Empresa que rejeita candidato a emprego por nome sujo pode ser punida
O trabalhador perde o emprego, demora a se recolocar e, durante esse período, é natural que atrase algumas contas. Eventualmente, por deixar de cumprir compromissos financeiros, seu nome pode ser incluído em um cadastro negativo.
Ao procurar outro trabalho, consegue uma entrevista. Acredita que foi bem e vê a possibilidade de ser contratado. Então recebe a notícia: “teremos de excluí-lo do processo porque seu nome está sujo”. Mais do que a frustração, vem a preocupação em resolver a situação, mas como fazer se não consegue emprego justamente por isso?
Pode não parecer, mas isso é ilegal. Não é só ilegal, é imoral e fere a lei. São inúmeras as decisões judiciais pelo Brasil que dão ganho de causa a quem se sente discriminado ao procurar emprego por estar inadimplente. A maioria dos juízes é clara em suas sentenças: estar com o nome sujo é constrangedor e não pode servir de critério para excluir candidatos de processos seletivos. Essas decisões não obrigam as empresas a contratar quem foi à Justiça, mas concede indenização por danos morais.
Ninguém é obrigado a aceitar quem quer que seja com cliente ou empregado. Cada empresa tem seus critérios próprios para admitir um funcionário. Quem foi recusado tem o direito de saber o motivo de ter sido preterido. Caso sinta-se constrangido, ou tenha sido constrangido na hora da seleção, o candidato rejeitado por ir à Justiça.
É para acabar com esse ciclo vicioso e perverso – preciso de emprego, mas não consigo porque estou o nome sujo, já que não tenho trabalho - que parlamentares querem criar leis que punam empresas que recusem candidatos por conta da situação financeira deteriorada. A perda do emprego é a maior causa da inadimplência no Brasil atualmente, atingindo o patamar de 56% dos pesquisados em março de 2011. No mesmo período do ano passado, esse índice era de 44% dos inadimplentes, segundo a Pesquisa de Inadimplência Anual da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Desde 2010, tramita no Senado um Projeto de Lei (PL) 7809/10, que pretende proibir a discriminação de candidatos a postos de trabalho que tenham o nome incluído em cadastros de inadimplentes. “O preconceito já ocorre antes da entrevista. Há anúncios em jornais que informam que pessoas com nome sujo não são bem-vindas”, diz o autor do projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS). “Não há previsão de quando a lei será votada, mas pode ser em 2011.”
Pelo PL, empresas que se negarem a contratar um candidato exclusivamente por terem o nome sujo estão sujeitas a multas e processo judicial.
Repetindo: quem se sentir discriminado em uma oportunidade de emprego ou em algum cargo que já exerce, pode procurar a Justiça. A vítima nem sempre terá a vaga garantida, mas a empresa poderá ser multada ou ainda ter de indenizar o candidato rejeitado.
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
sábado, agosto 20, 2011
quarta-feira, agosto 17, 2011
Pete Townshend anuncia autobiografia para 2012
Um livro de mais de 30 anos de confecção finalmente vai chegar às livrarias. As memórias de Pete Townshend, guitarrista do The Who, parece que finalmente estão prontas. De acordo com a versão americana da revista Rolling Stone, o músico fechou um acordo com a editora inglesa Harper Collins para lançar seu livro em 2012.
Segundo a editora, a autobiografia de Pete estará nas prateleiras no segundo semestre de 2012. “Nos anos 1970, Pete Townshend questionou em uma famosa música ‘quem é você?’. Agora, em seu livro de memórias, gerações de fãs finalmente terão essa resposta que vem sido aguardada há tanto tempo”, afirmou David Hirshey, executivo da editora, em texto da Rolling Stone.
Townshead começou a trabalhar seriamente na sua autobiografia em meados dos anos 1990, tendo como base milhares de anotações escritas entre 1976 e 1980. O projeto ganhou fôlego quando ele foi acusado pela polícia britânica em 2003 por acessar sites de pornografia infantil – o músico afirmou que se tratava de material de pesquisa para o livro.
“Eu tenho escrito sobre a minha infância há sete anos. Eu creio que fui abusado sexualmente aos cinco ou seis anos quando estive sob os cuidados da minha vó materna, que tinha sérios problemas mentais”, afirmou na época. “Eu não me lembro claramente do que aconteceu, mas meu trabalho pretende desvendar essas sombras. Algumas das coisas que vi na internet me ajudaram a compor o livro.”
Townshend criou um blog e passou a postar partes da sua própria história. “A espinha dorsal está completa, e toda a pesquisa foi feita”, disse o guitarrista à revista norte-americana. “E porque minha vida criativa e profissional está tão ativa, eu sinto que nunca vou chegar aos tempos presentes, a não ser que eu me aposente apenas para escrever. Me aposentar, simplesmente para escrever, quando eu já sou um escritor, é uma contradição.”
O blog não existe mais, assim como Townshend praticamente sumiu do Twitter e do Facebook. Seus problema de audição se agravaram nos últimos cinco anos, o que compromete o futuro do Who. A última turnê da banda aconteceu em 2009. No ano passado, eles se apresentaram no intervalo do Super Bowl.
Pete Townshend no anos 70: ícone
Neste ano, Townshend e o vocalista Roger Daltrey, os dois remanescentes da formação original, tocara juntos duas vezes, em eventos beneficentes em prol da Teenage Cancer Trust, patrocinada pelo cantor. Um deles foi em janeiro, quando o Who tocou em Londres tendo como convidados Jeff Beck, Bryan Adams e Debbie Harry (Blondie).
Oficialmente, é a última apresentação da banda até o momento, após 47 anos de carreira (com sete de paralisação entre 1982 e 1989).
Em março, Daltrey fez um show com sua banda solo também em Londres, e Townshend subiu ao palco como convidado especial para tocar em duas músicas. Após essa apresentação, boatos deram conta de uma desavença entre os dois a respeito dos músicos que participariam de uma eventual turnê no final deste ano, coisa que foi desmentida sem muito vigor pelos dois.
Um livro de mais de 30 anos de confecção finalmente vai chegar às livrarias. As memórias de Pete Townshend, guitarrista do The Who, parece que finalmente estão prontas. De acordo com a versão americana da revista Rolling Stone, o músico fechou um acordo com a editora inglesa Harper Collins para lançar seu livro em 2012.
Segundo a editora, a autobiografia de Pete estará nas prateleiras no segundo semestre de 2012. “Nos anos 1970, Pete Townshend questionou em uma famosa música ‘quem é você?’. Agora, em seu livro de memórias, gerações de fãs finalmente terão essa resposta que vem sido aguardada há tanto tempo”, afirmou David Hirshey, executivo da editora, em texto da Rolling Stone.
Townshead começou a trabalhar seriamente na sua autobiografia em meados dos anos 1990, tendo como base milhares de anotações escritas entre 1976 e 1980. O projeto ganhou fôlego quando ele foi acusado pela polícia britânica em 2003 por acessar sites de pornografia infantil – o músico afirmou que se tratava de material de pesquisa para o livro.
“Eu tenho escrito sobre a minha infância há sete anos. Eu creio que fui abusado sexualmente aos cinco ou seis anos quando estive sob os cuidados da minha vó materna, que tinha sérios problemas mentais”, afirmou na época. “Eu não me lembro claramente do que aconteceu, mas meu trabalho pretende desvendar essas sombras. Algumas das coisas que vi na internet me ajudaram a compor o livro.”
Townshend criou um blog e passou a postar partes da sua própria história. “A espinha dorsal está completa, e toda a pesquisa foi feita”, disse o guitarrista à revista norte-americana. “E porque minha vida criativa e profissional está tão ativa, eu sinto que nunca vou chegar aos tempos presentes, a não ser que eu me aposente apenas para escrever. Me aposentar, simplesmente para escrever, quando eu já sou um escritor, é uma contradição.”
O blog não existe mais, assim como Townshend praticamente sumiu do Twitter e do Facebook. Seus problema de audição se agravaram nos últimos cinco anos, o que compromete o futuro do Who. A última turnê da banda aconteceu em 2009. No ano passado, eles se apresentaram no intervalo do Super Bowl.
Pete Townshend no anos 70: ícone
Neste ano, Townshend e o vocalista Roger Daltrey, os dois remanescentes da formação original, tocara juntos duas vezes, em eventos beneficentes em prol da Teenage Cancer Trust, patrocinada pelo cantor. Um deles foi em janeiro, quando o Who tocou em Londres tendo como convidados Jeff Beck, Bryan Adams e Debbie Harry (Blondie).
Oficialmente, é a última apresentação da banda até o momento, após 47 anos de carreira (com sete de paralisação entre 1982 e 1989).
Em março, Daltrey fez um show com sua banda solo também em Londres, e Townshend subiu ao palco como convidado especial para tocar em duas músicas. Após essa apresentação, boatos deram conta de uma desavença entre os dois a respeito dos músicos que participariam de uma eventual turnê no final deste ano, coisa que foi desmentida sem muito vigor pelos dois.
segunda-feira, agosto 15, 2011
A sua saúde pode piorar ainda mais...
Você que depende de planos de saúde para tentar cuidar da saúde, prepare-se: médicos paulistas de 53 especialidades decidiram no final de junho, em assembleia, suspender temporariamente o atendimento a usuários de dez operadoras de planos de saúde que se recusaram a negociar o reajuste dos valores pagos por consulta. O cronograma da paralisação deve ser divulgado dentro de 20 ou 30 dias.
Segundo os “líderes” do protesto, cada especialidade vai parar por 72 horas de forma alternada. A ideia é manter a pressão sobre as empresas sem prejudicar os usuários. Como se isso fosse possível. O mentor da estratégia é Florisval Meinão, da Associação Médica Brasileira.
Serão atingidos usuários da Gama Saúde, Porto Seguro, Intermédica, Greenline, Notredame, Abet (funcionários das empresas de telecomunicações) e também os funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e Embratel.
Pesquisa divulgada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revela a insatisfação dos médicos paulistas. Dos 58 mil que atendem planos, 74% consideram ruim ou péssima a relação com as operadoras. Em 2007, o índice era de 43%.
Ao avaliar sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS), 59% se disseram insatisfeitos. Foram ouvidos 649 médicos pelo Instituto Datafolha.
O presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, disse ao Jornal da Tarde que o relacionamento com as operadoras piorou muito nos últimos dez anos, principalmente pela falta de reajuste nos honorários.
A FenaSaúde, entidade que congrega as 15 maiores operadoras, limitou-se apenas a informar, por meio de nota distribuída à imprensa, que está “participando dos debates sobre honorários liderados pela ANS”.
Que os convênios pagam muito pouco aos médicos é um fato que está mais do que comprovado. A remuneração é baixa e acaba provocando um efeito colateral: médicos que precisam fazer um volume grande de consultas mensais para que sua remuneração atinja um patamar razoável – pelo menos na visão dos profissionais. O resultado disso: consultas que raramente ultrapassam 10 ou 15 minutos, comprometendo o diagnóstico.
Por outro lado, é inaceitável que médicos se recusem a atender pacientes, seja qual for o motivo – especialmente em um país onde parcela expressiva da população é obrigada a recorrer à saúde privada porque o Estado é incapaz de atender minimamente a população.
Assim como determinadas categorias profissionais, os médicos estão impedidos de fazer qualquer manifestação ou protesto que implique a piora no atendimento aos pacientes/clientes/consumidores.
O mais estarrecedor é que, até o momento, a repercussão sobre essa questão é quase nula. Nem ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nem o Ministério Público e muito menos os órgãos de defesa do consumidor se manifestaram sobre a questão.
Você que depende de planos de saúde para tentar cuidar da saúde, prepare-se: médicos paulistas de 53 especialidades decidiram no final de junho, em assembleia, suspender temporariamente o atendimento a usuários de dez operadoras de planos de saúde que se recusaram a negociar o reajuste dos valores pagos por consulta. O cronograma da paralisação deve ser divulgado dentro de 20 ou 30 dias.
Segundo os “líderes” do protesto, cada especialidade vai parar por 72 horas de forma alternada. A ideia é manter a pressão sobre as empresas sem prejudicar os usuários. Como se isso fosse possível. O mentor da estratégia é Florisval Meinão, da Associação Médica Brasileira.
Serão atingidos usuários da Gama Saúde, Porto Seguro, Intermédica, Greenline, Notredame, Abet (funcionários das empresas de telecomunicações) e também os funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e Embratel.
Pesquisa divulgada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revela a insatisfação dos médicos paulistas. Dos 58 mil que atendem planos, 74% consideram ruim ou péssima a relação com as operadoras. Em 2007, o índice era de 43%.
Ao avaliar sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS), 59% se disseram insatisfeitos. Foram ouvidos 649 médicos pelo Instituto Datafolha.
O presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, disse ao Jornal da Tarde que o relacionamento com as operadoras piorou muito nos últimos dez anos, principalmente pela falta de reajuste nos honorários.
A FenaSaúde, entidade que congrega as 15 maiores operadoras, limitou-se apenas a informar, por meio de nota distribuída à imprensa, que está “participando dos debates sobre honorários liderados pela ANS”.
Que os convênios pagam muito pouco aos médicos é um fato que está mais do que comprovado. A remuneração é baixa e acaba provocando um efeito colateral: médicos que precisam fazer um volume grande de consultas mensais para que sua remuneração atinja um patamar razoável – pelo menos na visão dos profissionais. O resultado disso: consultas que raramente ultrapassam 10 ou 15 minutos, comprometendo o diagnóstico.
Por outro lado, é inaceitável que médicos se recusem a atender pacientes, seja qual for o motivo – especialmente em um país onde parcela expressiva da população é obrigada a recorrer à saúde privada porque o Estado é incapaz de atender minimamente a população.
Assim como determinadas categorias profissionais, os médicos estão impedidos de fazer qualquer manifestação ou protesto que implique a piora no atendimento aos pacientes/clientes/consumidores.
O mais estarrecedor é que, até o momento, a repercussão sobre essa questão é quase nula. Nem ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), nem o Ministério Público e muito menos os órgãos de defesa do consumidor se manifestaram sobre a questão.