segunda-feira, junho 22, 2009

Quando o passado evidencia as tolices do presente


O mais comum que tenho ouvido ultimamente, tanto nos e-mails que recebo, como nas seções de cartas de jornais, são comparações inadvertidas e descabidas entre as manifestações de estudantes vândalos da USP e sindicalistas despreparados com os protestos dos anos 70, notadamente as greves de trabalhadores entre os anos 1978 e 1980.

Na falta de argumento melhor, tem gente que resgata as greves de metalúrgicos daquela época, justas e legítimas em todos os sentidos, com as manifestações arbitrárias e violentas de funcionários grevistas e estudantes que não tem o que fazer na USP.

Estamos hoje em pleno regime democrático, com um metalúrgico na Presidência da República, e ainda assim representantes do que há de pior na esquerda - esquerda que mesmo com seus erros graves, está melhorando o Brasil - insistem em fazem comparações com uma época que havia ditadura e repressão política das mais violentas.

Justificar os atentados à cidadania frequentes, como bloquear vias sob qualquer pretexto e protesto, ocupar prédios públicos e impedir as pessoas de ir, vir e trabalhar, é deprezar as noções básicas de civilidade e convivência em sociedade democrática.

Mas, pior do que isso, é ter de aturar argumentos rasos como um pires, digno de estudantes equivocados e desinformados que sempre infestaram os centros acadêmicos a partir dos ano 90 achando que ser de “esquerda” é usar camiseta com a foto de Che Guevara e jogar pedra na polícia após prejudicarem a cidade inteira com seus atos de vandalismo.

Também é duro aturar papo de boteco de quinta categoria sobre como o mundo é injusto e como temos de “lutar contra todo mundo que está contra nós”. Esse papinho colava nos anos 60. Hoje, causa gargalhadas.

Não é por outro motivo, por exemplo, que a esquerda responsável e que respeita a cidadania está na Presidência da República e nas prefeituras de São Bernardo e Diadema - ao mesmo tempo em que os radicais de boteco estão cada vez mais no ostracismo.

Na minha turma de faculdade, o orgulho era conseguir se formar, ter diploma (porque isso significava que o cidadão fez por merecer) e fazer bom jornalismo, seja onde for. Orgulho maior ainda é saber que a maioria da minha turma conseguiu tudo isso e foi além, para desespero dos ressentidos e fracassados de plantão que mal arrumaram um empreguinho em assessorias de órgãos públicos.

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