sexta-feira, janeiro 04, 2002

Trechos de músicas e vídeos


A pedidos, coloco abaixo trechos de algumas músicas de artistas/bandas que cito no blog. Muita gente reclamou que ficou curiosa de saber como era o som dos artistas presentes nestas páginas. Pois bem, aí vão alguns trechos que para que as pessoas conheçam um pouco do maravilhoso mundo do rock:



Pain of Salvation – "Ashes"

Theatre of Tragedy - "Cassandra"

Within Temptation – "Ice Queen"

Tristania – "The Shining Path"

Stevie Ray Vaughan – "Pride and Joy"

Edguy – "Tears of a Mandrake"


Deep Purple – "Perfect Strangers"


Yes – "Roundabout"

Emerson, Lake and Palmer – "Hoedown"

Jethro Tull –"Aqualung"

Glenn Hughes – "Coast to Coast"

Uma pitada de Glnenn Hughes e Joe Lynn Turner


Um dos projetos mais esperados de 2002 já pode ser ouvido na Internet. Os grandes vocalistas Joe Lynn Turner e Glenn Hughes disponibilizaram um trecho da música "Devil's Road", que deverá estar no CD da dupla "The Hughes Turner Project", a ser lançado em fevereiro no Japão. Escute aqui o trecho da música

quinta-feira, janeiro 03, 2002

Os Pássaros - Capítulo 2 (final)



Às 5h50 o garoto caminhava por uma trilha que levava ao penhasco. Estava quase na hora do retorno dos “heróis” . a revoada dos pássaros logo surgiria no horizonte, sete horas depois de duros e intensos combates.
Toda uma vida estava em xeque naquele penhasco. Ali estavam todas as angústias, apreensões e esperanças de um ser que só tinha olhos para um único aparelho. O garoto sentara em uma pedra como os olhos fizos no horizonte. A dúvida martelava a cabeça: ele voltaria desta vez?
Os primeiros do bando de pássaros começavam a aparecer, sob o brilho do sol ainda incipiente da manhã. Da massa compacta que partira sete horas antes, voltavam apenas pássaros sozinhos, debilitados, desgarrados e soltos. Os intervalos são longos. Quando um aparece, vem com os motores falhando e fazendo aterrissagens lamentáveis. Os bombeiros ficam a postos na pista, esperando pelo pior.
Foram duas horas de apreensão e estômago contraído de medo. Foram poucos os aviões que retornaram. De todas as vezes em que foi esperar o pai retornar, aquela mostrava que algo estava errado. Premonição?
Depois que o último avião pousou em condições péssimas, ele permanceu ainda por três horas naquele penhasco. Depois, levantou-se e seguiu de cabeça baixa pela trilha de volta à pequena aldeia onde morava. Na sua cabeça, apenas o desejo de ter um bom dia.


Ao entardecer o garoto passeava pela praia. Cabeça baixa, nem se incomodava com o vento frio do oceano. Estava bem próximo de uma pequena baía na ponta da enseada. Ali estavam os destroços de um avião trazidos pelo mar.
Com lágrimas no olhos, o garoto arrastou um pedaço grande de uma asa do aparelho destruído para perto do paredão do rochedo. Pacientemente, começou a enterrar pelas próximas três horas o pedaço de asa. Era apenas uma simplória cerimônia fúnebre. Seu pai não havia retornado. Agora havia mais um lugar vago no ninho.


Os Pássaros - Capítulo 1





“Daqui a duas horas sairemos novamente. Os ataques estão se intensificando. Dois, três dias. Não suporto mais isso. O céu já não existe mais, aquilo é apenas um enorme vazio. A noite é o fim de tudo. Ou o começo. Daqui a duas horas as hélices começarão a funcionar. Não dá mais. Ontemo esquadrão 18 não voltou. Dos 50 e tantos aviões que saíram, nenhum apontou novamente no horizonte para pousar. Meu irmão era um deles. Acho que estou ficando louco.”
**********************************************
O alarme soou exatamente às 23h30. Os aparelhos começaram o ronco dos motores imediatamente, que ecoaram por toda a região. Ele foram em direção ao mar. O farol da barra estava apagado (medidas de seguraça). Os caças partiram logo em seguida.
Euquanto os aparelhos cruzavam a noite rumo ao infinito, ao desconhecido, , alguém, lá embaixo, em um penhasco, observava atentamente o enxame de bombardeiros e caças. Foram mais de 50 minutos até que o último desaparecesse no horizonte escuro.
Eram os olhos de um garoto fascinado, que tentava em vão contar os pássaros do apocalipse. Os olhos estavam vidrados naquela que era mais uma missão de morte. Os olhos do garoto acompanhavam a morte voadora, seguindo a triste sina de toda uma geração calcinada entre ferros retorcidos de aviões destruídos. Os olhos de um garoto tentavam descobrir naquele enxame o avião do pai, na esperança de que voltasse mais uma vez.
******************************************************************************
“O alvo não está longe. Pedi dispensa no último minuto, mas foi recusada. Estou nervoso. Depois de tanto tempo despejando morte, estou incomodado no banco de co-piloto, que ocupo há tanto tempo. Isso é mau sinal. Olho pela janela e vejo toda a esquadrilha em formação. Era um autêntico balé aéreo, pronto para entrar em ação. Em nosso avião bombardeiro, silêncio. O oficial de comunicações não tira os olhos do radar. O artilheiro da traseira está debruçado em sua metralhadora, concentrado. Dolorosa impaciência. Não suporto mais isso. Quero saltar agora...
O líder da esquadrilha comunica: dez minutos para o ataque. Os caças inimigos logo iriam aparecer. O comandante estava calado desde a partida. Ele também não estava bem. Vejo que será uma longa noite.”


quarta-feira, janeiro 02, 2002

A democracia permite cada coisa...


A consolidação da democracia é uma necessidade em todos os lugares do mundo e está provado que a democracia é o pior dos regimes, só que ainda não inventaram nada melhor. Entretanto, a democracia, justamente por ser democrática, permite que qualquer um fale e/ou escreva o que quiser, mesmo que seja a maior bobagem (como a existência de gente que louva o nazismo e a pena de morte). Que assim seja para sempre.
E tem gente que abusa do direito de falar e escrever os maiores absurdos, como o jornalista Célio Franco, que até há pouco era um dos editores executivos do Diário do Grande ABC. Escrevendo para um site local, o Clique ABC, destila seu ódio contra o PT por causa do IPTU progressivo implantado pelas prefeituras do ABC e de São Paulo, acusa Lula de ser um "milionário fascinado por Cuba e que deve se mudar para lá", desanca sem elementos Cuba por todo e qualquer motivo e, para arrematar, suplica pela volta de Maluf ao governo do Estado de São Paulo ("ninguém provou que ele rouba") e de Erasmo Dias à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (para quem não se lembra, Dias foi secretrário de Segurança do Estado de São Paulo ao final dos anos 70 e início dos anos 80, bem na época da ditadura militar e abusava dos ideais e métodos fascistas).
Não dá para deixar de admitir: é uma das coisas mais hilárias que li nos últimos tempos. Para quem quiser rolar de rir, leia aqui.
Raridades ao vivo do Deep Purple



Mais classic rock. Um grande lançamento para os fanáticos pelo maravilhoso Deep Purple. "On the Road" é um CD duplo que reúne raridades ao vivo do conjunto. Na verdade, o grande lance desta coletânea é que ela junta em dois CDs versões interessantes de várias músicas e que estavam espalhadas por diversas outras coletâneas e discos ao vivo. Nada é inédito, tudo o que aparece neste novo lançamento já foi editado, mas tem o mérito de juntar tudo em um CD só. Veja a lista de música e mais informações aqui.
Brasil elege "Stairway to Heaven" como o melhor rock


Ouvintes brasileiros da Kiss FM, a única classic rock do Brasil, escolheram "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, como a mais importante música do rock em todos os tempos, dentro da votação das 500 mais segundo os ouvintes brasileiros. As 500 foram executadas por três vezes no final do ano passado. A rádio foi inaugurada em julho com a execução das 500 mais de todos os tempos segundo os ouvintes de 20 classic rocks radios dos Estados Unidos e da Inglaterra. Deu "Hey Jude", dos Beatles, na cabeça, enquanto "Stairway to Heaven" ficou entre as dez mais.
Edguy e Tristania no Brasil


Boas novas para o mundo da música pesada. Janeiro traz duas interessantes atrações. Tristania é uma banda de metal gótico da Noruega (na foto a vocalista da banda) que alterna vocais líricos femininos com vocais masculinos de death metal, guturais. Nada de extraordinário, mas faz um heavy metal competente. O sexteto fará uma apresentação única em São Paulo no dia 19 no Via Funchal. Já no dia 31, na mesma casa, a sensação do metal de 2001 na Europa vem ao Brasil. Os alemães do Edguy lançam aqui o novo CD, "Mandrake". Eles fazem um heavy metal melódico que às vezes esbarra em um power metal. Nâo é tão pomposo quanto as bandas italianas Rhapsody ou Vision Divine, mas seus arranjos são eloquentes. A banda tem um leve acento comercial, o que deve ampliar seu público no Brasil. Mesmo assim, merece ser visto, pode ser a grande sensação do metal mundial no futuro.

segunda-feira, dezembro 31, 2001

Arbitragem prejudicou, mas Palmeiras foi incompetente

Nas retrospectivas esportivas de fim-de-ano, todos os cronistas esportivos de São Paulo ressaltam, no tópico a respeito da Libertadores 2001, que o Palmeiras foi roubado pelo árbitro paraguaio Ubaldo Aquino na primeira partida das semifinais contra o Boca Juniors, em Buenos Aires (2 a 2). Com isso, fazem crer que a arbitragem tirou a equipe da competição.
Isso é um completo absurdo, uma falta de caráter tamanha. É bem verdade que Aquino roubou a equipe paulistana, mas a desclassificação ocorreu por pura incompetência verde, e pior, dentro do Parque Antártica, seu estádio.
Mesmo com o assalto em La Bombonera, o Palmeiras saiu de lá com um empate, quando rezava para perder de pouco antes de o jogo começar (se o árbitro não inventa o pênalti para os argentinos no final do primeiro tempo e marcasse o pênalti claro em Fernando no segundo tempo, o placar poderia ser 2 a 0 ou 3 a 1 para o Palmeiras).
Ou seja, um resultado nada desprezível. Como o Boca mostrou ser um time medíocre (apesar do craque Riquelme), o otimismo tomou conta do time verde, já bastava uma vitória por um gol para ir à final. Só que o time do Palmeiras tinha jogadores muito limitados, ruins mesmo tecnicamente, e que ainda por cima sentiram o peso da responsabilidade (sem falar que os "craques" sumiram, como Alex, Felipe e Lopes). Tremeram.
O resultado: Boca 2 a 0 em 20 minutos de jogo dentro do Parque Antártica... O lateral Felipe deu um carrinho criminoso em seu companheiro de equipe Leonardo, um péssimo zagueiro, e deu o gol para os argentinos aos 4 min. No segundo, o outro zagueiro ruim, Alexandre, apenas assistiu com Galeano ao avanço de Riquelme para a área palmeirense. 2 a 0.
Quando parecia que o time medíocre do Palmeiras iria reagir com o o primeiro gol ainda no primeiro tempo, logo em seguinda o imbecil zagueiro Alexandre agride um adversário na frente do juiz. Foi expulso. Era bom demais para os argentinos acreditarem.
O Palmeiras perdeu a classificação porque quis. Se o Boca fosse um time decente não teria permitido o empate no segundo tempo com um homem a mais. Falaram que Riquelme acabou com o Palmeiras. Se isso tivesse ocorrido realmente, o Boca teria vencido no tempo normal e nao nos pênaltis.
O Palmeiras perdeu porque era um time ruim e ainda por cima mal treinado, com "pseudo-craques" com altos salários que esconderam na partida. A equipe, apesar de enfrentar um Boca medíocre, não merecia ser campeão.
Após a classificação na primeira fase da Libertadores 2001, o Palmeiras jogou seis partidas até as semifinais: derrota por 1 0 e vitória por 1 a 0 contra o São Caetano (vitória nos pênaltis); 3 a 3 e 2 a 2 contra o Cruzeiro (vitória nos pênaltis); e dois empates em 2 a 2 contra o Boca (derrota nos pênaltis). Ou seja, uma vitória, quatro empates e uma derrota, com as vagas nas três fases sempre sendo decididas nos pênaltis. Marcou 10 gols e tomou 10 em seis partidas, sendo que a defesa tomou 9 gols em quatro jogos. Não era para classificar mesmo desse jeito.
Cássia Eller era um pouco acima da média, nada mais


Claro que é sempre uma coisa chata quando um artista morre, ainda mais jovem, como foi o caso de Cássia Eller no dia 29 de dezembro (e como foi Marcelo Fromer, dos Titãs, no meio do ano). E é natural que se exagere na importância dele, mesmo quando ela é apenas mediana.
Cássia Eller não era a melhor das cantoras da geração dos anos 90. Marisa Monte e Zélia Duncan têm mais voz e sabem cantar, no sentido de interpretação. Já a diva roqueira era exatamente isso, uma roqueira que descambou para a podreira punk-hard rock, com voz poderosa mas não-educada (justamente por isso abusava dos berros e da voz rasgada meio blues, meio Janis Joplin). E aproveitou justamente a carência de vozes femininas no rock brasileiro propriamente dito, já que não dava para competir com as duas já citadas mais Adriana Calcanhoto e Ana Carolina, mais próximas do público comercial.
Os críticos dos grandes jornais e outros bicões ressaltam a "atitude" como a grande característica a ser louvada em Cássia Eller. Fazem crer que apenas ela tinha a chamada "atitude" (como se declarar homossexualidade e mostrar seios em públicos fosse grande novidade...)
Apesar desses gêneros dispensáveis de comportamento, musicalmente ela era relevante dentro da atual música brasileira, mas nada de excepcional. Era versátil e dedicada, nada mais, mas não dá para deixar de reconhecer que ela era um símbolo de uma geração de cantoras dos ano 90 com um público fiel.
R.I.P., girl.