sexta-feira, dezembro 17, 2004

Perdedores


O Conselho Nacional de Jornalistas foi derrotado Congresso Nacional. O projeto erta na verdade uma amálgama de estultícies, nulidades, bobagens e textos subliminares que evocavam o pior que o esquerdismo poderia produzir. Por baixo, o texto mostrava oportunismo de gente autoritária e sedenta do intervencionismo do Estado na questão da liberdade de imprensa. Sou favorável a um órgão patrecido como a OAB para a profissão de jornalista, mas sua criação precisa ser discutida com toda a classe, e não por um grupelho de oportunistas encastelados na Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e nos Sindicatos de Jornalistas. Deve ser um órgão regulador e fiscalizador, mas completamente dissociado do Estado. Leia a seguir texto extraído do boletim Jornalistas & Cia a chiadeira da Fenaj, derrotada no Congresso:



Sonho para alguns, pesadelo para outros, o CFJ cai na Câmara e a Fenaj desabafa


Em nota oficial, que também pode ser considerada um texto-desabafo, a Direção da Fenaj, a propósito da decisão da Câmara Federal de rejeitar o projeto do CFJ, diz: "O projeto que propõe o Conselho Federal dos Jornalistas está morto. A esperança de milhares de jornalistas e a expectativa de segmentos sociais importantes foram enterradas pelos coveiros tradicionais da democracia e
da organização da sociedade, aliados a inusitados novos cúmplices."

Diz ainda: "O projeto do CFJ está morto e dançam sobre sua tumba
os interesses aparentemente mais contraditórios. Os empresários da
mídia brasileira devem se regozijar. Mais uma vez seus desejos são aten-
didos. Escondidos atrás de um inverossímil discurso de liberdade de
imprensa, na verdade sempre tiveram a mais medíocre das intenções:
manter as condições salariais e de trabalho dos jornalistas nos níveis
mais baixos possíveis para compensar suas cambaleantes taxas de lu-
cros. Os empresários não admitem a normatização ética da profissão
porque querem manter o poder de decisão sobre o que pode e o que
não pode ser informado à população. Os donos da mídia e do poder
real, mais uma vez, impuseram sua vontade."

Complementa: "Indisfarçável satisfação devem estar sentindo alguns jornalistas desinformados e/ou mal intencionados, notoriamente aqueles com espaço concedido e privilegiado, que serviram como verdadeiros cães de guarda da monopolizada mídia nacional. Durante o debate público, suscitado pelo envio do projeto, era visível o alinhamento submisso à retórica patronal de preconceito e infâmia."

Sequer o Governo Lula é preservado: "Melancólico foi o comportamento do Governo que, se num primeiro momento compreendeu a justeza da reivindicação dos jornalistas e encaminhou o projeto, em seguida sucumbiu à prática de balcão de negócios estabelecida com o Congresso e, parecendo admitir as acusações de tentativa de cerceamento da imprensa, abandona o projeto de organização da profissão de jornalista à própria sorte."

Diz, por fim, o documento, que "os jornalistas brasileiros não desistirão de ter o controle do seu destino, que é a auto-regulamentação de sua profissão. Há 39 anos, o Congresso arquivou o primeiro projeto de criação de um Conselho Federal dos Jornalistas. Essa não é a primeira, e não será a última vez que nos mobilizamos. A Fenaj - que nos últimos quatro meses liderou um rico e histórico processo de debate sobre o jornalismo e os interesses privados que controlam a mídia no País - seguirá firme na luta".

terça-feira, dezembro 14, 2004

Preconceitos, mentiras, desinformação e burrice



Eu tinha prometido não tocar no assunto, por considerar perda de tempo, mas a indignação que tomou conta dos redatores do site Whiplash me comoveu e faço minhas as palavras deles a respeito do preconceito demonstrado pela TV Globo sobre a morte de Dimebag Darrell, do Damageplan. Aliás, preconceito semelhante ao que acomete a péssima editoria de Cultura da Veja, que emprega o péssimo repórter Sérgio Martins. O texto abaixo foi reproduzido do Whiplash:

"Como era de se esperar, a morte de Dimebag Darrell se tornou a bola da vez da imprensa sensacionalista. Entre tantas outras emissoras e veículos a rede Globo se destacou com uma cobertura sensacionalista e preconceituosa da morte do ex-guitarrista do Pantera.


Na reportagem levada adiante no Jornal Nacional pelo correspondente Willian Wack, Dimebag (a esta hora não mais uma vítima) foi mostrado como um usuário de drogas (devido ao apelido, que traduzido, significa "trouxa de maconha") pregador do ódio e violência. Houveram ainda insinuações de que acidentes do tipo em shows de heavy metal se tornam mais comuns a cada dia.


Logo a seguir, o comentarista Arnaldo Jabor apresentou um editorial intitulado "Não Sobrou Nada" (título disponível no site da Globo) igualmente equivocado e preconceituoso. Leia na íntegra:

"O rock começou como canto à alegria e à liberdade, música de esperança numa era de utopias e flores. Aos poucos, a ilusão foi passando. Em 68, a esperança jovem foi sendo detida pela reação da caretice mundial. Os ídolos começaram a morrer: Janis Joplin, Jimmy Hendrix sumiram juntos.

Na década de 70, o que era novo e belo se transforma nos embalos de sábado à noite e começa o tempo da brilhantina. Junto com a caretice dos Beegees, o que era liberdade cai na violência. Em Altamont, no show dos Stones, a morte aparece. Charles Manson é o hippie assassino e o heavy metal o punk vão glorificar o barulho e o ódio.

Com a pressão do mercado mais sólida e invencível, a falsa violência comercial, sem meta, nem ideologia, fica mais louca e ridícula. Os shows de rock viram missas negras que lembram comícios fascistas. É musica péssima, sem rumo e sem ideal. A revolta se dissolve e só fica o ódio e o ritual vazio. Hoje, chegamos a isso, a essas mortes gratuitas. A cultura e a arte foram embora e só ficou a porrada."



O que seria óbvio para tantos fugiu à percepção de Jabor e da Globo: se fosse alguma faceta da música em questão o que levasse um fã demente a assassinar o seu ídolo, John Lennon, assassinado em um outro 8 de dezembro, ainda estaria vivo. Como era de se esperar, uma massa gigantesca de emails foi enviada à Rede Globo por fãs indignados com a cobertura da emissora sobre a morte de Darrell. Um funcionário da emissora respondeu a uma das mensagens, dando detalhes possíveis sobre a reportagem e a relação do heavy metal dentro da emissora. Seu nome não será revelado.

"Antes de mais nada devo confessar que não acompanhei a cobertura, assim não tenho condições para comentar. Agora, uma coisa é a matéria jornalística, outra é a opinião livre do Jabor. E, mesmo nesse caso, aposto que se ele pisou na bola foi por absoluta falta de conhecimento. Há algum tempo eu tive que dar umas "aulas" por aqui para explicar que "hip-hop" não era apologia do tráfico. Vou comentar com a moçada, mas esse episódio serve para mostrar que as pessoas aqui agem e eventualmente erram com independência, ou preconceito pessoal, uma vez que ninguém pode imaginar que existe uma recomendação editorial contra heavy-metal... Grato pelo toque. Abraço."




Rolling Stones gravam álbum novo em Paris


da Reuters e Billboard


Os Rolling Stones concluíram recentemente em Paris as sessões de gravação de um novo álbum com o produtor Don Was, que trabalhou com eles em seus dois discos anteriores feitos em estúdio. Was disse à Billboard.com que a banda vai se reunir outra vez depois do Ano Novo para fazer mais sessões de gravações para o álbum, cujo lançamento está sendo previsto, por enquanto, para o verão norte-americano de 2005.


O produtor descreveu a música que os Stones estão fazendo como algo bastante diferente de seus discos mais recentes, como "Bridges to Babylon", de 1997, e "Voodoo Lounge", de 1994. "Mick e Keith estão compondo canções juntos de uma forma que não faziam desde o final dos anos 1960", disse Was. "Acho que seus fãs de longa data vão adorar os resultados, e os novos fãs vão compreender porque os Rolling Stones são a maior banda de rock'n'roll do mundo."


Was falou de sessões em que Jagger e Richards compuseram de maneira espontânea, às vezes com Keith Richards tocando baixo e Mick Jagger na bateria. "Mick é um ótimo baterista", disse Was. "Ele também está tocando muita guitarra, é um guitarrista realmente bom. Em algumas coisas ele tem tocado baixo, e em outras é Keith quem vem tocando baixo. É maravilhoso. É essa a razão pela qual eles são os Rolling Stones há tanto tempo."


"Eles conseguem fazer isso quatro vezes por dia, todo dia", disse o produtor, falando das sessões de composição da dupla. "São canções realmente boas. Nunca vi nada como isso."

O baterista Charlie Watts, que há pouco passou por tratamento de câncer da garganta, também participou das sessões em Paris e está com a saúde ótima, disse Was, além de estar tocando "como um leão". Em 2002, os Stones gravaram no estúdio Guillaume Tell, também em Paris, com Was e o engenheiro de som Ed Cherney. Quatro das canções gravadas ali figuram no CD duplo "40 Licks", lançado em 2002. Outros materiais gravados naquelas sessões também podem fazer parte do próximo álbum dos Stones, disse Was. "Ainda não está pronto", disse o produtor. "Ainda poderíamos errar de milhares de maneiras. Mas o que estou ouvindo no momento faz parte da grande tradição dos Stones."

Pílulas roqueiras



  • Frustrada jam do Deep Purple com ex-Led Zeppelin
  • - De acordo com o diário inglês The Argus, os ex-Led Zeppelin Jimmy Page e Robert Plant frustraram os fãs que lotaram o Brighton Centre para assistir a um show do Deep Purple, no último dia 16 de novembro. O guitarrista e o vocalista estavam na platéia e recusaram os pedidos de Ian Gillan e companhia para que subissem ao palco, no que poderia ter sido um encontro histórico.

  • Leilão de guitarras de George Harrison e Keith Richards
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    Duas guitarras de George Harrison e Keith Richards estão sendo leiloadas desde a última quinta-feira, 9 de dezembro, pela casa de leilões Christie's, em Nova York.
    Os fãs dos músicos já podem fazer suas ofertas. A Gibson SG, de 1964, foi a que Harrison usou em um dos seus discos, e a Gibson Les Paul, de 1959, foi o instrumento que o guitarrista dos Rolling Stones usou para tocar durante sua participação no programa de Ed Sullivan.

  • Queen com Paul Rodgers
  • - O guitarrista do Queen, Brian May, anunciou em seu site que os remanescentes da banda farão alguns shows em 2005 com Paul Rodgers (ex-Free e Bad Company) substituindo o falecido Freddie Mercury. May e Rodgers fizeram uma jam em um festival meses atrás.

  • NOvo do Judas Priest
  • - "Angel of Retribution" é possivelmente o nome do novo CD do JUDAS PRIEST, a ser lançado mundialmente no dia 28 de fevereiro de 2005. Entre as faixas confirmadas até o momento para fazer parte do álbum estão:
    "Judas Rising", "Deal with the Devil", "Revolution (primeiro single)", "Worth Fighting For", "Hellrider". As primeiras cópias lançadas do CD serão acompanhadas de um DVD filmado em Barcelona durante shows em junho passado. Já em fevereiro uma tour mundial será iniciada para dar suporte ao álbum.

  • DVD do Clash
  • - "The Esssential Clash" reúne clipes de alguns dos principais sucessos da banda punk inglesa. "London Calling", "White Riot", "Train in Vain" e "Rock The Casbah" são algumas das músicas presentes no repertório. Cenas do grupo ao vivo rendem os melhores momentos, pois mostram a energia da banda no palco e também a evolução do Clash, desde shows em locais pequenos até uma apresentação em estádio, em Nova York, com o clipe de "Should I Stay Or Should I Go". O DVD traz ainda o curta-metragem mudo, até então inédito, "Hell W10", dirigido por Joe Strummer e estrelado por integrantes e amigos do grupo. Imagens de uma turnê promocional em 1976, discografia do grupo e trechos de uma entrevista completam o material, que já valeria só pelos clipes.

  • CD de Lennon com bônus
  • - Lançado originalmente em 1975, o álbum "Rock'n'Roll", de John Lennon ganha agora uma reedição com faixas extras e áudio remasterizado. O repertório traz o ex-beatle, então com 33 anos, prestando homenagem às suas raízes musicais com versões de canções de artistas dos anos 50 como Chuck Berry, Buddy Holly e Fats Domino. As regravações de sucessos como "Do You Wanna Dance", "Sweet Little Sixteen", "Peggy Sue" e "Stand By Me" são os destaques da seleção, mas mesmo as canções menos conhecidas podem ser apreciadas na interpretação de Lennon. O relançamento só peca pelo encarte simples demais, que poderia trazer mais fotos do cantor --há apenas um colagen com cinco imagens de Lennon ainda jovem e com visual roqueiro-- e mais informações sobre as canções.

  • Jake E. Lee grava álbum solo com covers dos anos 70
  • - O guitarrista Jake E. Lee (ex-Ozzy Osbourne) está em fase final de gravação de seu novo álbum solo, ainda sem título. O disco vai conter alguns covers dos anos 70, como Cactus, Free, James Gang, Johnny Winter e Trapeze (de Glenn Hughes), entre outros. O lançamento deve rolar nos EUA no primeiro semestre de 2005, via Shrapnel Records. A formação atual da banda de Lee conta com o vocalista Chris Logan (Michael Shenker Group), baixista Tim Bogert (Vanilla Fudge) e baterista Aynsley Dunbar (UFO, Whitesnake, MSG).

  • Doro Pesch lança DVD com a Classic Night Orchestra
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    Foi lançado na Europa esta semana o DVD Classic Diamonds, de Doro Pesch (foto). O vídeo traz a apresentação da cantora alemã com a Classic Night Orchestra, executando músicas de sua carreira solo e dos tempos de sua antiga banda Warlock. O DVD tem ainda a apresentação de Doro no dfestival alemão de Wacken, em que ela aparece cantando Fear Of The Dark (Iron Maiden) junto com Blaze Bayley e Für Immer com Chris Caffery (Savatage). Há ainda um "Behind The Scenes" com entrevistas nos camarins, clipes e outras novidades.