Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
quarta-feira, novembro 26, 2003
Até que demorou muito para que João Gordo arrumasse uma baita confusão nos estúdios da MTV, onde apresenta um programa muito engraçado, mas também bastante absurdo. O seu talk-show é bem legal, do jeito Gordo de ser, e quqando os entrevistados entram no clima descontraído de boteco, na zoeria total, fica delicioso.
Ontem, na gravação de mais uma entrevista, com o ator Dado Dolabella, que agora resolver dar uma de "cantor", os dois discutiram muito e quase saíram no tapa. Leia mais destalhes aqui.
terça-feira, novembro 25, 2003
Sempre achei que uma das piores coisas que poderiam ter surgido na imprensa brasileira nos últimos anos foi o dublê de cineasta, escritor e polemista idiota de plantão Diogo Mainardi, de Veja. Esse cidadão está mais para um comediante do que para um articulista sério.
Estretanto, seus dois últimos artigos acabaram acertando em cheio, apesar de sua extrema mediocridade e boçalidade.
O primeiro fala da péssima gafe que o presidnete Lula cometu na Namíbia, em sua viagem pela África - "Essa cidade, Windhoek, é tão limpa que nem parece a África". Mainardi foi feliz ao dizer que Windhoek, a capital da Namíbia, foi fundada por imigrantes holandeses e depois passou pelas mãos de ingleses, alemães e brancos sul-africanos, ou seja, todos brancos e ocidentais que discriminavcam os negros, proibindo-os de entrar na cidade. A mensagem é clara: Lula louvou a presença branca colonizadora na África.
No segundo texto, nesta semana, Mainardi critica a afirmação de que o sistema tributário brasileiro privilegia os "ricos", segundo afirmação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Para o ministro, quem ganha acima de R$ 8.000,00 é "rico", numca clara confusão entre classes A e B. Resumindo: confusão proposital para aumentar os impostos sobre a classe média.
Tudo o que era necesário falar da volta do Palmeiras à primeira divisão já foi falado. Desde a verdadeira lição de paixão da torcida, que fez festas maravilhosas desde a histótica partida com o Marília no Parque Antártica, até a lição de competência, persistência, sangue-frio e humildade que os jogadores e comissão técnica em todos os times brasileiros. No Brasil, segunda divisão é uma tragédia, coisa que não ocorre na Europa. Um texto destes últimso dias me chamou atenção: o de Alberto Helena Júnior na edição de segunda do Diário de São Paulo. Reproduzo um trecho que achei o mais relevante:
"Na Europa, os grandes caem —- não uma, mas várias vezes, até —- e voltam sem maiores traumas. No Brasil, porém, país em que a mais abjeta exclusão social é rotina há 500 anos, no futebol, cair para a Segunda Divisão, representa a exclusão irreversível, a suprema e fatal humilhação.
Por isso, até outro dia, ninguém caía. Ou melhor: os grandes não caíam. Arrumava-se sempre um jeito, nos bastidores, para que voltassem pela porta dos fundos, isto, sim, humilhação infame.
Até mesmo o Fluminense, que amargou dois descensos sucessivos, depois de ter escapado a bordo do velho tapetão de queda anterior, não cumpriu seu fado até o fim. Ao vencer a Terceira, já embarcou de volta à Primeira, junto com Bahia.
Era o fantasma da queda definitiva que ronda o futebol brasileiro desde a instituição da Lei do Acesso e Descenso, no final dos anos 40, no Paulista.
O Jabaquara, então, frequentador assíduo das últimas posições, sempre que despencava, recorria à justiça, na qualidade de sócio fundador da FPF, e permanecia na primeira. Eram as célebres jabaquaradas. Quando, porém, essa ressalva foi eliminada dos estatutos da FPF, o Jabaquara caiu e nunca mais voltou."