Imprensa musical ainda peca demaisA imprensa musical brasileira melhorou em termos de opções, ma ainda patina na qulidade das publicações. Nos grandes jornais são realmente muito poucos os que entendem do que escrevem. É gente nova que substitui bons profissionais como Mauro Dias, Jotabê Medeiros, Lúcio Ribeiro, Arthur Dapieve e outros, mas sem o menor preparo. E pior, a nova geração é arrogante, pedante e preconceituosa.
As revistas especializadas ainda conseguem manter um nível razoável, mesmo que com textos sofríveis.
As de interesse musical geral são as que mais sofrem com a falta de qualidade. Vamos a elas:
Rock Brigade, Roadie Crew e Valhalla - São revistas clones uma das outras, com a mesma estrutura editorial e as mesmas falhas gritantes. Não investem em reportagens porque não sabem fazer isso, apostam apenas em entrevistas e mais entrevistas, no formato pergunta e resposta. Os textos variam do péssimo ao simplório, sem criatividade nem recursos estilísticos. Ainda compensam serem lidas porque seus jornalistas sabem sobre o que escrevem. Só falta aprenderem a escrever decentemente.
Bizz - A ressuscitada Bizz ressurge com os mesmos vícvios defeitos da anterior. Tem o melhor texto das revistas brasileiras de música, mas tem uma linha editorial esquizofrênica, não tem direção e ainda peca pela arrogância, pela mania de seus autores de a todo mundo terem de falar que manjam realmente do que estão falando. Muitos jornalistas que ali escrevem pensam que são mais importantes do que os entrevistados ou que o objeto da matéria, a notícia em si.
MTV - Revista escrita por analfabetos para filinhos de papai analfabetos que ficam o dia inteiro vendo a porcaria da MTV. Sem direcionamento editorial, atira para todos os lados, reforçando a imbecilidade de uma juventude que não lê, não estuda, não pensa, só compra. O texto é indigente e o projeto gráfico é caótico.
Rock Press - A carioca Rock Press talvez seja a revista mais coerente do nosso mercado. Tem bom texto, assume que editorializa os textos - opina no meio das matérias - e tenta ser o mais plural possível dentro do espectro musical. Mas ainda apresenta um ranço de arrogância e uma mania irritante de querer se diferenciar do resto buscando o novo, mesmo que o novo seja um lixo (o que frequentemente acontece).
Metalhead - De longe a pior de todas, com texto ruim, diagramação péssima, erros de informação...
Laboratório Pop e Dynamite - A primeira é carioca e a segunda é paulista. Os textos são bens razoáveis, acima da média, mas abusam do alternativismo, ou seja, querem ser muito alternativas e acabam caindo na armadilha de escrever somente para guetos. Estão resvalando para a irrelevância.