Rush, excelente
Muita gente perde tempo às vezes tentando achar adjetivos para dizer o quanto um show foi bom ou ruim. No caso de monstros sagrados, é perda de tempo. Na última sexta-feira, no Morumbi, foi assim com o Rush, o trio canadense que tocou hard/heavy rock progressivo por mais de três horas. O show foi excelente. Simplesmente assim. Tão excelente quanto as recentes apresentações de Rolling Stones, AC/DC, U2, Eric Clapton, Iron Maiden e Roger Waters.
Valeram a pena as mais de duas décadas de espera. O show do Rush em São Paulo mesclou todas as fases dos 33 anos de carreira da banda, pirotecnia e, principalmente, ótima música, o que agradou o público de todas as idades. O trio canadense também se mostrou bastante carismático e profissional. Foi um espetáculo para ficar na memória das mais de 62 mil pessoas que foram ao estádio do Morumbi. Pais estavam extasiados, filhos estavam boquianbertos com a qualidade e com o peso do som do trio. ajudou o fato de que o som estava ótimo.
A banda entrou no palco às 21h50. O show estava previsto para começar 20 minutos antes, mas o transito de São Paulo provocou o atraso. Iniciou com "Tom Sawyer", de 1981. Este é o maior sucesso do Rush.
Depois de "Tom Sawyer", vieram "Distant Early Morning", do disco Grace Under Pressure, de 1984, "New World Man", de 1982, e "Roll the Bones", do álbum homônimo, de 1991. O telão do estádio mesclava cenas futuristas com imagens do palco. Em seguida, a instrumental "YYZ", também do disco "Moving Pictures", para emendar a bela e triste "The Pass", que, segundo Lee, e uma dos sons favoritos da banda.
Ao final da primeira parte do show, o trio canadense tocou clássicos, como "Freewill", do álbum "Permanent Waves" (1980), "Closer to the Heart", do disco Farwell to Kings (1977), e "Natural Science", também do "Permanent Waves".
Depois de 20 minutos de intervalo, o Rush voltou ao palco do Morumbi com "One Little Victory", o primeiro single do novo disco, "Vapor Trails", lançado recentemente. Na sequência, veio "Driven", do "Test For Echo" _álbum símbolo da banda na década de 90_, "Gosth Rider" e "Secret Touch", ambas do Vapor Trail.
O solo do baterista Neil Peart, intitulado "The Rhythm Method", é simplesmente algo insano e extraterrestre. Nunca na história alguém solou como ele. Diferentemente do que faz no resto do mundo, o musico incluiu ritmos "latinos" na sua apresentação, que durou mais de 10 minutos. Durante o solo, a plataforma da bateria se movimentava, mudando o músico de posição.
Depois da quebradiera e do terremoto de Peart, um momento acústico, "Resist" _diferente da original_, duas partes de "2112 (Overture e Temples of Syrinx)", "Limelight", do álbum "Moving Pictures", e finalizou com "Spirit of Radio", do disco "Permanent Waves".
Para o bis, a primeira parte de "By-Tor & the Snow Dog", do álbum Fly by Night (1975), pelos três primeiros minutos de "Cygnus X-1" e por "Working Man", do primeiro álbum, "Rush", de 1974. Faltaram as magníficas "Finding My Way", "Red Barchetta", "The Mission", "Time Stand Still" ... Tudo bem, fica para a próxima turnê.