segunda-feira, novembro 15, 2004

O dilema da democracia



O artigo de Tales Alvarenga na última edição de Veja é bastante oportuno. Ele conclui o seu raciocínio, para resumir, que ele defende o direito de quem quer que seja de acreditar em Deus, de ser religioso ao extremo - Alvarenga alertava para o que chamava de preconceito contra os fundamentalistas cristãos que foram agraciados com promessas absurdas por George W. Bush na eleição americana; o jornalista acha que o ódio das elites democratas e da intelectualidade ianque a Bush explodem em preconceito.

Também defendo intransigentemente o direito à liberdade de expressão, de culto, de credo, de time de futebol, de partido político, de escola de samba, de banda de rock, de opção por outros sexos.

Só que o grande problema é que a recíproca não é verdadeira. Os fundamentalistas de todos os matizes - islâmicos, cristãos, judeus, são todos da mesma laia nojenta - não admitem o contrário, o oposto, a oposição, a divergência. Só o que vale é a opinião deles, mesmo (e sempre são) que sejam minoria.

Por conta disso, a democracia mostra-se bastante frágil e vulnerável. É por meio da democracia que grupos fundamentalistas e radicais no mundo inteiro conseguem, sempre com expedientes espúrios, atingir o poder. Essa corja nojenta usa a democracia para acabar com a própria democracia - o que já apcnteceu várias vezes na Argélia e pode ocorrer no Iraque. O que fazer? Como resolver "democraticamente" esse dilema?


Nenhum comentário:

Postar um comentário