quinta-feira, março 21, 2002

Memórias da Sarjeta - 4 - O dia em que o bar foi embora


Para nós frequentadores de bar, pouca coisa é novidade. Já frequentamos estabelecimentos de todos os tipos, dos mais sofisticados e caros aos mais nojentos e baratos (como a Sarjeta). Já ficamos até amanhecer nos bares, já fomos sutilmente expulsos com a conta jogada na mesa sem ser solicitada, já tivemos nossos pés lavados pelos garçons, já tivermos a chave do bar deixada conosco enquanto o dono ia embora dormir pela manhã.

No entanto, nunca tinha visto o bar ir embora e deixar os bebuns na mão. O decano de nosso grupo conta (e tem testemunhas) que um dia optou pela Kombi-Sarjeta em vez da Sarjeta original (ou fixa, como queiram). Após horas de bebedeira, sobraram três cidadãos. Bêbados. Um deles inclusive perde uma camisa toda a sexta-feira quando se esfrega, de costas, na parede áspera e cheia de "chapiscos".

O decano está de costas para a Kombi. Não percebe que o pequeno toldo e minúsculo balcão haviam sido retirados. No meio daquela conversa mole de bêbados, o dono do "estabelecimento" fica esperando e esperando. O decano acaba de beber a sua 48ª lata de cerveja. Amassa-a, vazia, e joga-a no chão. Vira-se para pedir mais uma. Estranha. O bar não estava lá. Após cinco minutos de reflexão, ele entendeu o que aconteceu. O bar tinha ido embora. O dono cansou de esperar os três bêbados e foi embora sem cobrar. E ainda foi xingado por conta dessa "desfaçatez".


Memórias da Sarjeta - 3


Desde que comecei a frequentar a Sarjeta a Patricinha do Cerrado acompanha o nosso grupo de beberrões. Bonita, morena e goiana, aspira os píncaros da glória no jornalismo, mas tem de se contentar com as nossas conversas moles e com os papos absurdos dos motoristas e cobradores. Bebe cerveja, mas exige sentar em um dos poucos bancos que o local oferece. Sempre ficamso de pé e os bancos servem de mesa para garrafas e copos. A Patricinha do Cerrado nos obriga a segurá-los para que ela possa, toda faceira, sentar-se e observar aquela fauna maldita do jornalismo e do cotidiano da vida em geral. Patético.

Memórias da Sarjeta - 2


Um belo dia, parei o meu carro em frente à Sarjeta, correndo o risco de ter a lateral destroçadapelos ônibus assassinos que passam pela rua. Como trilha sonora no toca-fitas para aquele lugar absurdo, um pouco de jazz instrumental. Jazz tradicional, big bands, Wes Montgomery, Buddy Rich. Acompanhando o nosso grupo de beberrões, um editor de caderno do jornal que fica em frente. O cara acertou todos intérpretes da fita, coisa que eu mesmo não lembrava de cabeça.

Após uma interessante conversa sobre os grandes nomes do jazz, com destaque para Art Blakey, MIles Davis, Billy Cobham e até mesmo o roqueiro Jeff Beck, todos enveredam para a literatura e o new journalism de Gay Talese, Gore Vidal, Truman Capote e outros. Sarjeta também é cultura.

Memórias da Sarjeta - 1


A Sarjeta, assim mesmo, com maiúscula, é um dos melhores bares de São Paulo. Não passa de uma cabine de fiscal de ônibus estendida, localizada em frente ao prédio de um grande jornal na zona sul de São Paulo. A frequência é dominada por motoristas e cobradores de ônibus do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, que fica muito próximo. Também aparecem por lá alguns jornalistas e figuras. Existe, no período noturno, um concorrente da Sarjeta, que é a Kombi-Sarjeta, um veículo transformado em bar quando enconsta na calçada. Mas a Kombi-Sarjeta não tem o charme da Sarjeta: é mais limpa e mais organizada, não tem moscas, os lanches não são ensebados. A Sarjeta é um absurdo de ruim. Mas é barata. E é um dos melhores bares de São Paulo.

Contra os protestos de rua


Protestos de rua deveriam ser proibidos terminantemente no Brasil e reprimidos severamente, mesmo que custasse a vida de "manifestante". Todo mundo tem o direito de protestar e de se manifestar, mas desde que esse protesto não prejudique outros que nada tem a ver com o assunto ou que não concordam com tais posições.

Hoje a CUT realizou manifestações em São Paulo contra a flexibilização da CLT. Eu desaprovo a felixibilização proposta pelo governo e encampada pela Força Sindical, mas desaprovo ainda mais o bloqueio de ruas e avenidas para quem um bando de "foliões" mate o trabalho e provoque caos maior ainda no trânsito. Um bando de safados e nojentos da CUT fechou o acesso ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Isso é um absurdo, uma omissão total dos líderes da CUT, da PM e do governo do estado. A PM devia ter massacrado os bandidos que fechara o acesso ao aeroporto.

Figueirense na 1ª divisão é uma vergonha para o futebol brasleiro


A presença do time catarinense Figueirense na primeira divisão do Campoenato Brasileiro é um acinte, é uma vergonha. A torcida invadiu o campo antes do término da partida com o Caxias no ano passado, quando os catarinenses venciam por 1 a 0. Esse fato é suficiente para que a equipe mandante perdesse os pontos e tivesse o estádio interditado. Entretanto, o corrupto, inepto e asqueroso tribunla da CBF absolveu o Figueirense, afirmando que ele não tinha culpa no ocorrido. Lamentável.
Da série Pensamentos Esparsos


O PAPA É UM BOSTA

FORA LUXEMBURGO

domingo, março 17, 2002

Jon Lord sai do Deep Purple




Apesar de já esperada, uma triste notícia: o tecladista Jon Lord deixou o Deep Purple. Aos 61 anos de idade, ele comunicou há duas semanas os quatro colegas - Ian Gillan (vocais), Roger Glover (baixo), Steve Morse (guitarra) e Ian Paice (bateria) - que tinha decidido se aposentar. Segundo um comunicado oficial assinado por Glover no site oficial da banda, a decisão foi amigável e um substituto já foi anunciado: Don Airey, também inglês e veterano dos anos 70,com passagens por Rainbow, Whitesnake, Yngwie Malmsteen, Ozzy Osbourne e uma colaboração com o Black Sabbath.


Lord fundou o Deep Purple em 1967 ao lado de Paice e de Ritchie Blackmore. Até então, era, ao lado de Paice, o único membro que havia participado de todas as formações da banda. Ele e o baterista fundaram o Deep Purple em 1967 e ficaram até 1976, quando o grupo acabou. Em 1984, os dois foram os principais articuladores da volta da formação clássica - Gillan, Blackmore, Glover, paice e Lord. Desde então, Gillan saiu em 1989 e voltou em 1993, enquanto que Blackmore saiu definitivamente no final de 1993.

Tudo muito bonito e civilizado, mas vamos aos bastidores, contados por gente que conhece a banda como ninguém. No ano passado houve algumas desavenças entre os membros da banda a respeito da turnê mundial que começou em 2000. Gillan e Lord não estavam dispostos a continuar tocando pelo mundo até o final de 2001. Após conversa, os dois foram convencidos, sendo que Gillan com mais facilidade.

No meio de 2001, entretanto, Lord enfrentou alguns problemas de saúde e acabou se afastando por cerca de um mês (dez shows) da turnê, sendo substituído às pressas por Don Airey. Nesse período, decidiu marcar uma cirurgia em um dos joelhos, coisa que estava adiando havia algum tempo. O tempo de afastamento aumentou, o que irritou muito Gillan,Glover e Paice. Segundo um acordo entre a banda, Lord deixaria para fazer a operação após a turnê, já que não era urgente. Lord marcou e fez a cirurgia sem avisar com antecedência os colegas. O mal-estar foi enorme e já no final do ano passado já se comentava que Lord tinha sido praticamente demitido da banda.

Seja como for, Airey é o novo tecladista do Deep Purple (na foto acima, o último à esquerda, já em foto da formação). Ele é bom, mas não é gênio como Lord. O Purple perde, mas pelo menos continua na ativa.

Caixa traz o melhor do Helloween





"Treasure Chest" é o novo lançamento da banda alemã Helloween, ícone do heavy metal tradicional. Não é um lançamento inédito, é uma caixa com três CDs e será lançado na Europa no dia 1º de abril, pela Sanctuary Music. Dois CDs são colet6anea dos melhroes momentos da carreira do grupo e o terceiro contém raridades. Veja a lista das músicas:


CD 1: Mr. Torture/ I Can/ Power/ Where The Rain Grows/ Eagle Fly Free/ Future World/ Metal Invaders/ Murderer/ Starlight/ How Many Tears/ Ride The Sky/ Halloween/ A Little Time/ A Tale That Wasn't Right/ I Want Out.


CD 2: Keeper of The Seven Keys/ Dr. Stein/ The Chance/ Windmill/ Sole Survivor/ Perfect Gentleman/ In The Middle of a Heartbeat/ Kings Will Be Kings/ Time Of The Oath/ Forever & One/ Midnight Sun/ Mr. Ego/ Immortal/ Mirror Mirror.


CD 3: Shit & Lobster/ Oriental Journey/ I Don't Care, You Don't Care/ Ain't Got Nothin' Better/ Moshi Moshi-Shiki No Uta/ Can't Fight Your Desire/ Star Invasion/ Silicon Dreams/ Grapowski's Malmsuite 1001/ Electric Eye/ A Game We Shouldn't Play.