Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
sexta-feira, janeiro 27, 2012
Bert Jansch, um dos gurus do Led Zeppelin
O guitarrista escocês Bert Jansch e o violonista inglês Roy Harper, dois dos grandes expoentes da música folk britânica, bem que poderiam ter sido creditados como coautores do álbum “Led Zeppelin III”. A influência deles na composição das músicas e na elaboração dos arranjos foi tão grande que o próprio Jimmy Page, guitarrista do gigante do rock inglês admite que não sabia onde terminavam as “ideias” dos dois e onde começavam as suas…
O escocês Jansch era uma figura citada constantemente como mestre por artistas como Page, Ian Anderson (Jethro Tull), Fish (ex-Marillion), Peter Gabriel (ex-Genesis) , Neil Young, Bob Dylan e Roger Waters (ex-Pink Floyd). Sua mort, em setembro, vitimado por um câncer no pulmão aos 67 anos, provocou, ao menos na Inglaterra, uma saraivada de homenagens. Até que foi pouco, dada a qualidade extrema de seu trabalho solo e na ótima banda folk Pentagle.
Seu trabalho mais recente foi o elogiado álbum “The Black Swan” , de 2006 , e no ano seguinte fez a sua última gravação, um aparticipação no álbum ”Shotter’s Nation” , da banda pop Babyshambles, e chegou a tocar ao vivo com Pete Doherty e Carl Barat, dos Libertines.
Em alguns círculos musicais britânicos, Jansch gozava de um prestígio parecido com o que João Gilberto desfruta no Brasil e nos Estados Unidos basicamente por conta de sua síntese única e até hoje inigualável de folk, blues e jazz, além de uma técnica diferente e desconhecida de ataque ao violão acústico, até hoje nunca reproduzida com fidelidade por discípulos e admiradores. Tudo isso chamou a atenção sde empresários e músicos na primeira metade dos anos 60.
O seu primeiro álbum, ”Bert Jansch”, foi totalmente gravado com um violão emprestado no começo de 1965, em Londres onde chegou após uma semana viajando de carona com caminhoneiros. Com fama crescente nos meios alternativos da Grã-Bretanha, conseguiu se estabelecer artística e financeiramente em Londres e se tornou um dos mentores da desconstrução da balada folk tradicional – algo que ele acentuou com a criação em 1968 do Pentangle, o supergrupo acústico integrado também por com John Renbourn, Jacqui McShee, Terry Cox e Danny Thompson.
O Pentangle fez seis álbuns e obteve um grau sem precedentes de êxito alcançado por uma banda acústica. A banda acabou em 1972, sendo que Jansch tentou ressuscitá-la algumas vezes a partir dos anos 80.
Aqui no Brasil é muito raro encontrar um álbum do guitarrista ou do Pentagle. O jeito é recorrer ao YouTube e às emissoras de rádio segmentadas na internet. Quem se dispuser a procurar seus trabalhos vai notar claramente de onde veio boa parte da inspiração de Led Zeppelin, Jethro Tull, Uriah Heep e muitas outras grande bandas do rock.
terça-feira, janeiro 24, 2012
Nova versão de ‘Aqualung’ fica ainda melhor
Em uma de suas muitas passagens por São Paulo, o cantor e flautista Ian Anderson, do Jethro Tull, garantiu que o baú da banda está cheio de raridades e músicas inéditas nunca lançadas, mas que jamais veriam a luz do dia. “Se não foi publicada à época não há porque ser editado 10, 15, 30 anos depois. Além de demandar um caro e lento trabalho ‘arqueológico’, é considero algo mórbido por parte de alguns ficar caçando velharias e raridades quase inaudíveis e sem muita qualidade”, disse o músico pouco antes de um show no Via Funchal em 2001.
Parece que ele mudou de ideia, pelo menos parcialmente. Lançado originalmente em 1971, o álbum “Aqualung”, a maior obra-prima da banda e o seu maior sucesso, ganhou uma “edição de luxo” e ampliada para marcar os 40 anos de seu lançamento.
“Aqualung: 40th Anniversary Collector’s Edition” tem lançamento programado para dia 31 de outubro trazendo cinco CDs/DVDs, além de uma reedição do álbum em vinil de 180 gramas, com reprodução exata da capa dupla original.
Na parte principal, são dois CDs com o trabalho na íntegra em uma nova mixagem, além de vários bônus com gravações raras, takes alternativos músicas inéditas. A caixa contém ainda DVD e Blu-Ray com “Aqualung” em três mixagens diferentes (Surround, 5.1 New Mix e Quadrifônico), além das raridades. Completando o pacote, um grande livreto de 48 páginas repleto de entrevistas inéditas e fotos raras.
Para os mortais que não terão condições de gastar a fábula que a caixa vai custar, já está nas lojas brasileiras uma edição dupla em CD, um com o álbum original e alguns bônus e o outro com raridades. O CD 2 é indicado para colecionadores, mas o principal, que é a nova mixagem do álbum original, vale cada centavo, já que realça a sonoridade inovadora e complexa de uma das obras mais importantes do rock progressivo