O Conselho Nacional de Jornalistas foi derrotado Congresso Nacional. O projeto erta na verdade uma amálgama de estultícies, nulidades, bobagens e textos subliminares que evocavam o pior que o esquerdismo poderia produzir. Por baixo, o texto mostrava oportunismo de gente autoritária e sedenta do intervencionismo do Estado na questão da liberdade de imprensa. Sou favorável a um órgão patrecido como a OAB para a profissão de jornalista, mas sua criação precisa ser discutida com toda a classe, e não por um grupelho de oportunistas encastelados na Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e nos Sindicatos de Jornalistas. Deve ser um órgão regulador e fiscalizador, mas completamente dissociado do Estado. Leia a seguir texto extraído do boletim Jornalistas & Cia a chiadeira da Fenaj, derrotada no Congresso:
Sonho para alguns, pesadelo para outros, o CFJ cai na Câmara e a Fenaj desabafa
Em nota oficial, que também pode ser considerada um texto-desabafo, a Direção da Fenaj, a propósito da decisão da Câmara Federal de rejeitar o projeto do CFJ, diz: "O projeto que propõe o Conselho Federal dos Jornalistas está morto. A esperança de milhares de jornalistas e a expectativa de segmentos sociais importantes foram enterradas pelos coveiros tradicionais da democracia e
da organização da sociedade, aliados a inusitados novos cúmplices."
Diz ainda: "O projeto do CFJ está morto e dançam sobre sua tumba
os interesses aparentemente mais contraditórios. Os empresários da
mídia brasileira devem se regozijar. Mais uma vez seus desejos são aten-
didos. Escondidos atrás de um inverossímil discurso de liberdade de
imprensa, na verdade sempre tiveram a mais medíocre das intenções:
manter as condições salariais e de trabalho dos jornalistas nos níveis
mais baixos possíveis para compensar suas cambaleantes taxas de lu-
cros. Os empresários não admitem a normatização ética da profissão
porque querem manter o poder de decisão sobre o que pode e o que
não pode ser informado à população. Os donos da mídia e do poder
real, mais uma vez, impuseram sua vontade."
Complementa: "Indisfarçável satisfação devem estar sentindo alguns jornalistas desinformados e/ou mal intencionados, notoriamente aqueles com espaço concedido e privilegiado, que serviram como verdadeiros cães de guarda da monopolizada mídia nacional. Durante o debate público, suscitado pelo envio do projeto, era visível o alinhamento submisso à retórica patronal de preconceito e infâmia."
Sequer o Governo Lula é preservado: "Melancólico foi o comportamento do Governo que, se num primeiro momento compreendeu a justeza da reivindicação dos jornalistas e encaminhou o projeto, em seguida sucumbiu à prática de balcão de negócios estabelecida com o Congresso e, parecendo admitir as acusações de tentativa de cerceamento da imprensa, abandona o projeto de organização da profissão de jornalista à própria sorte."
Diz, por fim, o documento, que "os jornalistas brasileiros não desistirão de ter o controle do seu destino, que é a auto-regulamentação de sua profissão. Há 39 anos, o Congresso arquivou o primeiro projeto de criação de um Conselho Federal dos Jornalistas. Essa não é a primeira, e não será a última vez que nos mobilizamos. A Fenaj - que nos últimos quatro meses liderou um rico e histórico processo de debate sobre o jornalismo e os interesses privados que controlam a mídia no País - seguirá firme na luta".