sexta-feira, maio 01, 2009

A marolinha virou tsunami


O fechamento de mais uma empresa no ABCD, agora em Diadema, não apenas revolta, como assusta. Não se trata mais de ficar discutindo se estamos sendo atingidos ou não por marolinhas, mas de saber se conseguiremos atravessar a tempestade mais ou menos inteiros.

A fabricante de máquinas Cross Hueller, pertencente ao grupo americano Maxcor, fechou sua fábrica de Diadema e não pagou os direitos trabalhistas dos 130 funcionários que foram demitidos.

Segundo sindicalistas, a empresa, cuja administração vinha cambaleando nos últimos meses, não teria resistido ao cancelamento de uma encomenda da General Motors para entrega de máquinas no valor de R$ 46 milhões que seriam utilizadas na nova fábrica de motores da montadora em Joinville (SC).

O caso da Cross Hueller não é o único e, infelizmente, não será o último. Empregos industriais estão sendo exterminados e não há no horizonte luz que possa iluminar o caminho da economia da região.

Se ainda há dúvidas sobre o tamanho da crise, é só verificar o que está acontecendo fora de nosso mundinho. A General Motors anunciou nesta quinta-feira, 23, que planeja fechar temporariamente 13 fábricas na América do Norte durante o segundo e o terceiro trimestres deste ano, o que vai gerar um corte de produção de 190 mil veículos, enquanto a companhia tenta reduzir seus estoques.

A GM disse que a paralisação das fábricas também vai ajudar a proteger a montadora contra uma eventual suspensão nos trabalhos da fabricante de peças Delphi, que está em concordata. Nada se falou sobre a fábrica de São Caetano, que, em princípio, estaria fora das medidas de extermínio de empregos e fábricas.

O Estado de São Paulo, por sua vez, perdeu mais de 300 mil empregos formais no período de dezembro de 2008 a março deste ano, de acordo com o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos.

Segundo ele, embora haja sinais que indicam uma recuperação da economia brasileira, esses efeitos ainda são pouco perceptíveis no emprego.

Por fim, o número de cheques devolvidos em pagamentos à vista e a prazo atingiu em março o maior nível dos últimos 18 anos, mostra o indicador da empresa de análise de crédito Serasa Experian.

Portanto, marolinhas à parte, é hora de enfrentar a tormenta e tomar medidas radicais na defesa do emprego, mas parece que essa não vem sendo uma preocupação no Palácio dos Bandeirantes e no palácio do Planalto.

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