quinta-feira, junho 10, 2010

Mais do mesmo. Ainda bem



Taxa de juros básica da economia mais alta. Mais do que esperada, necessária. Mas até que ponto? O percentual foi elevado para 10,25% ao ano, o maior desde abril do ano passado. O crédito fica mais caro, as dívidas ficam mais caras, o volume de financiamentos vai cair. Quem ganha com isso?

Todo mundo no longo prazo, apesar de ser uma medida paliativa. O fato é que as críticas ao Banco Central são as mesmas de sempre, dos mesmos personagens de sempre.

A diferença agora é que não houve o fogo amigo do Palácio do Planalto, já que o presidente Lula declarou em alto e bom som que fará de tudo para frear a inflação, que já está ultrapassa 3% em 2010.

E eis que chegamos ao grande nó da economia brasileira. Inflação alta é sinônimo de perdas globais e gerais. Todo mundo perde, uns mais, outros menos.

A estabilidade conseguida a duras penas nos anos 90 e consolidada pelo governo Lula é um bem maior que precisa ser preservado a todo custo. Por isso, palmas para o Banco Central e para o Copom.

Os alvos dos ataques à alta taxa de juros, na maioria das vezes, são equivocados. A decisão é estritamente técnica. Quando a inflação sobe, os juros sobem. Simples assim. O consumo tem de ser freado para que nçao haja alta de preços por demanda superaquecida.

O crescimento do país, em alta, que causou euforia em todo mundo, será afetado? Certamente que sim. E tem de ser assim mesmo, já que o país não aguenta um crescimento ao ritmo chinês.

O difícil é ver e ouvir uma série de críticas equivocadas e estapafúrdias à decisão do Banco Central sendo que nenhum desses críticos nem sequer menciona os grandes vilões dos juros altos: o eterno desequilíbrio das contas públicas, a falta de uma política fiscal decente e a falta de controle sobre a dívida interna.

Ou seja, os juros altos e a eterna briga contra a inflação têm origem no coração da administração pública brasileira, que é incapaz de conter gastos e de espantar a politicagem abjeta das decisões administrativas do país.

Esse cenário infernal fica ainda pior quando se tem políticos irresponsáveis querendo criar despesas e mais despesas com a chancela do Congresso sem que haja dinheiro para isso. E a politicagem domina esse ambiente e contamina o Poder Executivo, que também age politicamente.

Convenientemente, entidades empresariais e sindicais ignoram o bom senso e voltam suas contra quem defende as moeda e zela pelo bom andamento da política econômica.

Evitam atacar os verdadeiros responsáveis pelos juros altos e pela constante ameaça de alta da inflação. Fazem isso ou por oportunismo, conveniência política ou por pura ignorância. E tudo continua como sempre foi.

E ainda tem gente que defende a criação de mais impostos para financiar a gastança de governos, ampliando a carga tributária horrenda e insuportável e aumentando o buraco das finanças públicas. Santo Banco Central…

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