sexta-feira, novembro 09, 2001

Novo lançamento do Violeta de Outono




Boa notícia também para o rock progressivo brasileiro. Chega às lojas brasileiras o CD "The Early Years", o mais recente lançamento da banda paulistana Violeta de Outono, uma das mais importantes do Brasil. Liderada pelo guitarrista e vocalista Fábio Golfetti, a banda esteve fora de circulação entre 1989 e 1995 devido ao que os músicos do trio chamaram de "incompreensão" do mercado. Traduzindo: estavam pagando para gravar e lançar seus álbuns e não estavam tendo retorno.
"The Early Years" foi gravado em 1988 mas nunca foi lançado. É o registro definitivo das influências que marcaram o desenvolvimento da banda, incluindo quatro covers clássicos do psicodelismo além de uma faixa gravada ao vivo. As músicas são Citadel (Rolling Stones), Interstellar Overdrive (Pink Floyd), Blues For Findlay (Gong), Within You Without You (Beatles) e um medley com Echoes (Pink Floyd) e No Quarter (Led Zeppelin). O trabalho mostra o trio no auge da forma, mostrando que, tecnicamente, era o "Rush" brasileiro.
Yes e Transatlantic mantêm o progressivo em alta




Reforçando ainda mais a tese de que o rock progressivo volta a ganhar espaço dentro do cenário musical, dois lançamentos recentes merecem a atenção de quem prima pelo bom gosto. O primeiro lançamento é um dos mais importantes dentro do rock progressivo dos últimos anos: "Magnification", do Yes, que já está nas lojas do Japão e chega à Europa e Estados Unidos em dezembro.
Esse CD é histórico por um motivo muito simples: pela primeira vez em seus 33 anos de história a banda grava um álbum sem tecladista. Os teclados foram simplesmente substituídos por uma orquestra inglesa completa. O resultado é magnífico, já que havia pelo menos 15 anos (desde o fraco "Big Generator", de 1986), que a banda não compunha músicas de qualidade. Os dinossauros ingleses ressurgem em novo formato e com formação diferente, um quarteto: Jon Anderson (vocais), Chris Squire (baixo e vocais), ambos fundadores do grupo, Alan White (bateria) e Steve Howe (guitarra).
De acordo com uma recente entrevista de Jon Anderson a uma revista inglesa na semana retrasada, o grupo vinha tendo problemas com tecladistas desde 1996, quando Rick Wakeman participou de uma turnê norte-americana e gravou na Inglaterra as músicas de estúdio incluídas nos dois volumes de "Keys to Ascension" (CDs duplos gravados ao vivo nos Estados Unidos mas que continham faixas inéditas gravadas pouco depois da turnê de 1996; foram lançados em 1997 e 1998).
Wakeman estava afastado da banda desde 1991, quando gravou o álbum "Union". Após a turnê de 1996, ele decidiu abandonar as longas turnês por absoluto cansaço e falta de estímulo para tal. De acordo com o mesmo Anderson, "Rick estava de saco cheio de ficar viajanado pelo mundo. O negócio dele agora é fazer shows de vez em quando e compor trilhas para cinema".
Para gravar os teclados de "Open Your Eyes", de 1997, tinha o produtor e guitarrista Billy Sherwood fazendo os teclados. Para a turnê de divulgação do CD, que passou pelo Brasil, Sherwood atuou apenas como segundo guitarrista, deixando os teclados para o pouco carismático russo Igor Khoroshev. Efetivado como músico permanente, atuou no fraco "The Ladder", de 1999, mas já não constava da formação oficial no final de 2000.
De qualquer forma, pela primeira vez a banda grava em quarteto e sem teclados Merece ser conferido sem preconceitos.
Outra pérola progressiva é "Bridge Across the River", terceiro trabalho do Transatlantic. A banda é na verdade é um projeto envolvendo gente da pesada do rock progressivo: Neal Morse (vocais, guitarra e teclados, da banda norte-america Spock's Beard), Pete Trewavas (baixista do Marillion), Mike Portnoy (baterista do Dream Theater) e Roine Stolt (guitarrista do Flower Kings).
Recriando o melhor espírito de bandas como Emerson, Lake and Palmer, Yes e King Crimson, as composições do Transatlantic são complexas e quilométricas, mas prevalecem o bom gosto e a qualidade técnica fantástica dos integrantes. O CD foi lançado em duas versões, uma simples e outra em versão dupla, com um CD bônus trazendo ensaios, demos e covers para músicas do Pink Floyd e dos Beatles.

quarta-feira, novembro 07, 2001

Lançamento imperdível do Iced Earth


A gravadora Century Media da Alemanha está preparando um lançamento especial para os fãs do ICED EARTH. Trata-se de um box-set chamado "Dark Genesis", que vai conter 5 CDs; entre eles os 3 primeiros álbuns da banda (Iced Earth, Night Of The Stormrider e Burnt Offerings), remixados e remasterizados, a demo "Enter The Realm" (gravação que levou a banda a assinar o contrato com a Century Media) e um CD batizado de "Tribute To The Gods", contendo covers para bandas que influenciaram os integrantes do Iced Earth. A caixa, que contém ainda um livreto com 32 páginas, estará à venda a partir de dezembro. O CD "Tribute To The Gods" começará a ser vendido separadamente no primeiro semestre de 2002.
Confira o track list dos dois CDs inéditos da caixa:
Enter The Realm: Enter The Realm/ Colors/ Nightmares/ Curse The Sky/ Solitude e Iced Earth.
Tribute To The Gods: Creatures Of The Night (KISS)/ Number Of The Beast (Iron Maiden)/ Highway To Hell (AC/DC)/ Burnin' For You (Blue Oyster Cult), God Of Thunder (KISS)/ Screaming For Vengeance (Judas Priest)/ Dead Babies (Alice Cooper)/ Cities On Flame (Blue Öyster Cult), Long Way To The Top (AC/DC)/ Black Sabbath (Black Sabbath) e Hallowed Be Thy Name (Iron Maiden).
George Harrison volta ao hospital

O ex-Beatle George Harrison foi internado em estado grave na clínica universitária de Staten Island, em Nova York. Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, informações fornecidas pelo hospital atestam que o tratamento ao qual Harrison está sendo submetido faz parte de um último esforço para mantê-lo vivo. O músico, de 58 anos, convive há três com câncer na laringe, nos pulmões e no cérebro.
Segundo o jornal londrino, Harrison teria sido registrado na clínica com o nome de George Arrias (sobrenome de solteiro de sua mulher, Olivia), e está sendo submetido a uma forte bateria de radioterapia, coordenada pelo diretor de radioterapia oncológica do hospital, Gil Lederman. Esse tratamento, como apontou o Telegraph, só é sugerido aos pacientes em estágio avançado.

terça-feira, novembro 06, 2001

Bizarras campanhas contra Congonhas


Outra coisa bizarra são os inúmeros pedidos de mudança do tráfego aéreo de Congonhas e até mesmo o fechamento do aeroporto. Até a Câmara Municipal entrou na história, instigada por associações de moradores dos bairros de Campo Belo, Moema, Jabaquara e outros. O aeroporto é parte importante do motor da economia de São Paulo e do Brasil. Ele é indispensável para o bom funcionamento econômico e cotidiano da cidade. Essa gente que reclama do barulho, entre outras coisas, chegou aos bairros dos arredores depois da construção do aeroporto. Portanto, não tem direito de reclamar. Estão com problemas? Com medo? Mudem-se.
Julgamento bizarro


O caso do assassinato do índio Pataxó Galdino dos Santos é bizarro por si só. Filhinhos de papai atearam fogo ao índio como se queima lixo e ainda choram no julgamento, dizendo que não tinham intenção de matar. Qualquer pena menor do que 20 anos é um acinte à sociedade. Esses vagabundos merecem ser condenados por homicídio triplamente qualificado.
A dispensável vinda de Cat Power


Cat Power é um dos nomes mais incensados do cenário musical independente universitário norte-americano. Chan Marshall é o seu verdadeiro nome e aposta numa vertente à la Joan Baez: seus shows são semi-acusticos, apenas voz e, guitarra e violão. Nada de novo, nem tão pouco surpreendente, apesar de ter toda a sua discografia editada redentemente no Brasil pela Trama. Nada contra a onda retrô, mesmo que o formato e os temas abordados pela menina - ela tem 25 anos e aposta no bichogrilismo hippie e nas lamúrias feministas - estejam pelo menos 30 anos atrasados. O problema da garota é que a música dela é ruim. Melhor ouvir as divas Baez, Patti Smith e Carole King, que são bem melhores.

segunda-feira, novembro 05, 2001

Deep Purple reaparece com outro CD ao vivo



O bom e velho Deep Purple está colocando no mercado mais uma pérola, apesar do excesso de lançamentos dos
últimos anos. E mais uma vez é um álbum duplo. "Live a the Amsterdam Ahoy, October 2000" é a gravação de uma apresentação baseada no álbum "Concert for Group and Orchestra", de 1969, e que foi regravado em 1999 no Royal Albert Hall de Londres, gerando um CD duplo com convidados.
O novo CD, gravado na Holanda, apresenta poucas diferenças do CD gravado em Londres. A primeira parte é a execução da peça orquestral composta pelo tecladista Jon Lord. A segunda parte mostra músicas da carreira solo de cada um dos integrantes e a participação de convidados como Ronnie James Dio e Miller Anderson. As diferenças ficam por conta da execução de músicas do Deep Purple como "Black Night", "Fools" e "Highway Star", que não estavam presentes no CD anterior.
De acordo com Lord, a decisão de gravar o show de Amsterdam deveu-se à opinião geral da banda de que aquela foi a melhor de toda a turnê 2000/2001 (que passou pelo Brasil em setembro do ano passado, com participação da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo).
O lançamento do novo CD, porém, vem cercado de polêmica quanto à permanência do tecladista na banda. Jon Lord, fundador da banda ao lado do baterista Ian Paice, decidiu realizar uma cirurgia no joelho esquerdo durante a turnê européia marcada para este segundo semestre.
De acordo com fontes ligadas à produção do Deep Purple, Paice, o baixista Roger Glover e o vocalista Ian Gillan não gostaram do fato, pois acreditavam que Lord devia ter marcado a cirurgia antes do início da turnê. Caso isso tivesse acontecido, é possível até que os novos shows nem fossem marcados. Eles até desconfiam que o tecladista resolveu marcar a cirurgia para o meio de turnê de forma deliberada.
Com isso, Don Airey, amigo de longa data e que já tocou com muitas bandas importantes do rock, como o Rainbow e na banda de Ozzy Osbourne, foi chamado às pressaas para cobrir a ausência "forçada" de Lord e entre os roadies (equipe de apoio) já é dada como certa a efetivação do músico-tampão no lugar do veterano e fundador do Deep Purple.

Show fantástico das Vozes do Rock Clássico



Teve muita nostalgia e muita coisa brega, mas o show Voices of Classic Rock, nos dias 3 e 4 de novembro, valeu e muito a pena para quem se dispôs a deixar o feriadão de lado. Músicas que marcaram época e perfomances excelentes de músicos veteranos mostraram que a qualidade independe da idade. Pena mesmo o pouco público para prestigiar gente de talento como Glenn Hughes, Joe Lynn Turner, Jimi Jamison )ex-Survivor) e outras feras.
Apesar dos esforços dos demais músicos, o show foi dominado por Hughes e Turner, com suas interpretações de clássicos do Deep Purple, onde ambos já tocaram. Destaques para "Hush", "Highway Star" (um dueto de arrepiar entre os dois), "Smoke on the Water", "Burn" e a grande supresa da noite, uma versão fantástica de "Mistreated" na voz privilegiada de Hughes. Turner ainda nos brindou com uma interpretação bastante interessante de "Stone Cold", do Rainbow. Veja mais sobre o Voices of Classic Rock aqui.

Mais de Stevie Ray Vaughan


O baú de despojos de Stevie Ray Vaughan, o maravilhosos bluesman texano morto em 1990, não tem fundo. Neste mês chega ao mercado "Live At Montreaux 1982 & 1985", CD duplo que traz duas apresentações do guitarrista no famoso festival suíço. Ese lançamento é simplesmente fantástico, pois registra perfomances de Vaughan no começo do auge de sua carreira. Resta saber até quando vão brotar do baú coisas de qualidade. Eis o tracklist completo: CD 1: Hide Away/ Rude Mood/ Pride And Joy/ Texas Flood/ Love Struck Baby/ Dirty Pool/ Give Me Back My Wig e Collins' Shuffle. CD 2: Scuttle Buttin/ Say What! / Ain't Gone N' Give Up On Love / Pride And Joy / Mary Had A Little Lamb / These Blues Is Killing Me/ Tin Pan Alley (conhecida como Roughest Place In Town) / Voodoo Chile (Slight Return)/ Texas Flood / Life Without You/ Gone Home e Couldn't Stand The Weather.

Dead Kennedys no Brasil


O ícone punk Dead Kennedys toca no Brasil entre 2 e 4 de dezembro. Na verdade é uma grande picaretagem, já que o líder Jello Biafra não faz mais parte da banda. Ou seja, a banda não existe, pois Biafra era praticamente toda a banda. Criado na Califórnia em 1978, a banda acabou em 1986 após quatro álbuns fantásticos e hinos como "California Uber Alles" e "Holiday in Cambodja".
Artista multmídia, Biafra é cantor, poeta, escritor, político e dono da gravadora Alternative Tentacles, sua ocupação principal.Todos os direitos do Dead Kennedys e seus discos eram da Alternative Tentacles e os antigos membros da banda descobriram em 1997 que Biafra não estava pagando-lhes os direitos autorais. Entraram na Justiça e ganharam não só a indenização da gravadora como dos direitos sobre a banda. O resultado é que resolveram reconstruir o Dead Kennedys ao final de 1999 sem Biafra. Ou seja, sem Biafra não existe Dead Kennedys.