A aberração das bombas contra crianças irlandesas
A luta na Irlanda sempre foi chocante pelos seus extremismos, quase tão chocante quando a dos palestinos. No entato, os últimos eventos ocorridos em Belfast são abomináveis, de causar revolta e náuseas a defuntos. Crianças católicas que frequentam escolas primárias na capital da Irlanda do Norte estão sendo alvo de bombas caseiras pelo simples fato de terem de utilizar uma rua em biarro protestante para chegar a sua escola.
As imagens de TV são chocantes. Crianças correndo e berrando desesperadas em frente às câmeras de TV enquanto marmanjos protegidos por muros lançam coquetéis molotov contra a polícia e contra os católicos. Uma das coisas mais nojentas dos últimos anos.
A crise irlandesa, sobretudo na Irlanda do Norte, é mais aterrorizante e absurda do que a dos palestinos porque envolve vizinhos. Uma coisa é acompanhar uma guerra ou um conflito entre dois povos distintos, como é o caso de isarelenses e palestionos. Um não vê de onde vem a bomba que mata e mutila, os atentados terroristas são sempre atribuídos a grupos que não têm identificação definida. Seus membros não têm rostos.
Em Belfast e na cidade interiorana de Londonderry a coisa é arrepiante porque aquele que um dia vai te assassinar é o cara que mora na casa vizinha ou na fazenda vizinha. Provavelmente as pessoas se conhecem, elas se curzam todos os dias nas ruas e nos botecos das cidades, e no dia seguinte uma delas vai praticar um crime hediondo contra um vizinho. Pior, os irlandeses, católicos ou protestantes, não poupam crianças de suas chacinas e de suas briguinhas paroquiais.
Parece que 500 anos de sofrimento e mortes não foram suficientes para aplacar a ira dos irlandeses, uma dos povos com história das mais belas e cultura das mais magníficas do mundo. que belo retrato para aqueles que acham que a religião e seus dogmas justificam tudo.
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
quarta-feira, setembro 05, 2001
Nazareth cancela show em SP
Para os nostágicos, a notícia é ruim. O Nazareth cancelou o show do dia 8 de setembro em São Paulo, segundo a rádio Mix. Os motivos não foram divulgados. Baixa venda de ingressos, provavelmente. O show do grupo escocês acontece no dia seguinte ao de duas apresentações do Judas Priest a preços médios de R$ 50,00. Aí ficou difícil.
Para os nostágicos, a notícia é ruim. O Nazareth cancelou o show do dia 8 de setembro em São Paulo, segundo a rádio Mix. Os motivos não foram divulgados. Baixa venda de ingressos, provavelmente. O show do grupo escocês acontece no dia seguinte ao de duas apresentações do Judas Priest a preços médios de R$ 50,00. Aí ficou difícil.
terça-feira, setembro 04, 2001
A volta da campanha fascista da Jovem Pan
A Rádio Jovem Pan de São Paulo está investindo novamente em sua campanha ultradireitista e fascista contra a violência. Segundo as chamadas da emissora, são Paulo há muito tempo vive um clima de guerra civil, de guerrilha urbana, e o governo do Estado nada faz para "aumentar a segurança dos cidadãos de bem".
Para a emissora, "os cidadãos de bem estão trancafiados em suas próprias casas, apavorados com a escalada de violência que assola a cidade, a mais violenta do mundo".
A campanha é ultrajante, nojenta, asquerosa. O que vem a ser um cidadão de bem? provavelmente, aquele que anuncia na emissora, aquele mora no quadrilátero avenidas Brigadeiro Luiz Antonio, Paulista, Faria Lima e Rebouças. A rádio fica esbravejando que quer mais polícia para que os bacanas possam andar com seus carros importados pelos Jardins sem serem incomodados pelos vendedores de semáforos.
Há 15 anos é a mesma coisa, é o mesmo tom, o mesmo tempo, o mesmo locutor. Nem mesmo criatividade a rádio tem para tentar "modernizar" e "aperfeiçoar" seu discurso. Nojento, absolutamente nojento. Não gostaria de me arreepender de ter trabalhado lá por três anos.
A Rádio Jovem Pan de São Paulo está investindo novamente em sua campanha ultradireitista e fascista contra a violência. Segundo as chamadas da emissora, são Paulo há muito tempo vive um clima de guerra civil, de guerrilha urbana, e o governo do Estado nada faz para "aumentar a segurança dos cidadãos de bem".
Para a emissora, "os cidadãos de bem estão trancafiados em suas próprias casas, apavorados com a escalada de violência que assola a cidade, a mais violenta do mundo".
A campanha é ultrajante, nojenta, asquerosa. O que vem a ser um cidadão de bem? provavelmente, aquele que anuncia na emissora, aquele mora no quadrilátero avenidas Brigadeiro Luiz Antonio, Paulista, Faria Lima e Rebouças. A rádio fica esbravejando que quer mais polícia para que os bacanas possam andar com seus carros importados pelos Jardins sem serem incomodados pelos vendedores de semáforos.
Há 15 anos é a mesma coisa, é o mesmo tom, o mesmo tempo, o mesmo locutor. Nem mesmo criatividade a rádio tem para tentar "modernizar" e "aperfeiçoar" seu discurso. Nojento, absolutamente nojento. Não gostaria de me arreepender de ter trabalhado lá por três anos.
segunda-feira, setembro 03, 2001
Um bom debate sobre censura e liberdade de expressão
Um filme surpreendente está dando sopa nas locadoras da cidade. "Dirty Pictures" (Fotos Proibidas) é um filme feito para a TV no ano passado, dirigido por um desconhecido estrelado pelo ótimo James Woods, tendo como coadjuvante o eficiente Craig T. Nelson. É um dos debates mais lúcidos sobre liberdade de expressão dos últimos anos. E mais uma porrada nos conservadores e na crentaiada nojenta.
A fita narra um fato verídico ocorrido em 1990. O diretor do Centro de Artes Contemporâneas de Cincinnati (Ohio), Dennis Barrie, resolve programar uma mostra de fotos do polêmico fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946-1989). Especialista em retratar o submundo e comportamentos anômalos, mapplethorpe tinha prazer em chocar e "mostrar aquilo que ninguém mostra, aberrações que todos praticam no privado e temem ver expostos em público".
Suas fotos mostravam sexo homossexual interracial, comportamentos sexuais heterodoxos e relacionamentos diversos do mundo homossexual em geral, entre outras coisas. Gostava também de fazer fotos de crianças nuas, "para fazer comparações com o imaginário sexual dos adultos em determinados campos da arte".
As fotos foram recusadas pelas principais galerias e museus dos Estados Unidos e Barrie resolveu bancar a mostra, provocando a ira da polícia, da Justiça e e das organizações direitistas que "zelavam" pela boa moral e bons costumes, sejá lá o que isso signifique. Por conta disso, Barrie e seu museu foram processados e linchados moralmente em Cincinnati. A vida do diretor virou um inferno, afetando sua mulher e filhos da escola.
O legal do filme é que o roteiro entremeia entrevistas de personalidades que estiveram envolvidas diretamente no caso, como deputados federais e senadores pró e contra a exposição, a atriz Susan Sarandon (amiga de Mapplethorpe) e o escritor indiano Salman Rushdie (vítima de uma perseguição em escala mundial de muçulmanos, que se julgaram ofendidos por um livro que ele escreveu, "Versos Satânicos").
Enfim, "Dirty Pictures" é uma grande discussão sobre liberdade de expressão e de censura nas artes e espetáculos, o que, em última análise, pode se estender para toda a sociedade.
Um filme surpreendente está dando sopa nas locadoras da cidade. "Dirty Pictures" (Fotos Proibidas) é um filme feito para a TV no ano passado, dirigido por um desconhecido estrelado pelo ótimo James Woods, tendo como coadjuvante o eficiente Craig T. Nelson. É um dos debates mais lúcidos sobre liberdade de expressão dos últimos anos. E mais uma porrada nos conservadores e na crentaiada nojenta.
A fita narra um fato verídico ocorrido em 1990. O diretor do Centro de Artes Contemporâneas de Cincinnati (Ohio), Dennis Barrie, resolve programar uma mostra de fotos do polêmico fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946-1989). Especialista em retratar o submundo e comportamentos anômalos, mapplethorpe tinha prazer em chocar e "mostrar aquilo que ninguém mostra, aberrações que todos praticam no privado e temem ver expostos em público".
Suas fotos mostravam sexo homossexual interracial, comportamentos sexuais heterodoxos e relacionamentos diversos do mundo homossexual em geral, entre outras coisas. Gostava também de fazer fotos de crianças nuas, "para fazer comparações com o imaginário sexual dos adultos em determinados campos da arte".
As fotos foram recusadas pelas principais galerias e museus dos Estados Unidos e Barrie resolveu bancar a mostra, provocando a ira da polícia, da Justiça e e das organizações direitistas que "zelavam" pela boa moral e bons costumes, sejá lá o que isso signifique. Por conta disso, Barrie e seu museu foram processados e linchados moralmente em Cincinnati. A vida do diretor virou um inferno, afetando sua mulher e filhos da escola.
O legal do filme é que o roteiro entremeia entrevistas de personalidades que estiveram envolvidas diretamente no caso, como deputados federais e senadores pró e contra a exposição, a atriz Susan Sarandon (amiga de Mapplethorpe) e o escritor indiano Salman Rushdie (vítima de uma perseguição em escala mundial de muçulmanos, que se julgaram ofendidos por um livro que ele escreveu, "Versos Satânicos").
Enfim, "Dirty Pictures" é uma grande discussão sobre liberdade de expressão e de censura nas artes e espetáculos, o que, em última análise, pode se estender para toda a sociedade.
Veja e Vejinha não entendem nada de rock
A revista Veja insiste em falar de rock. sua editoria de Artes e Espetáculos não tem competência nem conhecimento para tal; Seus jornalistas são maldosos e preconceituosos, tanto na Veja como na Vejinha. O rock é desprezado, ou melhor, menosprezado. Por isso, seus jornalistas, quando se aventuram a escrever sobre o tema, derrapam feio (vide a cobertura ridícula da revista do Rock in Rio 3).
Os mais assíduos escribas sobre o tema são Marcos Gabriel e Sérgio Martins (este passou por várias revistas especializadas, como a Bizz/Showbizz, mas não sabe nada, só escreve sobre reggae). Os dois são uns poços de preconceito e desinformação. Na Vejinha acontece o mesmo. Eles insistem em bater na tecla de que bandas de rock pesados só vêm ao Brasil depois que entram em decadência e deixam de vender no exterior ( a respeito das vindas de Judas Priest e Nazareth nesta semana). Ou seja, aqui só vem resto.
A afirmação é mentirosa, já que o Judas Priest veio ao Brasil pela primeira vez há dez anos na turnê de promoção de seu segundo melhor disco da carreira (Painkiller), de 1990. Agora retorna de novo no auge, vendendo demais na Europa e, pasmem, no Japão. O Nazareth até dou o braço a torcer, os caras acabaram na realidade em 1982 ou 1983 com os bons álbuns "Malice in Wonderland" e "Sound Elixir". Desde então são fantasmas, caricaturas de si mesmos. Mas no caso do Judas não, é sacrilégio. A Veja e a Vejinha precisam parar de escrever sobre rock. Já basta o texto enviesado e mentiroso sobre a saída do Sepultura da Roadrunner.
A revista Veja insiste em falar de rock. sua editoria de Artes e Espetáculos não tem competência nem conhecimento para tal; Seus jornalistas são maldosos e preconceituosos, tanto na Veja como na Vejinha. O rock é desprezado, ou melhor, menosprezado. Por isso, seus jornalistas, quando se aventuram a escrever sobre o tema, derrapam feio (vide a cobertura ridícula da revista do Rock in Rio 3).
Os mais assíduos escribas sobre o tema são Marcos Gabriel e Sérgio Martins (este passou por várias revistas especializadas, como a Bizz/Showbizz, mas não sabe nada, só escreve sobre reggae). Os dois são uns poços de preconceito e desinformação. Na Vejinha acontece o mesmo. Eles insistem em bater na tecla de que bandas de rock pesados só vêm ao Brasil depois que entram em decadência e deixam de vender no exterior ( a respeito das vindas de Judas Priest e Nazareth nesta semana). Ou seja, aqui só vem resto.
A afirmação é mentirosa, já que o Judas Priest veio ao Brasil pela primeira vez há dez anos na turnê de promoção de seu segundo melhor disco da carreira (Painkiller), de 1990. Agora retorna de novo no auge, vendendo demais na Europa e, pasmem, no Japão. O Nazareth até dou o braço a torcer, os caras acabaram na realidade em 1982 ou 1983 com os bons álbuns "Malice in Wonderland" e "Sound Elixir". Desde então são fantasmas, caricaturas de si mesmos. Mas no caso do Judas não, é sacrilégio. A Veja e a Vejinha precisam parar de escrever sobre rock. Já basta o texto enviesado e mentiroso sobre a saída do Sepultura da Roadrunner.