segunda-feira, agosto 30, 2010

Salvando a TV Cultura


Merece elogios a iniciativa de dois sindicatos de São Paulo, o dos Jornalistas e dos Radialistas e Profissionais de TV, de lançar a campanha “Salve a TV Cultura”. A nova administração da Fundação Padre Anchieta, que tem como presidente o economista João Sayad, promete dizimar a emissora.

Ele garante que não haverá demissões, mas, assim como todos os integrantes das administrações tucanas e demos, o economista não tem credibilidade.

A TV Cultura é vítima de sucateamento desde o primeiro governo Mário Covas, lá nos anos 90. A corte de verbas e de funcionários foi contínuo, destroçando a programação e qualidade de seu departamento de jornalismo.

Além da questão corporativa, já que os dois sindicatos prometem lutar e protestar contra eventuais – ou prováveis demissões –, as entidades querem que as características de TV pública da emissora sejam respeitadas.

Ao contrário da TV Brasil – criada de forma casuística pelo governo federal e cuja programação é secreta, porque ninguém a assiste (falta muita qualidade, em minha opinião – a Cultura apresentou quase sempre níveis notáveis de qualidade jornalística e de programas educativos e culturais.

Depois da TV Globo, é a emissora com maior número de prêmios internacionais, e sempre se destacou, em nível gerencial, por blindar sua programação (na medida do possível), das interferências políticas.

Isso era fato até o final do século passado, quando os tucanos acentuaram a política de sucateamento da emissora e as constantes mudanças nas diretorias e nos principais cargos do departamento de jornalismo.

Tenho profundas discordâncias com as diretorias dos dois sindicatos em relação ao conceito de TV pública – o modelo histórico da TV Cultura é bem mais adequado do que o chapa-branca da TV Brasil. Mas creio que a iniciativa é bastante louvável.

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