sábado, agosto 01, 2020

Notas roqueiras: Heretic, Enova, Escombro...



- O Heretic anunciou o lançamento de “(Dis) Covering”, um álbum tributo a canções icônicas da música pop dos anos 80 e 90. Pois o primeiro single do trabalho se encontra disponível no YouTube, e se trata do cover de “Come Undone”, do Duran Duran, e conta com a participação especial de Isadora Magalhães. Você pode conferir o resultado no link
https://www.youtube.com/watch?v=kJHrbrj3DZk

- O momento único na história da humanidade é carregado de enfrentamentos e reflexões, mas somente com amor e cuidado ao próximo é possível encarar o desafio da vida para seguir adiante. Esta é a mensagem da Enova na música 'Tudo Passa', nome fresco na Orangeira Music. O single está disponível nas plataformas de streaming. 'Tudo Passa' também saiu em videoclipe, confira aqui: bit.ly/enovayoutube.

- 'Acreditar', o segundo single do EP "Cicatrizes" (lançamento em 7 de agosto), é o manifesto do quarteto hardcore Escombro contra o racismo, homofobia, discurso de ódio, opressão política e policial. Mais do que isso, é um chamamento para tomada de consciência e lutar por direitos. A música já está nas plataformas digitais e é mais um lançamento da banda via Canil Records. Ouça aqui: https://ffm.to/acreditar. Além do streaming, 'Acreditar' é personificada em um expressivo videoclipe, produzido por Rafael Rossener. Confira aqui: https://youtu.be/INqyxoIvTPg.

Programa Combate Rock destaca Peter Green, Jeff Beck, Pretenders, Tuatha de Danann, Autoramas...




No programa desta semana, destacamos Peter Green, guitarrista inglês que substituiu nada menos que Eric Clapton no John Mayall and His Bluesbreakers e que foi um dos fundadores do Fleetwood Mac. Green, que morreu na semana passada, foi um dos mais importantes guitarristas de blues britânicos.

Outro gênio da guitarra também aparece neste Combate Rock: Jeff Beck, que lançou há 45 anos o fundamental álbum “Blow by Blow”.

Também trazemos lançamentos: os novos singles dos Autoramas, Luiz Thunderbird e da banda mineira de “celtic metal” Tuatha de Danann, além do novíssimo álbum dos Pretenders, “Hate for Sale”.

Clique no player e divirta-se.



A lista de inimigos do governo: de que lado você está?

Marcelo Moreira

A normalização de um (des)governo criminoso, eclipsado e elipsado por uma pandemia devastadora, está ofuscando assuntos sérios e graves que provavelmente terão consequências igualmente devastadoras.

Uma "organização" clandestina está produzindo ações criminosas dentro do Ministério da Justiça, com as bênçãos do ministro e do presidente nefasto e lamentável que usurpa o Palácio do Planalto. Dossiê secreto com lista de inimigos, seus endereços e contas virtuais nas redes sociais?

O que mais é preciso para que esse governo fascista seja denunciado como criminoso por perpetrar atos de perseguição contra "dissidentes" e "inimigos" ideológicos?

Esse é apenas um dos dossiês que essa gente nojenta de viés autoritário está produzindo ou já produziu. São 579 de agentes de segurança e professores universitários tidos como "antifascistas" e que se manifestam publicamente como antifascistas e anti-Bolsonaro e seus seguidores/apoiadores/eleitores asquerosos.

O governo confirma a existência da lista, mas não o objetivo de sua elaboração. Diz apenas que o órgão clandestino que atua sob o guarda-chuva do ministério "coleta informações de inteligência para abastecer o governo na criação de políticas de segurança".

Não causa surpresa a revelação do UOL sobre a existência da lista. Os fascistas que apoiam Bolsonaro fizeram uma, mais ampla e geral, no Estado de São Paulo. 

Embora sem foco e com informações básicas de redes sociais, foi elaborada na Assembleia Legislativa de São |Paulo patrocinada e a mando de deputados estaduais do PSL, o partido fascista e extremista de direita que abrigou Bolsonaro na campanha presidencial.

São mais de mil nomes aparentemente aleatórios, mas com ações e manifestações públicas contra o fascismo e as tendências autoritárias. 

É uma lista inócua e, aparentemente, inútil, mas revela o modo de operação dessa gente inescrupulosa e criminosa. Eles realmente acreditam que vão perdurar no poder de forma indefinida e se preparam para, eventualmente, perseguir opositores e "inimigos" de todos os tipos.

A divulgação de dossiês ou de listas de inimigos do poder é uma antiga tática de intimidação política. É mais um legado malcheiroso da maneira criminosa de se fazer política nos Estados Unidos a partir dos anos 1950, com o macarthismo e depois a predominância nos bastidores do ser mais nojento do século XX, J. Edgar Hoover, que foi o diretor odo poderoso do FBI por quase 50 anos.

Desde que ficou patente que um político ridículo e inexpressivo teria a chance de ganhar a eleição de 2018, em um misto de ranço direitista e burrice generalizada de parte expressiva dos eleitores, as preocupações sobre o futuro da democracia no Brasil aumentaram.

O previsto desmantelamento de direitos civis e trabalhistas, combinados com os frequentes ataques às instituições e imprensa, indicaram de que maneira o rolo compressor fascista iria se comportar.

De forma previsível, a sociedade acovardada e comprometida com interesses escusos de uma elite criminosa e ignorante achou que poderia controlar e manipular um político burro e bronco. Achou que estaria a salvo de sua conduta predatória e destruidora. Achou que estaria fora de seu caminho de perversidades.

Bolsonaro se revela um macaco com metralhadora, mas há um pingo de método e de objetivo em meio ao mar de detritos e dejetos que se tornou o governo fascista atual. A burrice predomina, mas a verve destruidora dá o tom, e isso inclui a neutralização/destruição de inimigos.

O aparelhamento da Secretaria de Cultura do Ministério da Educação com seres medievais e incompetentes é o sintoma mais grave dessa doença autoritária. 

Desde os primórdios desse (des)governo correm boatos e informações de listas e mais listas nessa área de gente que deveria ser marcada para eventual exclusão de políticas públicas ou para ser alvo de de campanhas difamatórias ou de simples perseguição.

Ninguém conseguiu por as mãos nessas supostas listas de "alvos" bolsonaristas na cultura, artes e jornalismo, mas a lista denunciada pelo UOL reforça a existência de muitas outras. Como o governo enxerga inimigos e comunistas atrás de todas as portas, é de se esperar que, em algum momento, novos dossiês "vazem".

O que será necessário fazer para que a sociedade, como um todo, enxergue que a democracia corre perigo em um governo de inspiração fascista e com nenhum apreço ao conhecimento e à educação, com as bênçãos do pior tipo de apoio religioso que existe?

Os ataques constantes patrocinados pelas milícias reais e virtuais do lixo bolonarista vão aumentar, como vimos nesta semana em frente à residência do youtuber Felipe Netto, boçalzinho elevado ao estrelato pela "súbita" percepção de que o governo Bolsonaro é lesivo e perigoso. 

Quando um youtuber vazio e desprovido de conteúdo vira um "inimigo poderoso" dessa gente, dois fatos saltam aos olhos: o primeiro, é a completa indigência intelectual que domina e transborda no bolsonarismo, onde a burrice prevalece, para nossa sorte; o segundo, por outro lado, mostra até que ponto a nojeira bolsonarista pretende ir. 

O ataque ao youtuber deixa claro que a burrice não é suficiente pra detê-los. As milícias virtuais, acossadas e enquadradas pela Justiça, não vão pensar duas vezes em tomar as ruas de forma violenta, ainda que, atualmente, sejam pequenas e menos ostensivas do que supúnhamos no ano passado. 

Listas de inimigos a serem "investigados/intimidados" por organizações governamentais clandestinas e demonstrações de força e ataques físicos a "inimigos" do fascismo são um passo adiante nos constantes testes que o atual governo faz para medir o grau de repúdio e de resistência ao projeto autoritário. Isso e mais o constante armamento de parte da população compõe o sombrio caldo que pode emergir após o controle da pandemia de coronavírus. Ainda há tempo para destruir Bolsonaro e o bolsonarismo.

sexta-feira, julho 31, 2020

O cinema de Alan Parker fez parte de nossas vidas roqueiras

Marcelo Moreira



O velho Cine Star, em Guarulhos, um dia foi o lugar mais nobre co centro daquela cidade. Suas cadeiras em almofadadas, um luxo para o começo do anos 80 nas cidades da Grande São Paulo. Era praticamente o único decente naquele que se tornaria o segundo maior município do Estado,coladinho à capital.

Como em todos os cinemas do tipo, ficava às moscas no começo da semana, mas compensava com filas gigantes nos sábados e domingos. Um comércio parasita se formou rapidamente no entorno por conta do sucesso do empreendimento - lanchonetes e botecos roqueiros surgiram rápido nas ruas João Gonçalves e Luiz Faccini.

Quando o filme "The Wall", do Pink Floyd, entrou em cartaz, imaginava-se que teria vida curta por ali. O longa-metragem de Alan Parker era considerado pesado e ininteligível para o público não roqueiro. 

E não é que os "malucos" esticaram a exibição do filme por inacreditáveis cinco semanas, principalmente às segundas e terças-feiras, quando o cinema lotava de moleques durante à tarde.

Até hoje ninguém entende como foi possível tornar "The Wall" um sucesso de público infantil e juvenil nas tardes frias de 1982 em Guarulhos - fenômeno que se repetiu em Sorocaba, Jundiaí, Campinas e Santo André.

Nem todos os moleques gostavam de rock. A questão é que o boca a boca fez com que o filme pesado e intenso se transformasse em um campeão de vendas ao estilo "Superman", então estrelado por Christopher Reeve. 

Era "cult" assistir à fita e cantar cada verso de cada musica, e louvar a atuação inspirada do irlandês Bob Geldof como Pink, um astro da música com severos traumas e problemas psicológicos.

E daí que ninguém sabia quem era Geldof ou que ele era um cantor de uma obscura, mas boa, banda de rock chamada Boomtown Rats? E daí que poucos sabiam de fato quem era Pink Floyd e que menos moleques ainda sabiam o que era "The Wall" - e muito menos ainda tinha ouvido na integra o LP duplo homônimo?

Alan Parker, o visionário diretor do filme baseado no LP duplo de 1979, brigou demais com a banda e com o baixista Roger Waters, o mentor da obra. Ainda assim conseguiu entregar um filme mítico e extraordinário, repleto de simbolismos e que até hoje ér sinônimo de filme engajado de rock,

O dinheiro que gastei em dois dias no Cine Star foi muito bem empregado. O sucesso do filme impressionou o gerente, chamado Jorge, que fez vistas grossas aos roqueiros empedernidos que emendavam as sessões nas tardes de segunda e terça ao preço de um único ingresso.

Catártico, "The Wall" fez a cabeça de uma geração de garotos que imaginavam um futuro diferente em um país periférico e eternamente em crise econômica. 



O rock foi importante para que pudéssemos entender um pouco mais do mundo em que estávamos prestes a ingressar - meros adolescentes de 13, 14 anos, achando que estávamos entendendo alguma coisa do que acontecia. Alan Parker nos ajudou a buscar respostas. Ainda continuamos atrás delas, quase 40 anos depois.

Morto aos 76 anos nesta semana, Parker foi um diretor de cinema que se interessava demais pela história de seus filmes, a ponto de querer interferir nelas. 

Os confrontos com Waters na realização de "The Wall" moldaram, de certa forma, o seu caráter e a sua forma de fazer cinema. 

Ávido consumidor de informação e apreciador do mundo da cultura pop, estabeleceu as bases de uma narrativa ágil e informativa em filmes tão diferentes como "Birdy" e "The Commitments", que também retratam o mundo pop da música.

Parker ajudou a juventude de um tempo esquisito e diferente a sonhar e a se interessar por arte, principalmente em países como Brasil e Argentina, onde a realidade insistia em colidir com os sonhos e com as aspirações de uma molecada queria bem mais, sempre ao som de guitarras altas e pesadas e de literatura engajada e reflexiva.

O cinema de Alan Parker fez parte de nossas vidas e se tornou parte indissociável da cultura pop dofinal do século XX.


Agosto com muito rock e rap no Centro Cultural Penha




Em agosto o Quintas & Quintais preparou quatro lives investindo no rock e no rap. No dia 6 de agosto, abrindo o mês, quem se apresenta é o músico Thiagones. Vocalista e guitarrista do trio Wiseman o cara mostra músicas com a pegada agressiva e ácida, características do grupo que, dentre outros, já dividiu o palco com Ratos de Porão.

As meninas da The Monic fazem a live do dia 13 de agosto. O quarteto formado por Ale Labelle (voz/guitarra), Dani Buarque (voz/guitarra) , Joan Bedin (voz/baixo) e Daniely Simões (backing vocals/bateria) surgiu no final de 2017 sendo que três de suas integrantes eram do grupo BBGG. Com personalidade e peso a The Monic traz influências dos anos 90, resultando numa sonoridade própria e de muita atitude. 

Por sua vez, quem chega quebrando tudo no Quintas & Quintais do dia 20 é Christian Targa. Conhecido como Gordo, o guitarrista é vocalista da banda O Peso. E o nome se justifica pois as músicas são destruidoras como um bate-estaca.

Gordo, que liderou por mais de vinte anos a Blind Pigs, mantém a contundência verbal em composições que põem abaixo os muros da segregação, expondo as mazelas sociais e degradação do ser humano. Ladeando o vocalista nesta empreitada estão os tarimbados Marcos Rolando (baixo) e Mário Rolim (bateria). Rolim, por sinal, é o cara por trás da identidade visual de todo material promocional do grupo.

Em 2019 o trio lançou o álbum debute disponível em vinil e CD com quatorze faixas porradas, entre elas, "Homem Botas", "Assim é nossa Vida" e "Pé na Estrada".

Encerrando a série Quintas & Quintais de agosto em grande estilo com o DJ, rapper e divulgador cultural $mokey Dee. Conhecido nacionalmente por comandar as pick-ups do emblemático grupo de rap Doctor's Mcs o cara é referência no hip-hop nacional.

Incansável já levou seu talento nas pick-ups a diveros eventos com destaque para o Hutuz, (Rio de Janeiro), Planeta Atlântida e o Trocando Idéia (Porto Alegre), em 1998 participou do "Miden Latino Americano”, em Miami, nos Estados Unidos. Atualmente, além de seu trabalho com o Doctor's MCs, também empunha o microfone no grupo Aftazardem.

Dia 6 de agosto - Live com Thiagones (Wseman)

Abrindo a Série Quintas & Quintais de agosto quem se apresenta no dia 6 é Thiagones, vocalista/guitarrista da banda Wiseman. O grupo tá na estrada há apenas seis anos e faz valer o significado (Homem Sábio).]

As letras do trio - completam a Wiseman Fábio Nasci (baixo) e Luiz Chagas (bateria) - são muito conscientes, politizadas, com críticas ácidas , doa a quem doer. Apesar do curto tempo de caminhada os caras já lançaram a demo "Reflex", em 2014 e um EP promocional em 2016.

Contudo o potencial da banda pode ser conferido na totalidade no CD "Mind Blown", de 2019, no qual explodem a mente dos ouvintes, se me permitem o trocadilho. Mergulhando nos bons sons das décadas de 80 e 90 o trio traz influências de Nirvana, Mudhoney, Seaweed, Quicksand, Farside, Pegboy, Fugazi, entre outros.

O resultado é um som agressivo, denso, pesado e distorcido. Como dizem os caras "soamos datados, sem sermos obsoletos".

O trio já dividiu o palco com gigantes do hardcore brasuca como Dead Fish, Garage Fuzz, Zander, Plastic Fire, Far From Alaska, além de uma mini tour com a Ratos de Porão, banda do carismático João Gordo. Os caras também têm na bagagem participações nos festivais Oxigênio, Terremoto e Blast Hardcore Fest.

É o bom e velho: trazer do passado uma sonoridade moderna e original.

Serviço
Dia 6 de agosto - Quintas & Quintais com Thiagones (Wiseman)
Horário: 20 horas
Nas redes sociais do Centro Cultural Penha
@centroculturalpenha
www.facebook.com/centroculturalpenha


Dia 13 de agosto - Live com The Monic

As meninas da The Monic fazem a live do dia 13 de agosto. O quarteto formado por Ale Labelle (voz/guitarra), Dani Buarque (voz/guitarra) , Joan Bedin (voz/baixo) e Daniely Simões (backing vocals/bateria) surgiu no final de 2017 sendo que três de suas integrantes eram do grupo BBGG.

Com personalidade e peso a The Monic traz influências dos anos 90, resultando numa sonoridade própria e de muita atitude. Apesar da curta trajetória o grupo vem recebendo críticas elogiosas e arregimentando fãs em todo o Brasil.

 Já se apresentaram em casas importantes da capital paulistana como o Centro Cultural São Paulo, além de participarem de eventos bacanudos como o Oxigênio, Virada Cultural e Festival Big Dia da Música. Em 2019 The Monic lançou o debute "Deus Picio", produzido por Rafael Ramos e trazendo vários destaques como "High" e "Buda".

A banda produz seus próprios clipes, todos com várias visualizações no Youtube. "México", por exemplo, é ambientada no clima das novelas mexicanas dos anos 90 e é bem divertido.

Para 2020, em plena pandemia, o grupo lança o EP acústico "Refúgio", o qual foi gravado seguindo as normas de distanciamento e isolamento social. Cada integrante gravou os takes de sua própria casa e o EP traz quatro faixas: três são releituras de músicas presentes em "Deus Picio" e a inédita "Aquela Mina", já disponívels nas plataformas digitais.

A live da The Monic será com as guitarristas/vocalistas Ale Labelle e Dani Buarque, cada uma em sua casa e no set list irado trará as canções da curta, porém intensa, carreira da The Monic.

Serviço
Live com The Monic
Dia 13 de agosto
20 horas
Redes sociais do Centro Cultural Penha
@centroculturalpenha
www.facebook.com/centroculturalpenha


Dia 20 de agosto - Christian Targa, o Gordo, mostra sua nova banda: O Preço

No dia 20 de agosto, o Quintas & Quintais recebe o guitarrista/cantor/instumentista Chistian Targa. Conhecido na cena punk como Gordo o cara chega quebrando tudo com músicas de sua nova banda: O Preço.

Nome destacado do underground Gordo foi vocalista/guitarrista da Blind Pigs, por mais de duas décadas. O BP se tornou uma das bandas mais emblemáticas do punk paulistano com letras ácidas e forte crítica social.

Agora à frente d'O Preço o cara mantém a contundência verbal em composições que põem abaixo os muros da segregação, expondo as mazelas sociais e degradação do ser humano. Ladeando o vocalista nesta empreitada estão os tarimbados Marcos Rolando (baixo) e Mário Rolim (bateria). Rolim, por sinal, é o cara por trás da identidade visual de todo material promocional do grupo.

Em 2019 o trio lançou o álbum debute disponível em vinil e CD com quatorze faixas porradas, entre elas, "Homem Botas", "Assim é nossa Vida" e "Pé na Estrada". Empunhando violão e guitarra Gordo fará um set list bacanudo mostrando também músicas da Blind Pigs.

Serviço
Quintas & Quintais
Live com Christian Targa, o Gordo
Dia 20 de agosto
Às 20 horas
Redes sociais do Centro Cultural Penha
@centroculturalpenha
www.facebook.com/centroculturalpenha


Dia 27 de agosto - Smokey Dee

Um dos nomes mais destacados do rap paulistano Smokey Dee é também beatmaker, letrista e agitador cultural. Na estrada há mais de trinta anos o rapper se tornou conhecido nacionalmente comandando as pick-ups do Doctor's MCs, emblemático grupo da zona leste de São Paulo.

Com o Doctor's gravou álbuns importantes, entre eles, "Agora a Casa Cai" (Kaskata's) e "Mallokeragem Zona Leste" (BMG). O incansável Smokey Dee já levou seu talento nas pick-ups a diveros eventos com destaque para o Hutuz, (Rio de Janeiro), Planeta Atlântida e o Trocando Idéia (Porto Alegre), em 1998 participou do "MIDEN LATINO AMERICANO” em Miami.

Atualmente além de seu trabalho com o Doctor's MCs também empunha o mic no grupo Aftazardem.
Uma live com muito hip-hop, soul, grooves e música brasileira.

Serviço
Quintas & Quintais com Smokey Dee
Dia 27 de agosto
Ás 20 horas
Nas redes sociais do Centro Cultural Penha
@centroculturalpenha
www.facebook.com/centroculturalpenha

Notas roqueiras: Jota Quest, A Sorrowful Dream, Unicircle...

Jota Quest (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- No ano em que celebra seus 25 anos de trajetória, a banda Jota Quest lançou em todas as plataformas digitais “A Voz do Coração”, canção que fará parte de seu 9º álbum de estúdio, ainda sem nome, com produção musical assinada pelo britânico Paul Ralphes. Com groove-pop certeiro e a participação especial do cantor/rapper Rael, “A Voz do Coração” traz reflexão sobre a “correria” dos tempos atuais em perspectiva da busca pelo “eu interior”, chegando em bom tempo, como mensagem-antídoto para fãs e seguidores do grupo mineiro, em fase de isolamento social. Reunidos em estúdio desde setembro último, sob o comando do inglês Paul Ralphes, “A Voz do Coração” foi pinçada do novo repertório, ainda em construção, escolhida para ser o pontapé inicial de uma série de lançamentos, entre singles e EPs, até a estreia oficial do álbum, ainda sem data confirmada. Videoclipe “Caseiro”: https://www.youtube.com/watch?v=YXGj_-sQq_Q

- A banda gaúcha de dark metal A Sorrowful Dream está divulgando um vídeo ao vivo de “Love You to Death” em homenagem ao baixista/vocalista Peter Steele, do Type O Negative, falecido há dez anos devido a um aneurisma aórtico. O gigante nova-iorquino construiu uma carreira de sucesso a partir de seu trabalho caótico com a banda Carnivore, na década de 1980. Entretanto, foi com o som pesadíssimo e sorumbático criado com o Type O Negative que sua carreira teve um salto enorme, marcando principalmente a década de 1990 com clássicos como “Bloody Kisses” (1993) e “October Rust” (1996). Veja em https://www.youtube.com/watch?v=t_vxaPuz-k4.

- A banda Unicircle lançou um novo vídeo para a faixa "No Now", anteriormente também lançada em single nas plataformas digitais, e que estará no primeiro disco do grupo, intitulado "Inside Out", com previsão de lançamento para esse ano. Esta é a sexta faixa divulgada do disco. O video para "No Now" teve as imagens captadas por Iraí Campos Rossi e Heglair Alencar e a edição e pós-produção feitas por Iraí Campos Rossi, e mostra imagens de shows feitos pela banda ao longo do ano de 2019. Veja em https://www.youtube.com/watch?v=lBsHeKbivwA

As grandes músicas de 1965: 'My Generation', de The Who

Marcelo Moreira


Formação original do Who em 1965: da esq. para a dir., Roger Daltrey, Keith Moon, John Entwistle e Pete Townshend (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Formação original do Who em 1965: da esq. para a dir., Roger Daltrey, Keith Moon, John Entwistle e Pete Townshend (FOTO: DIVULGAÇÃO)
 

Uma banda punk em pleno ano de 1965. Bem que poderia ser, seja pelo comportamento, seja pela ferocidade de algumas músicas e de suas apresentações ao vivo.

The Who era a banda improvável na hora errada e, talvez, no mundo errado ainda dominado pelas músicas inofensivas dos Beatles mas na iminência de mergulhar na era hippie e do psicodelismo.

Mas aí quatro moleques de 20 anos resolvem bagunçar a festa e incomodar com sua música barulhenta e seu questionamento do mundo estabelecido dos adultos. "Vamos quebrar tudo", gritava insano baterista Keith Moon, o mais novo e mais louco da turma.

O primeiro single da banda, "I Can't Explain", com seu riff tosco, mas certeiro, e suas "pancadas" guitarreiras, foi o protótipo do grito/canção/modo de vida punk, faltando apenas o vocalista Roger Daltrey, um candidato a delinquente da periferia de Londres, caprichar mais nos berros.

E então a usina de riffs e composições chamada Pete Townshend, o guitarrista magrelo, alto e narigudo, veio com a "Satisfaction" da banda.

"My Generation", assim como a canção dos Rolling Stones e "You Really Got Me", dos Kinks, lançada no ano anterior, tinha melodias irresistíveis e riffs imediatamente reconhecíveis.

A letra, um primor de rebeldia punk adolescente, demarcava territórios e mostrava que aqueles antigos amantes de rhythm and blues norte-americanos eram os garotos mais perigosos do pedaço.

Ao contrário das primeiras impressões - e acusações -, o verso "Hope I Die Before Get Old" (espero morrer antes de ficar velho) não era um incentivo ao suicídio, mas uma declaração de guerra e de intenções contra o patrulhamento moral e comportamental que ainda prevalecia na Inglaterra que começava a saborear a suposta liberdade da "Swinging London" - a Londres efervescente, com suas meninas de minissaia, a proliferação de substâncias que "expandiam a mente e ampliavam horizontes" e deglutia toda e qualquer influência do mundo, como a cultura e a música indiana.

Lançada como single perto do fim do ano, "My Generation" chacoalhou o Natal londrino e depois esparramou a atitude  da pe unk do Who pelo restante da Europa, com a quebradeira de instrumentos coroando as explosivas apresentações do quarteto.

"My Generation" era a face mais jovial e energética do rock britânico e The Who, a partir de então, apontava para novos caminhos nos anos seguintes, seja abraçando brevemente a psicodelia, seja acelerando e caindo no rock mais pesado, ao lado de Cream, Jimi Hendrix Experience e Jeff Beck Group.



quinta-feira, julho 30, 2020

Livro de Dave Mustaine sobre álbum ‘Rust in Peace’ será lançado em setembro

Do site Roque Reverso



O vocalista, guitarrista e líder do Megadeth, Dave Mustaine, aproveitará o aniversário de 30 anos do álbum “Rust in Peace” para lançar um livro sobre o disco clássico da banda de thrash metal norte-americana. Segundo confirmação feita por Mustaine nesta sexta-feira, 17 de julho, a publicação chegará aos fãs no dia 8 de setembro, poucos dias antes do aniversário de 3 décadas do álbum, originalmente lançado no dia 24 de setembro de 1990.

“Rust in Peace: The Inside Story of the Megadeth Masterpiece”, cuja capa acompanha este texto, é o nome original do livro que será lançado. Por enquanto, não há informação ainda se o livro será publicado em português.

Escrito por Mustaine em companhia com Joel Selvin, o livro traz todo o processo para a montagem da considerada “formação clássica” do Megadeth, com o vocalista, o baixista David Ellefson, o guitarrista Marty Friedman e o saudoso baterista Nick Menza, que morreu em 2016.

Tal formação foi fundamental para que o Megadeth atingisse com “Rust in Peace” seu ponto máximo na carreira até então.

Ela ainda gravaria mais três grande álbuns: “Countdown to Extinction” (1992), “Youthanasia” (1994) e “Cryptic Writings” (1997).

O texto de apresentação do livro diz que Mustaine detalha na publicação “as dores de tentar lidar com o sucesso que se seguiu e, finalmente, a pressão da fama e fortuna que levou a banda a finalmente se separar”.

Além de apresentar todo o cenário de construção da banda e do disco, o livro ainda traz um panorama sobre a cena musical do fim dos Anos 80 e começo dos Anos 90, uma época de ouro para o thrash metal.

O prefácio do livro traz ninguém menos que o guitarrista Slash, do Guns N’ Roses.

“Rust in Peace: The Inside Story of the Megadeth Masterpiece” já está em fase de pré-venda e também virá nos formatos ebook e audiobook.

Em período de pandemia do novo coronavírus, o Megadeth está em processo de gravação de um novo álbum. Em declarações recentes à imprensa, o baixista David Ellefson disse que o álbum será “fenomenal”, o que traz grande expectativa dos fãs após o grande disco “Dystopia”, de 2016.

Vale lembrar que, em janeiro deste ano, para alegria dos fãs, Mustaine, informou que estava recuperado e pronto para voltar plenamente às atividades da banda. A mensagem foi divulgada sete meses depois dele revelar um câncer na garganta e cancelar, desde junho de 2019, todos os shows que o Megadeth teria no restante do ano passado.

Entre os shows cancelados, dois do Megadeth afetaram grandes festivais no Brasil, já que a banda cancelou a vinda ao Rock in Rio e ao Rockfest, que foi realizado em São Paulo. Para os dois festivais, o Helloween substituiu o Megadeth.

Notas roqueiras: One of Them, Treze Black, Paradise in Flames...



- A banda  gaúcha One of Them acaba de disponibilizar um lyric video para a única faixa cantada em português do EP “Blind Faith”, a agressiva “Pulverizados”. GG Mussi (vocal), Jeff Witt e Ivan Santos (guitarras), Alexandre Guterres (baixo) e Jonas Koehler (bateria) contaram com o apoio da Black Dog Corporation para a produção do lyric, trazendo fortes imagens de guerras e destruição, um reflexo de sua letra. Em rápido bate papo com o blog Cena Rock, do tradicional jornal gaúcho Correio do Povo, o guitarrista Jeff Witt comentou sobre a faixa: “Ela surgiu como todas as outras em inglês. Só que o Jonas (Koehler, baterista) que fez essa letra, sempre leva a tradução junto das letras dele. Então numa olhada rápida sobre a letra em português achamos que ia ficar ainda mais agressiva. Mais direta".” Essa vontade de manter uma canção em nossa língua natal deve-se muito a alguns pioneiros do Metal brasileiro, como explicou o guitarrista: “Achamos também que seria uma referência a bandas de que somos fãs há décadas, como Korzus e Overdose”. Assista ao lyric video:
https://www.youtube.com/watch?v=xtnVbv9eslQ

- Acaba de ser lançado o lyric video da faixa “Sentidos”, da banda gaúcha Treze Black, de Caçapava do Sul. Esta é a segunda música liberada que fará parte do novo EP do grupo, intitulado “Quimera”. Além de “Sentidos”, Diandro Soares (vocal) Gabriel Leão (guitarra), Rodrigo Fursten (baixo) e Felipe Krauser (bateria) lançaram o single “Homicídio Solar” no Youtube, antecipando o que virá no EP. “0.13”, “Antivírus”, “S.O.N.O.” e “Tempestade Cinza” completarão o novo trabalho. Com arte da capa desenhada por Igor Oliveira e edição do videomaker Guilherme Wolff, o lyric já dá uma visão um pouco melhor da sonoridade destas novas música, pois, segundo o vocalista Diandro Soares, que também compôs a letra, esta nova fase é cheia de mudanças e significados: “Mesmo em meio a pandemia temos trabalhado bastante e o resultado está saindo aos poucos. Assim como a “Homicídio Solar”, a música “Sentidos” já mostra um pouco mais do que apresentaremos no “Quimera”.
Assista ao lyric video de “Sentidos”: https://www.youtube.com/watch?v=YYHEIuhYV6E&t=77s

- A banda Paradise in Flames está oficialmente no time da gravadora Blood Blast Distribution, subsidiária da gigantesca Nuclear Blast, que entrou em contato com a banda e firmou oficialmente em post de Instagram. O grupo terá seu próximo lançamento feito d forma digital pela gravadora inte, o lançamento digital rnacional.

As grandes músicas de 1965: 'Like a Rolling Stone', de Bob Dylan

Marcelo Moreira


Bob Dylan (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Não foram poucas as vezes que a revista Rolling Stone elegeu "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, como a mais emblemática e importante do rock, mesmo sendo um canção folk.

Editada e lançada em meados de 1965, não teve a sua importância reconhecida no momento, até porque era longa demais pra os padrões pop da época e nem mesmo seu autor/intérprete deu muita atenção a ela.

E eis que o monumento musical foi crescendo e crescendo ao ponto de merecer inúmeras dissertações e teses acadêmicas, acabando por merecer um livro icônico lançado nos anos 2000 de autoria do jornalista Greil Marcus, um dylanista ferrenho e exagerado metido a escritor. O livro é "Like a Rolling Stone: Bob Dylan na Encruzilhada", de 2010, e foi editado no Brasil.

Há quem diga que, mais do que qualquer outra canção, ela foi a mola propulsora para que o prêmio Nobel de Literatura tenha sido atribuído a Bob Dylan.

Evidente exagero, já que a obra do bardo de Minnesota está coalhada de grandes letras e extraordinárias músicas.

Entretanto, "Like a Rolling Stone" se destaca em um mar de pérolas por sua ousadia e sua classe ao fazer ma perfeita crítica social usando como metáfora a ascensão e queda de uma aspirante a socialite.

Em meio a devaneios e viagens literárias dispensáveis, entremeados com passagens autobiográficas, Greil Marcus reconstrói os passos de criação e gravação da canção em detalhes, seja no estúdio em Nova York, seja nos palcos onde Dylan exibiu a peça nos shows antes e depois do lançamento.

Há críticos que tentaram destruir a obra do emérito repórter da revista Rolling Stone apontando inconsistências no texto e os flagrantes exageros nos superlativos escritos por um empedernido fã.

Entretanto, é impossível não se impressionar com a relevância e a opulência de um texto poético de primeira linha como "Like a Rolling Stone", com suas nuances e detalhes.

A música ainda hoje é um dos pilares do chamado classic rock e mostra o quanto a geração dos anos 60 foi extraordinária e fundamental para a construção do rock e do mito da imortalidade de um gênero musical que mudou a cultura ocidental e, por tabela, o mundo - mesmo sendo, em sua essência, uma música folk.

quarta-feira, julho 29, 2020

Notas roqueiras: Malvada, ForCaos, Dinamite Combo...


Malvada (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- Criada em março de 2020, no início da pandemia no Brasil, a banda Malvada tem na sua formação integrantes com presença frequente nos palcos da noite paulistana. Com Angel Sberse (vocal), Bruna Tsuruda (guitarra), Ma Langer (baixo) e Juliana Salgado (bateria), a banda Malvada faz um Rock'n'Roll com muita personalidade e apostando em letras inteligentes em português.

- Na quinta (30) e sexta (31), acontece a edição online do tradicional festival ForCaos. Para esta primeira edição online o festival contará com as bandas Sinaya, Desalmado, Manger Cadavre?, Rematte, In No Sense, AnkerkeriA, Thrunda, Bull Control, Arcádia, Corja-Ce, Banda Lavage, D’inci, Lixorgânico, Pastel De Miolos, Obskure, Callamity, Hellhoundz, Inherence, Netuno Doom, Hatefulmurder, Paradise in Flames, Basttardz, Italo Azevedo, Banda Lemori, Pandemmy, Escrotos, Matakabra, Siege of Hate (S.O.H.), Réu Podre, Kamala, Scariotz, Terror Fetus, Crashkill, Caroá Jam, Realidade Encoberta, Apokrisis, Old Lamp, e Godhound.

- A Dinamite Combo é uma banda que resgata as raízes da Soul Music, do Funk e do R&B desde 2016. Formada por músicos experientes e conhecidos na cena curitibana, como Yuri Vasselai (bateria), Caetano Zagonel (baixo), Anderson de Lima (guitarra), Rodrigo Nickel (sax tenor) e Menandro Souza (trompete); além do vocalista, Willi Dinamite, se apresenta na noite da capital paranaense desde o início do grupo e também já passou por Festivais como Libélula, Terra Azul, Pixel Show. Em 2017, teve a oportunidade de dividir o palco com a lendária Banda Black Rio. E agora se prepara para divulgar Raise Your Head, nova canção, registrada em Agosto do ano passado, no Estúdio Casa do Fundo. Assista ao teaser aqui.

Clássico álbum do Motörhead, 'Ace of Spades’ será lançado em box comemorativo

Do site Roque Reverso

Prestes a completar 40 anos de história, o clássico álbum “Ace of Spades”, do lendário Motörhead, será lançado em box comemorativo. O ideia segue o que já foi feito nas comemorações de outros grandes discos da banda britânica, como “Overkill” e “Bomber”.

O lançamento oficial do box comemorativo está previsto para o dia 30 de outubro.

“Ace of Spades” é o álbum mais emblemático do Motörhead e foi lançado em 8 de novembro de 1980.

Para comemorar o 40º aniversário do disco, o planejamento é uma apresentação em novas edições de luxo. O disco em si virá masterizado a partir das fitas originais.

Haverá versões de capa dura em dois formatos de CD e LP triplo, apresentando um concerto inédito da turnê “Ace Up Your Sleeve”, além da história do álbum contada em um livro de 40 páginas e muitas fotos inéditas.

Além disso, o álbum será lançado como um box set para fãs, edição de colecionador “Ace Of Spades”, contendo tesouros da época e cerca de 42 faixas.



O box ainda traz um conjunto de 5 dados que podem ser usados para o jogo de tabuleiro presente na caixa.

É um presente e tanto para os fãs da banda, cuja formação deste disco – Lemmy Kilmister (vocal e baixo), “Fast” Eddie Clarke (guitarra) e Phil “Animal” Taylor – já não faz parte deste mundo.

A pré-venda já está disponível no seguinte link: https://motorhead.lnk.to/AOS40PR

Notas roqueiras: Comtempty, Azzarok,. Arkana Fen...




- O quarteto mineiro Contempty confirmou que finalizou a faixa "A Pale Shroud of Longing" em homenagem aos 30 anos de existência da banda My Dying Bride. Trata-se de um tributo para honrar as obras em versões clássicas que cobrem quase toda a carreira do grupo inglês.

- O Azzarok apresenta a faixa “Pay With Blood” na íntegra para audição no YouTube. Essa é a segunda faixa disponibilizada pela banda no canal oficial, onde gradativamente todas as composições do disco serão lançadas. Confira “Pay With Blood” em
https://www.youtube.com/watch?v=eJ2yyKs9Vrc

- Enquanto prepara material para um novo trabalho de inéditas, o projeto Arkana Fen vem disponibilizando em seu canal no YouTube singles das canções que compõem seus trabalhos já lançados. A música escolhida dessa vez foi “Immortal's Penitence”, faixa que encerra o EP “Six of Swords”, e que pode ser ouvida no seguinte link: https://youtu.be/TwWtDwfWAgI

O 'novo normal' com lives e drive-ins é pavoroso e coloca o futuro em xeque

Marcelo Moreira

O novo normal será bem longe de um boteco para tomar uma cerveja, dentro de um carro para tentar assistir a um espetáculo ou no conforto anódino e insípido de um sofá ou poltrona para ver uma inútil e desanimadora live qualquer.

Esse futuro tira o sono de muitos artistas e promotores de espetáculos. Se toda uma cadeia desmoronou por conta da pandemia de coronavírus, não há perspectiva de que tenhamos algo muito alentador pra substituir o que foi perdido. 

Na verdade, não há nada que possa substituir a emoção de assistir in loco a uma apresentação qualquer, mesma que seja na rua.

Se há quem fique feliz com o resgate de uma tradição sepultada há décadas - ainda bem -, como no caso dos drive-ins, outros apostam que tais formas de "espetáculos distanciados" vão corroer a essência da arte, acabando com qualquer interatividade.

As lives acabaram sendo um paliativo, mas estão longe de proporcionar algo realmente válido em termos de aproveitamento cultural e educativo. 

Da mesma forma que estudantes perdem muito nas aulas por meio de computador e celulares, o público deixa de absorver o que a arte tem de mais valioso, que é a troca de energias entre artistas e espectadores. Até que ponto este distanciamento vai destruir a arte?

Qual é o sentido de ver um show de metal dentro de um carro, em um drive-in? Como sentir a intensidade de um riff de guitarra ou um solo, daqueles tão pesados que parecem um soco na cara? Curtir isso dentro de um carro? No máximo sentir o baixo pulsante dar uma tremedinha no vidro...

Primeiros a sentirem o impacto devastador da covid-19 e, certamente, os últimos a se recuperarem da crise gigantesca, os profissionais do segmento de cultura, artes e entretenimento não conseguiram ainda traçar estratégias viáveis de negócios pós -pandemias ou alternativas de remuneração que ao menos garantam alguma subsistência.

De forma triste, mas compreensível, empresários do setor já admitem que drive-ins em estádios de futebol, com ingressos muito caros, e as lives sobreviverão por muito tempo. É uma distopia assustadora.



Para a maioria dos artistas que se arriscaram em lives, as que deram certo, ou seja, que arrecadaram algum dinheiro substancial estiveram ligadas a patrocínios de grandes empresas. Ou seja, só grandes nomes conseguiram se dar bem nessa história.

É o caso da empresa Diventi, que disseminou esse recurso, torando a live um produto estratégico para artistas e marcas. Em parceria com a Ambev, promoveu o "Circuito Brahma Live", com mais de 250 eventos realizados e mais de 500 milhões de visualizações, segundo as duas empresas. A quase totalidade desses números se referem a artistas da área sertaneja.

"Os números reforçam a relevância do sertanejo. Além dos recordes de visualização, esse novo formato de mídia com as lives entregou um volume considerável de doações, além de altíssima conversão e engajamento para marcas", aponta Gui Marconi, sócio e diretor de conteúdo da Diverti.

Segundo ele, a Diverti movimentou em três meses mais de R$ 20 milhões entre patrocínios, ativações, cachês e contratação de influenciadores digitais. Ame, Riachuelo, Movida, Minerva, e Shoptime estão entre as marcas parceiras que, junto à Diverti e à Ambev, também apostaram nas transmissões ao vivo.

Infelizmente, a qualidade da música foi o que menos contou na definição dos agraciados, algo nada surpreendente neste tipo de iniciativa e de mercado.

A Diverti também divulgou uma pesquisa própria de mercado sobre o comportamento do consumidor durante a pandemia. E um dado chama a atenção: 56% dos participantes pagariam para assistir a um evento de forma online.

Marconi afirma que a rentabilização é um caminho a ser avaliado, ao mesmo tempo em que a abrangência do conteúdo transmitido gratuitamente é exponencial. "Ainda há muito a ser explorado dentro deste novo universo. Vai ser interessante desbravar o que temos pela frente."

Convenhamos, não é um futuro animador. O mesmo público que despreza os artistas novos e se recusa  apagar por CDs e livros é o mesmo que admite pagar por esse tipo de evento digital insípido, inodoro e incolor, ao mesmo tempo em que não se importa em desembolsar muito, mas muito dinheiro para ver artistas internacionais populares - e ruins - nacionais e internacionais ao vivo.

Os hábitos de consumo do brasileiro que supostamente aprecia e frequenta e aprecia espetáculos diz bastante sobre o estado de coisas atual, antes e depois da pandemia.

É a cultura desprezada em tempos bolsonaros - e não é à toa que o nefasto presidente conta com amplo apoio entre sambistas e sertanejos. Entre os roqueiros, lamentavelmente, também não é pequeno.

Mesmo em pouco tempo, quatro meses, o estrago feito pelo vírus na economia mundial é colossal. Não deu tempo para estudar direito o que fazer e como se virar diante de tamanho desafio.

O que podemos perceber é que, pelo que estamos vivenciando hoje, não há perspectivas factíveis e dque deem algum alento para a cultura, arte e entretenimento em um futuro próximo.

terça-feira, julho 28, 2020

Rolling Stones trazem aos fãs música de 1974 gravada com Jimmy Page

Do site Roque Reverso




Os Rolling Stones presentearam mais uma vez os fãs com uma raridade. A lendária banda britânica liberou nas plataformas musicais a faixa “Scarlet”, gravada originalmente em 1974.

Não bastasse ser algo inédito dos Anos 70, a música foi gravada com a participação de ninguém menos que Jimmy Page, guitarrista do também lendário Led Zeppelin.

“Scarlet” fará parte do relançamento do álbum “Goats Head Soup”, de 1973.

Intitulado “Goats Head Soup 2020”, o álbum chegará ao público no dia 4 de setembro em vários formatos e opções e com a gravação original em uma mixagem nova e em estéreo.

Virá em CD simples e duplo, edições em vinil e box set com 4 CDs, trazendo raridades e mixagens alternativas, além de um livreto de 120 páginas e quatro pôsteres da época do lançamento original.

Além da música “Scarlet”, as outras faixas inéditas são “All the Rage”, citada pelo grupo como “pós-‘Brown Sugar'”, e “Cris Cross”, já lançada no dia 9 de julho com um clipe bem apimentado no estilo Stones

O original álbum “Goats Head Soup” sucedeu “Exile on Main St.” e teve como principal faixa de sucesso o hit “Angie”.

Se quando os Stones lançaram a inédita “Living In A Ghost Town” os fãs ficaram ansiosos por um material novo, agora, com esta notícia de um relançamento de 1973, houve uma diminuição da expectativa.

“Living In A Ghost Town” havia sido a primeira música inédita da lendária banda de rock britânica desde que “Doom and Gloom” e “One More Shot” saíram na coletânea de 2012 “GRRR!”, que comemorou o 50º aniversário do grupo.

O último álbum de inéditas está ainda mais distante: “A Bigger Bang”, de 2005. Os músicos chegaram a lançar depois, por exemplo, o disco “Blue & Lonesome”, em 2016, mas este veio com músicas covers do blues.

Notas roqueiras: Edu Falaschi, Black Moon Rides, Heretic...




- O vocalista Edu Falaschi acaba de lançar o primeiro single do show “Edu Falaschi – Temple Of Shadows In Concert”. A música escolhida foi “Spread Your Fire”, executada com maestria pelos músicos Edu Falaschi, Aquiles Priester, Fabio Laguna, Raphael Dafras, Diogo Mafra e Roberto Barros, além da presença ilustre da Orquestra Bachiana Filarmônica regida pelo genial Maestro João Carlos Martins, com os arranjos do grande Maestro Adriano Machado. Asista o vídeo de “Spread Your Fire”: https://youtu.be/nH_AHDILgMc

- A banda gaúcha de Black Moon Riders acaba de lançar o lyric video para a música "Child of the Night". Produzido pela Strat Comunicação, o vídeo traz imagens de diversas épocas da banda, além de utilizar uma linguagem visual que faz jus ao peso e tema da canção. Assista ao vídeo em https://youtu.be/00kqPstAcxs

- Recentemente o Heretic anunciou o lançamento de “(Dis) Covering”, um álbum tributo a canções icônicas da música pop dos anos 80 e 90. Pois o primeiro single do trabalho se encontra disponível no YouTube, e se trata do cover de “Come Undone”, do Duran Duran, e conta com a participação especial de Isadora Magalhães. Você pode conferir o resultado no link
https://www.youtube.com/watch?v=kJHrbrj3DZk

Renato e Rodrigo ajudaram a deixar nossas vidas um pouco melhores

Marcelo Moreira

O rock perdeu muito de sua irreverência e alegria nesta terça-feira triste de julho. Renato e Rodrigo faziam de suas atividades algo que todos deveriam fazer quando saem para trabalhar todos os dias: o que podemos fazer para deixar a vida um pouquinho melhor?

Renato Barros ficou fascinado pelo roquenrou desde o início, lá nos anos 50, mas pirou mesmo quando os Beatles ganharam o mundo, a partir de 1964.

Nem ligou quando foi chamado de oportunista ao estourar nas rádios brasileiras com seus Blue Caps fazendo versões açucaradas e para cima de clássicos da fase inicial dos ingleses.

Renato e Seus Blue Caps se tornou sinônimo de rock nos anos 60 no Brasil, ao lado da Jovem Guarda. As músicas de sua banda traduzem alguns dos melhores momentos musicais de cunho popular já registrados por aqui.

Renato Barros (FOTO: DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL/FACEBOOK)
Internado há algum tempo em um hospital por alguns problema de saúde - entre eles a covid-19, embora isso ainda não esteja confirmado -, Renato Barros, aos 76 anos, não resistiu ao agravamento do estado de saúde e morreu pela manhã.

A covid-19 também não poupou o jornalista que deveria ter sido astro de rock. Rodrigo Rodrigues, apresentador do SporTV e com passagens por Bandeirantes, SBT, TV Cultura e ESPN, morreu no final da manhã após três dias lutando pela vida.

Aos 45 anos, sentiu-se mal no sábado e foi rapidamente internado. Logo se constatou a covid-19, mas o estado de saúde se agravou por conta de uma trombose cerebral, agravada pelo vírus mortal.

Apaixonado por rock, tocava guitarra, violão e cantava. Manteve até a sua morte a banda The Soundtrackers, especializada em fazer versões para clássicos de trilhas sonoras de filmes, seriados e desenhos animados.

Considerado um ótimo instrumentista, a música se tornou uma atividade paralela quando descobriu - ou foi descoberto - que tinha extraordinário poder de comunicação de uma forma simples, direta e divertida. Tinha o raro talento de deixar o entrevistado à vontade e de cutucar sem ser atrevido, invasivo ou enxerido.

Rodrigo Rodrigues (FOTO: REPRODUÇÃO/TV GLOBO)

O rock perdeu um astro rechonchudo, mas ganhou um cronista empolgado e dedicado, que escreveu livros e realizou produções e reportagens sobre todos os ramos da cultura. Meio que por acidente, caiu no esporte e ganhou o mundo como apresentador e eventual repórter.

As manifestações de amigos e fãs nas redes sociais, intensa se gigantescas, dão a dimensão de como ele era querido e respeitado. Pelo menos três jornalistas esportivos importantes revelaram o quanto ele transformava os ambientes quando chegava e espalhava sua gentileza e bom humor.

O rock perde duas figuras que fizeram nossas vidas um pouco melhores e mais gostosas de se viver. Suas mortes mostram o quanto a covi-19 é perigosa e o quanto a irresponsabilidade de presidentes, governadores e prefeitos, alem de parte expressiva da população, está causando a morte de milhares de pessoas.

segunda-feira, julho 27, 2020

Notas roqueiras: X-Empire, Damage Corporation, Banheiro Azul...




- A banda paulistana X-Empire lança seu primeiro trabalho após um hiato de três anos e apresenta a nova formação. O single "Hard to Breathe" conta com uma produção feita por Michel Villares (vocalista e fundador), Ricky Franco e Morgana Von Stein no M&H Studio. A mixagem e masterização de "Hard to Breathe" foi feita na Inglaterra por Chris Clancy da Audioworks Studios - Chris também é vocalista da banda Mutiny Within, grupo estadunidense que teve seu debut autointitulado em primeiro lugar da Billboard em 2010. O videoclipe foi lançado através do canal do selo britânico Spaceuntravel.

- A banda Damage Corporation está lançando o seu novo EP, "Danger Unit". Um clipe já está no ar, para a música "We Don't Need This Shit". A música é uma revolta ao sistema, bem ao estilo punk, mas com guitarras poderosas e violentas. Veja o clipe em https://youtu.be/XRVeKfoLUhA

- A banda carioca Banheiro Azul acaba de lançar no seu canal oficial o quinto videoclipe do álbum “Estatuto dos Sonhos”. A canção Sua Cor é um blues/rock que versa sobre a problemática dos relacionamentos cada vez mais virtualizados. O clipe é estrelado pela atriz Diana Ribeiro.
Assista o videoclipe aqui: https://youtu.be/qIZjwYHjtIg

domingo, julho 26, 2020

Roadie Crew fará quinta edição do 'Quarantine Online Festival'




A revista Roadie Crew, em parceria com a produtora Som Do Darma, apresenta no dia 14 de agosto, às 19h30, a quinta edição do festival online "Roadie Crew - Online Festival".

O já tradicional evento online, realizado mensalmente, dá continuidade à sua missão de celebrar e promover o trabalho das bandas brasileiras e fortalecer a cena do heavy metal nacional, sempre com transmissão "Streaming-Live" exclusiva pelo canal oficial da Roadie Crew no Youtube - www.youtube.com/roadiecrewmagtv 

Essa quinta edição, referente ao mês de agosto, traz 17 bandas, todas apresentando conteúdo exclusivo e inédito. Os vídeos, um por banda, continuam sendo, na maioria, produzidos pelos músicos em suas casas. São vídeos de colaboração, playthroughs, solos, gravações ao vivo inéditas, entre outros formatos pouco comuns.

As bandas confirmadas para esta edição são: Stress, Mutilator, Genocídio, Attomica, Soulspell, Ajna, Aquaria, Wolfheart, Deathgeist, Adellaide, Crucifixion BR, CxDxFx, Pesta, D.A.M., Pandemmy e um collab entre Imago Mortis e a banda Lived tocando Killing Joke

Notas roqueiras: Dead Fish, Föxx Salema, Murais...

Dead Fish (FOTO: DIVUGAÇÃO)
 - Já está disponível em todos os aplicativos de música a coleção de raridades do Dead Fish. "Lado Bets" (Deck) é uma seleção de 10 faixas entre sobras de estúdio, singles, versões e faixas escondidas gravadas entre os anos de 2004 e 2019. As músicas escolhidas foram resultado de uma pesquisa feita em conjunto com o produtor Rafael Ramos durante a quarentena. "Era para ser um EP, mas achamos tanta coisa legal que virou um álbum", explicou o vocalista Rodrigo Lima. Entre os achados há "Décimo Andar" (2005), criada e gravada para uma série da MTV, "A Recompensa" (2006), faixa que era entregue como bônus para quem tivesse o código que vinha dentro do CD oficial de "Um Homem Só" (Deck) e "Dêem Nome Aos Bois" (2013), lançada em um compacto em vinil split com a banda Zander e agora disponibilizada no universo digital pela primeira vez. Também fazem parte de "Lado Bets" "Múmia" e "Michel Oghata", gravadas em 2006 e finalizadas em 2010 mas que acabaram não entrando em "Um Homem Só", tendo sido lançadas em compacto 7" split com o Mukeka Di Rato. Outra raridade é "Manic Nonlinear" (2004), "praticamente uma ode ao disco Manic Compression dos novaiorquinos do Quicksand; um desfile bem ensaiado pelos riffs e refrões desse clássico de 1995" - comentou Rafael Ramos. Da mais recente produção do Dead Fish há "O Outro do Outro" (2019), faixa escondida exclusivamente na versão em CD de "Ponto Cego"(Deck), mixada por Bill Stevenson e até agora inédita nos aplicativos de música. Ouça o álbum: https://deadfish.lnk.to/LadoBetsPR

- Depois de participar do documentário “LGBT+ no Heavy Metal Brasileiro”, produzido pelo canal do Youtube Heavy Metal Online, de Clinger Carlos Teixeira - produzido por Clinger, Diego Sachi e a própria Föxx  Salema, a vocalista anuncia seu próximo lançamento, um single chamado “Rebelião”, que trata-se de uma versão em português para a música “Rebel Hearts”, de seu CD lançado no ano passado. O single, ainda sem data de lançamento e que será distribuído digitalmente pela ONErpm, depende agora de uma flexibilização maior e melhoria no quadro imposto pela pandemia, que tem atrasado os trabalhos. Assista ao documentário “LGBT+ no Heavy Metal Brasileiro”:
https://www.youtube.com/watch?v=eC6w9SzijMg

- Conhecido por uma performance explosiva nos palcos, seja na bateria da PAUS ou da Linda Martini, bandas de grande importância da cena indie portuguesa nos últimos 15 anos, Hélio Morais apresenta uma nova proposta em Murais, seu projeto solo, que irá lançar o álbum de estreia com produção de Benke Ferraz (Boogarins). E em Catatua, seu novo single, MURAIS revela mais uma canção desta nova fase, com clipe dirigido por Ana Viotti. Assista aqui.

Novos hábitos de consumo reforçam o conservadorismo no rock

Marcelo Moreira

Dois fatos aparentemente sem conexão são reveladores, em 2020, dos arraigados e sedimentados novos hábitos de consumo de música e informação - na verdade, falta de consumo de informação.

A revista inglesa Q, um marco do jornalismo musical mundial a partir dos anos 90, anunciou o fim de sua edição impressa e analisa a continuidade na marca apenas na internet. Outro gigante do ramo, a Kerrang!, pode seguir o mesmo caminho.

De outro lado, temos Beatles e Queen bombando nas "paradas" musicais que ainda restam, sejam no registro de vendas, ou no registro de execução.

Os Beatles foram, em 2020, os artistas de rock com mais vendas de discos - 1,09 milhões de unidades, de acordo com o relatório semestral da Nielsen - transcrito pelo I Heart Radio e pela Rolling Stone Brasil.

A banda britânica foi campeã majoritária e quase sem concorrentes; a segunda colocada, Queen, vendeu 768 mil cópias.

Em seguida, Imagine Dragons (593 mil), FleetwoodMac (565 mil) e Metallica (551 mil). Elton John,Creedence Clearwater Revival e Journey também figuraram entre os discos mais vendidos.

Já "Greatest Hits", coletânea do Queen, voltou às listas de mais vendidos,  atingindo a marca de 900 semanas nas paradas de discos do Reino Unido desde seu lançamento, em 1981.



De forma resumida, podemos entender o seguinte: o público que gosta de música não tem interesse - e faz tempo - em pagar por informação musical de qualidade, e não só na área de cultura e artes; esse mesmo público, em grande parte do mundo, está cada vez mais conservador, meio preguiçoso e nem um pouco interessado em conhecer novos artistas - e muito menos pagar pelo trabalho deles.

Não é de hoje que jornalistas da área musical costumam brincar, de forma melancólica, que notícias e música ficaram de graça nos anos 2000 e desde então ninguém mais se digna a pagar por notícias, CDs, músicas digitais ou ingressos para ver artistas pouco ou nada conhecidos.

Os novos hábitos de consumo torpedearam em cheio uma área antes lucrativa e que movimentava bilhões de dólares. Com a quebra de gravadoras e o sumiço de dinheiro de investimentos, pouca coisa restou aos músicos que precisam batalhar diariamente por sustento.

Consultores e "especialistas" adoram vaticinar, como se fossem oráculos, que aristas precisam ser reinventar, gerenciar de forma responsável e eficaz suas carreiras e se tornar "empreendedores". Discurso fácil, mas bem distante da realidade. É uma tentativa de justificar a "uberização" do músico e da arte.

O mantra neoliberal da ultraconcorrência e da total redução de custos para "maximizar" produtos e serviços é um dois maiores engodos da atualidade. É uma tentativa de convencer os artistas de que, tal como entregadores de comida por aplicativos de alimentação, músicos e artistas têm um caminho livre pela frente para "inovar" e "criar".

Digamos, então, que o artista desconhecido, mas com potencial, precisa arrumar dinheiro para pagar estúdio, ensaiar, pagar banda, gravar CD, gastar com divulgação, com prensagem pequena de CDs, com uma mínima assessoria de imprensa para, quem sabe, ter sua música executada em uma web rádio e atrair a atenção de de específico, que talvez o ouça no streaming e compre sua música - algo raríssimo hoje em dia para a grande maioria. 

Para encerrar, terá de ceder parte de seus ganhos parcos, ou a maior parte deles, para um eventual empresário que vai tentar arrumar alguns shows aqui e ali, que talvez paguem, no começo, R$ 200 ou R$ 300 por noite. E se tiver banda acompanhando?

Não é um cenário desconhecido, pelo contrário, é a realidade para a maioria dos músicos desde, no mínimo, 2005. E os exemplos autossustentabilidade de sempre no mundo independente - Autoramas, Boogarins, Far From Alaska, O Terno - são exceções em um mercado depredado e dilapidado.

'Hey Jude' é uma das coletâneas favoritas dos Beatles; lançada em janeiro de 1970, praticamente antecipou o fim dos Beatles, que seria oficializado três meses depois, em abril daquele ano
A falta de uma imprensa especializada mais robusta para divulgar as novidades ajuda a enterrar as esperanças de uma entrevista bacana ou uma resenha esperta de um trabalho que realmente merece. 

Informação de qualidade não é barata. Tem um custo necessário para que jornalistas e comentaristas tenham tempo de ouvir, pesquisar, buscar informações e interpretar de forma equilibrada e sensata os trabalhos novos. 

Muitos artistas importantes são o que são graças à "descoberta" feita por jornalistas e radialistas que tiveram tempo e a formação necessária para identificar coisas boas e impulsioná-las.

Quando a publicidade deixa de acreditar na imprensa de qualquer segmento todos perdem, assim como quando um veículo de comunicação desaparece. 

A publicidade e a propaganda ainda não se convenceu de que a internet e o jornalismo na internet são bons veículos para divulgar produtos de qualquer natureza. Preferem despejar seus recursos e divulgar seus clientes, e ainda de forma pouco explicável, nos esquemas randômicos de megaempresas como Google e Facebook, o que ajuda a explicar a diminuição progressiva e consistente do dinheiro para jornais, revistas e sites.

"A internet facilitou muita coisa, mas também corroeu a credibilidade e a consistência de muita coisa. O consumidor de notícias se acostumou a não pagar por elas. A música também ficou de graça ou barata demais, o que ajudou a destruir seu valor agregado. Junte-se a isso a pouca ou nenhuma fidelidade do 'consumidor' de internet e então eu tenho de arrumar argumentos para justificar ao cliente anunciar em veículos já mortos e enterrados e em sites cuja propaganda ninguém dá a mínima", diz um renomado publicitário paulistano especializado no mercado cultural. Ele pediu para ter sua identidade preservada.

Ele aponta outra questão que acaba por influenciar a situação trágica no resgate de algum tipo de mercado musical: pulverização da informação e da exposição de novos trabalho, fator que dificulta a disseminação e ampliação de público.

"A internet e a tecnologia facilitaram o acesso e a criação, mas ao mesmo tempo dificultaram o caminho para que a informação de qualidade chegue onde tem de chegar. Mais bandas estão divulgando seus trabalhos, mas, como era esperado, a maioria não consegue a qualidade técnica necessária. Os bons trabalhos se perdem em um mar de música de todo o tipo e de variadas qualidades. O mesmo vale para o jornalismo profissional musical. A maioria dos sites de rock e metal no brasil é desoladora, malfeita e sem credibilidade. De uma hora para outra, todo mundo achou que pode ser blogueiro e 'diretor' de site de música com layout decente, mas com informações péssimas. O cliente quer coisa específica e direta e quer passar longe de blogs e sites parceiros de portais. Mercado achatado e pulverizado, com consumidor infiel e pouco disposto a pagar por produtos culturais se tornaram fatais para a música, para a cultura e parte do jornalismo", diz o publicitário, que acentua seu pessimismo em relação às perspectivas desse mercado.

É claro que boa gente e esperta e competente tenta há anos encontrar caminhos para revitalizar o mercado musical e também o da cultura, mas esteve sempre claro, desde pelo menos 2010, que parceiros patrocinadores eram necessário para ajudar a dar o pontapé inicial em muitos projetos.

Mas eis que o novo coronavírus parece não ter concordado e, com especial predileção por entretenimento, cultura e educação, dizimou os muitos projetos em andamento e incinerou os que estavam nas gavetas ou no papel, em finalização.

O novo mundo pós-pandemia, quando vier, terá pouca predileção, no início, pela área do entretenimento. Não serão muitos os locais bacanas com música ao vivo ou casa de show que reabrirão. Muitos, aliás, nem reabrirão. 

Não será possível sobreviver só de lives - se fosse, já seria uma solução descoberta havia muitos anos. A remuneração pelo ato criativo, seja uma música ou uma reportagem, terá de obedecer a uma série de novos critérios que nós nem sequer imaginamos neste momento

O pouco interesse do público de 2020 pelo novo - principalmente em relação aos mais jovens - está relegando o rock e alguns outros gêneros musicais a nichos específicos, como o blues, o jazz e a música erudita. 

O sertanejo, o rap e o funk ainda se mantém relevantes e rentáveis por conta de indústrias consolidadas nos últimos 15 anos e que têm relação extremamente próxima com o mercado publicitário e o marketing em geral. 

Isso ocorre porque os artistas, independentemente da qualidade das músicas, estão conseguindo manter um diálogo aberto e com seu público, algo que parece não acontecer há muito tempo com o rock. 

Será que a aura de "rock alternativo/independente" de uma banda como Autoramas, de repente, colou de tal forma que o rótulo afasta um público jovem mais amplo?

Provocando um pouco: o roqueiro, seja jovem ou maduro, ficou conservador porque não se sente representado pelos novos artistas? 

Ou seria o contrário: não encontra voz nos novos artistas e no rock mais sério e artístico dos artistas novos e, por certa preguiça e nenhuma vontade de pagar pelo que quer que seja, decidiu mergulhar no comodismo e na "segurança" do classic rock, tão fácil e acessível por preços módicos no ambiente digital? 

'Goat's Head Soup', dos Rolling Stones, foi lançado em 1973 e ganhará em setembro uma nova edição remasterizada e com faixas bônus inéditas
Seria a nova re-re-re-reedição da discografia dos Rolling Stones, em nova re-re-remasterização, o principal sintoma desse quadro melancólico?

Ainda faltam, ao grande público, dados e pesquisas sobre os novos hábitos de consumo de música e cultura, bem como o impacto da publicidade na internet, em especial nos veículos de comunicação ainda, de alguma forma, vinculados com um passado recente e não tão recente. 

A questão é que, em um mundo tão tecnológico e tão obcecado pelo novo e pelo inovador, o público roqueiro, jovem ou não, percorre caminhos opostos e despreza a novidade e tem ojeriza a pagar para consumir música e informação. 

Não há solução à vista para esse labirinto, mas o que podemos vislumbrar é que quase ninguém tem a ganhar com esse mundo novo onde a música definha, assim como parte da criatividade, e a informação de qualidade sucumbe à preguiça e à indolência do consumidor, iludido com uma suposta oferta de notícias com credibilidade. Talvez esse seja o maior desafio atual da área de comunicação.

O programa Combate Rock de web rádio, na Dublab, tratou desse tema em sua última ediçção, a de número 52. Clique no player abaixo e ouça o debate: