terça-feira, agosto 07, 2007

Colapso dentro de casa


O colapso da infra-estrutura do ABCD, especialmente em seu sistema viário, está chegando muito mais rápido do que esperávamos. Se nos miolos das cidades já enfrentamos congestionamentos medonhos – o trajeto entre centro de São Bernardo e o centro de São Caetano (e vice-versa) pode demorar uma hora e meia nos horários de pico, em seus meros oito quilômetros -, agora a coisa está terrivelmente problemática nos principais corredores de acesso à região – vias Anchieta e Imigrantes e avenida dos Estados.

Na Anchieta, era comum haver congestionamento a partir do km 18, em São Bernardo, entre 7h e 9h30, no sentido Capital. No sentido contrário, a lentidão começa já no Sacomã, zona sul de São Paulo a partir das 16h, com parada total no km13, por conta do tráfego nas saídas do km 16 da avenida Lions, em São Bernardo.

Nos dias atuais a raiva só aumenta. No sentido Capital o congestionamento na Anchieta a partir do km 16 ocorre várias vezes ao dia, sem que haja necessariamente uma causa, como um acidente. No sentido contrário, o motorista fica nervoso já a partir das 14h.

Na avenida dos Estados, o teste de paciência é o mesmo. A lentidão não se restringe mais aos horários de pico. Ao meio-dia, sair de Santo André para chegar ao centro de São Paulo pode durar uma hora e quarenta minutos.

O tráfego pára entre a estação Prefeito Saladino e o bairro Santa Terezinha; pára na divisa tríplice entre Santo André, São Caetano e São Paulo, próximo à antiga Tintas Coral; pára em dois trechos da avenida na região de São Caetano.

O prejuízo financeiro e econômico é incalculável. O colapso previsto para 2009 já chegou. Fruto da miopia das administrações municipais e do descaso criminoso do governo estadual, que priorizou a segunda pista da rodovia dos Imigrantes e esqueceu do rodoanel, obra prioritária em qualquer planejamento viário sério na Grande São Paulo.

Some-se isso à demora na implementação do ambicioso projeto de remodelação viária de São Bernardo e temos o caos completo em nossas avenidas com dois anos de antecedência. Qualquer idéia de recuperação econômica regional fica comprometida diante desses gargalos logísticos. E, pelo jeito, em ano pré-eleitoral, continuaremos a perder tempo. E aí vem o desalento: será que só votar bem basta?

Um comentário:

Leoni disse...

Desenvolvimento com políticas ambientais sustentáveis, não são coisas antagônicas. Qualquer pessoa com um mínimo de noções culturais sabe que investimentos em transporte, saneamento básico, urbanismo e infra-estrutura só trazem o progresso por onde passam. Os fatos refletem isto, o atual rodoanel sul não permite ligações periféricas secundárias em seu contorno, e que atravessa inúmeros mananciais, e o futuro norte estão levando em conta estas importantíssimas questões. Com todo respeito, acreditar que o único caminho viável é deixarmos do jeito que está, é no mínimo falta de informação.
Dentre as obras do PAC, uma que deveria estar incluída e ser priorizada é ligação rodo ferroviária Parelheiros–Itanhaém, uma vez que o porto de Santos ultrapassou seu limite de saturação com filas de navios em de mais de 60 unidades, das quais podem ser avistados da Vila Caiçara em Praia Grande, além de que a Via Anchieta por ser a única via de descida permitida para ônibus e caminhões tem registrados congestionamentos e acidentes graves semanalmente, como este de hoje 22/02/2013 em que uma trompa d’agua na baixada paulista deixou o sistema Anchieta / Imigrantes em colapso, e o transito só foi restabelecido na madrugada do dia 24 seguinte, e em épocas de escoamento de safras também a Dom Domenico Rangoni (Piaçaguera–Guarujá) se torna congestionada diariamente, ao contrário da Manoel da Nóbrega, onde somente se fica com problemas em épocas pontuais na passagem de ano, ao porto de Santos, e os futuros portos de Itanhaém / Peruíbe.
Acredito também, como munícipe, que a estrada mitigaria as condições de estagnação que as cidades vivem, com ruas sem pavimentação, ocupação desordenada do solo, entre outras. Uma ligação da cidade com a região sul da capital traria muitos benefícios, fornecendo mais opções, melhorar a qualidade de vida dos moradores da capital e baixada. Muitas pessoas voltariam a fixar na cidade, inclusive eu. A cidade poderia nos dar mais retorno frente aos impostos que pagamos. Investimentos em Parques Temáticos, Porto, Aeroporto, Ferrovia ligando com a existente, enfim muitos projetos que alavancariam a região como um todo, bem como o desenvolvimento global de toda a região.
Enquanto outras cidades turísticas litorâneas avançam principalmente no norte fluminense, Itanhaem, Mongaguá e Peruíbe se voltam ás primitivas cidades sazonais caiçaras sem interesse em desenvolvimento e com metas e avanços financeiros presentes apenas nas mãos de alguns.
Já passou á hora de ver nossa geração e de nossos filhos se enraizarem na região com bons empregos e educação ao invés de tentar uma melhor condição social em São Paulo, pois Santos também já ultrapassou o limite de saturação.
Com relação Parelheiros, esta região rural situada ao sul do município de São Paulo, a região que possui uma carência de saneamento básico, ajudaria enormemente uma fiscalização, urbanização e preservação dos seus mananciais.
Sinto que o potencial destas cidades não são utilizados, com foco noutros que beneficiam uma minoria retrógrada. Não vejo senão, o apoio irresponsável e egoísta aos interesses escusos.

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