sexta-feira, setembro 17, 2010

Uma luz para Paranapiacaba


Reproduzo texto de Edison Veiga, de O Estado de S. Paulo, a respeito da volta da ligação dominical entre Estação da Luz e a vila andreense. Tomara que isso contamine positivamente a péssima administração de Aidan Ravin (PTB), prefeito de Santo André, que administra a vila:

A vila histórica de Paranapiacaba, em Santo André, no ABC paulista, nascida por causa do trem, volta a ser ponto de locomotivas. A partir de domingo, será possível fazer os 48 km do trajeto Luz-Paranapiacaba por trilhos. Trata-se do novo itinerário do projeto Expresso Turístico, criado há 1 ano e meio pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Paranapiacaba foi fundada justamente no entorno da linha férrea instalada ali no século 19 - surgiu como centro de controle operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa São Paulo Railway. Assim, a chegada do Expresso Turístico ao distrito, de certa forma, evoca a sua origem. "Isso é muito simbólico", diz o secretário adjunto de Transportes Metropolitanos, João Paulo de Jesus Lopes. As passagens já estão à venda nas Estações Luz e Celso Daniel, em Santo André, das 6h às 18h30.

Engana-se, entretanto, quem pensa que o turista vai chegar lá e encontrar o histórico bairro tinindo. Há tempos, a conservação e restauro do patrimônio histórico do bairro vêm sendo negligenciados. "Não tenho visto um trabalho de manutenção", diz a artista plástica e dona de pousada Cristina Telles Gomes, que vive ali há 12 anos. "É algo que preocupa muito, como se fosse um pedaço da gente que vai se estragando", completa Zilda Bergamini, moradora de Paranapiacaba desde 1970, proprietária de um bar e diretora da União Esportiva Charles Miller.

O entorno da estação ferroviária, cheio de vagões de trem abandonados, aliás, já é um péssimo cartão de visitas. "Não podemos mexer ali porque há questões de preservação histórica", defende-se Lopes.

Sem fumaça. O Expresso Turístico não é uma daquelas históricas marias-fumaça, presentes no imaginário popular. São duas locomotivas a diesel, modelo Alco RS-3, ano 1952, e uma General Electric U20C, fabricada na década de 1960. Cada qual conduz dois vagões de passageiros, cada um com 87 lugares, feitos de aço inoxidável, fabricados no Brasil nos anos 1950 - cedidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e restaurados pela CPTM.

Os vagões pertenciam à Estrada de Ferro Araraquara, e operavam na linha conhecida popularmente como Araraquarense - São Paulo, Campinas, Araraquara, São José do Rio Preto e Santa Fé do Sul. Esse percurso foi inaugurado em 1898. Até 1955, só trens a vapor (a maria-fumaça) circulavam pela linha, com vagões de passageiro de madeira.

Na Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), esses vagões trabalharam até 1998 e foram os últimos trens de passageiros de longo percurso no Estado. "Conseguimos guardar alguns exemplares", diz Anderson Conte, membro da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. No Expresso Turístico, são rebocados pelas locomotivas a diesel da CPTM.

O projeto. Em abril, o Expresso Turístico completou um ano, registrando mais de 12 mil viajantes nos dois trajetos em operação: Luz-Jundiaí (aos sábados) e Luz-Mogi das Cruzes (quinzenalmente aos domingos). No total, foram realizadas 75 viagens. O trajeto até Jundiaí, primeiro a ser implementado, concentrou o maior número de turistas no primeiro ano: 9,4 mil. O até Mogi das Cruzes, realizado desde junho de 2009, computou 2,8 mil passageiros.

quarta-feira, setembro 15, 2010

A pirataria avança e permanece impune


A pirataria de DVDs e CDs e de qualquer outra coisa está avançado rapidamente no ABCD e na Capital. Qualquer travessinha das áreas centrais tem o seu camelô, com sua banquinha, com cópias de filmes que mal estrearam no cinema.

Quer assistir a “Salt”, em cartaz com Angelina Jolie e Liev Schreiber? Os caras têm. “Origens”, com Leonardo di Caprio? Tá não, dotô. Três cópias por R$ 10. Ou então duas por R$ 5. Programas de computador? Aparelhos de MP3, Mp4, MP5, MP7, MP12? Facinho, a precinhos baixos. Falsificados? E qual é a diferença?, responde o criminoso cara-de-pau?

No centro de Santo André, por exemplo, os camelôs e pirateiros montam suas banquinhas nas portas de padarias e comércios lotados. E fazem a festa.

Em São Bernardo, a pirataria estava restrita ao entorno da Praça Lauro Gomes, no centro. Agora se espalham para a avenida Kennedy, para a avenida Francisco Prestes Maia, para as travessas da avendia Jurubatuba.

Em Diadema, o crime rola solto à luz do dia no entorno do novo shopping center e nas travessas que dão acesso ao trólebus. Ninguém é incomodado. Policiais civis e militares veem o que acontece, mas estranhamente parecem impedidos de agir.

O crime organizado metido com a pirataria tomou conta dos centros das cidades do Grande ABCD. Em Guarulhos, as porcarias são vendidas dentro de ônibus. Em Osasco, o trem é um lugar privilegiado. Compra-se de tudo.

Imagine-se então como deve ser o esquema no centro de São Paulo, na Penha, no Largo 13, em Santo Amaro…

É fato que a repressão a esse tipo de crime é mais do que necessária. Mais empenho no combate esse tipo de comércio, com prisão de quem vende e distribui esse tipo de material, tem de ser um comportamento assíduo e frequente das forças policiais.

O consumidor também não pode ficar isento. Tem de sofrer alguma sanção. Compra conscientemente as porcarias piratas, com o torpe argumento de que “é mais barato porque os produtos originais são abusivamente caros, pois quem vende rouba o trabalhador”.

É um argumento oportunista e nojento. Trabalhador decente paga seus impostos, recebe seu dinheiro e rechaça produtos de quinta categoria oriundos do crime organizado. Quem compra esse lixo apoia os bandidos. Merece ser execrado e ser punido. Quem se habilita?

segunda-feira, setembro 13, 2010

Fuja das compras pela internet


Não compre pela internet. É o que tenho recomendado a amigos e leitores nos últimos tempos. O serviço no Brasil não é confiável.

A quantidade de reclamações sobre o descumprimento do negócio por conta de empresas virtuais nacionais é enorme no Procon e no Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DNPC), do Ministério da Justiça. E quem mais descumpre os negócios são as empresas gigantes.

Não se trata apenas de comprar e não receber. E comprar, não receber, ser cobrado e por um valor acima do verdadeiro. Fraude? Má-fé? Não interessa, o fato é que o esquema não funciona.

Não bastasse comprar, não receber e ser cobrado acima do valor combinado tem a fase mais complicada: lidar com o serviço de atendimento das empresas para tentar resolver o problema. São horas ao telefone para tentar reaver o dinheiro ou ao menos receber a promessa de quando receberá o produto comprado. Segundo o Procon-SP, em pelo menos 20% das ocasiões o cliente não consegue resolver.

Casos esdrúxulos como a de uma consumidora que teve um não como resposta à solicitação de reenvio do produto que não chegou. A empresa não só disse que não iria reenviar como duvidou da honestidade da consumidora paulistana. Ela, por sua vez, cancelou as compras no cartão de crédito e acabou tendo o nome enviado ao SPC pela loja virtual. Era o que a consumidora queria: por meio de advogado, entrou com duas ações por danos morais, tanto no Juizado Especial Cível, para causas mais simples e rápidas, como na Justiça comum. A indenização determinada pelo juizado foi de R$ 2 mil, depois que não houve acordo na conciliação. A consumidora considerou o valor muito baixo e exigiu mais na Justiça comum e conseguiu R$ 5 mil. A empresa recorreu, mas a sentença foi mantida. Só depois de tudo isso é que a consumidora foi procurada para negociar – proposta prontamente recusada.

Não é fácil abrir mão das facilidades que a internet supostamente oferece no comércio virtual, e é mais difícil ainda reunir paciência e coragem para acionar as empresas no Procon-SP e na Justiça. Mas só fazendo isso pra exercer a cidadania e garantir os seus direitos.

A generalização aqui é cabível, porque os problemas logísticos e o atendimento péssimo ao consumidor atingem todas as lojas virtuais brasileiras, grandes ou pequenas. Já fui assíduo comprador de CDs e livros pela internet no exterior e tive problema apenas duas vezes com mercadorias que não chegaram. Os sites não questionaram a minha honestidade. Primeiro me pediram para verificar nos Correios o que poderia ter acontecido, com o devido código em mãos; não havendo qualquer registro das mercadorias, prontamente me enviaram os produtos, sem a cobrança de frete.

Quanta diferença…