quarta-feira, janeiro 04, 2006

Imprensa musical ainda peca demais




A imprensa musical brasileira melhorou em termos de opções, ma ainda patina na qulidade das publicações. Nos grandes jornais são realmente muito poucos os que entendem do que escrevem. É gente nova que substitui bons profissionais como Mauro Dias, Jotabê Medeiros, Lúcio Ribeiro, Arthur Dapieve e outros, mas sem o menor preparo. E pior, a nova geração é arrogante, pedante e preconceituosa.

As revistas especializadas ainda conseguem manter um nível razoável, mesmo que com textos sofríveis.

As de interesse musical geral são as que mais sofrem com a falta de qualidade. Vamos a elas:

  • Rock Brigade, Roadie Crew e Valhalla
  • - São revistas clones uma das outras, com a mesma estrutura editorial e as mesmas falhas gritantes. Não investem em reportagens porque não sabem fazer isso, apostam apenas em entrevistas e mais entrevistas, no formato pergunta e resposta. Os textos variam do péssimo ao simplório, sem criatividade nem recursos estilísticos. Ainda compensam serem lidas porque seus jornalistas sabem sobre o que escrevem. Só falta aprenderem a escrever decentemente.

  • Bizz
  • - A ressuscitada Bizz ressurge com os mesmos vícvios defeitos da anterior. Tem o melhor texto das revistas brasileiras de música, mas tem uma linha editorial esquizofrênica, não tem direção e ainda peca pela arrogância, pela mania de seus autores de a todo mundo terem de falar que manjam realmente do que estão falando. Muitos jornalistas que ali escrevem pensam que são mais importantes do que os entrevistados ou que o objeto da matéria, a notícia em si.

  • MTV
  • - Revista escrita por analfabetos para filinhos de papai analfabetos que ficam o dia inteiro vendo a porcaria da MTV. Sem direcionamento editorial, atira para todos os lados, reforçando a imbecilidade de uma juventude que não lê, não estuda, não pensa, só compra. O texto é indigente e o projeto gráfico é caótico.

  • Rock Press
  • - A carioca Rock Press talvez seja a revista mais coerente do nosso mercado. Tem bom texto, assume que editorializa os textos - opina no meio das matérias - e tenta ser o mais plural possível dentro do espectro musical. Mas ainda apresenta um ranço de arrogância e uma mania irritante de querer se diferenciar do resto buscando o novo, mesmo que o novo seja um lixo (o que frequentemente acontece).

  • Metalhead
  • - De longe a pior de todas, com texto ruim, diagramação péssima, erros de informação...

  • Laboratório Pop e Dynamite
  • - A primeira é carioca e a segunda é paulista. Os textos são bens razoáveis, acima da média, mas abusam do alternativismo, ou seja, querem ser muito alternativas e acabam caindo na armadilha de escrever somente para guetos. Estão resvalando para a irrelevância.

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