Havia muita apreensão no anfiteatro do parque Salvador Arena, em São Bernardo do Campo (SP) naquele dia 15 de março de 2020. As notícias eram ruins, mas ninguém imaginava que aquele show da banda Golpe de Estado seria o último de nossas vidas - foi o que pensamos nos dias seguintes.
Com muita energia, a banda tocou para um ambiente lotado e saturado de energia, um concerto para que não nos esquecêssemos por muito tempo.
No da seguinte, o mundo fechou por causa da pandemia de covid-19 e embarcou em uma sombria jornada de isolamento social. Shows ao vivo, praticamente mais de um ano e meio depois, e com muitas restrições.
Provavelmente nenhuma geração enfrentou tamanha provação na vida cotidiana e nunca esteve tão ameaçada fisicamente. Milhões de mortos depois - 687 mil no Braasil -, a sociedade parece estar mais resistente e, aparentemente, pronta para seguir em frente.
No Brasil, como em muitos lugares do mundo, o setor de cultura entretenimento foi o que mais sofreu. Foi o primeiro a parar e o último a retornar com as atividades, e de forma parcial. Como não eram segmentos prioritários, tardaram a receber apoio financeiro oficial - quando receberam.
Depois de tudo isso, é para comemorar a volta plena dos shows em todos os sentidos e todos os tamanhos. O Rock in Rio 2022 foi espetacular, assim como o Lollapalooza e muitos outros eventos e festivais.
Quando o primeiro megavento pós pandemia foi marcado e depois confirmado - Kiss, em São Paulo, no dia 30 de abril de 2022 - parecia que o mundo estava voltando ao normal e que toneladas saíam de nossas costas. Estávamos renascendo, e virando para que a vida voltasse ao normal.
Naquele dia 30 de abril, no Allianz Parque, em São Paulo, a lotação foi total. Era o evento do ano, a volta da vida plena.
Para muita gente, o Kiss não palco (até então a possível última apresentação por aqui antes da aposentadoria) era secundário. O importante era ir ver rock ao vivo, qualquer rock, de qualquer banda. era um momento de ver e abraçar amigos e desconhecidos. Era hora de celebrar a vida.
No fim de outubro, a banda sueca Blues Pills fez sua primeira e única apresentação no Brasil. No Carioca Club lotado, em São Paulo, o rock potente e com referências dos anos 70 levou muita gente às lágrimas diante da sensação indescritível de ter superado a covid-19 e poder apreciar música de alta qualidade ao vivo. Não tem preço.
A retomada dos shows de todos os tipos é uma prova das mais impressionantes de como a cultura e o entretenimento são segmentos econômicos resilientes e com alta capacidade de regeneração e adaptação. São o melhor exemplo de como é bom sabe que estamos todos vivos e sedentos por com and roll.
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