quinta-feira, agosto 27, 2009

Comentários esparsos



  • A crise na Receita Federal é mais um sintoma de uma doença gravíssima que avança, de forma explícita, no poder público: o aparelhamento da máquina governamental, com o que de pior existe no corporativismo. As acusações de interferência política no trabalho no órgão teriam combustível para derrubar qualquer governo em países sérios, mas aqui o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ignora tudo. E assim o governo federal continua seu processo de esfarelamento moral.


  • A patética cena em que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) dá cartão vermelho ao senador José Sarney (PMDB-AP) é tudo o que restou aos petistas em Brasília. É o retrato do fracasso da estratégia política de acobertar aliados enrolados e de ignorar delitos para supostamente garantir apoios de bandidos para a campanha eleitoral de 2010. O esfarelamento moral se acentua.


  • O deputado federal José Genoino (PT-SP) defendeu nesse portal por esses dias a manutenção dos aeroportos nacionais nas mãos de uma Infraero falida e corrupta, sujeita a todo tipo de influência política e desmandos de “aliados”. Defende com fervor o estatismo, fonte primordial de corrupção, e investe com argumentos parcos e sofríveis contra as privatizações que ocorreram nos anos 90. Ele já teve meu voto, mas hoje, infelizmente, é um fóssil político. Deve sentir saudades do tempo em que a aquisição de uma linha telefônica custava US$ 10 mil e a instalação demorava dois anos.


  • Como eu imaginava, depois de muito estrebuchar, os ressentidos que adoram bradar contra a imprensa estão se recolhendo à sua insignificância. Perderam a estridência, já que os argumentos eram as porcarias de sempre. Restringiram a sua paranoia “golpista” aos guetos imundos de onde surgiram e praticamente estão restritos a conversinhas entre amiguinhos. Que assim seja. Não que algum dia tenham incomodado alguém - afinal, são irrelevantes -, mas é bom poupar a humanidade de seus dejetos intelectuais.


  • Depois de sete anos é possível que ex-funcionários da extinta Gazeta Mercantil comecem a ver a cor do dinheiro, após longa batalha judicial. Os primeiros beneficiários já receberam a indenização neste mês de agosto. O jornal, que foi dirigido pela família Levy e depois foi arrendado por Nelso Tanure (dono do Jornal do Brasil), sofre mais de mil ações trabalhistas.

    A Associação dos Funcionários e Ex-funcionários da Gazeta Mercantil, que reúne cerca de 350 ex-funcionários, conseguiu arrestar a marca (impedir a venda) e penhorou ações de Nelson Tanure da empresa Intelig, impedindo a sua venda para a TIM. A longa espera deve terminar em 2010.

    A lamentar apenas a total falta de apoio do governo Lula nesta batalha, justamente o governo do PT, Partido dos Trabalhadores, que abandonou a galera ao relento. O na época ministro Jaques Wagner, do Trabalho, chegou a receber por três vezes comissões de jornalistas e funcionários, que lhe relataram casos escabrosos de problemas causados pelos atrasos salários e a recusa em pagar as verbas rescisórias de demitidos - sem falar na aprorpiação indébita do FGTS.

    Wagner “ficou sensibilizado”, mas esqueceu a luta dos lesados - ressalto que tudo isso ocorreu durante um governo de um partido dito dos trabalhadores. Parece que, politicamente, o apoio à causa não era interessante. A associação prefetiu não mais “incomodar” o governo com essa “chateação”. O governo Lula, infelizmente, não apoiou a luta desses trabalhadores. Mas por que é que eu não me surpreendi com isso?
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