sexta-feira, novembro 21, 2008

Religião infecciosa e moral mortal


Em que pese todas as restrições que pesem sobre a revista Veja entre os jornalistas em geral - a maioria bossais de esquerda que enxergam na revista a mão de uma suposta direita escabrosa e extremamente liberal -, o veículo é o único que toca na ferida em questões polêmicas.

É o caso das células-tronco e do aborto, assuntos normalmente contaminados pela visão obtusa e nojenta da religião e da "moral", seja ela qual for. O colunista André Petry coloca as coisas em seus devidos lugares:

"Obama prometeu em campanha, e reafirmou depois da eleição, que vai revogar as restrições impostas por Bush às pesquisas com células-tronco embrionárias, nas quais repousam as melhores esperanças de alívio e até de cura de doenças como diabetes, Alz-heimer e Parkinson. Bush proibiu o uso de dinheiro público para financiar essas pesquisas sob o argumento de que, ao destruir embriões, elas matam seres humanos. Bush é da opinião que óvulo e gente se equivalem."

"Nos Estados Unidos, quem melhor representa essa corrente são os radicais da direita cristã. Eles defendem o absolutismo moral, religião infecciosa segundo a qual a moral não comporta exceção. Se eles são contra o aborto, o serão em qualquer situação, mesmo no caso da menina de 13 anos que engravida ao ser estuprada pelo próprio pai. O absolutismo moral é o que leva, como no caso das pesquisas com embriões, à defesa da moral que mata. Mata portadores de doenças incuráveis e fatais. Mata gente para preservar óvulo. Eles chamam essa obtusidade de firmeza."

"A eleição de Obama é um sinal de que as coisas podem mudar. Os eleitores do estado do Colorado, além de escolher o presidente, votaram a Proposição 48, que previa incluir na Constituição estadual que um óvulo fertilizado é igual a uma pessoa – o que implicaria enormes restrições ao aborto e às pesquisas com embriões. Resultado: 73,3% rejeitaram a idéia. No estado de Michigan, a Proposição 2 removia restrições às pesquisas com células-tronco de embriões. A proposta passou por 52,6% contra 47,4%, placar mais apertado que a aprovação do uso medicinal da maconha (62,6% a 37,4%)."

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