Rara unanimidade
A série de cretinices cometidas pela tal Secretaria de Direitos Humanos do governo federal conseguiu uma rara unanimidade: desagradou a militares, igreja católica, aliados, imprensa e oposição.
Além de todas as bobagens que foram divulgadas sobre o estapafúrdio decreto que o presidente Lula assinou sem ler - quem entre outras coisa, propõe revisão e revogação (na prática) a leio da Anistia -, o texto avança contra a liberdade de imprensa, expressão e opinião.
Tudo aquilo que setores sectários incrustrados no governo federal não conseguiram, como controlar imprensa e conteúdo para cinema TV por meio de conselhos federais e agências reguladoras de cunho marcadamente ideológico, a tal secretaria inútil quase conseguiu.
No corpo do texto, bem escondido, sugere que a imprensa seja “monitorada” e até mesmo “fiscalizada” para que “respeite” os direitos humanos, seja lá o que quiseram dizer os malcos que redigiram o texto.
É a imprensa que desrespeita os direitos humanos? De que forma? E o que dizer de parlamentares envolvidos em diversos mensalões e casos de corrupção? Não ferem os direitos humanos?
E os Poderes Executivos, que ignoram a segurança ública, como os do Rio de Janeiro, ou direito de viver sem enchentes, como os de São Paulo?
E os direitos humanos permanentemente desrespeitados pelo governo federal com a falta de investimento na conservação de estradas e na prevenção de apagões, por exemplo? Não ferem os direitos humanos?
Os cretinos e imbecis sectários e ideológicos que envergonham o governo Lula, como os integrantes da tal Secretaria de Direitos Humanos, têm de abandonar a ideia de “cubanizar” a mídia, a imprensa e o entretenimento e se preocupar com coisas mais importantes.
Chega de tentativas nojentas de interferir na vida privada dos cidadãos e de tentar restringir susa liberdades. Chega de revirar o passado com objetivos meramente ideológicos, oportunitas e revanchistas.
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
sábado, janeiro 09, 2010
Invisíveis, mas nem tanto
A cena é mais uma entre tantas tragédias que ocorrem em dias de tempestades na Grande São Paulo. Trânsito parado na avenida Juntas Provisórias, na parte que divide o Ipiranga da Vila Carioca (zona sul da Capital), um Vectra tenta ultrapassar, em velocidade moderada, um ônibus que insiste em tomar duas faixas.
Mal humorado, o motorista do ônibus faz questão de atrapalhar todo mundo. Quando o Vectra consegue brecha pela direita e tenta ultrapassar o veículo maior, para dobrar uma rua à direita e fugir do congestionamento, o condutor do ônibus, de propósito, joga o veículo sobre o automóvel, para impedir manobra.
O Vectra tenta desviar, perde o controle e colide em cheio com a carrocinha de um catador de papel, perto de uma esquina. A carrocinha se desmancha, o carroceiro é jogado na calçada, e o automóvel se espatifa contra um muro.
O motorista do ônibus e o cobrador nem tiveram tempo de ver o que aconteceu: foram rapidamente retirados do veículos e brutalmente espancados, sendo salvos graças à intervenção de seguranças de uma fábrica.
O motorista do Vectra quebrou o braço apenas, mas o carroceiro teve fraturas múltiplas. Estava inconsciente, e foi poupado de ter de ouvir que “se esse vagabundo não existisse, não teria havido acidente e não atrapalharia o trânsito”.
Essa é apenas uma das facetas dos “combatentes da miséria”: seria melhor que esses seres que incomodam não existissem. Transparentes e ignorados, os carroceiros só são lembrados quando atrapalham o trânsito em grandes avenidas. Ou quando morrem atropelados quando estão “atrapalhando o fluxo de veículos”.
É impressionante a incapacidade de uma das maiores prefeituras do mundo e de uma sociedade como a paulistana para lidar com a miséria em termos civilizados.
A invisibilidade da miséria é uma forma de lidar com o “problema” sem ter de passar por “constrangimentos”. Esse é o estilo tucano de administrar cidades grandes.
Não acho que ser carroceiro é uma alternativa de renda para quem quer que seja. E abomino as ONGs que apoiam e tentam “incentivar” e “humanizar” a atividade dos carroceiros – é mais uma forma de perpetuar a miséria, em vez de realmente se discutir uma alternativa viável e digna de vida para essas pessoas.
Seja como for, está na hora de parar de achar que os carroceiros são invisíveis ou apenas “incômodos no trânsito”.
A cena é mais uma entre tantas tragédias que ocorrem em dias de tempestades na Grande São Paulo. Trânsito parado na avenida Juntas Provisórias, na parte que divide o Ipiranga da Vila Carioca (zona sul da Capital), um Vectra tenta ultrapassar, em velocidade moderada, um ônibus que insiste em tomar duas faixas.
Mal humorado, o motorista do ônibus faz questão de atrapalhar todo mundo. Quando o Vectra consegue brecha pela direita e tenta ultrapassar o veículo maior, para dobrar uma rua à direita e fugir do congestionamento, o condutor do ônibus, de propósito, joga o veículo sobre o automóvel, para impedir manobra.
O Vectra tenta desviar, perde o controle e colide em cheio com a carrocinha de um catador de papel, perto de uma esquina. A carrocinha se desmancha, o carroceiro é jogado na calçada, e o automóvel se espatifa contra um muro.
O motorista do ônibus e o cobrador nem tiveram tempo de ver o que aconteceu: foram rapidamente retirados do veículos e brutalmente espancados, sendo salvos graças à intervenção de seguranças de uma fábrica.
O motorista do Vectra quebrou o braço apenas, mas o carroceiro teve fraturas múltiplas. Estava inconsciente, e foi poupado de ter de ouvir que “se esse vagabundo não existisse, não teria havido acidente e não atrapalharia o trânsito”.
Essa é apenas uma das facetas dos “combatentes da miséria”: seria melhor que esses seres que incomodam não existissem. Transparentes e ignorados, os carroceiros só são lembrados quando atrapalham o trânsito em grandes avenidas. Ou quando morrem atropelados quando estão “atrapalhando o fluxo de veículos”.
É impressionante a incapacidade de uma das maiores prefeituras do mundo e de uma sociedade como a paulistana para lidar com a miséria em termos civilizados.
A invisibilidade da miséria é uma forma de lidar com o “problema” sem ter de passar por “constrangimentos”. Esse é o estilo tucano de administrar cidades grandes.
Não acho que ser carroceiro é uma alternativa de renda para quem quer que seja. E abomino as ONGs que apoiam e tentam “incentivar” e “humanizar” a atividade dos carroceiros – é mais uma forma de perpetuar a miséria, em vez de realmente se discutir uma alternativa viável e digna de vida para essas pessoas.
Seja como for, está na hora de parar de achar que os carroceiros são invisíveis ou apenas “incômodos no trânsito”.
O direito de protestar - e de apanhar
Virou moda na atualidade, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, protestar com violência contra qualquer coisa, relevante ou não. Até mesmo que protesta exigindo paz se manifesta violentamente - e apanha devidamente e merecidamente.
Dia desses um bando de baderneiros decidiu protestar contra o aumento de ônibus previsto na cidade de São Paulo.
Não só não querem o aumento como querem mais: catracas liberadas para estudantes - não sabe se a estultície seria apenas para estudantes carentes ou para todo qualquer aluno de qualquer coisa.
Até então, naquele comecinho de tarde no centro de São Paulo, a manifestação era pacífica. A passagem subiu de R$ 2,30 para R$ 2,70, como estava previsto e como ocorre com frequência em quase todos os lugares do mundo.
Mas, como sempre em manfestações deste tipo, há sempre meia dúzia de vagabundos e marginais que querem confusão, querem agredir, depredar e vandalizar.
Uma parte dos manisfestantes decidiu pular as catracas do terminal do Parque Dom Pedro e embarcar sem pagar e quebrar alguns ônibus. Foram devidamente rechaçados e repelidos peloa polícia, que mais uma vez bateu pouco nos vândalos.
Será que é impossível para quem organiza a baderna ao menos isolar os dejetos humanos que querem apenas confusão e comprometer a causa - seja ela justa ou não? Será que é tão difícil se manifestar de forma pacífica?
Esse tipo de coisa só vai acabar quando manifestantes morrerem ou forem presos e processados criminalmente.
Coincidentemente, chega às locadoras o filme "Batalha de Seattle (Battle in Seattle)", de 2007, de Stuart Townsend.
Apesar da dramatização de alguns personagens atrapalhar um pouco o foco, o filme é relativamente fiel ao relatar o caos e confusão que cercou a 3ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio ocorrida em 1999 em Seattle, nos Estados Unidos.
O argumento central é acompanhar os preparativos para os protestos anti-globalização, anti-capitalismo e anti-qualquer coisa preparados por um grupo de ambientalistas e ecologistas radicais, que não conseguiram ter a dimensão do evento, mesmo com a chega sistemática à cidade de toda sorte de vagabundos, vândalos e criminosos que se aproveitaram da situação de caos não prevista pelas autoridades.
O resultado é o já tradicional confronto entre policiais e manifestantes - estes que sempre apanham muito, mas nunca o suficiente.
De forma torta, o filme mostra como objetivos nobres e até elogiáveis vão para lata de lixo por conta de organização ruim, ideologização exacerbada, radicalismo burro e total falta de inteligência, além do oportunismo de grupelhos radicais de qualquer espécie e sua predileção pelo tumulto.
A obra, em muitos aspectos, coincide com um interessante relato que encontrei na internet sobre os dez anos dos protestos de Seattle, "Dez Anos da Batalha de Seattle: Lições Sobre os Perdedores no Comércio internacional", de Gustavo Resende Mendonça, publicado no site Mundorama. Alguns trechos:
Dezenas de milhares de manifestantes anti-globalização se reuniram na cidade norte-americana para protestar contra o capitalismo irresponsável e selvagem promovido pela OMC.
As estimativas mais conservadoras indicam que mais quarenta mil protestantes tomaram as ruas de Seattle, escala sem precedente em um protesto voltado contra uma negociação comercial técnica.
À medida que as manifestações avançaram, pequenos grupos anarquistas recorreram à violência (FRIEDEN, 2008: 484). No terceiro dia dos protestos, lojas foram saqueadas e o distrito policial de Seattle foi sitiado por cerca de mil agressores (BERNSTEIN, 2009: 301).
A guarda nacional norte-americana foi acionada, enquanto os policiais de Seattle usavam balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. A situação foi controlada apenas no dia primeiro de dezembro, quando a Conferência finalmente foi iniciada.
As negociações, no entanto, foram um fracasso e a Conferência foi rapidamente encerrada. A nova rodada de negociações multilaterais seria lançada apenas na convenientemente remota Doha (Catar) em 2001.
Os eventos ocorridos no Conferência Ministerial no final de novembro de 1999 rapidamente ganhariam a alcunha de “a batalha de Seattle” (BERNSTEIN, 2009: 301).
A maior parte dos manifestantes era composta por ambientalistas radicais, sindicalistas protecionistas, advogados dos direitos humanos e ultra-conservadores isolacionistas norte-americanos (GILPIN, 2001: 229).
Os manifestantes acusavam a OMC de violar a soberania norte-americana, de ser pouco democrática e representar os interesses das corporações globais, de promover o desrespeito aos direitos trabalhistas básicos e de incentivar práticas comerciais ambientalmente irresponsáveis. S
egundo um dos líderes dos protestos, a OMC enxerga as leis nacionais de proteção do meio ambiente, dos direitos trabalhistas, da democracia, da soberania e dos pequenos negócios como “impedimentos para o livre-comércio” e “obriga os países a aceitar suas regras para não enfrentar pesadas sanções” (FRIEDEN, 2008: 485).
Por outro lado, o presidente da AFL-CIO, poderosa federação de sindicatos norte-americanos, declarou que “a economia global achatou o padrão de vida dos trabalhadores e enriqueceu ainda mais os ricos” e acrescentou que “(…) enquanto a OMC não tratar dessas questões (relativas aos padrões trabalhistas) não podemos permitir que nosso país participe de novas negociações comerciais”(FRIEDEN, 2008: ).
Virou moda na atualidade, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, protestar com violência contra qualquer coisa, relevante ou não. Até mesmo que protesta exigindo paz se manifesta violentamente - e apanha devidamente e merecidamente.
Dia desses um bando de baderneiros decidiu protestar contra o aumento de ônibus previsto na cidade de São Paulo.
Não só não querem o aumento como querem mais: catracas liberadas para estudantes - não sabe se a estultície seria apenas para estudantes carentes ou para todo qualquer aluno de qualquer coisa.
Até então, naquele comecinho de tarde no centro de São Paulo, a manifestação era pacífica. A passagem subiu de R$ 2,30 para R$ 2,70, como estava previsto e como ocorre com frequência em quase todos os lugares do mundo.
Mas, como sempre em manfestações deste tipo, há sempre meia dúzia de vagabundos e marginais que querem confusão, querem agredir, depredar e vandalizar.
Uma parte dos manisfestantes decidiu pular as catracas do terminal do Parque Dom Pedro e embarcar sem pagar e quebrar alguns ônibus. Foram devidamente rechaçados e repelidos peloa polícia, que mais uma vez bateu pouco nos vândalos.
Será que é impossível para quem organiza a baderna ao menos isolar os dejetos humanos que querem apenas confusão e comprometer a causa - seja ela justa ou não? Será que é tão difícil se manifestar de forma pacífica?
Esse tipo de coisa só vai acabar quando manifestantes morrerem ou forem presos e processados criminalmente.
Coincidentemente, chega às locadoras o filme "Batalha de Seattle (Battle in Seattle)", de 2007, de Stuart Townsend.
Apesar da dramatização de alguns personagens atrapalhar um pouco o foco, o filme é relativamente fiel ao relatar o caos e confusão que cercou a 3ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio ocorrida em 1999 em Seattle, nos Estados Unidos.
O argumento central é acompanhar os preparativos para os protestos anti-globalização, anti-capitalismo e anti-qualquer coisa preparados por um grupo de ambientalistas e ecologistas radicais, que não conseguiram ter a dimensão do evento, mesmo com a chega sistemática à cidade de toda sorte de vagabundos, vândalos e criminosos que se aproveitaram da situação de caos não prevista pelas autoridades.
O resultado é o já tradicional confronto entre policiais e manifestantes - estes que sempre apanham muito, mas nunca o suficiente.
De forma torta, o filme mostra como objetivos nobres e até elogiáveis vão para lata de lixo por conta de organização ruim, ideologização exacerbada, radicalismo burro e total falta de inteligência, além do oportunismo de grupelhos radicais de qualquer espécie e sua predileção pelo tumulto.
A obra, em muitos aspectos, coincide com um interessante relato que encontrei na internet sobre os dez anos dos protestos de Seattle, "Dez Anos da Batalha de Seattle: Lições Sobre os Perdedores no Comércio internacional", de Gustavo Resende Mendonça, publicado no site Mundorama. Alguns trechos:
Dezenas de milhares de manifestantes anti-globalização se reuniram na cidade norte-americana para protestar contra o capitalismo irresponsável e selvagem promovido pela OMC.
As estimativas mais conservadoras indicam que mais quarenta mil protestantes tomaram as ruas de Seattle, escala sem precedente em um protesto voltado contra uma negociação comercial técnica.
À medida que as manifestações avançaram, pequenos grupos anarquistas recorreram à violência (FRIEDEN, 2008: 484). No terceiro dia dos protestos, lojas foram saqueadas e o distrito policial de Seattle foi sitiado por cerca de mil agressores (BERNSTEIN, 2009: 301).
A guarda nacional norte-americana foi acionada, enquanto os policiais de Seattle usavam balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. A situação foi controlada apenas no dia primeiro de dezembro, quando a Conferência finalmente foi iniciada.
As negociações, no entanto, foram um fracasso e a Conferência foi rapidamente encerrada. A nova rodada de negociações multilaterais seria lançada apenas na convenientemente remota Doha (Catar) em 2001.
Os eventos ocorridos no Conferência Ministerial no final de novembro de 1999 rapidamente ganhariam a alcunha de “a batalha de Seattle” (BERNSTEIN, 2009: 301).
A maior parte dos manifestantes era composta por ambientalistas radicais, sindicalistas protecionistas, advogados dos direitos humanos e ultra-conservadores isolacionistas norte-americanos (GILPIN, 2001: 229).
Os manifestantes acusavam a OMC de violar a soberania norte-americana, de ser pouco democrática e representar os interesses das corporações globais, de promover o desrespeito aos direitos trabalhistas básicos e de incentivar práticas comerciais ambientalmente irresponsáveis. S
egundo um dos líderes dos protestos, a OMC enxerga as leis nacionais de proteção do meio ambiente, dos direitos trabalhistas, da democracia, da soberania e dos pequenos negócios como “impedimentos para o livre-comércio” e “obriga os países a aceitar suas regras para não enfrentar pesadas sanções” (FRIEDEN, 2008: 485).
Por outro lado, o presidente da AFL-CIO, poderosa federação de sindicatos norte-americanos, declarou que “a economia global achatou o padrão de vida dos trabalhadores e enriqueceu ainda mais os ricos” e acrescentou que “(…) enquanto a OMC não tratar dessas questões (relativas aos padrões trabalhistas) não podemos permitir que nosso país participe de novas negociações comerciais”(FRIEDEN, 2008: ).
terça-feira, janeiro 05, 2010
Confusão deliberada e perigosa
Rádio comunitária não é rádio pirata. Parece óbvio, mas tem gente que não sabe, ou finge não saber desta diferenciação.
E o pior, entre os que ignoram essa diferenciação, estão advogados a soldo de gente da pior espécie, que podem ser empresários de radiofusão, vereadores incomodados com o surgimento de novas lideranças de bairro e até mesmo gente invejosa.
Infelizmente a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recebe inúmeras denúncias sobre emissoras clandestinas e parece fazer questão de ignorar a legalidade de algumas rádios comunitárias. Primeiro multa, autua e cala, para depois analisar a questão.
As emissoras comunitárias são legais e têm registro no governo federal, no Ministério das Comunicações. Elas têm deveres e direitos, e uma legislação específica. Prestam um serviço inestimável de comunicação e interatividade. Difundem cultura. Estimulam a busca por direitos.
Entretanto, uma rádio comunitária incomoda muito mais que uma rádio pirata. Não é clandestina, o que lhe permite acesso a um equipamento um pouco melhor e alcance maior.
Por ter de obedecer a uma legislação mais restrita, não pode andar fora da linha. Mas também oferece liberdades e oportunidades nunca antes vivenciadas por populações isoladas, pobres e com quase nenhum acesso à informação e à cultura.
E é nesse contexto que a rádio comunitária incomoda. Atrapalha os negócios de quem eventualmente ganhava a vida com rádio sem concorrência. Atrapalha a vida do vereador cara-de-pau que só pede votos em época de eleição.
Atrapalha até mesmo a vida do crime organizado, pois começa a levar informação – e indignação e inconformismo – a uma população desamparada e subjugada por traficantes e bandidos comuns.
Incomoda também o poder público, já que começa a estimular o espírito reivindicatório de quem nunca teve nada, de quem sempre se contentou com pouco e com migalhas.
Por essas e outras é que é conveniente para certa parcela da sociedade que as comunitárias sejam tratadas como piratas, mesmo que fiquem caladas por pouco tempo.
Informação é poder e uma emissora de rádios nas mãos de uma comunidade pode se tornar um “perigo” para quem sempre ganhou com a miséria alheia.
Rádio comunitária não é rádio pirata. Parece óbvio, mas tem gente que não sabe, ou finge não saber desta diferenciação.
E o pior, entre os que ignoram essa diferenciação, estão advogados a soldo de gente da pior espécie, que podem ser empresários de radiofusão, vereadores incomodados com o surgimento de novas lideranças de bairro e até mesmo gente invejosa.
Infelizmente a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recebe inúmeras denúncias sobre emissoras clandestinas e parece fazer questão de ignorar a legalidade de algumas rádios comunitárias. Primeiro multa, autua e cala, para depois analisar a questão.
As emissoras comunitárias são legais e têm registro no governo federal, no Ministério das Comunicações. Elas têm deveres e direitos, e uma legislação específica. Prestam um serviço inestimável de comunicação e interatividade. Difundem cultura. Estimulam a busca por direitos.
Entretanto, uma rádio comunitária incomoda muito mais que uma rádio pirata. Não é clandestina, o que lhe permite acesso a um equipamento um pouco melhor e alcance maior.
Por ter de obedecer a uma legislação mais restrita, não pode andar fora da linha. Mas também oferece liberdades e oportunidades nunca antes vivenciadas por populações isoladas, pobres e com quase nenhum acesso à informação e à cultura.
E é nesse contexto que a rádio comunitária incomoda. Atrapalha os negócios de quem eventualmente ganhava a vida com rádio sem concorrência. Atrapalha a vida do vereador cara-de-pau que só pede votos em época de eleição.
Atrapalha até mesmo a vida do crime organizado, pois começa a levar informação – e indignação e inconformismo – a uma população desamparada e subjugada por traficantes e bandidos comuns.
Incomoda também o poder público, já que começa a estimular o espírito reivindicatório de quem nunca teve nada, de quem sempre se contentou com pouco e com migalhas.
Por essas e outras é que é conveniente para certa parcela da sociedade que as comunitárias sejam tratadas como piratas, mesmo que fiquem caladas por pouco tempo.
Informação é poder e uma emissora de rádios nas mãos de uma comunidade pode se tornar um “perigo” para quem sempre ganhou com a miséria alheia.
Criminosos no seu rádio
Para quem gosta de rock, a única opção decente na Grande São Paulo é a Kiss FM (102,1 Mhz). Especializada ao extremo, abriu o leque antes restrito ao classic rock (músicas de artistas que gravaram entre 1960 e 1995) e passou a tocar canções mais recentes.
Quem gosta de ouvir a emissora em São Bernardo e, inadvertidamente, esbarra no botão de mudança de estação, é surpreendido por uma série de zumbidos e gritos.
Se por curiosidade o ouvinte tentar sintonizar antes dos 102,1 Mhz, vai se deparar com uma espécie de culto evangélico de uma tal de Igreja do Nosso Senhor das Almas, aparentemente radicada no Jardim Detroit.
É uma rádio pirata, chamada Deus é Tudo – ou algo assim, já que não tive paciência de me estender, seja pelo conteúdo, que desagradou profundamente, seja pela sintonia, que era bem ruim.
Se o ouvinte esbarrasse o botão para frente dos 102,1 Mhz, imediatamente cairia na Bandeira Branca FM, ou algo parecido. Um contador de causos do bairro, que supus ser o Montanhão ou Sabesp, em São Bernardo, contava piadas e narrava acontecimentos da vizinhança, com um pagode de fundo musical. A sintonia era igualmente ruim.
Um pouco mais à frente, antes dos 102,5 Mhz, um rap estridente, no que eu supus ser a Total Hip Hop FM. Não deu para saber de qual bairro era. A sintonia era melhorzinha, só tocava música, e da pior qualidade.
Na casa de um amigo em Santo André, em um churrasco de tarde de sábado, fiz a mesma experiência. E sintonizei a Tangará FM, especializada em música evangélica e, ao que tudo indicava, estava irradiando da Vila Luzita. Todas rádios piratas.
A tecnologia atual permite que se faça uma emissora de rádio pela internet apenas com um notebook. Mas as emissoras clandestinas têm mais apelo, até porque é nas regiões mais pobres que está o público-alvo desse tipo de empreendimento. Infelizmente, na periferia e nas favelas, o acesso à internet é um sonho ainda.
O fato é que a evolução e o barateamento de equipamentos proporcionados pela tecnologia facilitam a clandestinidade das “emissoras”. Com pouco dinheiro, é possível comprar aparelhos e fazer transmissões do quarto de casa.
A questão é que rádio pirata é crime. Os dials de AM e FM estão superlotados e as emissoras piratas buscam espaços e acabam interferindo na comunicação das polícias, do Corpo de Bombeiros e no tráfego aéreo. Rádio pirata é crime e temd e ser combatida.
Para quem gosta de rock, a única opção decente na Grande São Paulo é a Kiss FM (102,1 Mhz). Especializada ao extremo, abriu o leque antes restrito ao classic rock (músicas de artistas que gravaram entre 1960 e 1995) e passou a tocar canções mais recentes.
Quem gosta de ouvir a emissora em São Bernardo e, inadvertidamente, esbarra no botão de mudança de estação, é surpreendido por uma série de zumbidos e gritos.
Se por curiosidade o ouvinte tentar sintonizar antes dos 102,1 Mhz, vai se deparar com uma espécie de culto evangélico de uma tal de Igreja do Nosso Senhor das Almas, aparentemente radicada no Jardim Detroit.
É uma rádio pirata, chamada Deus é Tudo – ou algo assim, já que não tive paciência de me estender, seja pelo conteúdo, que desagradou profundamente, seja pela sintonia, que era bem ruim.
Se o ouvinte esbarrasse o botão para frente dos 102,1 Mhz, imediatamente cairia na Bandeira Branca FM, ou algo parecido. Um contador de causos do bairro, que supus ser o Montanhão ou Sabesp, em São Bernardo, contava piadas e narrava acontecimentos da vizinhança, com um pagode de fundo musical. A sintonia era igualmente ruim.
Um pouco mais à frente, antes dos 102,5 Mhz, um rap estridente, no que eu supus ser a Total Hip Hop FM. Não deu para saber de qual bairro era. A sintonia era melhorzinha, só tocava música, e da pior qualidade.
Na casa de um amigo em Santo André, em um churrasco de tarde de sábado, fiz a mesma experiência. E sintonizei a Tangará FM, especializada em música evangélica e, ao que tudo indicava, estava irradiando da Vila Luzita. Todas rádios piratas.
A tecnologia atual permite que se faça uma emissora de rádio pela internet apenas com um notebook. Mas as emissoras clandestinas têm mais apelo, até porque é nas regiões mais pobres que está o público-alvo desse tipo de empreendimento. Infelizmente, na periferia e nas favelas, o acesso à internet é um sonho ainda.
O fato é que a evolução e o barateamento de equipamentos proporcionados pela tecnologia facilitam a clandestinidade das “emissoras”. Com pouco dinheiro, é possível comprar aparelhos e fazer transmissões do quarto de casa.
A questão é que rádio pirata é crime. Os dials de AM e FM estão superlotados e as emissoras piratas buscam espaços e acabam interferindo na comunicação das polícias, do Corpo de Bombeiros e no tráfego aéreo. Rádio pirata é crime e temd e ser combatida.
Chega de revisionismo
Das duas uma: ou o presidente Lula não lê o que assina - ou nenhum assessor lê e o informa - ou então foi enganado deliberadamente por assessores graduados, o que é crime.
A crise do decreto da revisão das regras da anistia 30 anos depois é de uma estupidez colossal, totalmente desnecessária e de m oportunismo atroz.
É mais do que sabido que a qalidade do ministério de Lula é muito ruim, desde o primeiro mandato. Idem nos escalões inferiores.
É o caso de Tarso Genro, ministro da Justiça e maior causador de encrencas e constrangimentos do govero. É o caso de Paulo Vannuchi, secretário dos Direitos Humanos. É o caso de Marco Aurélio Garcia, assessor especial para nada, e de todo o Itamaraty.
Se quisermos listar os que saíram, a ruindade fica patente: Marina Silva, Benedita da Silva, Antonio Palocci…
Nelson Jobim, politiqueiro e ministro da Defesa, jamais poderia ser ministro em um governo petista. Entretanto, só fez uma coisa certa na sua atual gestão: entregar o cargo por causa da crise da lei da anistia.
Usar letras miúdas para enganar o presidente e a nação para rever anistia e penas para apenas um lado é muito mais do que oportunismo, é má-fé e mau-caratismo.
Da mesma forma que fazer qualquer comparação com os casos de Chile e África do Sul é desonestidade intelectual.
Das duas uma: ou o presidente Lula não lê o que assina - ou nenhum assessor lê e o informa - ou então foi enganado deliberadamente por assessores graduados, o que é crime.
A crise do decreto da revisão das regras da anistia 30 anos depois é de uma estupidez colossal, totalmente desnecessária e de m oportunismo atroz.
É mais do que sabido que a qalidade do ministério de Lula é muito ruim, desde o primeiro mandato. Idem nos escalões inferiores.
É o caso de Tarso Genro, ministro da Justiça e maior causador de encrencas e constrangimentos do govero. É o caso de Paulo Vannuchi, secretário dos Direitos Humanos. É o caso de Marco Aurélio Garcia, assessor especial para nada, e de todo o Itamaraty.
Se quisermos listar os que saíram, a ruindade fica patente: Marina Silva, Benedita da Silva, Antonio Palocci…
Nelson Jobim, politiqueiro e ministro da Defesa, jamais poderia ser ministro em um governo petista. Entretanto, só fez uma coisa certa na sua atual gestão: entregar o cargo por causa da crise da lei da anistia.
Usar letras miúdas para enganar o presidente e a nação para rever anistia e penas para apenas um lado é muito mais do que oportunismo, é má-fé e mau-caratismo.
Da mesma forma que fazer qualquer comparação com os casos de Chile e África do Sul é desonestidade intelectual.
Respeitar contratos é coisa rara no Brasil
O futebol frequentemente é uma metáfora da sociedade, da vida real. Dois casos recentes ilustram bem o que é a (má) índole do povo brasileiro.
Oscar, jovem revelação do São Paulo, com contrato de cinco anos, simplesmente decidiu que não quer mais jogar no clube, estimulado por empresários que não merecem nenhum respeito; Vágner Love, trazido pelo Palmeiras a peso de ouro da Rússia, força de todas as maneiras a barra para jogar no Flamengo, de seu Rio de Janeiro natal (sabe como é, o Carnaval está chegando, a praia é logo ali…).
E quem não se lembra de Adriano, que simplesmente se recusou a voltar à Itália para cunprir seu longo contrato coma Internazionale, alegando que queria ficar empinando pipa com seus “amigos” em uma favela.
Respeitar contratos sempre foi uma característica de sociedades civilizadas. No Brasil, é o oposto. Contratos foram feitos jusntamente para serem desrespeitados neste país. Em todos os ramos, em todas as áreas. O que vale é realmente levar vantagem em tudo sempre. Não pode mesmo dar certo.
Quando a revista Veja acerta , é porque existe algo de muito, muito errado acontecendo no mundo.
Os brilhantes intelectuais que produziram a enorme quantidade de bobagens na tal da Confecon (Conferência Nacional de Comunicação) deram um arsenal de munição para a asquerosa revista semanal continuar sua campanha difamatória contra os setores progressistas da sociedade.
Mas o duro mesmo é constatar que desta vez eles acertaram ao criticar duramente a tal da confererência, dominada pelo que de pior o PT e a esquerda como um todo produziu.
Portanto, repito o mantra: nenhum tipo de controle sobre a imprensa é aceitável, liberdade total de imprensa, opinião e expressão.
Por falar com coisas ridículas, nada mais pavoroso e horroroso do que a primeira página de um certo veículo impresso regional de comunicação, péssimo por sinal.
Outra decente, o tal pasquim, que já foi o principal do ABCD, cometeu o desatino de colocar como manchete um enorme Feliz Natal e uma foto estapafúrdia de seus funcionários em frente à sede da empresa.
Que a incompetência domina aquela lugar é sabido há tempos. Entretanto, evidenciar na capa do jornal a total incapacidade em produzir notícias no feriado é algo inédito na imprensa mundial.
Se a intenção é enterrar o jornal o mais rápido possível, então acho que encontraram uma infalível. Nem o mais modesto jornal de bairro de uma cidade isolada do mundo faria tamanha bobagem e nem teria tanta desfaçatez em desrespeitar o leitor. Pois o tal jornal fez exatamente isso.
Decadência é pouco para resumir a situação.
O futebol frequentemente é uma metáfora da sociedade, da vida real. Dois casos recentes ilustram bem o que é a (má) índole do povo brasileiro.
Oscar, jovem revelação do São Paulo, com contrato de cinco anos, simplesmente decidiu que não quer mais jogar no clube, estimulado por empresários que não merecem nenhum respeito; Vágner Love, trazido pelo Palmeiras a peso de ouro da Rússia, força de todas as maneiras a barra para jogar no Flamengo, de seu Rio de Janeiro natal (sabe como é, o Carnaval está chegando, a praia é logo ali…).
E quem não se lembra de Adriano, que simplesmente se recusou a voltar à Itália para cunprir seu longo contrato coma Internazionale, alegando que queria ficar empinando pipa com seus “amigos” em uma favela.
Respeitar contratos sempre foi uma característica de sociedades civilizadas. No Brasil, é o oposto. Contratos foram feitos jusntamente para serem desrespeitados neste país. Em todos os ramos, em todas as áreas. O que vale é realmente levar vantagem em tudo sempre. Não pode mesmo dar certo.
Quando a revista Veja acerta , é porque existe algo de muito, muito errado acontecendo no mundo.
Os brilhantes intelectuais que produziram a enorme quantidade de bobagens na tal da Confecon (Conferência Nacional de Comunicação) deram um arsenal de munição para a asquerosa revista semanal continuar sua campanha difamatória contra os setores progressistas da sociedade.
Mas o duro mesmo é constatar que desta vez eles acertaram ao criticar duramente a tal da confererência, dominada pelo que de pior o PT e a esquerda como um todo produziu.
Portanto, repito o mantra: nenhum tipo de controle sobre a imprensa é aceitável, liberdade total de imprensa, opinião e expressão.
Por falar com coisas ridículas, nada mais pavoroso e horroroso do que a primeira página de um certo veículo impresso regional de comunicação, péssimo por sinal.
Outra decente, o tal pasquim, que já foi o principal do ABCD, cometeu o desatino de colocar como manchete um enorme Feliz Natal e uma foto estapafúrdia de seus funcionários em frente à sede da empresa.
Que a incompetência domina aquela lugar é sabido há tempos. Entretanto, evidenciar na capa do jornal a total incapacidade em produzir notícias no feriado é algo inédito na imprensa mundial.
Se a intenção é enterrar o jornal o mais rápido possível, então acho que encontraram uma infalível. Nem o mais modesto jornal de bairro de uma cidade isolada do mundo faria tamanha bobagem e nem teria tanta desfaçatez em desrespeitar o leitor. Pois o tal jornal fez exatamente isso.
Decadência é pouco para resumir a situação.
Respeitar contratos é coisa rara no Brasil
O futebol frequentemente é uma metáfora da sociedade, da vida real. Dois casos recentes ilustram bem o que é a (má) índole do povo brasileiro.
Oscar, jovem revelação do São Paulo, com contrato de cinco anos, simplesmente decidiu que não quer mais jogar no clube, estimulado por empresários que não merecem nenhum respeito; Vágner Love, trazido pelo Palmeiras a peso de ouro da Rússia, força de todas as maneiras a barra para jogar no Flamengo, de seu Rio de Janeiro natal (sabe como é, o Carnaval está chegando, a praia é logo ali…).
E quem não se lembra de Adriano, que simplesmente se recusou a voltar à Itália para cunprir seu longo contrato coma Internazionale, alegando que queria ficar empinando pipa com seus “amigos” em uma favela.
Respeitar contratos sempre foi uma característica de sociedades civilizadas. No Brasil, é o oposto. Contratos foram feitos jusntamente para serem desrespeitados neste país. Em todos os ramos, em todas as áreas. O que vale é realmente levar vantagem em tudo sempre. Não pode mesmo dar certo.
Quando a revista Veja acerta , é porque existe algo de muito, muito errado acontecendo no mundo.
Os brilhantes intelectuais que produziram a enorme quantidade de bobagens na tal da Confecon (Conferência Nacional de Comunicação) deram um arsenal de munição para a asquerosa revista semanal continuar sua campanha difamatória contra os setores progressistas da sociedade.
Mas o duro mesmo é constatar que desta vez eles acertaram ao criticar duramente a tal da confererência, dominada pelo que de pior o PT e a esquerda como um todo produziu.
Portanto, repito o mantra: nenhum tipo de controle sobre a imprensa é aceitável, liberdade total de imprensa, opinião e expressão.
Por falar com coisas ridículas, nada mais pavoroso e horroroso do que a primeira página de um certo veículo impresso regional de comunicação, péssimo por sinal.
Outra decente, o tal pasquim, que já foi o principal do ABCD, cometeu o desatino de colocar como manchete um enorme Feliz Natal e uma foto estapafúrdia de seus funcionários em frente à sede da empresa.
Que a incompetência domina aquela lugar é sabido há tempos. Entretanto, evidenciar na capa do jornal a total incapacidade em produzir notícias no feriado é algo inédito na imprensa mundial.
Se a intenção é enterrar o jornal o mais rápido possível, então acho que encontraram uma infalível. Nem o mais modesto jornal de bairro de uma cidade isolada do mundo faria tamanha bobagem e nem teria tanta desfaçatez em desrespeitar o leitor. Pois o tal jornal fez exatamente isso.
Decadência é pouco para resumir a situação.
O futebol frequentemente é uma metáfora da sociedade, da vida real. Dois casos recentes ilustram bem o que é a (má) índole do povo brasileiro.
Oscar, jovem revelação do São Paulo, com contrato de cinco anos, simplesmente decidiu que não quer mais jogar no clube, estimulado por empresários que não merecem nenhum respeito; Vágner Love, trazido pelo Palmeiras a peso de ouro da Rússia, força de todas as maneiras a barra para jogar no Flamengo, de seu Rio de Janeiro natal (sabe como é, o Carnaval está chegando, a praia é logo ali…).
E quem não se lembra de Adriano, que simplesmente se recusou a voltar à Itália para cunprir seu longo contrato coma Internazionale, alegando que queria ficar empinando pipa com seus “amigos” em uma favela.
Respeitar contratos sempre foi uma característica de sociedades civilizadas. No Brasil, é o oposto. Contratos foram feitos jusntamente para serem desrespeitados neste país. Em todos os ramos, em todas as áreas. O que vale é realmente levar vantagem em tudo sempre. Não pode mesmo dar certo.
Quando a revista Veja acerta , é porque existe algo de muito, muito errado acontecendo no mundo.
Os brilhantes intelectuais que produziram a enorme quantidade de bobagens na tal da Confecon (Conferência Nacional de Comunicação) deram um arsenal de munição para a asquerosa revista semanal continuar sua campanha difamatória contra os setores progressistas da sociedade.
Mas o duro mesmo é constatar que desta vez eles acertaram ao criticar duramente a tal da confererência, dominada pelo que de pior o PT e a esquerda como um todo produziu.
Portanto, repito o mantra: nenhum tipo de controle sobre a imprensa é aceitável, liberdade total de imprensa, opinião e expressão.
Por falar com coisas ridículas, nada mais pavoroso e horroroso do que a primeira página de um certo veículo impresso regional de comunicação, péssimo por sinal.
Outra decente, o tal pasquim, que já foi o principal do ABCD, cometeu o desatino de colocar como manchete um enorme Feliz Natal e uma foto estapafúrdia de seus funcionários em frente à sede da empresa.
Que a incompetência domina aquela lugar é sabido há tempos. Entretanto, evidenciar na capa do jornal a total incapacidade em produzir notícias no feriado é algo inédito na imprensa mundial.
Se a intenção é enterrar o jornal o mais rápido possível, então acho que encontraram uma infalível. Nem o mais modesto jornal de bairro de uma cidade isolada do mundo faria tamanha bobagem e nem teria tanta desfaçatez em desrespeitar o leitor. Pois o tal jornal fez exatamente isso.
Decadência é pouco para resumir a situação.
Oportunidade desperdiçada
A 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação) terminou da forma como eu previa: uma sucessão de ideias equivocadas. Temo que tnha sido desperdício de tempo. Parte do grupo que se reuniu para discutir “propostas” não passava de um coletivo de celerados que pouco ou nada entende de comunicação.
Minha opinião sobre a questão diverge totalmente da posição de Celso Horta, que dirige o conglomerado ABCD Maior e que é um entusiasta da Confecom. Seu artigo recente neste portal expõe com clareza seus pontos de vista. Entretanto, os considero otimistas demais e, de certa forma, enviezados.
Predominaram as propostas sem nexo e ideologizadas, claramente incentivadas por setores obscuros da política brasileira e do governo dominados por néscios querendo agradar ao chefe e ao partido.
Entre outras pérolas, a sociedade civil (grifo meu) aprovou regras “contestadas pelo setor empresarial, entre elas destacam-se a criação de um código de ética para o jornalismo brasileiro, controle social da radiodifusão, marco regulatório para relações trabalhistas de profissionais de mídia autônomos e inclusão da ‘cláusula de consciência’ na nova lei de imprensa”, segundo relata o site Comunique-se.
Além disso, de acordo com texto do site, os civis derrubaram a proposta em que o setor empresarial exigia a multiprogramação na TV digital aberta. A sociedade civil defendeu que a aprovação dessa sugestão aumentaria o monopólio e rejeitou a proposta.
Ou seja, predominaram as teses intervencionistas, defensoras da censura, de regulamentação geral, do amordaçamento, do açodamento, da omissão, do aparelhamento geral e irrestrito, da falcatrua, da corrupção.
Um retrocesso típico de mentes atrasadas, estacionadas no século XX pré-queda do Muro de Berlim. A conferência já nasceu contaminada pela ideologização e pela veia autoritária.
Não dá para admitir nada que não seja liberdade total e irrestrita de imprensa, opinião e expressão.
A 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação) terminou da forma como eu previa: uma sucessão de ideias equivocadas. Temo que tnha sido desperdício de tempo. Parte do grupo que se reuniu para discutir “propostas” não passava de um coletivo de celerados que pouco ou nada entende de comunicação.
Minha opinião sobre a questão diverge totalmente da posição de Celso Horta, que dirige o conglomerado ABCD Maior e que é um entusiasta da Confecom. Seu artigo recente neste portal expõe com clareza seus pontos de vista. Entretanto, os considero otimistas demais e, de certa forma, enviezados.
Predominaram as propostas sem nexo e ideologizadas, claramente incentivadas por setores obscuros da política brasileira e do governo dominados por néscios querendo agradar ao chefe e ao partido.
Entre outras pérolas, a sociedade civil (grifo meu) aprovou regras “contestadas pelo setor empresarial, entre elas destacam-se a criação de um código de ética para o jornalismo brasileiro, controle social da radiodifusão, marco regulatório para relações trabalhistas de profissionais de mídia autônomos e inclusão da ‘cláusula de consciência’ na nova lei de imprensa”, segundo relata o site Comunique-se.
Além disso, de acordo com texto do site, os civis derrubaram a proposta em que o setor empresarial exigia a multiprogramação na TV digital aberta. A sociedade civil defendeu que a aprovação dessa sugestão aumentaria o monopólio e rejeitou a proposta.
Ou seja, predominaram as teses intervencionistas, defensoras da censura, de regulamentação geral, do amordaçamento, do açodamento, da omissão, do aparelhamento geral e irrestrito, da falcatrua, da corrupção.
Um retrocesso típico de mentes atrasadas, estacionadas no século XX pré-queda do Muro de Berlim. A conferência já nasceu contaminada pela ideologização e pela veia autoritária.
Não dá para admitir nada que não seja liberdade total e irrestrita de imprensa, opinião e expressão.
Vandalismo como meio de expressão
“Não sei o que quero, mas sei como conseguir: destruindo.” O lema punk do final dos anos 70 surgiu de uma letra de música de um conjunto obscuro da região metropolitana de Londres. Logo foi pichado em várias cidades do mundo e acabou se tornando o bordão preferido de pelo menos três gangues de moleques briguentos, aspirantes a bandidos, na Grande São Paulo.
O lema está cada vez mais presente na atual sociedade ocidental. É seguido à risca por torcedores de futebol, professores, em greve, ecomanifestantes, estudantes indignados com a corrupção e por mais uma malta enorme de desocupados mundo afora.
Não vem ao caso as reivindicações, sejam elas quais forem. Tornam-se insignificantes quando o protesto é violento, quando o vandalismo e a depredação se tornam “meios de expressão”.
Qualquer causa - pode ser a mais justa de todas -, perde qualquer relevância e importância quando seus defensores partem para o quebra-quebra.
O que se viu em Curitiba na semana retrasada e nas imagens nojentas vindas de Copenhague nesta seman, na conferência sobre o clima, só reforçam essas teses.
Torcedor tem que apanhar, e muito. É regra básica de quem frequenta estádios, seja onde for, seja de qual torcida: jamais enfrente a polícia, a possibilidade de sucesso é nula.
A polícia curitibana bateu pouco nos torcedores do rebaixado Coritiba. Esse tipo de comportamento só vai acabar quando houver mortes, de preferência entre os torcedores-vândalos.
O mesmo vale para os desocupados de Copenhague. Enquanto os protestos era pacíficos, foram válidos e relevantes. Quando os manifestantes decidiram partir para cima da polícia, se tornaram o que há de mais abjeto em uma sociedade. Pena que apanharam pouco.
“Não sei o que quero, mas sei como conseguir: destruindo.” O lema punk do final dos anos 70 surgiu de uma letra de música de um conjunto obscuro da região metropolitana de Londres. Logo foi pichado em várias cidades do mundo e acabou se tornando o bordão preferido de pelo menos três gangues de moleques briguentos, aspirantes a bandidos, na Grande São Paulo.
O lema está cada vez mais presente na atual sociedade ocidental. É seguido à risca por torcedores de futebol, professores, em greve, ecomanifestantes, estudantes indignados com a corrupção e por mais uma malta enorme de desocupados mundo afora.
Não vem ao caso as reivindicações, sejam elas quais forem. Tornam-se insignificantes quando o protesto é violento, quando o vandalismo e a depredação se tornam “meios de expressão”.
Qualquer causa - pode ser a mais justa de todas -, perde qualquer relevância e importância quando seus defensores partem para o quebra-quebra.
O que se viu em Curitiba na semana retrasada e nas imagens nojentas vindas de Copenhague nesta seman, na conferência sobre o clima, só reforçam essas teses.
Torcedor tem que apanhar, e muito. É regra básica de quem frequenta estádios, seja onde for, seja de qual torcida: jamais enfrente a polícia, a possibilidade de sucesso é nula.
A polícia curitibana bateu pouco nos torcedores do rebaixado Coritiba. Esse tipo de comportamento só vai acabar quando houver mortes, de preferência entre os torcedores-vândalos.
O mesmo vale para os desocupados de Copenhague. Enquanto os protestos era pacíficos, foram válidos e relevantes. Quando os manifestantes decidiram partir para cima da polícia, se tornaram o que há de mais abjeto em uma sociedade. Pena que apanharam pouco.
Obsessão por regulamentação
Conversei longamente hoje pela manhã com dois amigos que estão participando da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontece até amanhã (17/12) em Brasília. Eles não se conhecem e têm opiniões totalmente divergentes sobre o tema. Um é jornalista, outro é sociólogo com pretensão de ser jornalista - não é e dificilmente será.
Não gostei do que ouvi. Descontadas as zilhões de bobagens de gente que nada entende de comunicação e que está passeando em Brasília - bobagens que fazem a festa de gente desqualificada, como certos colunistas de revistas semanais -, o que sobra são tentativas toscas de colocar limites à atuação da mídia.
Só se fala em regulamentação e regras. Qualidade da informação e liberdade de imprensa, por exemplo, parecem coisas de outro mundo. Praticamente ninguém aborda o tema. E o mais perigoso: muita gente na conferência não só não condena a censura ao jornal O Estado de S. Paulo como a apoia.
E depois vem o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schroder, reclamar que a grande imprensa ignora o evento.
Mas é óbvio que tem de ignorar: a conferência já nasceu contaminada pela ideologização e pela veia autoritária da censura e da “regulamentação”, eufemismo para restrições à atividade jornalística.
Sou jornalista sindicalizado e associado da Fenaj, tendo votado na atual diretoria e também na diretoria atual do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
O fato de apoiá-los e de ter amizade com a maioria dos diretores de ambas as entidades não me impede de criticá-los com veemência diante de alguns descalabros defendidos pelas entidades.
Não dá para admitir nada que não seja liberdade total e irrestrita de imprensa, opinião e expressão.
Conversei longamente hoje pela manhã com dois amigos que estão participando da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontece até amanhã (17/12) em Brasília. Eles não se conhecem e têm opiniões totalmente divergentes sobre o tema. Um é jornalista, outro é sociólogo com pretensão de ser jornalista - não é e dificilmente será.
Não gostei do que ouvi. Descontadas as zilhões de bobagens de gente que nada entende de comunicação e que está passeando em Brasília - bobagens que fazem a festa de gente desqualificada, como certos colunistas de revistas semanais -, o que sobra são tentativas toscas de colocar limites à atuação da mídia.
Só se fala em regulamentação e regras. Qualidade da informação e liberdade de imprensa, por exemplo, parecem coisas de outro mundo. Praticamente ninguém aborda o tema. E o mais perigoso: muita gente na conferência não só não condena a censura ao jornal O Estado de S. Paulo como a apoia.
E depois vem o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schroder, reclamar que a grande imprensa ignora o evento.
Mas é óbvio que tem de ignorar: a conferência já nasceu contaminada pela ideologização e pela veia autoritária da censura e da “regulamentação”, eufemismo para restrições à atividade jornalística.
Sou jornalista sindicalizado e associado da Fenaj, tendo votado na atual diretoria e também na diretoria atual do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
O fato de apoiá-los e de ter amizade com a maioria dos diretores de ambas as entidades não me impede de criticá-los com veemência diante de alguns descalabros defendidos pelas entidades.
Não dá para admitir nada que não seja liberdade total e irrestrita de imprensa, opinião e expressão.