O tiroteio começou bem cedo
Período ruim para o PT e o presidente Lula logo após a apoteótica indicação de Dilma Roussef como candidata petista à Presidência. Quando as turbinas da campanha eleitoral começa a se aquecer, esqueletos saem do armário para espezinhar.
Primeiro foi a morte do dissidente cubano em consequência de greve de fome, bem no momento em que ocorre uma reunião de cúpula com diversos presidentes na ilha de Fidel Castro.
Tão cioso com a ordem pública e a normalidade política em Honduras, Lula falou e falou, mas não disse nada e se esquivou de qualquer comentário sobre direitos humanos e políticos na ditadura cubana.
Pegou muito mal, mesmo que a alfinetada tenha sido involuntária - como adivinhar que o tal dissidente cometeria a insanidade e a “sacanagem” de morrer durante a tal reunião de cúpula?
O fato é que o presidente brasileiro e o partido ainda continuam vulneráveis a críticas por conta de comportamentos precipitados e pensamentos vocalizados de forma não muito bem avaliada, oferecendo de bandeja munição aos críticos e à oposição.
A cada ano que passa ficada cada vez mais e mais impossível justificar qualquer apoio político e diplomático a regimes autoritários e retrógrados como Cuba, Venezuela, Bolívia e Irã.
Não bastasse isso, Lula e o PT ainda fica vulnetáveis ao “fogo amigo” quando aparecem as desnecessárias conexões entre o ex-ministro José Dirceu e empresas com interesses diretos e confessos em programas e projetos públicos de infraestrutura.
E ainda há o fantasma do mensalão, com a publicação pela revista IstoÉ de trechos dos processos que investigam a ocorrência do evento no Congresso Nacional.
O tiroteio já começou e os ataques vão piorar cada vez mais a partir de agora. Não me parece que o PT e sua candidata estejam preparados neste momento para absorver os golpes e contragolpear.
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
terça-feira, março 09, 2010
segunda-feira, março 08, 2010
Para não restar mais dúvidas
Para que não haja dúvidas a respeito do que o governo federal pensa sobre a liberdade expressão, de imprensa e de opinião, aí vão duas informações pertinentes surgidas no 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado ontem em São Paulo.
De Hélio Costa, ministro das Comunicações do governo Lula, segundo o jornal O Globo:
“Minha posição é rigorosamente contrária (ao controle social da imprensa). Não participei do projeto, e teve algumas questões que foram levantadas pelo próprio governo, e, no caso específico do controle social, absolutamente inadmissível. Essa questão é puramente da alçada do Congresso Nacional. Você pode fazer a sugestão que quiser, mas quem decide sobre esses direitos e concessões no Brasil é o Congresso. Não há a menor possibilidade, pelo menos neste Congresso e no próximo, que isso venha a acontecer no Brasil.”
E fica ainda mais clara a posição na afirmação de Antonio Palocci, deputado federal pelo PT de São Paulo e um dos coordenadores do programa de governo de Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência, em declaração ao Globo:
“Nossa Constituição fá fala do respeito aos direitos humanos. Então, não é preciso um órgão para ver se a imprensa está cumprindo as regras. Um jornal ou um jornalista estão (subordinados) às normas da lei. Os governos precisam de uma atuação forte e democrática da imprensa. Governos autoritários tendem a desabar por não permitem o equilíbrio proveniente da crítica. Não digo que a crítica é agradável, mas é necessária. Se houver calúnia, a Justiça está aí.”
Portanto, que a extrema-esquerda brasileira e seus acólitos autoritários que ainda resistem no PT entendam que qualquer tentativa de controle de imprensa e mídia está fora de questão até mesmo para um governo de orientação social e de esquerda (responsável). P.S.: Mesmo assim, ainda tem cidadão que se recusa a entender o que acontece no mundo. Segundo os jornais O Globo e Estado de S. Paulo, ”cerca de 20 manifestantes vestidos de palhaços dançaram, cantaram e reclamaram do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado ontem num hotel na região da Avenida Paulista .
O grupo – formado por entidades sindicais, de gênero e etnia, além do PSOL e do MST – pedia maior democratização dos meios de comunicação e não criminalização dos movimentos sociais.
“Queremos afirmar a liberdade de expressão, que hoje está condicionada ao poder econômico – disse João Brant, do grupo Intervozes, um dos organizadores do ato. Nos cartazes, críticas aos meios de comunicação. Nas palavras de ordem, os manifestantes gritavam contra o ‘circo da mídia burguesa’.”
Mídia burguesa… é para chorar de rir…
Ainda tem gente presa ao século XIX…
Para que não haja dúvidas a respeito do que o governo federal pensa sobre a liberdade expressão, de imprensa e de opinião, aí vão duas informações pertinentes surgidas no 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado ontem em São Paulo.
De Hélio Costa, ministro das Comunicações do governo Lula, segundo o jornal O Globo:
“Minha posição é rigorosamente contrária (ao controle social da imprensa). Não participei do projeto, e teve algumas questões que foram levantadas pelo próprio governo, e, no caso específico do controle social, absolutamente inadmissível. Essa questão é puramente da alçada do Congresso Nacional. Você pode fazer a sugestão que quiser, mas quem decide sobre esses direitos e concessões no Brasil é o Congresso. Não há a menor possibilidade, pelo menos neste Congresso e no próximo, que isso venha a acontecer no Brasil.”
E fica ainda mais clara a posição na afirmação de Antonio Palocci, deputado federal pelo PT de São Paulo e um dos coordenadores do programa de governo de Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência, em declaração ao Globo:
“Nossa Constituição fá fala do respeito aos direitos humanos. Então, não é preciso um órgão para ver se a imprensa está cumprindo as regras. Um jornal ou um jornalista estão (subordinados) às normas da lei. Os governos precisam de uma atuação forte e democrática da imprensa. Governos autoritários tendem a desabar por não permitem o equilíbrio proveniente da crítica. Não digo que a crítica é agradável, mas é necessária. Se houver calúnia, a Justiça está aí.”
Portanto, que a extrema-esquerda brasileira e seus acólitos autoritários que ainda resistem no PT entendam que qualquer tentativa de controle de imprensa e mídia está fora de questão até mesmo para um governo de orientação social e de esquerda (responsável). P.S.: Mesmo assim, ainda tem cidadão que se recusa a entender o que acontece no mundo. Segundo os jornais O Globo e Estado de S. Paulo, ”cerca de 20 manifestantes vestidos de palhaços dançaram, cantaram e reclamaram do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, realizado ontem num hotel na região da Avenida Paulista .
O grupo – formado por entidades sindicais, de gênero e etnia, além do PSOL e do MST – pedia maior democratização dos meios de comunicação e não criminalização dos movimentos sociais.
“Queremos afirmar a liberdade de expressão, que hoje está condicionada ao poder econômico – disse João Brant, do grupo Intervozes, um dos organizadores do ato. Nos cartazes, críticas aos meios de comunicação. Nas palavras de ordem, os manifestantes gritavam contra o ‘circo da mídia burguesa’.”
Mídia burguesa… é para chorar de rir…
Ainda tem gente presa ao século XIX…
Resignação e esperança
O clima de desconforto passou. Ficou a resignação e só restou olhar para frente. O grupo analisado é micro, reduzidíssimo, mas reflete o que parte do dos militantes históricos do PT pensa sobre a indicação de Dilma Roussef como candidata do partido à Presidência da República.
O local não poderia ser mais lúdico: um bufê infantil no bairro do Ipiranga, chique, com milhares de atrações para as crianças e comida boa demais para apenas um bufê.
A cerveja estava gelada e o uísque era de ótima qualidade. No entanto, a predominância de petistas e esquerdistas era total, quase todos de tendência moderada.
Só se falou no Congresso do PT do final de semana no final da tarde de domingo. Pelo menos dez dos presentes estiveram no evento.
Por mais que reclamassem, como sempre, da “cobertura da imprensa em geral”, acabaram por concordar com o clima geral: aclamação geral, com pouquíssimo debate e quase nada do que foi a reunião anos atrás.
Mas a resignação não tem nada de melancólica. O pragmatismo dominou a cena e a conclusão do fim das discussões na festinha de criança foi a única possível – e bastante adequada: vamos olhar para frente e ganhar de novo.
É fato que o PT está sofrendo há tempos com a letargia de sua militância histórica. Tudo bem que as expectativas eram gigantes quando o presidente Lula assumiu em janeiro de 2003. A realidade atropelou muita gente, muitos companheiros ficaram pelo caminho.
Sobrou ressentimento para todos os gostos e todas as facções. O arco de alianças não agradou, não houve lugar para todo mundo no governo, práticas políticas outrora abomináveis começaram a ser adotadas e também desagradaram bastante, escândalos pontuais decepcionaram. Por fim, houve o pecado mortal de contratar “militantes pagos” para trabalhar nas eleições.
Tudo isso ainda não foi digerido por parte importante e histórica do PT. Mas ficar remoendo esses ressentimentos é a melhor forma de paralisar a estrutura. Pelo menos para o grupo que estava na festinha infantil, começa tudo de novo, com um novo fôlego – um fôlego diferente, até estranho, mas renovado.
Fiquei surpreendido com o que ouvi. Se a disposição daquele grupo for a mesma do resto do partido – ou ao menos dos que estiveram presentes ao Congresso do PT –, teremos um ambiente diferente na campanha de 2010.
E esta disposição é fundamental para que o PT recupere sua militância histórica e, principalmente, crie uma nova geração de filiados ou simpatizantes comprometidos com o programa do partido e com as mudanças necessárias.
E justamente esse ponto encerrou o debate entre os militantes da festinha, com uma faísca contagiante de esperança: há uma convicção firme e dominante no partido de que é preciso começar já uma campanha pela renovação dos quadros, atraindo novos e jovens militantes.
Todas as facções e tendências, em algum momento durante o evento do final de semana, discutiram a questão entre seus simpatizantes separadamente, sem que houvesse uma discussão geral formal. Ou seja, todo mundo está sintonizado em relação ao futuro.
O congresso petista terminou muito melhor do que começou. Havia ceticismo e revolta silenciosa por causa do trator Lula em favor de Dilma. O pragmatismo falou mais alto e o horizonte passou a ser mais luminoso. E que venham os novos militantes.
O clima de desconforto passou. Ficou a resignação e só restou olhar para frente. O grupo analisado é micro, reduzidíssimo, mas reflete o que parte do dos militantes históricos do PT pensa sobre a indicação de Dilma Roussef como candidata do partido à Presidência da República.
O local não poderia ser mais lúdico: um bufê infantil no bairro do Ipiranga, chique, com milhares de atrações para as crianças e comida boa demais para apenas um bufê.
A cerveja estava gelada e o uísque era de ótima qualidade. No entanto, a predominância de petistas e esquerdistas era total, quase todos de tendência moderada.
Só se falou no Congresso do PT do final de semana no final da tarde de domingo. Pelo menos dez dos presentes estiveram no evento.
Por mais que reclamassem, como sempre, da “cobertura da imprensa em geral”, acabaram por concordar com o clima geral: aclamação geral, com pouquíssimo debate e quase nada do que foi a reunião anos atrás.
Mas a resignação não tem nada de melancólica. O pragmatismo dominou a cena e a conclusão do fim das discussões na festinha de criança foi a única possível – e bastante adequada: vamos olhar para frente e ganhar de novo.
É fato que o PT está sofrendo há tempos com a letargia de sua militância histórica. Tudo bem que as expectativas eram gigantes quando o presidente Lula assumiu em janeiro de 2003. A realidade atropelou muita gente, muitos companheiros ficaram pelo caminho.
Sobrou ressentimento para todos os gostos e todas as facções. O arco de alianças não agradou, não houve lugar para todo mundo no governo, práticas políticas outrora abomináveis começaram a ser adotadas e também desagradaram bastante, escândalos pontuais decepcionaram. Por fim, houve o pecado mortal de contratar “militantes pagos” para trabalhar nas eleições.
Tudo isso ainda não foi digerido por parte importante e histórica do PT. Mas ficar remoendo esses ressentimentos é a melhor forma de paralisar a estrutura. Pelo menos para o grupo que estava na festinha infantil, começa tudo de novo, com um novo fôlego – um fôlego diferente, até estranho, mas renovado.
Fiquei surpreendido com o que ouvi. Se a disposição daquele grupo for a mesma do resto do partido – ou ao menos dos que estiveram presentes ao Congresso do PT –, teremos um ambiente diferente na campanha de 2010.
E esta disposição é fundamental para que o PT recupere sua militância histórica e, principalmente, crie uma nova geração de filiados ou simpatizantes comprometidos com o programa do partido e com as mudanças necessárias.
E justamente esse ponto encerrou o debate entre os militantes da festinha, com uma faísca contagiante de esperança: há uma convicção firme e dominante no partido de que é preciso começar já uma campanha pela renovação dos quadros, atraindo novos e jovens militantes.
Todas as facções e tendências, em algum momento durante o evento do final de semana, discutiram a questão entre seus simpatizantes separadamente, sem que houvesse uma discussão geral formal. Ou seja, todo mundo está sintonizado em relação ao futuro.
O congresso petista terminou muito melhor do que começou. Havia ceticismo e revolta silenciosa por causa do trator Lula em favor de Dilma. O pragmatismo falou mais alto e o horizonte passou a ser mais luminoso. E que venham os novos militantes.
O trator da objetividade subverte a tradição petista
De forma acrítica e totalmente submisso ao trator pesado do presidente Lula, o PT referendou a candidatura de Dilma Roussef à presidência. Não houve a mínima contestação, nem a mínima discussão. Lula mandou, todo mundo abaixou a cabeça e aceitou sem chiar.
O PT completa 30 anos de existência um pouco menor, infelizmente. As tímidas manifestações do ano passado no diretório paulista contra as ordens “de cima para baixo, sem debate e sem prévias”, foram abafadas e caladas sem o menor pudor.
Não se ouvem mais as críticas de que Dilma é uma desconhecida, não tem carisma e currículo para uma disputa tão importante. Nem mesmo o maior dos pecados, o de não ser uma legítima petista, já que passou pelo PDT antes, é citado nas conversas. Lula mandou, todo mundo calou.
Como consolo de subjugados, dirigentes petistas “conseguiram” incluir entre os compromissos da candidata bandeiras históricas e estapafúrdias, que provavelmente a realidade política se encarregará de ignorar e enterrar.
É o caso de estultícies como o apoio incondicional ao atual texto do absurdo (e falecido) Programa Nacional de Direitos Humanos e a bobagem do “combate ao monopólio dos meios de comunicação”.
Há ainda o pedido de apoio à redução da jornada semanal de trabalho de 44 horas para 40 horas, uma bandeira histórica mas polêmica, já que sua eficácia é contestada - mas é uma discussão importante que tem de ser qualificada e divulgada.
Por fim, restou o decepcionante discurso de Dilma ao final do encontro petista, recheado de clichês, mesmo que em tom morno, mas temperado com um ranço estatizante inaceitável no século XXI.
Não faz diferença se isso ocorreu para agradar setores do partido mais à esquerda. Pegou muito mal. No dicionário retrógrado de parte da esquerda brasileira - e que Dilma parece, ao menos em público, aderir - estado forte significa intervencionismo na economia e estatização, conceitos sepultados pela história e jogados na lata do lixo pela realidade.
Um PT acuado e subjugado não é conveniente para o Brasil, e muito menos para a candidata do partido. O partido abriu mão de parte de sua história neste final de semana e vai precisar correr para recuperar a porção de estatura que perdeu.
De forma acrítica e totalmente submisso ao trator pesado do presidente Lula, o PT referendou a candidatura de Dilma Roussef à presidência. Não houve a mínima contestação, nem a mínima discussão. Lula mandou, todo mundo abaixou a cabeça e aceitou sem chiar.
O PT completa 30 anos de existência um pouco menor, infelizmente. As tímidas manifestações do ano passado no diretório paulista contra as ordens “de cima para baixo, sem debate e sem prévias”, foram abafadas e caladas sem o menor pudor.
Não se ouvem mais as críticas de que Dilma é uma desconhecida, não tem carisma e currículo para uma disputa tão importante. Nem mesmo o maior dos pecados, o de não ser uma legítima petista, já que passou pelo PDT antes, é citado nas conversas. Lula mandou, todo mundo calou.
Como consolo de subjugados, dirigentes petistas “conseguiram” incluir entre os compromissos da candidata bandeiras históricas e estapafúrdias, que provavelmente a realidade política se encarregará de ignorar e enterrar.
É o caso de estultícies como o apoio incondicional ao atual texto do absurdo (e falecido) Programa Nacional de Direitos Humanos e a bobagem do “combate ao monopólio dos meios de comunicação”.
Há ainda o pedido de apoio à redução da jornada semanal de trabalho de 44 horas para 40 horas, uma bandeira histórica mas polêmica, já que sua eficácia é contestada - mas é uma discussão importante que tem de ser qualificada e divulgada.
Por fim, restou o decepcionante discurso de Dilma ao final do encontro petista, recheado de clichês, mesmo que em tom morno, mas temperado com um ranço estatizante inaceitável no século XXI.
Não faz diferença se isso ocorreu para agradar setores do partido mais à esquerda. Pegou muito mal. No dicionário retrógrado de parte da esquerda brasileira - e que Dilma parece, ao menos em público, aderir - estado forte significa intervencionismo na economia e estatização, conceitos sepultados pela história e jogados na lata do lixo pela realidade.
Um PT acuado e subjugado não é conveniente para o Brasil, e muito menos para a candidata do partido. O partido abriu mão de parte de sua história neste final de semana e vai precisar correr para recuperar a porção de estatura que perdeu.
Apesar da ‘marolinha’
A indústria paulista vai bem. E se a indústria vai bem, o resto da economia vai bem. Essa é a tradução do momento em que vivemos em seu estado mais bruto, embora haja quem queira contestar e quem queira exagerar no fato.
A tal da marolinha à qual o presidente Lula se referiu de forma precipitada na verdade foi uma forte tempestade, que desarticulou setores importantes da economia brasileira, mas não o suficiente para destruir a sólida base produtiva e os avanços ocorridos na gestão do atual governo.
De forma discreta, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) comemorou os resultados do nível de atividade de dezembro.
No acumulado do ano, a atividade industrial registrou queda de 8,5%. O INA (Indicador do Nível de Atividade) também declinou 7,6% em dezembro em relação a novembro, sem ajuste sazonal. Já com ajuste, o resultado é positivo, 2,4%.
“Mesmo com queda de 7,6%, este é o melhor dezembro em nove anos. Sem ajuste, a queda de 7,6% – normal para o período – é a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001, e mostra que a indústria mantém seu ritmo de recuperação”, informa o boletim da entidade.
Apesar da avaliação, os empresários não perderam a oportunidade de dar uma “choradinha”: os resultados mostram sinais de recuperação, mas ainda estão longe dos níveis do período pré-crise.
Até pode ser verdade, em parte, mas o fato é que a recuperação veio mais cedo do que se supunha, a despeito da alta do dólar registrada nos últimos dias.
E a notícia é excelente para o ABCD, região essencialmente industrial e ainda totalmente dependente do setor.
Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostram que o saldo de criação de empregos industriais foi bastante positivo: quase 2 mil empregos foram criados nas fábricas da região entre julho e dezembro do ano passado.
Os metalúrgicos do ABC encerraram o ano da crise com 97.379 trabalhadores. A expectativa é, ainda no primeiro trimestre de 2010, retornar ao patamar dos 100 mil, número atingido em maio de 2008, segundo o presidente do sindicato, Sérgio Nobre.
Os reflexos disso são imediatos. O comércio da região nunca vendeu tanto como no Natal de 2009. Novos empreendimentos não param de surgir em todos os segmentos, especialmente no imobiliário.
Portanto, cada vez alguém comenta que a indústria está acabando no ABCD, é bom sugerir que tal pessoa leia mais antes de falar asneiras.
A dependência excessiva das sete cidades do setor industrial é um problema a médio e longo prazos, mas ainda bem que podem se dar ao luxo de se manterem dependentes dessa forma.
A indústria é e será por muito tempo a maior responsável pela riqueza do ABCD e da Grande São Paulo. Mais do que nunca as prefeituras precisam se conscientizar a respeito e atuar em conjunto para melhorar cada vez mais o ambiente industrial para gerar mais empregos.
A indústria paulista vai bem. E se a indústria vai bem, o resto da economia vai bem. Essa é a tradução do momento em que vivemos em seu estado mais bruto, embora haja quem queira contestar e quem queira exagerar no fato.
A tal da marolinha à qual o presidente Lula se referiu de forma precipitada na verdade foi uma forte tempestade, que desarticulou setores importantes da economia brasileira, mas não o suficiente para destruir a sólida base produtiva e os avanços ocorridos na gestão do atual governo.
De forma discreta, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) comemorou os resultados do nível de atividade de dezembro.
No acumulado do ano, a atividade industrial registrou queda de 8,5%. O INA (Indicador do Nível de Atividade) também declinou 7,6% em dezembro em relação a novembro, sem ajuste sazonal. Já com ajuste, o resultado é positivo, 2,4%.
“Mesmo com queda de 7,6%, este é o melhor dezembro em nove anos. Sem ajuste, a queda de 7,6% – normal para o período – é a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001, e mostra que a indústria mantém seu ritmo de recuperação”, informa o boletim da entidade.
Apesar da avaliação, os empresários não perderam a oportunidade de dar uma “choradinha”: os resultados mostram sinais de recuperação, mas ainda estão longe dos níveis do período pré-crise.
Até pode ser verdade, em parte, mas o fato é que a recuperação veio mais cedo do que se supunha, a despeito da alta do dólar registrada nos últimos dias.
E a notícia é excelente para o ABCD, região essencialmente industrial e ainda totalmente dependente do setor.
Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostram que o saldo de criação de empregos industriais foi bastante positivo: quase 2 mil empregos foram criados nas fábricas da região entre julho e dezembro do ano passado.
Os metalúrgicos do ABC encerraram o ano da crise com 97.379 trabalhadores. A expectativa é, ainda no primeiro trimestre de 2010, retornar ao patamar dos 100 mil, número atingido em maio de 2008, segundo o presidente do sindicato, Sérgio Nobre.
Os reflexos disso são imediatos. O comércio da região nunca vendeu tanto como no Natal de 2009. Novos empreendimentos não param de surgir em todos os segmentos, especialmente no imobiliário.
Portanto, cada vez alguém comenta que a indústria está acabando no ABCD, é bom sugerir que tal pessoa leia mais antes de falar asneiras.
A dependência excessiva das sete cidades do setor industrial é um problema a médio e longo prazos, mas ainda bem que podem se dar ao luxo de se manterem dependentes dessa forma.
A indústria é e será por muito tempo a maior responsável pela riqueza do ABCD e da Grande São Paulo. Mais do que nunca as prefeituras precisam se conscientizar a respeito e atuar em conjunto para melhorar cada vez mais o ambiente industrial para gerar mais empregos.
Censura, seja lá qual for o motivo
Cada vez mais irrelevante, o Fórum Social de Porto Alegre só teve repercussão por conta da visita do presidente Lula.
Pouca gente bradando as mesmas coisas equivocadas dos últimos 20 anos, período em que a humanidade mudou profundamente e caminhou para o futuro, enterrando todo o entulho autoritário e as falsas ilusões que escondiam trevas do obscurantismo.
É claro que, neste ambiente, na falta de a quem culpar pela inexorável e irreversível irrelevância e insignificância, sobrou para a imprensa e para a mídia em geral. Coisa de gente tosca, que adota dizer o que os outros devem ler, ouvir, pensar e falar. Gente que tem o DNA do autoritarismo.
A quantidade barbaridades proferidas em Porto Alegre em defesa do controle e da censura à imprensa - contidos no tal Programa Nacional de Direitos Humanos - foi enorme para uma quantidade tão reduzida de participantes.
Uma imprensa ruim é preferível a não ter nenhuma imprensa ou ter uma imprensa controlada e censurada, como quer o ditadorzinho de republiqueta de banana Hugo Chávez, da Venezuela. São injustificáveis as perseguições que ele empreende contra a imprensa e contra os opositores, incentivando pupilos como o casal Kirchner, que acha que governa a Argentina.
Esse pessoalzinho é daquele tipo que segue à risca a seguinte máxima: “Quando eu mando em você, é democracia; quando você manda em mim, é autoritarismo e ditadura”.
@@@@@@@@@@@@@
Terminou também em São Paulo a tal da Campus Party, que pretendia ser uma espécie de “reunião de nerds e loucos por informática”. Não passou da maior concentração de retardados por metro quadrado do mundo.
Não passam de um bando de estúpidos fissurados em videogames que mal consegue articular palavras, revelando um nível de indigência intelectual tamanho que envergonharia até mesmo qualquer analfabeto.
Cada vez mais irrelevante, o Fórum Social de Porto Alegre só teve repercussão por conta da visita do presidente Lula.
Pouca gente bradando as mesmas coisas equivocadas dos últimos 20 anos, período em que a humanidade mudou profundamente e caminhou para o futuro, enterrando todo o entulho autoritário e as falsas ilusões que escondiam trevas do obscurantismo.
É claro que, neste ambiente, na falta de a quem culpar pela inexorável e irreversível irrelevância e insignificância, sobrou para a imprensa e para a mídia em geral. Coisa de gente tosca, que adota dizer o que os outros devem ler, ouvir, pensar e falar. Gente que tem o DNA do autoritarismo.
A quantidade barbaridades proferidas em Porto Alegre em defesa do controle e da censura à imprensa - contidos no tal Programa Nacional de Direitos Humanos - foi enorme para uma quantidade tão reduzida de participantes.
Uma imprensa ruim é preferível a não ter nenhuma imprensa ou ter uma imprensa controlada e censurada, como quer o ditadorzinho de republiqueta de banana Hugo Chávez, da Venezuela. São injustificáveis as perseguições que ele empreende contra a imprensa e contra os opositores, incentivando pupilos como o casal Kirchner, que acha que governa a Argentina.
Esse pessoalzinho é daquele tipo que segue à risca a seguinte máxima: “Quando eu mando em você, é democracia; quando você manda em mim, é autoritarismo e ditadura”.
@@@@@@@@@@@@@
Terminou também em São Paulo a tal da Campus Party, que pretendia ser uma espécie de “reunião de nerds e loucos por informática”. Não passou da maior concentração de retardados por metro quadrado do mundo.
Não passam de um bando de estúpidos fissurados em videogames que mal consegue articular palavras, revelando um nível de indigência intelectual tamanho que envergonharia até mesmo qualquer analfabeto.
PT 30 anos corre atrás da militância
O aniversário de 30 anos do PT traz um desafio dos maiores para o futuro do partido: reconquistar a militância e a relevância de se fazer uma campanha ideológica com substância e conteúdo.
O poder faz bem às pessoas e organizações. Sabendo administrar, a parte ruim pode ser amenizada e eventualmente escondida. No entanto, quando o poder faz mal expõe o que de pior existe nas relações políticas humanas.
O PT viveu os dois lados desde sempre, desde a primeira campanha eleitoral estadual de Lula, em 1982, desde a eleição de seu primeiro prefeito - Gilson Menezes, em Diadema, no mesmo ano -, desde a eleição de sua primeira prefeita de capital - Maria Luíza Fontenelle, em Fortaleza, em 1985 - e por aí segue.
Ao contrário dos partidos fisiológicos, como PMDB, PFL-DEM e PSDB, só para ficar nos mais gritantes, o PT sempre teve o que aprender e o que ensinar. Virou referência de conteúdo político sério, apesar de barulhento. Não poderia ser de outro jeito em um cenário político dominado por elites e oligopólios mais interessados em seus próprios negócios.
O partido caminhou com referência da ética e da moralidade, mesmo com os pecadilhos denunciados aqui e ali por uma imprensa hostil e frequentemente inquisidora - não necessáriamente mentirosa, embora as mentiras representem parte da história impressa dos principais jornais em relação ao partido.
O PT que chega aos 30 anos é um partido que se modernizou e que se livrou, ao menos por enquanto, do ranço radical que permeou seu discurso por anos. Conseguiu agregar muito mais do que desagregar.
A depuração foi necessária para que o partido sobrevivesse como unidade e como projeto, coisa que nem PSOL nem PSTU são e jamais serão. O PT tem estofo, tem grife e tem estatura para garantir a presença de parte expressiva da população no discurso político do Brasil.
O PT conseguiu mostrar que havia outro caminho ao Brasil sem necessariamente romper com a ordem econômica - correria o risco de inviabilizar qualquer projeto de governo. O PT ganhou muito mais do que perdeu em 30 anos. Aprendeu bastante, mas ensinou muito mais.
O partido que completa três décadas às vésperas de sua segunda eleição mais importante - a primeira sem Lula como cabeça de chapa para presidente - tem o desafio de sobreviver sem o grande líder no Palácio do Planalto e de dar suporte a uma candidata presidencial ainda sem estofo e sem carisma.
Para chamar a militância de volta e evitar o que se viu nas últimas eleições municipais e estaduais - gente paga tremulando bandeiras e distribuindo propaganda, coisa inimaginável nos anos 80 -, será preciso muito mais do que o apelo de Lula.
Será necessário melhorar o discurso, melhorar a qualidade das lideranças do partido e aprofundar as raízes trabalhadoras do partido, cada vez mais dominado por uma casta de líderes que há muito tempo estão na política e que asfixiam gente nova que quer fazer parte da cúpula.
Mais do que isso, o partido terá de se virar sem Lula e encontrar uma maneira de amenizar ou encerrar a dependência que tem da imagem esmagadora que o atual presidente construiu e que colou à do partido.
Por isso é fundamental a volta da ideologização da campanha sem cair na armadilha do radicalismo do discurso radical, cujas ideias já estão sepultadas desde a queda do Muro de Berlim. Só assim será capaz de novamente mobilizar uma militância jovem e capaz de carregar o partido nas costas, como sempre aconteceu.
O aniversário de 30 anos do PT traz um desafio dos maiores para o futuro do partido: reconquistar a militância e a relevância de se fazer uma campanha ideológica com substância e conteúdo.
O poder faz bem às pessoas e organizações. Sabendo administrar, a parte ruim pode ser amenizada e eventualmente escondida. No entanto, quando o poder faz mal expõe o que de pior existe nas relações políticas humanas.
O PT viveu os dois lados desde sempre, desde a primeira campanha eleitoral estadual de Lula, em 1982, desde a eleição de seu primeiro prefeito - Gilson Menezes, em Diadema, no mesmo ano -, desde a eleição de sua primeira prefeita de capital - Maria Luíza Fontenelle, em Fortaleza, em 1985 - e por aí segue.
Ao contrário dos partidos fisiológicos, como PMDB, PFL-DEM e PSDB, só para ficar nos mais gritantes, o PT sempre teve o que aprender e o que ensinar. Virou referência de conteúdo político sério, apesar de barulhento. Não poderia ser de outro jeito em um cenário político dominado por elites e oligopólios mais interessados em seus próprios negócios.
O partido caminhou com referência da ética e da moralidade, mesmo com os pecadilhos denunciados aqui e ali por uma imprensa hostil e frequentemente inquisidora - não necessáriamente mentirosa, embora as mentiras representem parte da história impressa dos principais jornais em relação ao partido.
O PT que chega aos 30 anos é um partido que se modernizou e que se livrou, ao menos por enquanto, do ranço radical que permeou seu discurso por anos. Conseguiu agregar muito mais do que desagregar.
A depuração foi necessária para que o partido sobrevivesse como unidade e como projeto, coisa que nem PSOL nem PSTU são e jamais serão. O PT tem estofo, tem grife e tem estatura para garantir a presença de parte expressiva da população no discurso político do Brasil.
O PT conseguiu mostrar que havia outro caminho ao Brasil sem necessariamente romper com a ordem econômica - correria o risco de inviabilizar qualquer projeto de governo. O PT ganhou muito mais do que perdeu em 30 anos. Aprendeu bastante, mas ensinou muito mais.
O partido que completa três décadas às vésperas de sua segunda eleição mais importante - a primeira sem Lula como cabeça de chapa para presidente - tem o desafio de sobreviver sem o grande líder no Palácio do Planalto e de dar suporte a uma candidata presidencial ainda sem estofo e sem carisma.
Para chamar a militância de volta e evitar o que se viu nas últimas eleições municipais e estaduais - gente paga tremulando bandeiras e distribuindo propaganda, coisa inimaginável nos anos 80 -, será preciso muito mais do que o apelo de Lula.
Será necessário melhorar o discurso, melhorar a qualidade das lideranças do partido e aprofundar as raízes trabalhadoras do partido, cada vez mais dominado por uma casta de líderes que há muito tempo estão na política e que asfixiam gente nova que quer fazer parte da cúpula.
Mais do que isso, o partido terá de se virar sem Lula e encontrar uma maneira de amenizar ou encerrar a dependência que tem da imagem esmagadora que o atual presidente construiu e que colou à do partido.
Por isso é fundamental a volta da ideologização da campanha sem cair na armadilha do radicalismo do discurso radical, cujas ideias já estão sepultadas desde a queda do Muro de Berlim. Só assim será capaz de novamente mobilizar uma militância jovem e capaz de carregar o partido nas costas, como sempre aconteceu.