terça-feira, junho 19, 2012

Ziggy Stardust completa 40 anos, enquanto Bowie vive aposentadoria dourada

EFE Reprodução ‘The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars’ Há quarenta anos, um extraterrestre chamado Ziggy Stardust revolucionou a cena musical com sua imagem ambígua e andrógena, uma dúzia de memoráveis canções e um grupo que atendia pelo nome de Aranhas de Marte. Foi assim que David Bowie criou um dos personagens mais imprescindíveis da cultura musical do século XX, um herói destinado a morrer em palco e que se apresentou ao mundo no dia 6 de junho de 1972 com um álbum conceitual e de título quilométrico: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. O disco, que devia ser reproduzido “no volume máximo”, permitiu que Bowie, no auge de seus bem-vividos 25 anos, reunisse todas suas influências acumuladas até então, desde o teatro mímico de seu mestre Lindsay Kemp até a poesia de Baudelaire. Além disso, o “camaleão do rock” deu grande liberdade a suas fantasias futuristas com um personagem que interpretou em uma viagem inesquecível, cuja modernidade transgressora serviu de influência para milhares de jovens de todo o mundo. Essa época foi marcada por emblemáticas imagens, como aquela na qual Bowie – que havia se declarado gay publicamente -, fingia praticar sexo oral no guitarrista Mick Ronson. Ziggy era um extraterrestre transformado em estrela de rock para confortar a humanidade em fase de extinção com uma mensagem de esperança, que Bowie levava aos palcos vestido com modelos impossíveis e uma imagem andrógina. Foi a apoteose do glam rock. É certo que toda aquela história futurista que combinava moda e som se amparava em um repertório de primeira, que, segundo as instruções impressas na capa do disco, deveria ser escutado em “máximo volume”. O álbum começava com a apocalíptica Five Years e propunha uma verdadeira viagem através de suas 11 canções, sendo dez originais e uma versão de It Ain’t Easy, de Ron Davies. Envolvido em um som poderoso, que combinava guitarras ferozes e violinos espaciais, Bowie deu forma a produção do álbum ao lado de Ken Scott. Entre os temas, aparecem Starman, um dos singles mais celebrados da carreira de Bowie. Por conta de sua temática – uma mensagem de redenção vinda das estrelas -, a faixa se encaixava perfeitamente no álbum. Após o lançamento do disco, Ziggy Stardust e As Aranhas de Marte embarcaram em uma longa turnê pelo Reino Unido, Estados Unidos e Japão. No dia 3 de julho de 1973, Ziggy se despedia da humanidade no emblemático Hammersmith Odeon de Londres com uma interpretação de Rock n’ Roll Suicide, cujos primeiros versos traziam a frase “A vida é um cigarro…”. Ziggy não voltou a aparecer sobre o palco, mas várias de suas canções acompanharam Bowie em suas turnês posteriores. O emblemático álbum, que agora completa 40 anos, se transformou em um ícone da libertação gay e foi um dos marcos musicais da década. Desde então, sua influência não deixou de inspirar músicos de várias gerações. Aos 65 anos, David Robert Jones goza de uma aposentadoria dourada, a qual não parece que será alterada por conta do aniversário de Ziggy Stardust. A obstinada inatividade de Bowie, que já dura seis anos, deu margem a muitas especulações. E se, na verdade, Bowie fosse um personagem criado por Ziggy Stardust?

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