sexta-feira, junho 22, 2012

Liverpool celebrará 50 anos de ‘Love Me Do’ com grande homenagem aos Beatles

EFE Reprodução The Beatles LONDRES – A cidade britânica de Liverpool se prepara para as comemorações do 50º aniversário de Love Me Do, o primeiro single dos Beatles, gravado no dia 6 de junho de 1962, e uma das músicas responsáveis por impulsionar o quarteto ao estrelato mundial. Apesar do lendário quarteto, formado por Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon e George Harrison, ter se reunido em 1960, a data oficial de sua formação é celebrada dois anos depois, justamente quando o grupo se reuniu para a primeira sessão de gravação no emblemático estúdio Abbey Road. Foi no ano de 1962 que um de seus principais integrantes entrou na banda, o baterista Ringo Starr – que segue vivo ao lado de Paul McCartney. Neste mesmo ano, o quarteto de Liverpool também lançou o pegajoso hit Love Me Do, o primeiro single do grupo, que, por sua vez, começou a fazer um enorme sucesso nas rádios do país pouco tempo depois. Essa alegre canção, que gira em torno de dois simples acordes, transformou o Beatles em um grupo internacional. Isso porque, com Love Me Do, o grupo deixou de ser “uma banda local” para levar suas melodias para além do condado de Merseyside. “Esse faixa (extraído do álbum de estreia Please, Please Me) foi o que tornou o grupo famoso no mundo todo”, assegurou à Agência Efe Jerry Goldman, diretor-geral da The Beatles Story, um centro que há 22 anos se dedica em narrar a evolução do quarteto de forma gráfica. “Antes dessa canção, os Beatles eram apenas um grupo bastante popular na região (de Liverpool). No entanto, ninguém conhecia a banda fora desta cidade”, acrescentou Goldman. Já George Martin, o lendário produtor que era apelidado de “quinto Beatle”, lembrou em alguma ocasião o curioso processo de formação de Love Me Do, que chegou a ser gravado em três vezes com bateristas diferentes. Em princípio, o baterista era Pete Best. Ele que estava no comando das baquetas na gravação de 6 de junho de 1962, que fez parte de uma audição para EMI nos estúdios londrinos de Abbey Road, um lugar que passou a ser cultuado por qualquer fã que se preze. No dia 4 de setembro deste mesmo ano, quando Ringo Starr já tinha substituído Best, a música foi gravada para retornar aos estúdios. Sete dias depois, o grupo voltou aos estúdios para uma nova gravação, agora com Andy White na bateria e Starr restrito a uma meia-lua. The Beatles Antology, um documentário de oito episódios, três álbuns e um livro monográfico, explica que esse singles foi um dos primeiros escritos pela célebre dupla Lennon e McCartney, embora este último assuma a autoria de mais estrofes. Dada a relevância da banda, 2012 será um ano especial para Liverpool, que homenageia seus quatro filhos ilustres com uma série de atividades comemorativas. Os atos previstos destacam a participação da Royal Philarmonic Orquestra, que interpretará temas de Lennon e McCartney, e do mítico clube The Cavern, que deverá ser oficialmente tombado. A casa de show onde o quarteto “nasceu” ainda apresentará uma série de show em tributo. Outro clássico de Liverpool, o festival anual de Matthew Street, realizado no final de agosto, deverá exaltar e rememorar algumas das principais músicas dos Beatles. Mas, apesar de todos os mitérios e indefinições, a principal comemoração será realizada no dia 5 de outubro, a mesma data em que Love Me Do chegou ao mercado. Essa canção chegou ao posto de 17º nas listas de sucessos do Reino Unido após seu lançamento e, em 1964, já aparecia no topo das paradas americanas. Com 13 álbuns de estúdio, uma recopilação, 13 EP’s (um deles duplo) e 22 singles em apenas oito anos de carreira (1962-1970), a “poção” mágica que transformou os Beatles em verdadeiros ícones da música internacional foi “a mistura entre música e personalidade”, aponta Goldman. A trajetória do grupo mais famoso do mundo começava a chegar ao fim meses depois da conclusão da gravação de seu décimo segundo álbum de estúdio, Abbey Road (16 de setembro de 1969), quando os quatro músicos já estavam envolvidos em projetos solos. O encarregado de anunciar a separação da banda foi McCartney, que emitiu um comunicado há 42 anos, no dia 10 de abril de 1970, para explicar que os quatro meninos de Liverpool já não voltariam a tocar juntos.

terça-feira, junho 19, 2012

Ziggy Stardust completa 40 anos, enquanto Bowie vive aposentadoria dourada

EFE Reprodução ‘The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars’ Há quarenta anos, um extraterrestre chamado Ziggy Stardust revolucionou a cena musical com sua imagem ambígua e andrógena, uma dúzia de memoráveis canções e um grupo que atendia pelo nome de Aranhas de Marte. Foi assim que David Bowie criou um dos personagens mais imprescindíveis da cultura musical do século XX, um herói destinado a morrer em palco e que se apresentou ao mundo no dia 6 de junho de 1972 com um álbum conceitual e de título quilométrico: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. O disco, que devia ser reproduzido “no volume máximo”, permitiu que Bowie, no auge de seus bem-vividos 25 anos, reunisse todas suas influências acumuladas até então, desde o teatro mímico de seu mestre Lindsay Kemp até a poesia de Baudelaire. Além disso, o “camaleão do rock” deu grande liberdade a suas fantasias futuristas com um personagem que interpretou em uma viagem inesquecível, cuja modernidade transgressora serviu de influência para milhares de jovens de todo o mundo. Essa época foi marcada por emblemáticas imagens, como aquela na qual Bowie – que havia se declarado gay publicamente -, fingia praticar sexo oral no guitarrista Mick Ronson. Ziggy era um extraterrestre transformado em estrela de rock para confortar a humanidade em fase de extinção com uma mensagem de esperança, que Bowie levava aos palcos vestido com modelos impossíveis e uma imagem andrógina. Foi a apoteose do glam rock. É certo que toda aquela história futurista que combinava moda e som se amparava em um repertório de primeira, que, segundo as instruções impressas na capa do disco, deveria ser escutado em “máximo volume”. O álbum começava com a apocalíptica Five Years e propunha uma verdadeira viagem através de suas 11 canções, sendo dez originais e uma versão de It Ain’t Easy, de Ron Davies. Envolvido em um som poderoso, que combinava guitarras ferozes e violinos espaciais, Bowie deu forma a produção do álbum ao lado de Ken Scott. Entre os temas, aparecem Starman, um dos singles mais celebrados da carreira de Bowie. Por conta de sua temática – uma mensagem de redenção vinda das estrelas -, a faixa se encaixava perfeitamente no álbum. Após o lançamento do disco, Ziggy Stardust e As Aranhas de Marte embarcaram em uma longa turnê pelo Reino Unido, Estados Unidos e Japão. No dia 3 de julho de 1973, Ziggy se despedia da humanidade no emblemático Hammersmith Odeon de Londres com uma interpretação de Rock n’ Roll Suicide, cujos primeiros versos traziam a frase “A vida é um cigarro…”. Ziggy não voltou a aparecer sobre o palco, mas várias de suas canções acompanharam Bowie em suas turnês posteriores. O emblemático álbum, que agora completa 40 anos, se transformou em um ícone da libertação gay e foi um dos marcos musicais da década. Desde então, sua influência não deixou de inspirar músicos de várias gerações. Aos 65 anos, David Robert Jones goza de uma aposentadoria dourada, a qual não parece que será alterada por conta do aniversário de Ziggy Stardust. A obstinada inatividade de Bowie, que já dura seis anos, deu margem a muitas especulações. E se, na verdade, Bowie fosse um personagem criado por Ziggy Stardust?

domingo, junho 17, 2012

Política argentina ‘exportar para importar’ atinge até show de Madonna

Marcia Carmo – De Buenos Aires para a BBC Brasil Restrições ao dólar faz produtora de Madonna ter problemas para pagar outros estrangeiros Além de barrar produtos na fronteira, a política “exportar para importar” do governo Kirchner fez mais um alvo nos últimos dias: Madonna. Para garantir a apresentação da cantora no país, a produtora da turnê deve promover a artistas argentinos no exterior, segundo declarações à imprensa local. A política do governo da Argentina visa impulsionar a produção local, ao controlar a entrada de importados, e conter a saída de dólares do país. Nas últimas semanas, o governo anunciou uma série de medidas para controlar a compra e venda da moeda americana. Madonna deve se apresentar em Buenos Aires e Córdoba em dezembro deste ano. Para poder expatriar os dólares do cachê da artista, a produtora Time For Fan (T4F) teve de prometer à Casa Rosada um plano para exportar espetáculos de artistas argentinos para os países da América Latina, segundo a imprensa local. “(O governo) nos pediu um esforço para aumentar a presença de artistas argentinos no exterior, para aumentar a exportação de artistas nacionais para se ter uma balança comercial mais equilibrada”, disse Fernando Moya, diretor da T4F, ao jornal La Nación. Segundo a reportagem, a produtora pediu audiência com o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, porque estariam tendo dificuldades para pagar em dólares os cachês de artistas internacionais que se apresentam no país, dada à rigidez para a compra da moeda. A medida foi ironizada por jornais locais como La Voz del Interior, cuja reportagem foi intitulada “Madonna por Andrés Calamaro”, em referência a um cantor argentino. Procurada pela BBC Brasil, a produtora não respondeu às ligações e aos emails. ‘Distorções’ Com a determinação de importar para exportar, o governo espera evitar a maior saída de dólares do país e equilibrar a balança comercial. A ordem de exportar para importar provocou outros casos inusitados como o do campeão de ciclismo e medalha de ouro olímpico Juan Curuchet, que não conseguia importar seus equipamentos necessários para treinar para os Jogos Olímpicos de Londres. Segundo a imprensa local, Curuchet contou que teria ouvido das autoridades locais a regra “para importar é preciso exportar”. Ele então reagiu: “Somos um grupo de esportistas olímpicos. O que podemos exportar além do nosso esforço físico?”. Economistas ouvidos pela BBC Brasil disseram que a medida da Secretaria de Comércio Interior gera “distorções” ao setor comercial argentino. Governo argentino vem agindo para controlar a venda de dólares “O caso da Madonna é emblemático e o primeiro que vai gerar de fato mais exportação. A produtora vai exportar shows de artistas locais para a América Latina, num plano que inclui 2012 e 2013″, disse o economista Abel Viglione, da consultoria Fiel. Segundo ele, o mesmo fluxo não é observado nos outros setores da economia que tiveram que se adaptar para atender a exigência do governo. Recentemente, chegou-se a especular que shows de artistas como Roger Waters e Eric Clapton corriam risco de não acontecerem porque não se sabia como atender à medida do governo. Carros por vinhos Segundo Viglione, os demais importadores precisam fazer uma engenharia sofisticada para atender as exigências do governo. Ele diz que há importadores de automóveis de luxo que passaram a exportar vinhos. Outros importam tecnologia e exportam, afirmou, alimentos balanceados para cachorros. O economista Mauricio Claveri, da consultoria Abeceb, disse que o governo começou a aplicar a exigência em 2010 e que no ano passado as empresas passaram a buscar alternativas para manter o fluxo de seus negócios com o exterior. “Mas as barreiras de importação e essa medida geraram distorções. Uma empresa que importa vidros deve comprar no mercado local. O governo diz que o país produz vidro e deve ser dada prioridade à empresa nacional. O problema é que às vezes o produto específico ainda não é fabricado no país ou a quantidade é limitada”, afirmou Claveri. Ele lembrou que o governo quer manter o superávit comercial de dez bilhões de dólares, como registrado no ano passado, e os números indicam que a meta será alcançada, mas com menos comércio com outros países, como o Brasil, por exemplo. Em maio deste ano, a União Europeia (UE) denunciou a Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as travas do país ao comércio exterior. Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores disse que atenderá pedido de consultas da UE.