O colapso da infra-estrutura do ABCD, especialmente em seu sistema viário, está chegando muito mais rápido do que esperávamos. Se nos miolos das cidades já enfrentamos congestionamentos medonhos – o trajeto entre centro de São Bernardo e o centro de São Caetano (e vice-versa) pode demorar uma hora e meia nos horários de pico, em seus meros oito quilômetros -, agora a coisa está terrivelmente problemática nos principais corredores de acesso à região – vias Anchieta e Imigrantes e avenida dos Estados.
Na Anchieta, era comum haver congestionamento a partir do km 18, em São Bernardo, entre 7h e 9h30, no sentido Capital. No sentido contrário, a lentidão começa já no Sacomã, zona sul de São Paulo a partir das 16h, com parada total no km13, por conta do tráfego nas saídas do km 16 da avenida Lions, em São Bernardo.
Nos dias atuais a raiva só aumenta. No sentido Capital o congestionamento na Anchieta a partir do km 16 ocorre várias vezes ao dia, sem que haja necessariamente uma causa, como um acidente. No sentido contrário, o motorista fica nervoso já a partir das 14h.
Na avenida dos Estados, o teste de paciência é o mesmo. A lentidão não se restringe mais aos horários de pico. Ao meio-dia, sair de Santo André para chegar ao centro de São Paulo pode durar uma hora e quarenta minutos.
O tráfego pára entre a estação Prefeito Saladino e o bairro Santa Terezinha; pára na divisa tríplice entre Santo André, São Caetano e São Paulo, próximo à antiga Tintas Coral; pára em dois trechos da avenida na região de São Caetano.
O prejuízo financeiro e econômico é incalculável. O colapso previsto para 2009 já chegou. Fruto da miopia das administrações municipais e do descaso criminoso do governo estadual, que priorizou a segunda pista da rodovia dos Imigrantes e esqueceu do rodoanel, obra prioritária em qualquer planejamento viário sério na Grande São Paulo.
Some-se isso à demora na implementação do ambicioso projeto de remodelação viária de São Bernardo e temos o caos completo em nossas avenidas com dois anos de antecedência. Qualquer idéia de recuperação econômica regional fica comprometida diante desses gargalos logísticos. E, pelo jeito, em ano pré-eleitoral, continuaremos a perder tempo. E aí vem o desalento: será que só votar bem basta?