terça-feira, agosto 23, 2011

Quando o heavy metal encontra Frank Sinatra



Alguns dos maiores clássicos de Frank Sinatra cantados e tocados por alguns astros do heavy metal em ritmo alucinante e com peso absurdo. Tinha tudo para não dar certo um projeto como esse, ainda mais em uma época em que os tributos estão totalmente fora de moda.


Entretanto, um projeto que reúne gente como Glenn Hughes (ex-Deep Purple e Black Sabbath), Geoff Tate (Queensrÿche), Dee Snider (Twisted Sister) e Tim Owens (ex-Judas Priest) não tem como dar errado. Por isso é que “Sin-Atra – A Metal Tribute to Frank Sinatra” é bem interessante e divertido ao extremo, já que não se leva muito a sério.


O grande responsável é Bob Kulick, guitarrista norte-americano que já produziu diversos tributos desde os anos 90 – é irmão de Bruce Kulick, ex-guitarrista do Kiss. A fórmula é a mesma: reúne medalhões do rock para tocar músicas de um determinado artista ou gênero. Já acertou em cheio no passado, como também errou feio. Tinha tudo para errar em “Sin-Atra”, mas acertou.


A base é formada por Bob Kulick, Billy Sheehan (baixo, Mr. Big), Brett Chassen (bateria) e Doug Katsaros (teclados, orquestrações) - além da participação especial do guitarrista Ritchie Kotzen no solo de “That’s Life”.


Os destaques do álbum são Glenn Hughes em “I’ve Got You Under My Skin”, Geoff Tate em “Summerwind” e “Witchcraft”, com Tim Owens. O clima em todas as faixas é bem descontraído, ou até mesmo debochado, como “It Was A Very Good Year”, com Dee Snider, e “Fly Me To The Moon”, com Robin Zander (Cheap Trick).


Todas as versões ficaram muito pesadas e sofreram variados graus de desconstrução. A versão mais esquisita é a de “Strangers In The Night”, com Joey Belladona (ex-Anthrax), com um nítido descompasso entre o vocal e o andamento lento que a música pede – tudo isso por cima de camadas e camadas de guitarras pesadas. De tão diferente, chega a incomodar.

O único ponto negativo é a adição de naipes de metais em quase todas as músicas na tentativa de manter alguma fidelidade com as versões originais. Os arranjos ficaram esquisitos demais, totalmente fora de contexto e sem a menor ligação com as versões pesadas das músicas de Sinatra. Nada que obscureça o resultado final, mas certamente vai incomodar um pouco os roqueiros mais puristas. Já existe a versão nacional do álbum, custando R$ 30 na Galeria do rock e em algumas lojas virtuais.

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