Para nós frequentadores de bar, pouca coisa é novidade. Já frequentamos estabelecimentos de todos os tipos, dos mais sofisticados e caros aos mais nojentos e baratos (como a Sarjeta). Já ficamos até amanhecer nos bares, já fomos sutilmente expulsos com a conta jogada na mesa sem ser solicitada, já tivemos nossos pés lavados pelos garçons, já tivermos a chave do bar deixada conosco enquanto o dono ia embora dormir pela manhã.
No entanto, nunca tinha visto o bar ir embora e deixar os bebuns na mão. O decano de nosso grupo conta (e tem testemunhas) que um dia optou pela Kombi-Sarjeta em vez da Sarjeta original (ou fixa, como queiram). Após horas de bebedeira, sobraram três cidadãos. Bêbados. Um deles inclusive perde uma camisa toda a sexta-feira quando se esfrega, de costas, na parede áspera e cheia de "chapiscos".
O decano está de costas para a Kombi. Não percebe que o pequeno toldo e minúsculo balcão haviam sido retirados. No meio daquela conversa mole de bêbados, o dono do "estabelecimento" fica esperando e esperando. O decano acaba de beber a sua 48ª lata de cerveja. Amassa-a, vazia, e joga-a no chão. Vira-se para pedir mais uma. Estranha. O bar não estava lá. Após cinco minutos de reflexão, ele entendeu o que aconteceu. O bar tinha ido embora. O dono cansou de esperar os três bêbados e foi embora sem cobrar. E ainda foi xingado por conta dessa "desfaçatez".