reconhecimento da competência do órgão e determinação para as empresas cumprirem a Lei da Entrega, sendo que uma já foi extinta.


Outras seis decisões foram desfavoráveis ao órgão de defesa do consumidor e as companhias conseguiram o cancelamento das punições e da fiscalização do Procon até o julgamento final. O Procon entrou com recurso em relação às decisões desfavoráveis.


A ação das empresas é bem clara nesta questão: é mais fácil lutar contra a lei do que se respeitá-la e se adaptar ao seu teor. Nem mesmo o aumento absurdo de reclamações contra as empresas de comércio virtual, as que mais desrespeitam a norma, são suficientes para que os “gestores” do negócio fiquem envergonhados com tal procedimento.


O Procon paulista não descarta nenhuma medida contra as empresas, como a tomada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para que a Americanas.com tenha suas vendas paralisadas em todo o Estado até que resolva os problemas das entregas atrasadas.

Aliás, já existem conversas entre as duas instituições para preparar o terreno para uma eventual punição no Estado de São Paulo a quem continuamente desrespeita a lei.

A briga vai ser boa, mas o consumidor tem de se preparar: de uma hora para outra vender e não entregar – ou atrasar a entrega sem satisfação - pode se tornar “legal” de uma hora para outra, por incrível que isso possa parecer.

terça-feira, agosto 23, 2011

Quando o heavy metal encontra Frank Sinatra



Alguns dos maiores clássicos de Frank Sinatra cantados e tocados por alguns astros do heavy metal em ritmo alucinante e com peso absurdo. Tinha tudo para não dar certo um projeto como esse, ainda mais em uma época em que os tributos estão totalmente fora de moda.


Entretanto, um projeto que reúne gente como Glenn Hughes (ex-Deep Purple e Black Sabbath), Geoff Tate (Queensrÿche), Dee Snider (Twisted Sister) e Tim Owens (ex-Judas Priest) não tem como dar errado. Por isso é que “Sin-Atra – A Metal Tribute to Frank Sinatra” é bem interessante e divertido ao extremo, já que não se leva muito a sério.


O grande responsável é Bob Kulick, guitarrista norte-americano que já produziu diversos tributos desde os anos 90 – é irmão de Bruce Kulick, ex-guitarrista do Kiss. A fórmula é a mesma: reúne medalhões do rock para tocar músicas de um determinado artista ou gênero. Já acertou em cheio no passado, como também errou feio. Tinha tudo para errar em “Sin-Atra”, mas acertou.


A base é formada por Bob Kulick, Billy Sheehan (baixo, Mr. Big), Brett Chassen (bateria) e Doug Katsaros (teclados, orquestrações) - além da participação especial do guitarrista Ritchie Kotzen no solo de “That’s Life”.


Os destaques do álbum são Glenn Hughes em “I’ve Got You Under My Skin”, Geoff Tate em “Summerwind” e “Witchcraft”, com Tim Owens. O clima em todas as faixas é bem descontraído, ou até mesmo debochado, como “It Was A Very Good Year”, com Dee Snider, e “Fly Me To The Moon”, com Robin Zander (Cheap Trick).


Todas as versões ficaram muito pesadas e sofreram variados graus de desconstrução. A versão mais esquisita é a de “Strangers In The Night”, com Joey Belladona (ex-Anthrax), com um nítido descompasso entre o vocal e o andamento lento que a música pede – tudo isso por cima de camadas e camadas de guitarras pesadas. De tão diferente, chega a incomodar.

O único ponto negativo é a adição de naipes de metais em quase todas as músicas na tentativa de manter alguma fidelidade com as versões originais. Os arranjos ficaram esquisitos demais, totalmente fora de contexto e sem a menor ligação com as versões pesadas das músicas de Sinatra. Nada que obscureça o resultado final, mas certamente vai incomodar um pouco os roqueiros mais puristas. Já existe a versão nacional do álbum, custando R$ 30 na Galeria do rock e em algumas lojas virtuais.