(TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO JORNAL DA TARDE)
Metal feminino tipo exportação
Marcelo Moreira
Uma banda de rock bem pesado, com uma garota linda, e irada, colocando a casa de shows abaixo, em pleno meio-oeste dos Estados Unidos. A cena seria bastante comum naquele país, a não ser pelo fato de o grupo ser brasileiro e a menina de cabelos vermelhos, uma santista que há dez anos canta pelo país.
Uma outra garota, tão bonita quanto, de sobrenome quase impronunciável, é a figura principal de um videoclipe de uma banda de gothic metal que poderia perfeitamente ser inglesa ou finlandesa. No entanto, ela é gaúcha de Erechim, assim como seu grupo – e eles se preparam para a tocar no Exterior em breve.
Shadowside e Holiness são as duas bandas que encabeçam uma tendência de “exportação” de bandas de rock pesado brasileiras lideradas por meninas. E o melhor, sem seguir a manjada manobra internacional de clonar grupos de sucesso como o finlandês Nightwish, que já abrigou a excelente cantora Tarja Turunen, e a norte-americana Evanescence, da estrela Amy Lee.
Banda Shadowside, com Dani Nolden à frente (DIVULGAÇÃO)
Dani Nolden é a vocalista do Shadowside. Aos 24 anos, encerrou, no fim de 2010, turnê com banda pela Europa divulgado o mais recente álbum, Dare to Dream. Voltaria rapidamente ao Brasil para as festas de final de ano e neste mês já deve embarcar para a Suécia, onde o quarteto começa a gravar o novo trabalho, na cidade de Gotemburgo.
“As coisas estão dando muito certo. Já fizemos turnês pelos Estados Unidos para divulgar o álbum Theatre of Shadow, de 2005, e agora tocamos na Europa. Dare to Dream foi elogiado por três grandes revistas europeias. Não poderia ser melhor.”
Stéfanie Schirmbeck é a cantora do Holiness, grupo que deixou Erechim e se estabeleceu neste ano em São Paulo. A garota de 27 anos, com pinta de atriz, ganhou projeção no ano passado ao estrelar o videoclipe “Dreaming of a Black Waves”, da também gaúcha banda Hangar, de Aquiles Priester (ex-Angra).
Stéfanie Schirmbeck, vocalista do Holiness (DIVULGAÇÃO)
Logo em seguida, surgia no clipe do próprio Holiness, “Into the Light”, já como o elemento principal. “Sempre fizemos tudo sozinhos, desde a produção dos shows até a do nosso CD. O reconhecimento veio rápido, mas precisamos crescer, por isso agora estamos em São Paulo.”
O Ravenland, de São Paulo, segue pelo mesmo caminho do Holiness. Camilla Raven é a cantora de voz sensual e de presença marcante de palco. A cearense de 23 anos era a peça que faltava ao heavy metal extremamente técnico do quinteto, já que também toca violino além de dividir os vocais com Dewindson Wolfheart.
A banda já se prepara para voos mais altos após as participações especiais no CD And a Crow Brings me Back, de 2009 – Ricardo Confessori, baterista do Shaman e do Angra, e o guitarrista norueguês Tommy Lindall (ex-Theatre of Tragedy) – que pode ser o passaporte para a carreira internacional.
O Illustria é outro grupo paulistano prestes a debutar, ao menos em CD, no exterior – a demo Demons of War teve boa aceitação na Europa. O grupo mixa o novo trabalho, que deve sair no começo deste ano. A baterista Nina Pará é um dos destaques, assim como a vocalista Clarissa Moraes.
Nina Pará, baterista do Illustria e do Lacme (DIVULGAÇÃO)