A espetacularização da entrevista da assassina confessa Suzane von Richthofen à TV Globo e à Veja rendeu muito mais do que imaginávamos. E as críticas à imprensa estã vindo de onde menos se esperava: os próprios jornalistas.
Os dois principais sites dedicados à discussão do jornalismo no país, frequentado basicamente por jornalistas, o Comunique-se e o Observatório da Imprensa, estão recheados de depoimentos de pessoas da categoria condenando a "falta de ética" da TV Globo ao "invadir" a privacidade da relação cliente-advogado.
Foi a mesma coisa quando do caso das charges européias que mostravam Maomé como terrorista. Em vez de se condenar os terroristas e radicais que fomentavam o ódio contra o Ocidente, criticou-se a "falta de sensibilidade" dos autores e dos jornais que as publicaram, num perigoso incentivo à censura, à autocensura e à ditadura do politicamente correto. Invertaram a coisa e transformaram vítima em vilão.
No caso suzane, ocorre a mesma coisa. Quem errou foram Suzane e seus advogados, que fizeram uma das maiores besteiras da advocacia criminalista brasileira. A TV Globo e a revista Veja nada mais fizeram do que o seu papel. Desvendaram a farsa que foi a entrevista.
Desvio de ética dos veículos? De forma alguma. Suzane portava microfone portátil quando recebeu por três as orientaões de seu advogado e tutor. Uma mistura de burrice, ingenuidade e tremenda cara-de-pau.