Clip "Time to Arise" https://www.youtube.com/watch?v=d4aXuuogEmM; Clip "Nuvem de Fumaça" https://www.youtube.com/watch?v=hdmIJXCTp8o
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
sábado, agosto 08, 2020
Notas roqueiras: Moonspell, Lavage, JAMMS...
Clip "Time to Arise" https://www.youtube.com/watch?v=d4aXuuogEmM; Clip "Nuvem de Fumaça" https://www.youtube.com/watch?v=hdmIJXCTp8o
Notas roqueiras: Asfixia Social, Dirty Glory, Dinamite Combo...
- O Rebellion Festival realizado anualmente em Blackpool (Inglaterra), é uma tradição do punk rock mundial desde os anos 90, e como a maioria dos festivais de verão de 2020 na Europa, teve sua edição 2020 cancelada em função da pandemia global. Mas para manter o contato entre bandas e público ativo, vai realizar neste próximo final de semana sua versão online, que será transmitida entre os dias 06 a 09 de agosto pelo Facebook oficial do evento. A banda brasileira Asfixia Social, que acabou de lançar seu novo álbum - Sistema de Soma (2020), será a única representante brasileira nessa edição virtual do evento, ao lado de grandes nomes do rock internacional. Página do Evento (Rebellion Punk Music Festival) https://www.facebook.com/watch/?v=604121327176430
sexta-feira, agosto 07, 2020
Crescemos assistindo aos filmes de Alan Parker
Alan Parker (esq.) preparando cena com Mickey Rourke no filme 'Coração Satânico' (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Na manhã da sexta-feira, 31 de julho de 2020, as redes sociais bombaram a notícia sobre a morte do diretor Alan Parker. A comoção toda mostra o quanto o diretor britânico era popular. Na faixa etária dos 50, todos crescemos assistindo Alan Parker.
Meu segundo Alan Parker foi "Fame" (1980), filme muito mais leve, mostrava as desventuras de jovens pretendentes à carreira artística com uma trilha sonora bem legal. A cena do intervalo na cantina, com aquele malandro com as baquetas, fica na nossa memória pra sempre.
O estrondoso "The Wall" (1982), todo mundo lembra, foi baseado no disco conceitual da banda Pink Floyd, uma das mais populares do mundo. É um musical que mostra a tragédia da guerra e a opressão do sistema de ensino britânico. Bob Geldof é o protagonista.
"Birdy" (1984), com Matthew Modine e Nicolas Cage (com atuação impecável de Cage, antes de se transformar num daqueles justiceiros das telas que os americanos adoram), conta a história de dois amigos suburbanos – quase white trash – enviados ao Vietnã para lutar por valores que eles não usufruem. Filme com atmosfera triste e perturbadora acentuada pela música de Peter Gabriel.
Meu preferido, "Angel Heart" (1987), aqui recebendo o nome de "Coração Satânico", mostra a procura do cantor Johnny Favorite pelo detetive Harry Angel. Contratado por Louis Cyphre (Lúcifer?), Angel mergulha no perigoso mundo das artes ocultas e da sua própria degradação.
“Os Irlandeses são os negros da Europa e os dublinenses são os negros da Irlanda”. Com essa premissa, Parker conta a história de um grupo de jovens que se reúnem para levar avante sua paixão, a música, montando uma banda de soul music em plena Irlanda.
Parker fez outros filmes, mas nem vi. "Evita", dizem, é ruim. Prefiro ficar com os legais.
Notas roqueiras: Chaosfear, Vulcano, Darchitect...
- Os paulistanos do Chaosfear, cujo novo álbum "Be The Light In Dark Days" foi lançado em junho e vem recebendo excelentes críticas na imprensa, lança agora oficialmente seu segundo videoclipe extraído desse trabalho. A diferença desse vídeo é que foi todo concebido/produzido por Cláudio Tiberius (Metal Brazil, Antena Zero, Undernoise Produções e Lampião a Gás) e enviado à banda como forma de agradecimento já que a temática da faixa mexeu muito com seu idealizador. Nesse vídeo, vários amigos de Cláudio interpretam/cantam a letra num ambiente escuro com uma única luz que surge como esperança na vida das pessoas. A banda ficou tão feliz com o resultado e em forma de gratidão resolveu oficializá-lo em seu canal no YouTube. Confira o videoclipe para "Be The Light In Dark Days" em: https://youtu.be/TEQpqif1V3g
- Após confirmar a permanência da banda canadense The Agonist como um dos seus headliners, a 3ª edição do Armageddon Metal Fest adicionou mais um importante nome no elenco. A lendária banda Vulcano é a primeira grande atração nacional confirmada no cast do mais novo e respeitado grande festival de rock/metal da América do Sul, que está agendado para o dia 29 de maio, no Joinville Square Garden. O grupo atualmente formado por Zhema Rodero (guitarra), Gerson Fajardo (guitarra), Bruno (bateria), Luiz Carlos (vocal) e Carlos Diaz (baixo) trará especialmente ao evento o repertório da turnê que promove o novo álbum “Eye In Hell”. Este trabalho foi lançado este ano via Hellion Records.
https://open.spotify.com/album/0wN1OWFcxP2EELnoQ0GCLi?si=w4Svl27RTrSlOgdjED8qdg
Reverenciemos o Sepultura pelo que é, não pelo que queremos que seja
Sepultura (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
De tempos em tempos alguém resgata alguma "pensata" sobre um suposto menosprezo sobre a importância do Sepultura para a cultura brasileira. A tese de sempre é a de que o povo e a sociedade brasileira não valorizam a banda de metal como deviam.
Assunto velho, mas que volta a merecer algum tipo de atenção indevida - e pior, incentivada por declarações dos integrantes da banda que reforçam a percepção de desvalorização.
O Sepultura precisa ser reverenciado pelo que que é, uma das maiores banda de heavy metal dos últimos 30 anos, e uma das maiores de todos os tempos no metal extremo. Internacionalmente, é uma banda gigante, amada e supervalorizada. Por que essa obsessão por um reconhecimento dentro do Brasil que nunca virá?
Não se trata de se contentar com o pouco. Trata-se de observar a realidade e enxergá-la como de fato é. O rock, ainda que em sua versão mais pop e acessível, sempre foi um corpo estranho na nossa cultura. O que dizer então do metal extremo, o death, thrash e black metal, vertentes que as bandas brasileiras importavam e copiavam lá nos anos 80?
O Sepultura foi a banda extrema mais bem-sucedida no Brasil desde sempre, e provavelmente sempre foi a melhor, mas jamais foi um sucesso de público por aqui justamente pela violência sonora e pelo idioma, o inglês. Sempre fez música de gueto, de nicho por mais que tenha levado multidão em shows gratuitos pelo Brasil afora.
Foram raríssimas as vezes em que alguém ouviu uma música do Sepultura tocando em algum boteco da vida, em alguma praça qualquer - a não ser no entorno da Galeria do Rock, no centro de São Paulo.
Nem entre os roqueiros o Sepultura é unanimidade, o que é uma boa coisa, já unanimidade é sempre motivo de desconfiança.
O Sepultura é o que é e louvemos que seja assim - gigante no rock mundial, uma lenda no Brasil, mas jamais será popular e raramente merecerá alguma homenagem fora do normal.
Há pobreza de espírito na avaliação geral do legado da banda no Brasil? Certamente. A obtusidade da intelligentsia cultural brasileira é incapaz de analisar criticamente e reconhecer a importância do Sepultura dentro do contexto roqueiro-cultural brasileiro.
Para a maioria, será um sacrilégio colocar os integrantes da banda no mesmo panteão de Caetano Veloso, Chico Buarque, Ivan Lins, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana e outros artistas brasileiros bem cotados.
E daí? Muda alguma coisa? O Sepultura precisa disso? Claro que não. Obsessões à parte, a glória já foi atingida.
No país que venera duplas sertanejas desprovidas de qualidade e talento e artistas pop midiáticos com base no pior tipo de funk que existe, é quase consenso que o Sepultura está bem demais na atual circunstância: é reconhecido e reverenciado pelas pessoas que sabem identificar o que é bom e o que é ruim.
Sepultura no Domingão do Faustão? A banda realmente precisa disso? Tem o tamanho que tem que ter e o reconhecimento necessário em uma terra que jamais valorizou o que quer que seja fora do que o senso comum "mandou".
É quase um atestado de genialidade e de qualidade não receber a reverência tão esperada em um terra que despreza a educação e a literatura e que não hesitou em abraçar ideologias violentas e nefastas, como atestamos com a eleição de Jair Bolsonaro, um presidente incompetente e incapaz que se inspira em ideias fascistas.
O Sepultura está bem acompanhado no quesito "grandes nomes subestimados" justamente em um momento em que intelectuais como o educador Paulo Freire são atacados, compositores como Villa-Lobo são escanteados e escritores de vários calibres são esquecidos e menosprezados. Ou seja, nada de novo fronte.
Vamos reverenciar o Sepultura pelo tamanho que ele tem, que é enorme, e deixar de lado as imensas expectativas que termos. A banda é eterna e está inserida em um contexto maior, que identifica e valoriza o que de melhor a cultura brasileira brasileira já produziu.
quinta-feira, agosto 06, 2020
Notas roqueiras: Queensryche, Second Veil, Arkana Fen, Anjos da Sombra...
Novo CD do Deep Purple ilumina os tempos de pandemia mesmo longe da genialidade
Todo novo CD do Deep Purple é potencialmente o último de nossa carreira. O que deveria ser apenas uma constatação do baixista Roger Glover ganha ares de profecia em tempos de pandemia de coronavírus e pelo significado de muitas músicas da obra citada.
"Whoosh!" é um bom resumo do que podemos chamar de última fase do Deep Purple, que recomeçou a trajetória da cinquentenária banda inglesa em 2013 com o lançamento do ótimo "Now What?" após oito anos de silêncio em relação a músicas inéditas.
Deixando de lado a grandiosidade e a sofisticação do anterior, "Infinite", o Deep Purple mostra serenidade e descontração nas novas músicas. Não há nada tão intenso, denso ou pesado como "Time to Bedlam", do álbum anterior, mas "Whoosh!" transborda alto astral e uma beleza simples e singela.
Abusando de um certo humor tipicamente inglês, o grupo faz alguns joguinhos em vários trechos indicando ora que Glover pode estar certo (quando deu uma entrevista para um site inglês), ora que a banda tem bastante lenha para queimar.
Embora sem canções memoráveis e, de certa, forma, menos impactante do que "Infinite", "Whoosh!" é muito agradável de se ouvir.
Falta peso? Sim, já que o álbum vem trilhando esse caminho desde 2013, optando por um rock mais clássico ao invés do hard rock que sempre caracterizou a banda. E não é por culpa de Steve Morse, o guitarrista que substituiu Ritchie Blackmore em 1994.
O instrumentista comete extraordinários solos e riffs complexos por todo o álbum, mais notadamente na nostálgica "Nothing At All" e na pesadinha "Man Alive", talvez a melhor do disco.
Morse também brilha na surpreendente instrumental "And the Adress", onde as linhas melódicas remetem ao jazz rock, mas a tendência que domina mesmo é a predominância cada vez maior dos teclados de Don Airey.
Já tinha sido assim nos dois álbuns anteriores, com os teclados ganhando cada vez mais espaço nas músicas, assim como o crescente protagonismo de Airey nas composições. Não é coincidência que a melhor música do Purple no século XXI seja "Uncommon Man", do disco "Now What?", com seu jeitão de Emerson, Lake and Palmer e os teclados intensos e grandiosos.
"Throw My Bones", o primeiro single e música que abre o álbum "Whoosh!", é o melhor retrato da "nova sonoridade, digamos assim, e representa bem essa fase da banda: grandes riffs, refrão ótimo e uma levada bluesy contagiante.
Afastando-se do clima mais sombrio de "Infinite", a canção envereda por ambiente mais "ensolarado", com letra irônica e com certo humor.
"Drop the Weapon" tenta embarcar no mesmo clima, mas não segura a onda é bem comum e sem muita inspiração, apesar do bom trabalho de guitarras.
A coisa volta a melhorar na faixa seguinte, "We're All the Same in the Dark", com os teclados comandando tudo e Steve Morse mostrando suas qualidades nos solos interessantes.
Formação atual do Deep Purple (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Uma antiga paixão de Gillan e de Glover, o rockabilly datado dos anos 50, dá as caras em "Dancing in My Sleep", que fecha a obra, deixando o clima leve e ameno.
"Whoosh!" é inferior a "Infinite". Carece de contundência e de ganchos que transformem as canções em algo próximo do memorável. O álbum anterior tinha duas ou três músicas assim. O novo não tem nenhuma.
A banda acerta em quase tudo, mas fica a sensação de que faltou um pouco mais de ousadia, como em "Infinite", ou de grandiosidade e risco, como em "Now What?"
A tentativa de compensar com certa dose de alto astral e maior diversidade nos temas deu certo até certo ponto, mas o suficiente para tornar a obra bem agradável e interessante.
Com 53 anos de carreira, é algo quase impossível esperar um desastre em um disco novo de bandas como Deep Purple. omo quase todos os artistas top do classic rock, a experiência e o domínio de certas fórmulas garantem a qualidade.
Assim sendo, "Whoosh!" supera alguns obstáculos e deixa de ser classificado como um um álbum mais ou menos para se encaixar em um patamar mais acima, o de bom álbum repleto de boas ideias, ainda que longe de serem memoráveis. É o disco adequado para a fase final da banda, na falta de maiores aspirações e inspirações.
Ian Gillan não cansa de dizer que o Deep Purple deve parar em breve. Aos 75 anos de idade, ainda se diverte no palco, como nas recentes apresentações ao vivo com a Don Airey Orchestra pelo Leste Europeu.
Ele e o baterista Ian Paice, nas entrevistas, evitam cravar datas para o encerramento das atividades, ao menos no que concerne a longas turnês mundiais, mas indicam com firmeza que o fim está chegando. Enquanto isso, os cinco integrantes fazem o que podem para esticar a corda.
A atual turnê inglesa com o Blue Oyster Cult foi remarcada para 2021 e a banda prevê pelo menos mais um extenso giro pela Europa e pela Ásia, o que significa que mais uma turnê mundial serpa realizada - com os fãs sul-americanos sendo agraciados com ao menos mais uma passagem pelo continente.
Notas roqueiras: NervoChaos, Brave, Omago...
Assista:https://www.youtube.com/watch?v=iqVi3Gb7zps
Whitesnake revaloriza as guitarras em novas mixagens de clássicos da banda
O respeito existe, mas vai só até a página 20. A insistência em compor temas melosos e bregas ao longo de quase 45 anos de existência do Whitesnake fez o cantor e dono da banda, David Coverdale, ouvir ressalvas de fãs e de músicos que o admiram - tem sempre o "senão" em muitas das análises de sua obra, embora isso certamente não o preocupe nem um pouco.
E não é que vem do Whitesnake a melhor ideia de relançamento neste ano de 2020, peplo menos em relação ao segmento do classic rock/hard rock?
"The Rock Album (2020 Remix)" é uma coletânea que poderia passar como outra qualquer se não fosse por dois detalhes expressos no título - as palavras rock e remix.
Com uma canção inédita e 17 outros temas repaginados, Coverdale conseguiu passar a impressão aos ouvintes de que estamos diante de algo que, se não é novo, é bem diferente.
Sem as indefectíveis baladas, os rocks poderosos e insidiosos do Whitesnake rejuvenesceram. A mixagem mais moderada realçou as guitarras e o lado o bluesy de clássicos máximos do rock, agora sem os excessos de teclados e de produção que tanto fizeram a cabeça de ao menos duas gerações de roqueiros.
É muito surpreendente ouvir "Still of the Night" e "Judgement Day" despoluídas de camadas de teclados e de efeitos nas guitarras. O baixo soa mais pulsante e vivo e a bateria ganha contornos mais pesados e intensos.
"Love Ain't No Stranger" passa pelo mesmo processo e soa mais "vintage", podendo perfeitamente ter sido incluída em algum dos três ou quatro primeiros discos da banda, da segunda metade dos anos 70.
Não se trata de ficar defendendo qual o Whitesnake é o verdadeiro e mais legal, se aquele que vai de 1978 a 1984, quando predominou o blues rock, ou a banda que caiu de vez no hard rock, muitas vezes farofa, que veio a partir de 1985. Isso é papo de tiozão saudosista.
A questão aqui é reverenciar músicas ótimas a partir de outro ponto de vista e com uma mixagem mais modesta e despida de quase todo tipo de excessos. É um presente para quem gosta de rock.
"Here I Go Again" e "Slow An' Easy" conseguiram a proeza de ficarem mais pesadas e intensas, com a valorização das guitarras e um espaço interessante para a cozinha se sobressaltar.
"Gimme All Your Love" e "Forevermore" ainda preservam algumas de suas características originais, mas receberam camadas de guitarras adicionais, como nas fitas originais da época de gravação. Soam frescas e renovadas, causando até mesmo certa estranheza na primeira audição.
quarta-feira, agosto 05, 2020
The Strokes libera clipe para a música ‘Ode to the Mets’
A banda The Strokes liberou no dia 24 de julho o clipe para a música “Ode To The Mets”. A faixa pertence ao álbum “The New Abnormal”, que foi lançado em abril deste ano.
O clipe conta com direção de Warren Fu e produção de Joel Kretschman.
O vídeo traz uma divisão interessante por capítulos com animações bem feitas em cada parte por artistas diferentes.
No capítulo 1, os artistas responsáveis são Ratha Nou e Aaron Baker. No capítulo 2, o artista é Wesley Kandel, com produção de Brian Covalt.
No capítulo 3, Aaron Baker volta, assim como voltará no capítulo 7. No capítulo 4, é a vez de Sam Mason fazer a sua contribuição.
O capítulo 5 conta com Anthony Scheppard. Já o capítulo 6 tem Wesley Kandel, com produção de Brian Covalt.
O oitavo e último capítulo conta com o artista James Morr.
“The New Abnormal” é o sexto disco de estúdio e o primeiro da banda desde “Comedown Machine”, de 2013.
Antes, em 2016, os Strokes chegaram a lançar o EP “Future Present Past”.
Notas roqueiras: Scars, Skunk Oil, Resist...
- Em comemoração ao lançamento do álbum “Predatory”, o Scars lançará em 7 de agosto um single/vídeo para a faixa "Sad Darkness Of The Soul". Essa faixa conta com uma das temáticas mais fortes que o ser humano vem sofrendo atualmente, que é o mal da depressão. O novo vídeo foi dirigido por Ronaldo Del Vecchio (Na Lupa Produções) e editado por Ulisses Simionato (Santo Filme Produções) e já conta com um teaser disponível tanto no Facebook como no canal do YouTube da banda. Confira teaser de "Sad Darkness Of The Soul" em https://youtu.be/jZwhurmttR8
Empresário chama músicos de preguiçosos e escancara o fundo do poço na música
Há um sentimento geral, desde que o mundo da música mudou, lá no começo deste século, que nem tudo está perdido. Muita gente ainda acredita que arte ainda é algo viável financeiramente e que pode gerar bons lucros.
Os sonhadores levaram um baita tombo com a absurda e esdrúxula declaração do CEO mundial do Spotify, a plataforma de streaming mais importante.
Nesta semana, Daniel Ek desdenhou das constantes reclamações sobre as parcas remunerações que os artistas recebem. "Em vez de reclamar, os músicos precisam trabalhar mais e criar novas músicas. É assim que as coisas funcionam."
Ou seja, chamou os artistas de preguiçosos porque estão reclamando de receberem US$ 0,0034 por cada execução nas plataformas de streaming.
É dessa forma que essa gente, que ajudou a destruir a indústria da música, vê o trabalho artístico: um mero produto, cujo valor é muito baixo - a não ser, é claro, na hora de remunerar as próprias empresas.
As reações foram imediatas, com artistas de todos os cantos xingando e retaliando Ek, que não se importou. Sua plataforma fatura bilhões e tem valor de mercado que ultrapassa zilhões de qualquer moeda. Os artistas estão reclamando? Então que criem suas próprias plataformas, ora...
Muitos estão pensando nessa possibilidade, enquanto outros já colocaram no ar seus projetos, mas o fato é que o quase oligopólio de gigantes de streaming sufoca as principais tentativas.
Ainda persiste o falso dilema: péssimo com o Spotify, mas muito pior estar fora dele. Será mesmo? Que artistas novos, do underground, pensem desse jeito em busca de alguma visibilidade até pode fazer algum sentido, por mais que continue sendo uma imensa arapuca. Mas o que dizer a respeito dos grandes nomes do pop e do rock?
Por uma questão de conveniência, e só por isso, muitos medalhões capitularam e aderiram ao streaming, em jogo de soma negativa para os músicos e compositores.
A questão é que faz tempo que se busca uma forma de criar um novo mercado da música que consiga ao menos em parte remunerar quem cria e produz de uma forma um pouco mais decente.
São várias tentativas diárias, mas nada vira - seja por um predomínio forte de grandes corporações associadas, entre elas quase todas de streaming, seja por divergências quase irreversíveis entre os próprios músicos e agentes de produção/promoção.
O mercado está tão degradado e os artistas, aviltados de tal forma, que uma declaração nojenta como a de Ek não causa mais comoção - apenas meia dúzia de músicos famosos decidiu rebater o empresário.
Twisted Sister, do vocalista Dee Snider (ao centro): palavras duras contra o CEO do Spotify (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Se antes esses empresários ainda disfarçavam o seu desprezo pela arte e ela música, agora não mais. Dizem abertamente o que pensam e menosprezam músicos e artistas.
Um boicote será uma alternativa para os artistas? diante da falta de união em todos os níveis, é pouco provável. As plataformas de streaming estão tão integradas nas estratégias atuais de marketing divulgação que qualquer tentativa nesse sentido não surtiria efeito.
Depois do que sobrou das gravadoras e das editoras ter feito acordos de "sobrevivência" com esse novo mundo do das empresas de streaming, pouco espaço de manobra restou para confrontar essa gente nefasta que tomou conta das músicas e dos espaços de disseminação de música.
Os arautos da modernidade adoram dizer que os músicos nunca tiveram tanta liberdade para produzir e gerenciar as próprias carreiras como neste século, depois da implosão do mercado fonográfico.
O que não dizem é que nunca se ganhou tão pouco com o próprio trabalho como agora, em que os rendimentos de turnês estão sendo, de forma obrigatória, divididos por mais gente, inclusive com o que restou das gravadoras.
A interatividade com os fãs e ouvintes aumentou, o que quase não significa nada, pois o apreciador de música do século XXI se acostumou com o fato destruidor e degenerativo de que tudo ficou de graça. Esse pessoal não se dispõe mais a pagar por música e por arte e ainda tem a fata de consideração de dizer que as mensalidades dos pacotes de streaming são altas.
Se os estúdios de cinema e empresas produtoras ainda conseguem manter um nível de combatividade e negociação com as plataformas de streaming, músicos e produtores jamais tiveram essa possibilidade desde que o mercado fonográfico desapareceu. Desde sempre foram a parte mais e não tiveram outra alternativa a não cer ceder aos "encantos" da nova tecnologia.
A reclamação é geral e mundial. Em junho, o cantor e compositor Ivan Lins ridicularizou a remuneração que recebe das plataformas de streaming em entrevista à rádio CBN SP, em um programa de variedades.
Com quase 50 anos de carreira e canções mundialmente famosas de sua autoria, não chega a receber R$ 100 em alguns meses mesmo com toda a sua obra disponível de forma digital.
Para ele, a pandemia de coronavírus só tende a agravar a penúria que atinge a imensa maioria do mercado, enquanto as empresas de streaming são as que conseguem faturam bem com os trabalhos alheios.
Daniel Ek chamar os músicos de preguiçosos e exigir mais música para que possa explorá-los ainda mais é uma vergonha gigantesca, que merece repúdio total e irrestrito.
No entanto, infelizmente, de mãos atadas e sem perspectivas de rentabilizar o próprio negócio, os músicos mostram fragilidade e pouca disposição para combater essa ignomínia.
Na verdade, não conseguem nem mesmo rebater as acusações de que "merecem o que está acontecendo pela desunião e desinteresse em batalhar pelo todo, e não só pelo seu bolso."
terça-feira, agosto 04, 2020
Notas roqueiras: Ari Borger, Blues Beatles, Fighter, Andre Matos, Bourbon & Blues...
Ari Borger (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Lollapalooza EUA anuncia festival online que terá Metallica e Paul McCartney
Do site Roque Reverso
Os organizadores norte-americanos do Lollapalooza anunciaram nesta segunda-feira, 27 de julho, uma edição online do festival, como uma forma de amenizar os impactos gerados pela pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio a indústria de shows pelo mundo. Denominado “Lolla2020”, o festival será realizado nos dias 30 e 31 de julho e 1º de 2 de agosto, com transmissão ao vivo no YouTube.
Com um line-up gigantesco, o Lolla2020 terá, entre os representantes do rock, grandes nomes, como Paul McCartney, Metallica, The Cure, Alabama Shakes, Jane’s Addiction, Tom Morello, Arcade Fire, Imagine Dragons, Josh Homme, Porno For Pyros, Tenacious D, The Struts e Yeah Yeah Yeahs, entre tantos outros.
O festival será apresentado ao vivo em forma de live, mas, como bem podem lembrar os fãs das bandas e artistas citados, esses nomes já passaram por edições anteriores do Lollapalooza e muitas performances serão reprises justamente
de shows realizados no festival.
Não ficou claro, no entanto, que bandas vão aparecer em shows ao vivo e quais terão as apresentações do passado reprisadas.
O fato é que há material de sobra para montar o festival, que promete divulgar na quarta-feira, 29 de julho, a agenda das performances (veja a programação atualizada do Lolla2020 aqui!).
Durante o evento, o Lolla2020 arrecadará doações para três organizações americanas: Arts for Illinois Relief Fund, Equal Justice Initiative, e When We All Vote.
O Lollapalooza Chicago, que aconteceria este ano, foi transferido para julho de 2021. O Lollapalooza Brasil, que aconteceria em abril de 2020, e teria Guns N’ Roses e The Strokes entre os headliners foi transferido para dezembro deste mesmo ano, sem, por enquanto, uma notícia de novo adiamento, apesar de qualquer saber que, no atual cenário de mortes no País, é totalmente impensável existir um festival com aglomeração de pessoas em 2020.
Programa Combate Rock destaca Alan Parker, Renato Barros, Bob Dylan, The Who...
O Combate Rock desta semana começa lembrando o genial e pioneiro do rock brasileiro Renato Barros, líder de Renato & Seus Blue Caps, morto na semana passada. Também falamos sobre um grande cineasta, que também morreu, Alan Parker, diretor de filmes como "The Wall", "Fame" e "The Commitments", entre outros.
Dedicamos a metade final do programa a grandes canções lançadas em 1965: “Like a Rolling Stone”(Bob Dylan), “Yesterday” (Beatles), “(I Can’t Get No) Satisfaction” (Rolling Stones) e “My Generation” (The Who).
Notas roqueiras: Dudé e a Máfia, Juliana Cortes, Chaosfear...
- O Chaosfear fará show de lançamento do novo trabalho, "Be The Light In Dark Days”, lançado oficialmente no dia 11 de junho (ainda) de forma independente. A data para a apresentação é dia 30 de agosto, domingo, às 20h. Canal oficial do Manifesto Bar, onde as lives são transmitidas é:www.youtube.com/user/ManifestoBar666
As grandes músicas de 1965: 'Yesterday', dos Beatles
Os Beatles não sabiam, mas estavam mudando o mundo e suas próprias vidas a partir da composição e gravação de uma música onde apenas um deles estaria presente.
"Yesterday" costuma frequentar as listas de músicas mais executadas de todos os tempos em emissoras de rádio e web rádios. Assim como "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, nem rock é, mas ainda assim é um dos ícones do gênero.
Creditada a Lennon e McCartney, a bela balada de inspiração folk e com arranjos soberbos de cordas elaborados pelo produtor George Martin, a canção é bela e inspiradora tão somente pelo toque minimalista. A sua suavidade é a sua força, assim como sua letra singela.
Até hoje Paul McCartney insiste na historinha que criou e que foi difundida pelo biógrafo oficial dos Beatles, Hunter Davies.
Morando em um anexo da casa dos pais da então namorada, Jane Asher, Paul McCartney acordou sobressaltado de madrugada com uma melodia na cabeça. Foi ao piano portátil que mantinha próximo ao seu quarto e tratou de executar trechos da peça e memorizá-la, já que não sabia ler e escrever música.
Ele passou duas semanas perguntando a todos os conhecidos que ouviam rádio se identificavam aquela melodia. Certificando-se de que poderia ser inédita, tratou de fazer uma letra provisória e mostrar aos companheiros de banda.
Ninguém ficou empolgado com "Scrambled Eggs", o título improvisado, temporário e jocoso. Paul insistiu e nem se importou em gravá-la sozinha e supervisar o conjunto de cordas que foi acrescentado posteriormente.
Os companheiros de banda não esconderam o assombro quando escutaram o resultado final, só com violão e cordas, mas ainda assim se mostraram reticentes.
O sucesso da música foi grande, tanto como compacto simples nos Estados Unidos, em setembro de 1965 (na Inglaterra só foi lançada em compacto duplo em março do ano seguinte) como canção integrante do álbum "Help", lançado um mês antes.
Simples e bela, tornou-se uma das marcas registradas da banda e rotulou, involuntariamente, Paul McCartney como baladeiro e especialista em canções de amor, o que o chateou por certo tempo.
"Yesterday" é o tipo de canção que ainda hoje é capaz de parar conversas de amigos e burburinhos quando começa a tocar, assim como "Like a Rolling Stone", "Smoke on the Water" (Deep Purple), "Another Brick in the Wall " (Pink Floyd), "Stairway to Heaven" e muitas outras.
segunda-feira, agosto 03, 2020
Notas roqueiras: Sepultura, Jonnata Doll & os Garotos Solventes, Komodo Queens...
Pit Passarell retoma a carreira solo e lança o single 'O Mundo'
Pit Passarell é um talento raro. Um artista único e original. Uma personalidade que parece ter chegado recentemente de outro planeta, ou melhor, do universo tão perto e tão distante das ruas. Uma criatura da noite, exatamente como os grandes artistas devem ser.
Foi um dos criadores do estilo que hoje em dia chamamos de metal melódico, antes mesmo de a gente saber o que era esse negócio. Criou obras primas como "Living For The Night" e "To Live Again", entre outras, hinos que catapultaram Andre Matos para o mundo.
Foi um dos responsáveis pela volta do Capital às paradas de sucesso no final dos anos 1990, de onde a banda de Brasília nunca mais saiu. Ele é o compositor de grandes sucessos como "O Mundo", "Seus Olhos", "Depois da Meia-Noite", "Algum Dia" e "Instinto Selvagem".
Pit Passarell está de volta pela primeira vez em carreira solo. Gravou suas grandes músicas do seu jeito, colocando a sua personalidade à flor da pele.
O Wikimetal, selo independente da ForMusic (que relançou recentemente o catálogo do Viper), acredita que esse álbum seja, sem exageros, um dos melhores álbuns do rock nacional autoral dos últimos anos.
Andarilho da capital, figura carimbada da noite paulistana. Pit Passarell é um personagem especial, um talento daqueles que não encontramos com frequência nem esquecemos com facilidade. Ele tem aquela estrela que não conseguimos dizer o que é, difícil de descrever, o que chamamos de carisma ou, em inglês, star quality.
Ouça O Mundo aqui: https://wikimetal.lnk.to/PitPassarell_OMundo
Notas roqueiras: Dislaze, Inanimalia, Death Chaos, Festival de Inverno Rio...
- A banda Dislaze está divulgando "Sand Plans", segunda música do disco de estreia, “ZERO”.
Diferente do primeiro single lançado, "Mand Down", a nova música mostra a versatilidade do grupo, que apresenta linhas mais clássicas e trabalhadas e carregadas de groove. “Sand Plans” pode ser conferida em todas as plataformas digitais. Acesse seu Spotify (link abaixo), Deezer, Apple Music, Tidal, Amazon Music, Google Play, Napster e várias outras:
https://open.spotify.com/track/7kRIsFLg3Njfr84ZG1HqXl?si=0SFzCRsqQfWq5PcubKAlfw
- Evento que já faz parte do calendário cultural da cidade, o Festival de Inverno Rio, que em 2020 chega à sua quarta edição, está confirmado para os dias 7 e 8 de agosto. Mas, diante da pandemia da Covid-19, neste ano acontece em formato diferenciado. Inaugurando uma nova fase de eventos no Rio de Janeiro, os shows obedecem na íntegra todas as normas de saúde pública e serão transmitidos para todo o mundo, direto do Morro da Urca, através do canal oficial do Festival no YouTube : youtube.com/festivaldeinvernorio. Realizado pela Peck Produções, o projeto tem patrocínio da Cervejaria Brahma. As atrações escolhidas representam toda a diversidade musical que é a cara do Rio, abraçando sua pluralidade cultural e de estilos. Na sexta-feira (7), haverá uma mistura de rap, pop, samba e pagode, com shows de Marcelo D2, Ferrugem e Thiago Martins. Já no sábado (8), a noite será dedicada aos amantes do Rock and Roll, com grandes representantes do rock nacional, como Raimundos, Barão Vermelho e Detonautas. A proposta é que o Festival "esquente" a estação, reunindo as mais diversas tribos, gêneros e sonoridades.
As grandes músicas de 1965: 'Satisfaction', dos Rolling Stones
Rolling Stones em 1965 (FOTO: REPRODUÇÃO)
Um riff insidioso, uma letra ambivalente e ambígua, uma interpretação sensual e que afrontava os bons costumes. E a música-símbolo do rock por muito tempo surgiu para mostrar ao mundo que o rock era vanguarda. Demoraria um pouquinho ainda para ser considerado arte, mas a porta jpa estava arrombada.
"(I Can't Get No) Satisfaction" começou devagar a galgar as paradas e os ouvidos da molecada. Quando finalmente escalou o topo e lá ficou, praticamente mudou os rumos da música pop.
Se o padrão Beatles de música alegrinha e romântica ainda permanecia, o rock mais cadenciado e pesado, com um riff cortante e penetrante, estabelecia novas normas.
No ano anterior, "You Really Got Me", dos Kinks, já tinha aberto o caminho, mas foi com "Satisfaction" que a agressividade e o peso deram as caras e mostraram que também podiam ser populares e agradar a um público um pouco mais exigente.
Assim como Paul McCartney, dos Beatles, o guitarrista Keith Richards, dos Rolling Stones, sonhou com parte da melodia e com o riff. Acordou sobressaltado em uma madrugada e rapidamente reproduziu no violão que mantinha ao lado da cama.
Precavido, também tinha consigo um dos primeiros gravadores em fita cassete produzidos para o o consumo público, quase um protótipo. Registrou o riff algumas vezes, e de modos diferentes, e voltou a roncar.
Não foram poucas as vezes em que Richards reclamou da velocidade que a versão original adquiriu. Ele a queria mais lenta e mais suave, algo que, segundo ele, a letra de Mick Jagger pedia.
A banda e o produtor Andrew Loog-Odham logo perceberam, ue tinham uma joia nas mãos e fizeram vários experimentos. Observaram que era uma canção poderosa e que precisava de uma força para decolar. A ideia de torná-la quase uma balada de inspiração folk foi morrendo aos poucos e um dos hinos do rock começou a nascer ali.
É daquelas músicas que são reconhecidas imediatamente em qualquer ambiente e em qualquer ocasião, da mesma forma que ganhou milhões de versões dos mais variados artistas.
Uma das mais célebres foi do grupo norte-americano de pop vanguardista-eletrônico Devo, que praticamente desconstruiu a música, recolocando-a nas paradas de sucesso no fim dos anos 70.
domingo, agosto 02, 2020
Infraestrutura do entretenimento no Brasil corre risco de apagão na retomada pós-pandemia
Notas roqueiras: Seu Juvenal, Corazones Muertos, Final Disaster...
Seu Juvenal (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Lançado no último dia 17 de Julho, “Brincando com Ódio” é sucessor do super elogiado “Rock Errado” de 2015 e reúne oito músicas inéditas: “Chamem As Crianças Pra Brincar”, “Depois do Ódio”, “Fogo na Própria Carne”, “Em Seu Sorriso cabe o Carnaval”, “Bloco da Vergonha”, “Hino Nacional”, “Igrejas”, “Montanhas”, além de “O Pior Cego” como bônus exclusiva da versão física.
Todas as faixas foram gravadas no estúdio Sonastério em Nova Lima/MG, um dos maiores estúdios em qualidade sonora e área construída do Brasil, por onde já passaram artistas renomados como Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Skank, Seu Jorge, Criolo, Iza, Gal Costa, entre muitos outros.
“Brincando com Ódio” foi financiado com recursos do Funcult, edital de fomento à produção artística e cultural do Fundo Municipal de Cultura de Ouro Preto/MG, do qual o Seu Juvenal foi vencedor.
- "Livin' Dead Stories" é o nome do novo trabalho da banda paulista Corazones Muertos. O disco conta com 10 faixas que transitam pela clássica mistura de punk e rock’n’roll. "Livin' Dead Stories" foi gravado, mixado e masterizado pelo eterno parceiro da banda, o produtor Michel Kuaker, no Studio Wah Wah. O lançamento é da Xaninho Discos. A arte e a capa são de autoria de Luis Oberherr (Overdubs).
Condenação de banda no Irã faz emergir dos esgotos o pior que há no rock
Trinta anos do ‘Cowboys from Hell’, o álbum que mudou a carreira do Pantera
Há bandas, como o AC/DC, que navegam durante a sua história completa praticamente sem alterações sonoras ou mudanças de estilo. Outras, porém, decidem modificar o curso da carreira radicalmente, tendo ou não o sucesso desejado. No caso do Pantera, a sábia decisão da mudança resultou no álbum “Cowboys from Hell”, que completa 30 anos de existência neste dia 24 de julho de 2020 e virou um clássico do rock pesado, mudando a carreira do grupo norte-americano para sempre.
O Ano era 1990. E o heavy metal vivia uma onda mágica das bandas de thrash metal, que marcou a segunda metade dos Anos 80 e a primeira metade dos Anos 90.
Grupos fundamentais para o estilo, como o Metallica, o Slayer, Megadeth, Anthrax, Testament,
Sepultura, Death Angel, Kreator e outros tantos viviam
uma fase criativa gigante
Estas bandas haviam lançado ou lançariam até o fim de 1990 uma sequência de discos clássicos do thrash.
Criado em 1981, muito perto do nascimento do thrash, o Pantera seguiu em seus primeiros álbuns por um caminho do hard rock e do glam metal, com um som que nada tinha a ver com a pegada forte e rápida das demais bandas que estouravam e bombavam no thrash.
Até 1986, os fundadores da banda, os irmãos Dimebag Darrell (guitarra) e Vinnie Paul (bateria), além do baixista Rex Brown, tinham Terry Glaze como vocalista do Pantera. Neste período, o grupo lançou três discos que tiveram a linha do metal farofa e que, apesar do talento já reconhecido de Dimebag Darrell, não conseguia decolar, justamente pela fama e visual do grupo, que pesavam muito naquela época de efervescência do thrash.
Com a entrada do vocalista Phil Anselmo, em 1986, o som e a pegada do Pantera já começou a mudar no disco “Power Metal”, de 1988. Desprezado também pela crítica e boa parte dos fãs, o álbum traz uma pegada diferente dos 3 primeiros discos e traz um heavy metal mais maduro, com muita influência de Judas Priest e algumas pitadas de metal mais acelerado em algumas faixas.
A chegada do jovem Phil Anselmo para os vocais trouxe um ar novo para a banda. E essa nova vibe geraria frutos dois anos depois com “Comboys From Hell”.
A cena no Brasil
Mais precisamente no Brasil, quem circulava pela cena do heavy metal, praticamente ignorava o Pantera até 1990, ou simplesmente não conhecia o grupo. A internet ainda era um sonho e a MTV Brasil seria inaugurada no País apenas em outubro daquele ano.
Com isso, era muito mais difícil a chegada de informações sobre bandas novas. Restava aos fãs de heavy metal seguir revistas clássicas, como a Rock Brigade, ou trocar informações sobre novas bandas nos pontos de encontro dos headbangers.
Em São Paulo, havia a tradicional loja Woodstock e a Galeria do Rock, que sobrevivem até os dias de hoje. Outra fonte de informação importante era o rádio, que tinha, por exemplo, os excelente programas “Comando Metal” (da 89FM e apresentado por Walcir Chalas) e “Backstage” (então na 97FM e apresentado por Vitão Bonesso), como divulgadores do metal.
Pode ser dito que o Pantera começou a bombar pra valer no Brasil justamente quando as músicas do “Cowboys From Hell” começaram a tocar nestes programas de rádio, que já haviam sido muito responsáveis pela formação de um público sólido de heavy metal em São Paulo.
A virada do Pantera
“Cowboys From Hell” é uma verdadeira revolução na história do Pantera. Ignorada até então, a banda explodiu no mundo do heavy metal com um som muito mais pesado, vocais caprichados e com menor número de agudos de Phil Anselmo e com o trio Dimebag Darrell, Vinnie Paul e Rex Brown numa sintonia impressionante.
O álbum começa a trazer para o público o groove metal que seria consolidado no álbum seguinte: o excelente “Vulgar Display of Power”, de 1992 . Com a pegada do thrash, mas com um balanço um pouco diferente e mais cadenciado, o estilo daria uma roupagem diferente dentro do heavy metal e teria também no Sepultura, no White Zombie e no Machine Head representantes de peso naquela década.
Até a capa do disco traz um Pantera diferente e mais simples, em vez do que se via anteriormente, quando o grupo chegou a ser ridicularizado pelo meio heavy metal pela horrível capa do disco “Metal Magic”. O visual farofa dá lugar a algo mais com cara de thrash metal e sem frescuras. Sai o laquê de cabelo e entram as roupas surradas.
Numa época em que os LPs em vinil ainda tinham relevância e que até as fitas cassete ainda sobreviviam à chegada avassaladora do CD, as bandas ainda usavam a estratégia de divisão dos Lados A e B, muitas vezes deixando os maiores sucessos ou candidatos a hit para o primeiro lado.
Essa estratégia foi usada brilhantemente pelo Pantera em “Cowboys From Hell”, com 6 petardos sonoros abrigando o Lado A.
A faixa-título foi o novo cartão perfeito de visitas. Com o riff matador de Dimebag Darrell, a introdução marcante da música já mostrou que aquela era uma banda completamente diferente do que se conhecia antes.
Os vocais de Phil Anselmo estavam mais agressivos e já mostravam uma maturidade em relação ao disco anterior. A “cozinha” Vinnie Paul-Rex Brown também dava o tal “groove” que marcaria a partir dali o Pantera.
Vale lembrar que o nome “Cowboys from Hell” se refere ao Estado norte-americano onde surgiu a banda, o Texas, lugar pouco tradicional para o surgimento de bandas de heavy metal.
Na sequência do disco, a paulada sonora “Primal Concrete Sledge” traz a banda numa velocidade ainda maior e um show particular de Vinnie Paul na bateria.
“Psycho Holiday” é a terceira e, apesar de trazer velocidade menor que “Primal Concrete Sledge” parece ser até mais pesada, com o tal “groove” se apresentando, forçando o pescoço e a cabeça do fã de heavy metal se movimentarem inevitavelmente.
Vale lembrar que “Psycho Holiday” e “Cowboys from Hell” tiveram clipes veiculado na MTV e que isso ajudou muito a difundir o Pantera mundialmente. O vídeo com cenas de show da banda, com direito a rodas de mosh e stage diving, era como o sonho de consumo de qualquer amante do rock pesado.
Alguém aí falou em roda de mosh? E em bate-cabeça? A faixa seguinte “Heresy” é a candidata certeira do disco a fazer o fã a bater a cabeça à exaustão ou a iniciar um mosh pelo quarto ou pela sala de casa. Tente ouvi-la sem reação alguma. É quase impossível não haver algum reflexo do ouvinte nesta música, que não virou hit, mas que é uma das melhores do álbum.
Depois de tanta porrada consecutiva, o Pantera abre a próxima de maneira calma. “Cemetery Gates”, que foi um dos singles do álbum e também ganhou clipe, é uma espécie de “balada do Pantera”, mas não se engane, pois ela muda. Com performances brilhantes de Phil Anselmo num vocal excepcional e de Dimebag Darrell com um talento magistral, ela alterna momentos mais calmos e acelerados, sendo bastante melodiosa e de fácil aceitação por fãs que vão além do heavy metal.
“Domination” fecha o Lado A com mais som pesado e rápido. Tal qual “Heresy”, ela não ganhou o status das demais faixas do primeiro lado do disco, mas caiu nas graças dos fãs pela intensidade e rapidez. E ainda traz momentos de Anselmo com vocais quase guturais.
Lado B
O Lado B de “Cowboys From Hell” é bem menos poderoso do que o Lado A, mas não deixa de ter canções interessantes. “Shattered” começa o lado poderosa, mas com um Pantera mais parecido com o disco anterior. Anselmo vem num vocal agudo mais parecido com o heavy metal tradicional. Para quem não conhecia a banda nos discos anteriores, serve para mostrar, sobretudo, a capacidade impressionante de alternância do vocalista.
“Clash with Reality” tem mais a pegada do “Cowboys From Hell” e é uma porrada sonora que reforça a qualidade de Dimebag Darrell, sem deixar de mostrar os atributos dos demais integrantes.
Na sequência, em “Medicine Man”, a dupla Dimebag-Anselmo dá um show à parte, com riffs e solos matadores do primeiro e vocais agudos e surpreendentes do segundo.
Um detalhe, por sinal, que passou a chamar a atenção no Pantera a partir deste disco é justamente a capacidade de Dimebag Darrell trazer sozinho um som coeso de guitarra que muitas bandas com dois guitarristas jamais conseguiram. “Message in Blood” e “The Sleep” são amostras neste sentido, com o guitarrista criando algo bem forte estando sozinho. Claro que o baixo de Rex Brown também tem sua participação importante, mas a performance de Dimebag é algo fora do comum.
Rex Brown, por sinal, aparece de maneira mais relevante na última do disco. “The Art of Shredding” traz uma introdução matadora do baixista que abre o terreno para algo mais pesado feito por Dimebag. Apesar de não ter ganho os louros das faixas do Lado A, “The Art of Shredding”, talvez, seja um das músicas do álbum que traz o Pantera mais coeso.
Diferença drástica
Terminada a audição do disco, é quase impossível não virar fã deste trabalho do Pantera. As mudanças em relação aos demais álbuns são impressionantes e, para muitos, é difícil acreditar que é a mesma banda antes e depois de 1990.
O auge do Pantera viria com o excepcional “Vulgar Display of Power”, que chegaria aos fãs em 1992 e levaria o grupo para o topo do heavy metal.
Em 1993, a banda ainda viria pela primeira vez ao Brasil e faria 2 shows lotados em São Paulo, no saudoso Olympia, justamente e apenas com músicas destes dois discos matadores, reforçando a imagem de querer esquecer o que veio antes de 1990.
Seria uma das estreais mais avassaladoras (veja texto especial aqui) de uma banda em solo brasileiro. E quem testemunhou jamais esquecerá.
Toda esta mudança drástica na carreira do Pantera teve papel fundamental do álbum “Cowboys From Hell”, que gerou pela primeira vez sucesso comercial para o grupo e rompeu barreiras do heavy metal.