domingo, outubro 04, 2009

Trapalhada hondurenha humilha o Brasil


De forma involuntária, e sem que o governo Lula tivesse o controle da situação, o ex-presidente de Honduras Manoel Zelaya ajudou a colocar mais terra na sepultura da equivocada política externa terceiromundista brasileira.

E não se trata apenas de uma simples discussão de arquibancada, de quem é conmtra ou a favor. É tãosomente a constatação de que a política externa brasileira é nula, pífia, insignificante, que é incapaz de se precaver das ações de um lunático como Zelaya.

E que tem a capacidade suprema de se tornar refém de pseudo-ditadores de republiquetas de banana, como Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) - sem falar nas inúmeras concessões à Argentina do casal populista Kirchner sem ao menos dicutir o mérito das questões.

Por tudo isso, fica cada vez mais patética as tentativas frutradas (ignoradas pelo mundo) de tornar o Brasil um “líder político” mundial, como reivindicar uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU.

As bobagens e trapalhadas em relação aos problemas dos vizinhos só reforçam a tese de que a política externa do Brasil está esquivocada ao privilegiar nações terceiromundistas insignificantes.

Se quer mesmo ter algum tipo de influência e liderança, o Brasil precisa se voltar para o mundo desenvolvido, incrementar cada vez mais sua economia, que é forte, e mostrar que tem como peitar as nações ricas em discussões relevantes, como as questões de subsídios agrícolas no mundo e a questão ambiental.

Entretanto, o fato de Zelaya ser lunático e de ter exposto a política externa brasileira mais uma vez ao rid[iculo, uma coisa precisa ser ficar muito clara: sua deposição do governo hondurenho foi abjeta, absurda e inaceitável.

Provocado pelor Antonio Sena, essa questão é fundamental para qualquer debate a respeito da democracia no continente. A democracia é a melhor das formas de governo, entre outras coisas, porque permite contradições.

Permite que projetos políticos consigam, por meio do voto, chegar ao poder e acabar com a própria democracia.

O caso de Honduras é complexo e remete ao que ocorreu na Venezuela, na Bolívia, que pode ocorrer no Equador e também na Colômbia: caudilhos tentam se eternizar no poder.

Em Honduras a situação é indecente porque houve golpe de Estado e golpe contra a democracia. Por mais que o jeitão político de Zelaya seja desprezível, apoiar golpe de qualquer tipo é execrável. Democracia acima de tudo.

Por outro lado, é mais do que preocupante essa tendência de eternização no poder. O que ocorre na América Latina é a implantação de ditaduras plebiscitárias e personalistas usando a democracia como instrumento. Chávez, Morales e Correa se enquadram nessa tendência. Essa tendência precisa ser contida.

Por exemplo, o governo Chávez está levando a Venezuela ao buraco, mas assim mesmo, mesmo que ele tenha provocado algumas rupturas institucionais, apoiar um golpe contra ele é algo inaceitável.

Os próprios venezuelanos precisam entender os riscos sérios de destruição do país. Se for o caso, que Chávez seja apeado do poder pelo voto, e não por com a ajuda de interferências externas - o que não significa que as provocações dele e de seus fantoches da Bolívia e do Equador não tenham de ser respondidas à altura, coisa que infelizmente o Itamaraty se recusa a fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário