quarta-feira, setembro 01, 2010

Uma biografia que poderia passar sem essa


O candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, é um homem honrado e de passado de invejar qualquer ser humano.

Foi um dos pilares do PT durante os anos 80. Ao lado de gente como Eduardo Suplicy, Cristóvão Buarque e muitos outros, representava a reserva moral do partido e, por que não, da política brasileira.

Mesmo defendendo hoje posições antiquadas e emboloradas, é impossível dissociar sua imagem à do grande orador e intelectual que é e que sempre representou o que de melhor o PT agregou desde a sua fundação.

Por tudo isso, não fico feliz de vê-lo hoje, aos 80 anos, no papel de animador de debates, já que não tem a menor chance de qualquer coisa na disputa.

Independentemente de concordar ou não com suas posições políticas, não é confortável vê-lo satirizando os protagonistas, fazendo blagues e até mesmo contando piadas.

Esse é o papel para gente que não se leva a sério, do nível de Levy Fidelix, de figuras folclóricas, como qualquer candidato do PCO ou do PSTU. Mesmo se fosse Heloísa Helena que estivesse no lugar de Sampaio, com certeza estaria deslocada e fora de sintonia. A biografia de Sampaio não precisa disso.

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Leio estarrecido no Painel do Leitor da Folha de S. Paulo desta sexta-feira que uma moradora de São Paulo, Aline Sasahara, ficou feliz da vida ao receber uma recenseadora do IBGE. Estava contente em participar do censo 2010.

Seu humor, no entanto, quando teve de responder à pergunta “quem era a pessoa responsável por aquele domicílio.” Segundo o IBGE, “é a pessoa reconhecida como tal pelos moradores”. Como Aline ainda não tem filhos, mora somente com o marido em casa.

Como dividem as despesas, a resposta foi óbvia: eu e meu marido somos os responsáveis. Só que o sistema operacional no qual o censo 2010 está baseado, ou seja, o programa de computador, não aceita tal resposta. O formulário só aceita uma pessoa como responsável. Qualquer resposta diferente disso impede o sistema de continuar a pesquisa.

Ter de suportar conceitos completamente fora da realidade em pleno século XXI é demais para qualquer ser pensante. Dizer que se trata de um detalhe irrelevante é jogar no lixo parte considerável dos resultados da pesquisa.

Aparentemente é um equívoco da pesquisa. Entretanto, é revelador de como pensam parte dos intelectuais que elaboraram os formulários e o próprio conceito do censo.

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