sexta-feira, novembro 07, 2008

Notícias da F-1



Do blog PandiniGP, do especialista Luiz Alberto Pandini:

Camarada Bruno Vicaria, que ficou a meu lado no camarote da Porsche nos últimos três dias, relembra algo que ele publicou há umas três semanas: pela primeira vez na história da F1, todos os pilotos que iniciaram a temporada a terminaram. Nenhum piloto se acidentou com gravidade, nenhuma equipe trocou de piloto durante o ano. Inédito.

Meu comentário: a temporada 2008 foi bastante interessante e quase teve um brasileiro como campeão. Mas que ninguém se iluda: o nível é apenas mediano. Lewis hamilton está sendo considerado gênio, mas ele só conseguiu o título com um ponto de vantagem sobre Felipe Massa, mesmo a Ferrari cometendo pelo menos seis erros grosseiros e inadmissíveis. Vai demorar para a F-1 empolgar pela qualidade, como nos tempos de Piquet, Senna, Prost e no comecinho da era Schumacher.

Mais magia nas seis cordas


Stanley Jordan é um dos responsáveis pelo ressurgimento da guitarra no jazz nos anos 80 nos Estados Unidos, ao lado de George Benson. O timbre é cristalino e suave, mas as palhetadas são precisas e cirúrgicas, com muito feeling. A idéia veio do grande amigo e camarada Valter Mendes Júnior, guitarrista da banda Código 13 e brilhante advogado, titular do blog Bends Up - Guitarras, Café, Jack Daniel´s & outros que tais....


STAIRWAY TO HEAVEN



ELEANOR RIGBY

União mágica dos ases da guitarra


Em 1983, o cantor e baixista inglês Ronnie Lane (ex-Faces e Small Faces) reuniu um time de estrelas do rock para uma série de shows nos Estados Unidos e na Inglaterra com renda revertida para uma entidade chamada A.R.M.S., que recolhia dinheiro pelo mundo para investir em pesquisas na busca da cura da esclerose múltipla, uma doença degenerativa até então incurável.

Lane foi diagnosticado com portador da doença no final dos anos 70, o que o obrigou a reduzir drasticamente as atrividades de sua carreira solo - ele viria a morrer na Inglaterra em 1998 em conseqüência da esclerose múltipla aos 51 anos de diade.

Entre os amigos que participaram do show estavam Eric Clapton, Steve Winwood, Jimmy Page, Jeff Beck, Bill Wyman, Charlie Watts, Ray Cooper, Phil Collins (em alguns shows) e muitos outros. Abaixo dois trechos de algumas apresentações. São raridades, porque reúnem pela primeira e única vez Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton no mesmo palco.

Os três sempre foram amigos desde a juventude, mas também eram rivais. Divirtam-se com a versão instrumental de "Stairway to Heaven", clássico do Led Zeppelin, e "Layla", de Eric Clapton (lançada em 1970 por seu grupo na época, Derek and the Dominos).

STAIRWAY TO HEAVEN



LAYLA

Mais um engodo via internet



Da série "pocarias da internet". Mallu Magalhães não passava de uma simples tocadora de violão aos 15 anos de gostava de Bob Dylan e alguma coisa folk de baixa qualidade dos Estados Unidos. Achou que poderia ser compositora e colocou algumas de suas músicas no MySpace.

Algum repórter desavisado do caderno Folhateen, da Folha de S. Paulo, achou o trabalho fantástico e assim meia dúzia de trouxas elegeram a adolescente como o "hype" do momento.

E o pior é que até gente que se diz profissional, como Marcelo Camelo, do Los Hermanos, caiu no engodo e passou a apadrinhar a garota. Hoje ela aparece em programas de TV "jovens" e está sendo incensada como fenômeno da música pop.

Só que não pegou. Ninguém conhece a menina, ninguém ouve suas músicas (ela acabou de fazer 16 anos e lançar um CD, a maioria das músicas com letras em inglês). O trabalho de Mallu é constrangedor, até mesmo para uma adolescente esperta e inteligente.

Por mais que sua produção tenha contratado produtores caros e renomados, o resultado é ruim, bem ruim. Ela é uma prova de que a internet é um excelente veículo para a divulgação de porcarias.

Vergonha ao vivo



Não bastasse o caráter duvidoso, assim como o comportamento em várias circunstâncias no futebol, o técnico do Vanderlei Luxemburgo agora debochou de toda a torcida do Palmeiras ao não viajar para um jogo na Argentina e ainda comentar o mesmo jogo pela TV que transmitiu a partida. Falta de profissionalismo é pouco para descrever essa palhaçada. Esse cara não merece treinar times de ponta, muito menos a seleção brasileira.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Mais uma obra de encher os ouvidos, David Gilmour...



O Pink Floyd não existe mais e nunca mais vai existir, mas David Gilmour, o guitarrista da banda, não vai jamais nos deixar esquecer do legado da banda de rock progressivo que simboliza o estilo. "Live in Gdánsk" foi gravado em 2006 na cidade polonesa de mesmo nome, em concerto que comemorava os 25 anos de criação do sindicato Solidariedade, liderado por Lech Walesa e ajudou a minar o comunismo no Leste Europeu.

O CD/DVD traz o melhor de Gimour, sua guitarra limpa, econômica, precisa e maravilhosa, com temas do Floyd e de seu álbum mais recente, "On a Island". O CD/DVD ao vivo também é histórico por ser o último registro sonoro de Rock Wright, tecladista do Pink Floyd, que morreu neste ano, aos 65 anos, de câncer. Indispensável.


E por falar em mestres, Motorhead...



Álbum poderoso, "Motörizer" é mais do mesmo, com qualidade estupenda. O novo do Motorhead traz uma produção mais limpa, com guitarras mais à frente e mais solos de Phil Campbell, um guitarrista discreto mas subestimado. Não há nenhuma música memorável, mas o conjunto é poderoso. As músicas são mais pesadas que as de "Kiss of Death", o álbum anterior, e tem um toque de modernidade que vai agradar aos metaleiros mais jovens. Compre já!!!!!!!



A volta dos mestres do AC/DC, em grande estilo



Não poderia ser melhor a volta ao mercado AC/DC, a maior e melhor banda de rock australiana de todos os tempos e uma das melhores de todos os tempos. E voltou quebrando recordes, em tempos de downloads gratuitos e quebradeira de gravadoras. O álbum "Black Ice" já vendeu quase 2 milhões de cópias pelo mundo, a imensa maioria em CDs físicos.

E o material é de ótima qualidade, com as canções "Rock'n'Roll Train" e "War Machine" valendo o CD. Compre já!!!!!!


Pensar conservadoramente


Merece uma reflexão a interessante análise que o jornalista Daniel Lima, diretor da revista Livre Mercado e um dos principais do ABC, fez sobre o comportamento da classe média nas eleições municipais de outubro último. A íntegra dos textos pode ser encontrada em http://www.blogdaniellima.com.br.

Em larga escala, a classe média de Santo André pensa conservadoramente. Pensar conservadoramente é detestar desembolso para pagamento de impostos municipais da moradia urbana e esquecer que a moradia litorânea ou de campo é muito mais onerosa. Pensar conservadoramente é considerar o IPTU reajustado um acinte contra o bolso do contribuinte e aceitar bovinamente o IPVA extorsivo. Pensar conservadoramente é imaginar todo empresário ponte de enriquecimento da sociedade. Pensar conservadoramente é fechar-se em copas, restringindo relacionamentos aos bem-nascidos, em torno dos quais erguem-se barricadas preconceituosas.

Em larga escala, a classe média de São Bernardo pensa menos conservadoramente. Pensar menos conservadoramente é não acreditar piamente que esquerdistas comem criancinhas, que trabalhadores engajados sejam perniciosos ao capitalismo, é desconfiar de correlação imediata entre empresário e solidariedade.

Estava demorando...


A eleição de Barack Obama para a presidência dso Estados Unidos abre uma nova era na história do Ocidente, para o bem e para o mal. Acredito que a mudança será benéfica e há uma pequena esperança de que tenhamos mais responsabilidade na Casa Branca. Entretanto, a eleição de um negro não ficaria impune... veja abaixo:

DIÓGENES MUNIZ
editor de Informática da Folha Online

O pastor protestante e diretor da Ku Klux Klan, Thomas Robb, declarou após a vitória democrata na corrida à Casa Branca que o presidente eleito dos EUA é "só metade negro". A KKK é a associação racista mais famosa do planeta, identificada historicamente por seus capuzes brancos, cruzes incandescentes e crimes raciais.

Em um texto publicado no site do grupo supremacista branco, Robb afirma que "Barack Obama se tornou o primeiro presidente mulato dos Estados Unidos", e não negro, já que "ele não foi criado em um ambiente negro". "Ele foi criado por sua mãe [branca]", argumenta, na nota intitulada "América, nossa nação está sob julgamento de Deus!".

Robb interpreta que, com a eleição de Obama, o "povo branco" dos EUA vai perceber que é hora de se unir contra aqueles que odeiam seu modo de vida --estrangeiros e negros, de acordo com a KKK. "Essa eleição de Obama nos chocou? Nem um pouco! Nós vinhamos avisando ao nosso povo que, ao menos que os brancos se juntassem, seria exatamente isso que aconteceria", incitou.

Para ele, a votação do última terça-feira (4) não foi uma disputa entre liberais e conservadores, mas "uma guerra racial e cultural, travada contra o povo branco".

Embora já tenha passado por várias "refundações", a KKK foi criada originalmente na segunda metade do século 19, após a Guerra Civil Americana (1861-1865), que pôs fim à escravidão no país. A facção foi erguida com fins de, entre outros, impedir a integração social dos negros recém-libertos.

Durante a campanha eleitoral deste ano, a polícia de Michigan chegou a abrir investigação para apurar a autoria de pichações em um outdoor da campanha de Obama. As ofensas, com suásticas e símbolos da KKK, foram feitas no mês passado.

The Kinks anuncia retorno da formação original



A banda britânica The Kinks se prepara para voltar à ativa, segundo declaração do próprio vocalista, Ray Davies, em entrevista à "BBC". Ele também afirmou que um novo álbum já está em produção.

Depois de 12 anos separados, The Kinks marcam reunião e já produzem novo álbum
"Começamos a fazer um pouco disso, um pouco daquilo. Vai depender da qualidade final. Queremos fazer boas músicas novas", afirmou Davies. A banda está longe dos palcos há doze anos.



Diferentemente de algumas bandas que anunciam retorno depois de um longo período, os Kinks preservam os quatro membros originais - os guitarristas e vocalistas Ray e Dave Davies, que são irmãos, o baterista Mick Avory e o baixista Pete Quaiffe. A reunião da banda dependia da evolução do estado de saúde de Davies, que sofreu um derrame em 2004.

A banda, formada em 1963, lançou seu primeiro álbum --homônimo-- em outubro de 1964. Ao lado de Beatles, Rolling Stones, The Who e The Zombies, ela fez parte da primeira "invasão britânica" às rádios norte-americanas, ocorrida em meados da década de 60.

Mas a maturidade musical do quarteto só chegou em 1966, com o lançamento de "Face to Face". Em 1967, o grupo lança outro clássico: "Something Else by the Kinks". É deste álbum o single "Waterloo Sunset", considerada a 42ª melhor música de todos os tempos segundo uma lista com 500 músicas elaborada pela revista americana "Rolling Stone".

A maior vitória e a pior derrota do PT



A periferia decidiu as eleições no segundo do turno das cidades do ABCD. Enquanto alguns candidatos esperaram que as pesquisas lhes dessem a vitória por inércia, outros trabalharam incansavelmente e obtiveram o prêmio maior. Mais do que em outra eleição na Grande São Paulo, a periferia mostrou em São Bernardo, Santo André e Mauá que decide e tem poder.

Luiz Marinho, a maior vitória do PT, andou mais do que ninguém por São Bernardo. Percorreu todos os bairros pelo menos três vezes e mostrou que tinha projeto de governo. Fez a lição de casa e se mostrou muito bem informado sobre os principais problemas de cada uma das regiões. Méritos de uma equipe de campanha muito bem entrosada e bastante próxima dos líderes comunitários.

Orlando Morando, do PSDB, apostou pesado nas áreas de classe média e acreditou que o fato de ser um empresário conhecido nas áreas mais distantes, onde possui uma rede de supermercados, poderia ser suficiente para lhe render os votos que o distanciavam de Marinho. Perdeu terreno na periferia não porque não a visitou, mas porque não a visitou o suficiente.

O PT e sua coligação soube explorar de forma magistral as contradições do programa de governo tucano, e atacou cirurgicamente as falhas da atual administração, que apoiava Morando. As divisões internas do grupo governista, que perdeu o ex-prefeito Maurício Soares e Alex Manente, se encarregaram de alargar a já enorme distâncias nas pesquisas.

De forma simplista, pode-se dizer que Marinho venceu pela competência de sua campanha em fazer política, em agregar apoios e em escancarar os problemas administrativos da gestão William Dib (PSDB).

Ao adversário restou insistir nas velhas denúncias contra o PT – mensalão, dólares na cueca e outras coisas –, fazer terrorismo a respeito da suposta revogação de benefícios tributários para a classe média caso o PT ganhasse e promessas desesperadas e irresponsáveis, como a redução do preço da passagem de ônibus para R$ 2. Vitória do PT e grande vitória – por que não? – do presidente Lula.
Em Mauá, nenhuma surpresa. Após a caótica administração Diniz Lopes-Leonel Damo, pouco sobrou da prefeitura que pudesse ser aproveitada de forma positiva em qualquer campanha.

Não bastasse isso, o PT colocou o peso pesado Oswaldo Dias, duas vezes prefeito, para soterrar qualquer pretensão dos chamados grupos políticos tradicionais da cidade. A periferia mais uma vez decidiu, embora a realização do segundo turno tenha, de certa forma, surpreendido. A vitória petista era mais do que esperada.

Já em Santo André, a maior derrota petista no país, exatamente na cidade-modelo de gestão experimental bem-sucedida e berço de um dos maiores administradores públicos do Brasil nos últimos anos (Celso Daniel).

Para muitos, surpreendente. Para outros, temerosos com o rumo da campanha de Vanderlei Siraque, não tão surpreendente.

Em que pese a guerra de guerrilha que se transformou a disputa andreense, com lances de bastidores de arrepiar, o fato é que o PT de Siraque perdeu a eleição dentro de casa. A militância, o grande trunfo do PT, desapareceu. Mais do que isso, se recusou a votar em certo sentido.

Siraque encolheu em termos de votos na comparação entre os dois turnos. A altíssima abstenção (16%), mais os votos brancos e nulos, jogaram contra o PT, que desta vez não contou com a militância – exatamente como em 1992, quando os grupos internos se digladiaram e implodiram a candidatura de José Cicote, derrotado por Newton Brandão.

Desta vez, o racha interno foi pior, pois envolveu o não cumprimento de acordos políticos, afastamento de colaboradores históricos e até mesmo a suspeita de sabotagem interna. Sem capacidade de mobilização e de agregação, é de se espantar, na verdade, que Siraque quase tenha ganho no primeiro turno, também com altíssima abstenção.

O fato é que Aidan Ravin (PTB) ganhou a eleição facilmente. A prefeitura caiu-lhe no colo, já que o adversário ajudou, e muito. A periferia aqui também decidiu, mas rejeitando o pleito e sumindo das zonas eleitorais. Rejeitou os candidatos, e decidiu não ir votar. Azar de quem mais dependia dela.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Gloriosa Folha de S. Paulo ABCD


Um pouco de história... a foto abaixo é da redação da Folha ACBD, suplemento da Folha de S. Paulo que circulou na região do ABC entre 1990 e 1995. A foto é do final de 1994. O autor deste blog é o último à direita, de barba.

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Título merecido e festa


Depois de 12 anos, o Palmeiras venceu novamente o Campeonato Paulista em 2008, após duas vitórias contra a Ponte Preta. Como manda a tradição na redação do Jornal Tarde, todo time que ganha um título merece uma foto de todos os torcedores que ali trabalham. Aí está a galera palmeirense da redação.

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Um pouco de blues


O autor do blog insiste em perturbar o sossego dos amigos que tentam tocar alguma coisa. Aqui, em meados de outubro, durante uma megafesta de aniversariantes da redação do Jornal da Tarde, no Johnny's Bar, o autor do blog (à direita) tenta fazer um solo de gaita durante a execução de "Black Night", do Deep Purple. Abismado, o vocalista e guitarrista Júlio Maria (esquerda) tenta disfarçar o constrangimento...

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"Polícia", dos Titãs, em versão death metal



Em meados de setembro, o autor deste blog deixou o constrangimento de lado e resolveu fazer uma versão death metal da música "Polícia", dso Titãs, em um karaokê montado especialmente para uma festa no Johnny's Bar, ao lado do prédio do jornal Estado de S. Paulo. Se não houve constrangimento na hora de cantar, o resultado foi totalmente constrangedor, mas valeu pela farra.

Correção tem de vir de cima


Os bancos voltaram a ser os vilões da sociedade, algo que não se via há uns bons sete ou oito anos. Talvez nunca deixem sê-los, mas neste período o ódio ao símbolo máximo do capitalismo foi amainado por um surto de crescimento que começou após o vexaminoso apagão energético de 2001 e foi potencializado a partir de 2003 no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

É certo que a conjuntura internacional favoreceu, e muito, a melhora econômica de nosso país, e que a política econômico-financeira responsável do governo Lula tratou de manter nos trilhos uma nação castigada por mais de 20 anos de estagnação e crises.

No entanto, na mais recente quebradeira mundial, os bancos voltaram a ficar em evidência. E não está adiantando nada o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alardearem que o nosso sistema bancário é sólido e que não há risco de quebra ou de falta de crédito. Os bancos voltaram ser vilões, mais uma vez.

Esse pensamento é extremamente perigoso, pois traz de volta o perigo da ideologização das discussões econômicas em um momento delicado, que requer sangue frio, calma, cautela e muito rigor técnico.

O bordão “Bancos, deixem o país crescer”, é bonito e sonoro enquanto peça de marketing de uma época que já passou há muito tempo. É um bordão que soa datado em tempos de sindicatos e centrais sindicais buscando alternativas de financiamentos, novos discursos para atrair mais associados e principalmente novas idéias para ajudar a manter o ritmo crescente do nível de emprego.

Culpar os bancos pela falta de dinheiro no mercado é algo que pode ser injusto dependendo do ponto de vista.

A crise é global e a falta de crédito é generalizada.
Se o governo permite que haja mais dinheiro com os bancos – seja por conta da redução do compulsório que é necessário apresentar ao Banco Central ou por conta de qualquer outra medida de desoneração dos custos do dinheiro –, é claro que os bancos vão se preocupar em capitalizar suas operações antes de que o dinheiro chegue às empresas e aos consumidores.

Afinal, quando não há segurança institucional no mercado, o perigo do “efeito manada” – uma corrida de correntistas as bancos para retirar dinheiro, por exemplo – pode jogar no lixo qualquer tentativa de conter a crise. Afinal, nunca é bom esquecer, estamos lidando com bancos, instituições especialistas em sobrevivência e em ganhar dinheiro. E é bom que se diga, os bancos nada fizeram de ilegal até o momento.

A questão é mais complexa. Se o governo acertou ao permitir mais crédito à sociedade, por meio das ações do Banco Central, ainda peca pela falta de exigências para a sua concessão. As regras ainda estão frouxas, afinal, não bastam apenas discursos indignados do presidente da República sobre o dinheiro empacado nos guichês bancários.

A pressão tem de ser feita é nas ante-salas do Palácio do Planalto e nos corredores do Banco Central. Lula ameaçou rever a as medidas que foram tomadas para que houvesse mais crédito.

Em outras palavras, ameaçou retomar o dinheiro que deixou de ser recolhido ao Banco Central. Não surtiu efeito. Os bancos precisam ser efetivamente cobrados e fiscalizados, e não é o que está acontecendo.

Enquanto todo mundo fica embasbacado com a fusão entre o Itaú e o Unibanco, criando a maior instituição bancária do Hemisfério Sul, o crédito continua represado. Chutar porta de agência bancária não adianta nada.

A sociedade precisa cobrar uma ação mais efetiva dos deputados federais e dos senadores para que o dinheiro saia da toca. Infelizmente, os bancos não estão cometendo nenhuma ilegalidade na letra da lei, por isso eles precisam ser pressionados de forma mais incisiva pelo poder público.