do blog de cosme Rímoli
Enquanto a direção do Corinthians se prepara para anunciar o maior patrocínio de camisas do Brasil, o futebol feminino foi extinto.
Ou melhor, repassado para o São Caetano, que é quase a mesma coisa.
A promessa de fazer a Seleção Brasileira colocar a camisa preta e branca, inclusive, com Marta, se mostrou um factóide.
Assim como quando dirigentes espalhavam no Parque São Jorge que Michael Phelps viria disputar o Troféu Brasil de Natação pelo Corinthians.
Se na natação foi uma piada, no futebol feminino, a realidade foi dura, sofrida.
"Vou explicar tudo o que aconteceu. Nós só perdemos dinheiro com as meninas e elas fracassaram.
Demos tudo do bom e do melhor. Viajaram no ônibus do futebol profissional, jogaram no Pacaembu.
Montamos uma estrutura que consumia R$ 100 mil mensais. E não tivemos retorno algum. As meninas não mostraram garra.
O nosso time era o mais caro e acabou no vergonhoso quarto lugar do Campeonato Paulista.
Dispensamos as meninas, passamos a camisa para o São Caetano. E damos R$ 10 mil de apoio por mês. Está ótimo.
Futebol feminino no Brasil é perda de tempo, de dinheiro. As pessoas não querem ver.
Por que você acha que os times grandes não estão no futebol feminino?"
A explicação, misturada com desabafo, é do diretor de esportes amador do Corinthians, o desembargador Miguel Marques e Silva.
"Eu mesmo tinha falado com a Marta. E ela quase veio. Mas contratei a Cristiane, a Juliana Cabral. Só que o time não andou.
A Cristiane recebia R$ 10 mil, mas tinha contrato com um time dos Estados Unidos.
A Juliana Cabral, além de não jogar bem, estava falando mal da diretoria para as outras jogadoras.
Eu peguei, eu ouvi. Ninguém tinha comprometimento.
As meninas não tiveram a garra do time de juniores masculino que foi campeão da Copa São Paulo.
Elas não entenderam o que significa jogar pelo Corinthians.
Então, o melhor repassar tudo para o São Caetano.
Acabou o prejuízo, acabou a dor de cabeça.
Eu soube que formaram um time lá onde o salário é, de no máximo, R$ 500,00.
Está ótimo. Futebo feminino no Brasil não dá...", afirma, sincero, Miguel Marques.