quinta-feira, setembro 03, 2020

Enquanto o novo site Combate Rock não vem...




No mês em que o Combate Rock, blog e programa de web rádio, completa dez anos de existência, a iniciativa informativa sobre música, reconhecida e respeitada no Brasil, prepara a transição para um novo ambiente depois de sete anos de produtiva parceria com o portal UOL.

O que era para ser um espaço pra discussões e "pancadarias diversas" sobre o mundo do rock evoluiu e cresceu. Tornou-se uma marca importante e um ambiente informativo relevante sobre o rock, além de muita opinião e reflexão.

Neste período de transição, desde o dia 10 de julho, o site www.mmoreirasp.blogspot.com serviu como apoio para a continuidade dos trabalhos do Combate Rock até que o novo site/ambiente ficasse pronto.

A criação desse blog no Blogger é uma maneira de resgatar a marca/domínio Combate Rock enquanto os trabalhos de elaboração do novo site não terminam.

Agradecemos imensamente a paciência e o apoio de sempre. Esperamos que seja muito breve a existência deste blog. Portanto, por enquanto, os textos do Combate Rock estarão sendo publicados aqui, em www.combaterock.blogspot.com.

Para os textos mais antigos, acesse www.combaterock.blogosfera.uol.com.br e www.mmoreirasp.blogspot.com.

terça-feira, setembro 01, 2020

Liberado trailer de documentário sobre a vida de Phil Lynott, do Thin Lizzy

Do site Roque Reverso




O canal oficial da Eagle Rock Entertainment liberou nesta quinta-feira, 20 de agosto, o trailer do documentário sobre a vida e a obra musical de Phil Lynott. O filme do saudoso líder, vocalista e baixista do lendário grupo Thin Lizzy está previsto para chegar aos cinemas entre setembro e dezembro de 2020.

O trailer foi liberado na data de aniversário de Lynott, que faria 71 anos em 2020, se não tivesse morrido precocemente, em 1986, anos 36 anos.

Com direção de Emer Reynolds, o documentário “Phil Lynott: Songs For While I’m Away” traz a história de como um jovem negro irlandês da classe trabalhadora de Dublin dos anos 1950 se transformou numa estrela do rock no seu país e no mundo.

Além de depoimentos de parceiros da banda, o documentário traz os de outras figuras importantes do rock, como James Hetfield, do Metallica, Adam Clayton, do U2, Huey Lewis e Suzi Quatro.

“Como vocalista do Thin Lizzy, Phil Lynott era um compositor, um poeta, um sonhador, um homem selvagem. Contado extensivamente por meio das palavras do próprio Phil e com foco em algumas de suas canções icônicas, o filme chega ao coração de Philip, o pai, o marido, o amigo, o filho, o ícone do rock, o poeta e o sonhador”, diz a sinopse do filme apresentada pela Eagle Rock Entertainment.

Até o momento, não há informação sobre quando e se o documentário estará nos filmes brasileiros, mas a importância de Lynott não deve deixar a película passar batida por aqui.

Notas roqueiras: Föxx Salema, Overdose Nuclear, The Cribs...




- A vocalista Föxx Salema confirmou participação na primeira edição do festival online “O Rock de Equinócio”, que será realizado no dia 19/09 no canal do Youtube do apresentador Willba Dissidente. A ideia do evento é levantar recursos para ajudar os animais em situação de rua da cidade de Varginha/MG, e quem fizer doações durante o evento, participará de um sorteio de brindes cedidos pelo comércio da cidade. Serão nove bandas brasileiras e uma estrangeira, com apresentações pré-gravadas. Cada banda participará com até quatro composições próprias, e durante o evento serão pedidas doações para a 3ª Proteção Animal. Ao lado de Föxx Salema estarão as bandas Violator, Gueppardo, Hellway Patrol, Corpse Grinder, Carro Bomba, Comando Etílico, Gore War, New Democracy e o Blind Illusion, dos EUA. Para assistir o evento, que terá início às 21:30h, basta acessar o canal https://www.youtube.com/user/willbadissidente.

A banda Overdose Nuclear, de Ubatuba (SP), será a única banda brasileira presente na segunda edição do festival online “Pandemic Terror Fest”, que será realizado no dia 29 de agosto, a partir das 22h. Organizado pela Living Metal Producciones, o evento contará ainda com as seguintes bandas (confirmadas até o momento): Evilution (Colômbia), Next (México), War Kabinett (México), 4Estigma (Chile), GuerraSanta (Argetina), Savanth (México), Derian (Venezuela), Halcón 7 (México) e Atavi (Colômbia). Será a terceira aparição em festivais online da banda, que já participou do Roadie Crew Online Festival e do Metal com Batata Stay Home Festival. 
Para mais informações sobre o festival, acesse https://www.facebook.com/LivingMetal

The Cribs estão de volta em grande forma, anunciando seu oitavo álbum, Night Network. Previsto para ser lançado via Sonic Blew / [PIAS] na sexta-feira, 13 de novembro de 2020, o álbum de 12 faixas auto-produzido foi gravado no Foo Fighters Studio 606 em Los Angeles na primavera / verão de 2019. O anúncio do álbum é comemorado com o lançamento do clipe da faixa principal "Running Into You" - co-dirigido por Andy Knowles e Nick Scott e apresentando o aclamado ator Sam Riley.
Assista aqui

The Jam, um corpo estranho dentro do tumulto punk dos anos 70

Marcelo Moreira

Bem no meio do caminho entre a podreira dos Sex Pistols, a virulência do Clash e da nostalgia veloz dos Ramones havia uma banda que celebrava a cultura mod e, de certa forma, o modo de vida típico da Inglaterra, em plena era punk.

The Jam era o trio londrino que queria fazer barulho, mas mesclando as influências sessentistas que rescendiam a The Who, Small Faces e Kinks. E os três moleques decidiram que confrontariam a violência sonora e comportamental resgatando a cultura mod. Essa ousadia está completando 45 anos da guinada definitiva para o mundo do rock profissional.

Foi um tiro certeiro e que deu muito certo logo logo, com uma chuva de convites para gravar o primeiro álbum já em 1977.

E o mundo mod ressurgiu das cinzas, chegando a inspirar a produção de um filme, "Quadrophenia", em 1979, baseado na obra homônima do Who, de 1973 - dependendo do humor do dia, o guitarrista do Who, Pete Townshend, admite que isso realmente ajudou na decisão de fazer e continuar o filme após a morte do baterista Keith Moon.

A mente brilhante que impulsionou o trio é o guitarrista e vocalista Paul Weller, um garoto nostálgico metido a intelectual que tinha muito talento para compor e para (re)criar fraseados que eram puro "Swinging London" (Londres fervilhante e moderninha, como a capital inglesa ficou conhecida nos anos 60 por conta da efervescência cultural).

Em 1975, The Jam já parecia uma boa ideia, ainda que os Ramones possam ter jogando um pouco de água fria com seu som acelerado, veloz e cheirando a nostalgia sessentista pura.

Quando os punks tomaram conta da vida e das paradas, o trio de moleques de 20 anos já tinha muita coisa para mostrar, soando completamente diferente do que Siouxsie and the Banshees, Buzzcocks, Sham 69 e toda uma série de bandas importantes, mas eminentemente punks.

As composições eram diferentes, os temas diferentes e as guitarras eram diferentes. Mas, sobretudo, a atitude era diferente, o que irritava muito os punks raiz, digamos assim.

Weller e seus colegas assumiam claramente que queriam ser pop, mas tinham audácia e peito para navegar dentro do maremoto punk. Mais ainda: ofereciam um caminho que só mais tarde o Clash e outras bandas britânicas enxergariam para além do movimento punk.

A história da formação do grupo, aliás, guarda pouca semelhança com o surgimento de outros nomes fortes da cena punk britânica. Se o "do it yourself" (faça você mesmo) imperava, com muitos moleques sem saber tocar direito, no caso de The Jam era diferente.

Inicialmente um quarteto no colégio, o grupo não tinha cara definida no alto dos 14 anos, em média, de seus integrantes, em 1972. Weller era apenas o vocalista que se aventurava no violão ao lado de Bruce Foxton (baixo), Rick Buckller (bateria) e Steve Brookes (guitarra).

Não houve muito progresso no início e as expectativas continuaram baixas até que Brookes foi cuidar da vida, perdendo o interesse. Nem houve tempo para procurar um guitarrista, já que Weller se apresentou e surpreendeu a todos com sua pegada á la Pete Townshend.

Já era 1975, quando o trio finalmente decidiu abraçar o rock e se tornar um ícone do punkl sem ser realmente punk.

Em 1977 o Jam assinou um contrato com a Polydor Records e lançou seu primeiro compacto, "In The City", seguido por um álbum homônimo, que misturava influências mod e punk com as composições de Weller e versões de clássicos do R&B.

O álbum seguinte, do mesmo ano, foi "This Is a Modern World", que divide com "Setting Sons", o quarto álbum, de 1979, a primazia de ser o melhor dos seis discos de estúdio.

Havia a urgência do punk, mas a canção era privilegiada, assim como os arranjos de guitarra e de cordas, tudo sob a regência de Paul Weller

Gigantes na Inglaterra, a ponto de escorregarem para fora do punk, The Jam foi menosprezado nos Estados Unidos, em um processo parecido com o que ocorreu com os Kinks, amados na Europa e quase ignorados na América.

Com a idolatria, o hoje sempre sereno Weller ganhou fama de temperamental e de metido a intelectual. Com o punk morrendo em 1980 e as bandas procurando alternativas para sobreviver, o líder do Jam mostrava o caminho em entrevistas ousadas e, de certa forma, proféticas.

Tudo indicava que The Jam daria o seu grande salto em 1982 para liderar a nascente new wave, surgida dos escombros do punk. Só que Weller queria mais e se julgava um artista que estava limitado ao rock no seu trio.

Era o auge da banda em seus cinco anos de sucesso, ninguém entendeu quando o guitarrista decidiu que bastava: saiu da banda, deu um jeito de evitar que fosse substituído e enterrou The Jam para sempre - nunca houve uma reunião, nem festiva, entre os integrantes.

As ambições intelectuais de Weller o levaram para o jazz e para a formação de um duo, Style Council, em 1984, ao lado do baterista Mick Talbot, uma iniciativa das mais felizes, liderando um movimento que tinha artistas como Matt Bianco, Cocteau Twins (no começo), Everything But the Girl, entre outros.

O jazz pop da dupla deu certo e conquistou um público enorme na Europa, mas o sucesso mesmo nos Estados Unidos só viria a partir de 1992, com Weller em carreira solo. Seu último trabalho é deste ano, "On Sunset", uma coleção de canções sofisticadas e elegantes que variam do folk ao pop melódico.

Bruce Foxton, desnorteado, tento desistiu depois de contendas com Wellerasu manter o Jam, mas desistiu depois de contendas com Weller.

Trabalhou com vários artistas underground nos anos 80 e ensaiou uma banda com Simon Townshend, irmão de Pete, o Casbah Club que fracassou.

Hoje se dedica ao From the Jam, uma espécie de banda tributo ao jam (ou a ele mesmo), nos moldes do Call the Police, que Andy Summers, do Police fez com músicos brasileiros para tocar as canções de sua ex-banda.

Já Rick Buckler atuou por algum tempo no underground, mas sem sucesso, optando por se retirar da vida pública há muitos anos.



segunda-feira, agosto 31, 2020

Bon Jovi retrata a pandemia e conforta fãs em clipe da música ‘Do What You Can’

Do site Roque Reverso

Jon Bon Jovi (FOTO: DIVULGAÇÃO)
O Bon Jovi é mais uma banda que retratou a pandemia de covid-19 no planeta em canção e clipe. O grupo norte-americano liberou o clipe da faixa “Do What You Can”, que estará no novo álbum da banda previsto para o dia 2 de outubro.

Filmado nas ruas de Nova York, o clipe traz o líder e vocalista da banda, Jon Bon Jovi, passando por vários locais da cidade, que foi uma das que mais sofreu com a pandemia em todo o planeta.

Em vários momentos, de máscara, Jon Bon Jovi participa de várias cenas que são bastante familiares para pessoas do mundo inteiro: de locais importantes fechados, de pessoas isoladas e distantes de parentes e amigos amados, de regiões paradas e também de trabalhadores que continuam seus serviços imprescindíveis para que outras pessoas permaneçam mantendo suas vidas.

É um clipe que traz, ao mesmo tempo, a inevitável tristeza pelo período que só os insensíveis e negacionistas não enxergam, mas também uma mensagem de conforto e força aos fãs.

Denominado “Bon Jovi 2020”, o disco novo do Bon Jovi seria lançado oficialmente no dia 15 de maio. Entretanto, a pandemia do novo coronavírus atrasou o lançamento.

A produção do álbum é da dupla John Shanks e Jon Bon Jovi, que vem sendo a responsável pelos discos mais recentes da banda.

O novo trabalho é 15º disco de estúdio do Bon Jovi e ainda o segundo sem qualquer contribuição do guitarrista Richie Sambora, que saiu do grupo em 2013.

“Bon Jovi 2020” sucederá o álbum “This House Is Not For Sale”, que foi lançado em 2016, gerou vários clipes e contou com boa repercussão dos fãs.

O disco novo terá 10 músicas e já está disponível para venda nos formatos digital, vinil e CD.

Outra amostra do disco foi a música “Limitless”, que ganhou clipe no fim de fevereiro. A faixa “American Reckoning” também ganhou um lyric video.

Especificamente em relação à letra da música, ela foi feita por Jon Bon Jovi, mas contou com a colaboração de fãs, por meio de ação em redes sociais. Ele pediu para que os fãs escrevessem algum verso e contassem as suas histórias.

Por meio da hashtag #DoWhatYouCan, a banda foi recebendo milhares de trechos dos fãs.

“A letra de ‘Do What You Can’ conta uma história comovente”, diz o texto que acompanha a apresentação do vídeo no site da banda. “Enquanto a pandemia fechava a cidade de Nova York, Jon saiu às ruas com uma máscara nas mãos para o relato de uma testemunha ocular da resiliência e força das pessoas comuns que enfrentam uma crise que o mundo nunca viu em nossas vidas.”

Lista extensa

A bela ação do Bon Jovi incrementa uma extensa lista de representantes do rock com músicas e clipes ligados ou influenciados pela pandemia. Bono, do U2, foi um dos primeiros, com a música “Let Your Love Be Known”.

Depois dele, os Rolling Stones trouxeram um clipe para a música “Living In A Ghost Town”. A faixa também veio acompanhada de um clipe que mostra cidades vazias do planeta.

Na sequência, foi a vez do Evanescence, com a música “Wasted on You”, que ganhou um clipe emocionante, retratando os músicos em suas respectivas casas, durante o isolamento social imposto pelo cenário de pandemia.

Ainda na lista, o Ministry lançou a música “Alert Level”, na qual a banda pediu para que os fãs respondesse sobre o atual nível de preocupação.

O Scorpions também lançou no dia 28 de abril o clipe da música “Sign of Hope”. A bela e inédita balada traz uma mensagem de conforto aos fãs em época de isolamento social motivado pela pandemia do novo coronavírus.

No caso do Metallica, a banda liberou uma versão acústica da música “Blackened”, clássico do heavy metal.

O Weezer, por sua vez, lançou no dia 6 de maio o clipe da música inédita “Hero” com um clipe no qual o grupo faz uma homenagem aos profissionais essenciais na pandemia.

Também o lendário Alice Cooper ressurgiu com o lançamento de uma música. “Don’t Give Up” também é mais uma mensagem de apoio e conforto a fãs.

Aqui no Brasil, a cantora Pitty também contribuiu com o lançamento do clipe da música “Submersa”, no qual ela concebeu e filmou todo material com objetos cotidianos que se relacionam com a letra da canção.

Emoção

Reconhecido por vários trabalhos de filantrópicos e famoso por ter se empenhado na ajuda a várias pessoas nesta pandemia, Jon Bon Jovi relatou sua emoção com o clipe.

“Gravar um vídeo em ruas quase vazias de Manhattan em meio a uma crise global realmente contou a história de “Faça o que puder” do lugar onde eu o vivi. E eu sei que aquelas ruas vazias se parecem com tantas partes da América lutando contra esta pandemia”, destacou Jon. “Mas a história dos heróis do dia-a-dia mostrando uma coragem incrível foi inspiradora de ver e o vídeo, assim como a música, tem muita esperança também.”

Notas roqueiras: Apokrisis, Thiago Bianchi, Fighter...




- A banda de progressive death/thrash metal paulistana Aprokrisis lançou hoje o single "Absinthe From The Gods", primeiro single extraído do vindouro álbum de estreia, "Misanthropy", com data prevista de lançamento para o final desse ano. Confira "Absinthe From The Gods" em:
https://youtu.be/UI6zKla5NLs. "Absinthe From The Gods" foi composta por Rodrigo Sanner, Evandro Bezerra, Emerson Soares, Alexandre Tamarossi e Thiago Schulze, com letras por Rodrigo Sanner e capa por Emerson Soares.

- O próximo programa do respeitado talk show “Bom dia! Com Rock e Filosofia!” será muito especial. No dia 19 de agosto, às 10h, no YouTube da rádio Kiss FM, o apresentador Thiago Bianchi (Noturnall/ex-Shaman) convida o historiador Leandro Karnal e o guitarrista Rafael Bittencourt (Angra). O programa é apresentado no canal do YouTube da Kiss FM, no formato LIVE, todas as quartas-feiras, à partir das 10h, com presença ao vivo de vários convidados. Em São Paulo, a Kiss FM está em 92,5 FM. Acompanhe o talk show em https://www.youtube.com/user/RadioKissFMoficial. Até aqui já passaram convidado scomo Mário Sérgio Cortella (Historiador), Kiko Loureiro (Megadeth), Henrique Fogaça (Cheff de Cozinha e Músico), Luís Mariutti (Shaman), Edu Falaschi (Ex-Angra) e Eduardo Marinho (Artista de Rua).

- A banda gaúcha Fighter está lançando um vídeo clipe para o single “Arte da Guerra”, também disponível nas plataformas digitais. O lançamento da faixa inédita em diversos formatos complementa uma divulgação paralela aos vídeos do álbum ao vivo "VII (Live Session)”, onde a banda lança, a cada mês, um vídeo com uma música diferente, presente no registro em formato “Live Session”.

Black Sabbath em ritmo de jazz, uma ideia que deu certo

Marcelo Moreira

A campanha de marketing foi ridícula, mas não afetou o produto final. E então as músicas do Black Sabbath, considerado o inventor do heavy metal, viraram jazz ao comando do excelente pianista e tecladista Adam Wakeman.

Integrante mais novo do clã britânico especializado nas teclas, Wakeman, filho de Rick (ex-Yes) e irmão de Oliver, acompanhou a banda e também Ozzy Osbourne em sua carreira solo por muitos anos. Mais do que familiarizado, tem verdadeira obsessão pelo repertório do quarteto de Birmingham.

"Jazz Sabbath", o nome do CD lançado recentemente e, aparentemente, nome do projeto, tinha tudo para dar errado. O próprio Ozzy reclamou bastante, certa vez, de várias passagens jazzísticas no álbum "Never Say Die", de 1978, o seu último com a banda antes da volta, em 1996.

Entretanto, o álbum funciona se for encarado estritamente como um álbum de jazz. Esqueça que são músicas do Black Sabbath, já que ops arranjos da banda que o gravou quase que eliminam as similaridades, digamos assim. Conservaram as bases, mas os arranjos são muito interessantes.




É antiga ainda é a tradição de pegar clássicos roqueiros e transformá-los em jazz. Vem dos anos 70 essa "mania", especialmente, com canções dos Beatles e Rolling Stones.

Neste século, temos os magistrais trabalhos de Alx Skolnick Trio (projeto do guitarrista do Testament) e do Crimson Jazz Trio (que recria temas do King Crimson), para não falar em trabalhos maravilhosos no Brasil, como o Moda de Rock (clássicos transpostos para a viola caipira) e o último álbum do pianista e tecladista Ari Borger.

O marketing ruim quase estraga a boa iniciativa. No texto distribuído à imprensa, acompanhado de um pequeno vídeo supostamente sério, com entrevistas com músicos importantes, os "produtores" falam de um músico genial que teria composto um álbum em 1968 e 1969, mas que teria sido engavetado pela gravadora enquanto se recuperava de uma doença prolongada.

Recuperado, descobriu que sua gravadora não existia mais, que o dono da empresa estava preso e que o depósito onde as fitas das gravações estava pegou foto, queimando tudo.

No final do ano passado, as tais fitas teriam sido achadas num canto em um porão qualquer e o músico autor, Milton Keanes, um pianista, teria conseguido apoio para editar o material e finalmente "desmascarar" os charlatões que teriam roubado suas músicas e as transformado em rock pesado. Tudo piada, mas sem muita graça.

"Iron Man", clássico dos clássicos, tem uma performance excelente de Adam Wakeman, que fez arranjos criativos ao lado de uma banda de apoio, na segunda parte da música, afiadíssima e mostrando um jogo de cintura contagiante. É outra música.

"Rat Salad", tema instrumental por natureza, foi a música que mais se adaptou ao projeto e ganhou "novos riffs", digamos assim, onde piano e instrumentos de sopros fazem duelos memoráveis.

Assombrosa, no entanto, é a versão de "Children of the Grave", uma daquelas canões que simbolizam o peso o do heavy metal, com os riffs do baixo tenebrosos e uma guitarra que costuma demolir as paredes. 

Em "Jazz Sabbath" ela se transforma um uma verdadeira suíte, com passagens intrincadas e uma miríade de riffs sobrepostos executados no piano e com um acompanhamento soberbo de metais. Outro exemplo de música completamente transformada. 

Ouvindo-a sem saber que se trata de uma canção do Black Sabbath e sem conhecer a original, pouquíssimas pessoas teriam, condições de de cravar de que se trata de uma versão de "Children of the Grave". O mesmo pode ser dito de "Fairies Wear Boots".

Wakeman e os produtores foram felizes em escolher sete músicas dos primeiros álbuns, sendo que três hits estrondosos - "Changes", "Iron Man" e "Children of the Grave". 

Optando por músicas como "Rat Salad" e "Evil Woman" (quem nem foi composta pelo Black Sabbath), os instrumentistas tiveram um pouco mais de liberdade para ousar e criar arranjos inusitados.

A empreitada era arriscada e tinha tudo para dar errado, mas deu bastante certo. Que Wakeman e os produtores mantenham o projeto e realizem novas versões para as músicas do Black Sabbath.


domingo, agosto 30, 2020

Notas roqueiras: Malvada, Calligram, Gravekeepers...


Malvada (FOTO: DIVULGAÇÃO)
- Nesta semana, a Malvada lançou o vídeo onde elas mandaram ver numa versão do clássico “Barracuda”, da banda Heart. Essa música foi registrada no primeiro ensaio das garotas, sem produção, e gravado pelo celular. Enquanto isso elas estão trabalhando na gravação de suas músicas autorais. Confira: https://m.youtube.com/watch?v=QZq4fzJ8uLU

- "The Eye Is The First Circle "(Prosthetic Records, 2020) faz o black metal atravessar o caminho até o post-hardcore numa mistura genuína de estilos e este é o disco de estreia do quinteto Calligram, verdadeira Torre de Babel da música pesada, mas que se entrosa com perfeição. Escute o álbum em Spotify - bit.ly/calligram-spotify. Formada por dois brasileiros, um inglês, um francês e um italiano, Calligram, com seu The Eye Is The First Circle, álbum escrito em período de grandes dificuldades pessoais para todos os integrantes, tem conseguido se tornar grande referência para o black metal moderno e recente em diversas partes da Europa onde o trabalho tem sido recebido com entusiasmo pelos ouvintes e grandes veículos como Metal Hammer, Metal Injection, Decibel e Blabbermouth.The Eye Is The First Circle, título do álbum, deriva de um ensaio de Ralph Waldo Emerson intitulado Circles, que começa: "O olho é o primeiro círculo: o horizonte que ele forma é o segundo; e por toda a natureza essa figura primária se repete sem fim".


- O novo single do Gravekeepers acaba de ser liberado para audição completa em todas as plataformas digitais. “Fuga” foi lançada exclusivamente no disco homônimo da banda lançado em versão física. Escute em https://open.spotify.com/track/1uoMIzpnwCUWjI8TjiICYz?si=1eJDm5xdRYi82W6FPF0U7A

Racismo, fascismo e a militância necessária de Napalm Death e Detonautas

Marcelo Moreira

Napalm Death: Barney Greenway está ao centro (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Uma comoção mundial por conta de dois fatos umbilicalmente relacionados: a dolorosa morte de um ator símbolo e a permissividade criminosa e assassina para que um adolescente não seja incomodado por policiais mesmo portanto um rifle automático de uso do Exército norte-americano.

Qualquer demonstração antifascista em qualquer lugar do mundo virou ofensa para a extrema direita assassina e asquerosa.

Várias demonstrações de antirracismo por conta de mais um ataque covarde de policiais brancos contra um negro em Wisconsin, nos Estados Unidos desencadearam uma série de protestos mundiais, mas a elite branca norte-americana decidiu revidar com tiros e jogando a Guarda Nacional contra os manifestantes.

Um moleque nojento de 17 anos aparece com um rifle a um dos protestos, mata duas pessoas e sequer é incomodado pelos policiais brancos igualmente asquerosos. Só mais tarde, identificado, é que foi preso - ou melhor, teve de ser preso diante da pressão contra uma polícia inerte e criminosa, que foi "obrigada" a detê-lo. Quer maior desprezo pela vida humana do que essa conduta?

Esse fato lamentável, infelizmente, divide as manchetes com vários protestos pelo mundo, com a lamentável convenção do Partido Republicano que escolheu Donald Trump como candidato à reeleição presidencial, e a a morte do ator Chadwick Boseman, o Pantera Negra das telas.

Boseman foi o primeiro herói negro das sagas de super-heróis da Marvel - ou de qualquer outra empresa/mito dos quadrinhos e HQs. Foi vítima de câncer no cólon e morreu aos 43 anos de idade.

Sua interpretação marcante do Pantera Negra representou uma quebra necessária de barreiras dentro do cinema mundial e acabou se tornando uma figura marcante para crianças e jovens negros em todo o mundo.

É óbvio que os racistas surtaram com as homenagens a Boseman - assim como me relação ao boicote dos jogadores negros norte-americanos de basquete. Nas redes sociais brasileiras, houve quem minimizasse a importância do ator norte-americano com críticas estúpidas e nojentas ao filme em questão.

Enquanto os lixos humanos que se dizem republicanos nos Estados Unidos ignoram as mortes de negros e os protestos, clamando pela "lei e a ordem" e ansiando por violência contra os manifestantes, algumas banda de rock não perdem a oportunidade de se posicionar.

Os metaleiros ingleses do Napalm Death acabam de lançar mais um álbum com pesadas críticas político-sociais e com um tom abertamente antifascista.

"Throes of Joy in the Jaws of Defeatism" é o nome do disco e parece ter sido feito sob medida pra enfrentar a onda autoritária, desumana e fascista que assola o mundo, mas especialmente os Estados Unidos.,

Em entrevista ao site MetalSucks, o vocalista Barney Creenway soltou o verbo contra o fascismo: "Procurei captar a atmosfera que o mundo está vivendo. Populismo, protecionismo, nacionalismo. E eu acho isso bastante inquietante, no mínimo. E com essas coisas que mencionei, há a separação das pessoas, há uma descriminação e desumanização de certas pessoas que é acentuado por conta do sentimento nacionalista, populista e protecionista".

Ele criticou as perseguições aos gays em muitos lugares do mundo e ataques contra imigrantes: "Isso é uma tática da… – serei bem cuidadoso para usar essa palavra porque acho que ela é usada de forma errada algumas vezes, onde não se reconhece os defensores da ideologia da mesma – mas é a ideologia fascista."

Em um exemplo bem didático do que critica, investe contra o comportamento nocivo que parece estar predominando atualmente: "Toda a ideia de usar pessoas como bode expiratório baseados em qualquer coisa que esteja acontecendo em suas vidas, e eles podem estar querendo escapar da tirania, da próprio sexualidade, da própria constituição biológica, é louco que coisas do tipo estejam sendo propagadas por governantes. E você deveria ficar inquieto com isso, porque se nos lembrarmos, essas são características de Franco (ditador espanhol), Mussolini, Hitler, isso é como começou, desumanizando minorias e dando fazendo grandes prêmios , que foi quando o genocídio começou".

 No Brasil, o posicionamento mais contundente, até agora, foi o da banda Detonautas Roque Clube, com uma pancada absurda e certeira contra o conservadorismo e o governo incompetente de extrema direita que nos governa.

Detonautas Roque Clube: Tico Santa Cruz é quarto da esq. para a dir. (FOTO: DIVULGAÇÃO)
"Carta ao Futuro" é uma canção-videoclipe sombrio em tons distópicos sobre a sociedade brasileira. A letra, de autoria do vocalista Tico Santa Cruz, explicita a desumanidade da atual administração e de seus apoiadores, ressaltando a extinção de direitos civis e trabalhistas, além de atentados contra os direitos humanos e a exacerbação da violência social.

Santa Cruz é um conhecido ativista dos direitos humanos dentro do meio artístico e se tornou um cronista social para denunciar as constantes violações de direitos sociais e ataques à democracia e à liberdade de expressão.

Cientista social por formação, o vocalista às vezes se incomoda ao ser identificado com a esquerda e suas ideias. Acredita que esses tripo de rótulo limita e até impede que se estabeleça um diálogo possível entre extremistas e pessoas que divergem profundamente.

Entretanto, em sua contas nas redes sociais, diante de constantes ataques e ameaças que sofre, vai lentamente percebendo que o diálogo é impossível com gente estúpida. A esmagadora maioria dos direitistas brasileiros é estúpida, sendo que os bolsonaristas, ou seja, a maioria, é totalmente burra.

"Carta ao Futuro" incomodou profundamente essa gente desonesta e asquerosa, o que, inevitavelmente, empurra Santa Cruz e os Detonautas para a oposição e pra a esquerda - que assim seja, já que são combatentes preciosos e pensadores artísticos necessários para conter a mediocridade direitista que chafurda no que de pior existe na religião e no fascismo.

Os 30 anos do ‘Persistence of Time’, clássico álbum do Anthrax

Flavio Leonel - do site Roque Reverso



O dia 21 de agosto de 2020 marca o aniversário de 30 anos do disco “Persistence of Time”, do Anthrax, o quinto da carreira de sucesso do conjunto musical. O álbum é considerado um dos mais complexos da banda norte-americana de thrash metal e representa o fechamento da fase de ouro do grupo, que concentra também os discos “Among the Living” , de 1987, e “State of Euphoria”, de 1988.

“Persistence of Time” também foi o último álbum com a formação clássica do Anthrax, já que o vocalista Joey Belladonna deixaria a banda em 1991 para voltar ao grupo definitivamente apenas em 2010, já sem a presença do bom guitarrista Dan Spitz – este saiu da banda alguns anos depois, em 1995, e até voltaria momentaneamente entre 2005 e 2007, mas não gravaria discos de estúdio novamente com os históricos parceiros musicais.

Além de Belladonna e Spitz, estão na formação clássica que gravou o “Persistence of Time” o guitarrista Scott Ian, o baterista Charlie Benante e o baixista Frank Bello.

O álbum pode não ser melhor do que o indispensável “Among the Living”, mas traz o Anthrax numa fase madura e querendo arriscar um som mais complexo, refletindo uma tendência na época entre as grandes bandas de thrash metal.

Na ocasião, depois que o Metallica lançou o complexo e excelente “…And Justice For All”, as bandas de thrash metal seguiram a tendência que trazia canções mais longas do que o habitual do estilo, variações de andamento, viradas repentinas e inesperadas de ritmo, além de riffs diversos e distintos dentro de uma mesma faixa.

Depois do sucesso de vendas do “…Justice”, que é de 1988, o início dos Anos 1990 trouxe o Death Angel com o ótimo e complexo “Act III” e as bandas do aclamado Big Four (que traz, além do Metallica, o Slayer, o Megadeth e o Anthrax) numa linha parecida.

O fã de thrash metal teve um verdadeiro banquete à disposição a partir do segundo semestre de 1990. O Anthrax lançou o “Persistence of Time” em agosto, o Megadeth trouxe o disco “Rust in Peace” em setembro e o Slayer lançou o álbum “Seasons in the Abyss” em outubro.

Tal qual o “… And Justice For All”, são todos álbuns mais caprichados musicalmente do que essas bandas fizeram anteriormente. Até mesmo o Slayer, considerado o mais agressivo dos 4 grandes do thrash, traz uma técnica apuradíssima no “Seasons in the Abyss”.

Parecia existir, portanto, uma espécie de competição entre os grupos com discos cada vez mais elaborados. Importante dizer que esta competição também era perigosa, pois algum excesso na complexidade dentro do thrash metal poderia gerar algo rebuscado demais e capaz de tirar a agressividade marcante do estilo.

Tique-taque acelerado

Quando se fala em complexidade no rock, logo vem à mente a imagem do rock progressivo. E poucas coisas no rock são mais progressivas do que o Pink Floyd. É justamente com uma música de mesmo nome de um clássico do grupo britânico que o Anthrax inicia o álbum.

Se “Time”, do Pink Floyd, no álbum “Dark Side of The Moon”, traz um tique-taque histórico de um relógio na introdução, porque o Anthrax não poderia trazer algo semelhante, mas muito mais rápido no começo de seu álbum? A música “Time”, do Anthrax, começa com a aceleração do tique-taque e uma avassaladora introdução thrash que faz o olho do fã da banda longo brilhar.

Charlie Benante e Frank Bello dão a deixa para Scott Ian e Dan Spitz entregarem o riff poderoso. Com isso, logo na entrada, Joey Belladonna, no auge de sua voz, faz bonito e mostra porque ele tinha na ocasião o melhor vocal (tecnicamente falando) do Big Four.

A faixa “Blood” vem na sequência e amplia a agressividade do Anthrax. Rápida, a música supera os 7 minutos, é a mais longa do álbum e traz também elementos além do thrash metal, especialmente nos vocais.

“”Keep It in the Family” é a próxima e traz o Anthrax em plena forma, mostrando porque está entre as maiores do estilo musical. Scott Ian mostra aqui o motivo de ser considerado um dos maiores criadores de riff do thrash metal, já que praticamente brinca com um riff que vai acelerando aos poucos. Tente ficar sem bater a cabeça nesta faixa ou mesmo sem pensar em simular um roda de mosh! Se você é um fã clássico do thrash, é difícil.

Também vale destacar a boa letra, mantendo a tradição crítica do Anthrax. Para quem viaja na maionese e acha que música não pode trazer conteúdo político, está aí mais uma várias amostras do Anthrax de que o rock sempre foi contestação, e não apenas melodia.

“In My World” é a faixa seguinte e uma das três do álbum que ganhou clipe. A música mantém os riffs precisos e marcantes do Anthrax e tem como destaque o vocal perfeito de Belladonna. O clipe, apesar do som de estúdio, traz imagens da banda em show da turnê e é possível ver o cenário bacana que simula a capa do álbum e traz um relógio com os ponteiros girando.

“Gridlock” fecha o então Lado A do álbum. De todas até então tocadas, é a que menos chama a atenção, apesar de manter a levada thrash

Lado B

“Intro to Reality” abre o então Lado B. Instrumental, ela mantém uma tradição que, na época, era possível ver com mais frequências entre as bandas de thrash. Não é nenhuma “Orion”, do Metallica, mas serve para mostrar as qualidades musicais dos membros do Anthrax.

“Belly of the Beast” vem na sequência e também é uma das três do álbum com clipe. O vídeo por sinal traz imagens do Anthrax em turnê e circulando ao lado de locais históricos, como o Coliseu, em Roma, e o alemão Muro de Berlim, que havia sido derrubado meses antes, em novembro de 1989.

“Got The Time” é a terceira do álbum com clipe e a terceira do Lado B. É, de longe, a faixa mais popular do Anthrax, mesmo sendo uma cover de Joe Jackson.

Sempre presente nos shows da banda, ela tinha presença constante nos programas de metal das MTVs do mundo inteiro. O clipe é uma dos mais famosos da história do heavy metal e traz o Anthrax naquele jeitão thrash que angaria fãs do estilo. É a mais curta música do disco e a que, apesar de ser cover em nova roupagem, mais agrada os fãs da banda.

“H8 Red”, “One Man Stands” e “Discharge” fecham o álbum. Depois do “arrasa-quarteirão” “Got The Time”, parecia ali que o Anthrax tinha achado sua joia para puxar as vendas do disco. Tudo que viesse depois dela no álbum seria complementar e não chegaria aos pés da grande música.

Fim do disco e a constatação de que ele é clássico. Não por acaso, concorreria na categoria de Melhor Performance de Metal do Grammy de 1991, sem, no entanto, vencer, já que perderia para “Stone Cold Crazy”, do Metallica, nessas coisas inexplicáveis do Grammy de misturar em premiação faixa com álbum. O mesmo Grammy que bizarramente, em 1989, havia dado o prêmio de Melhor Performance Hard Rock/Metal para o Jethro Tull, em vez do favoritíssimo Metallica com o álbum “…And Justice For All”.

Depois de “Persistence of Time”, Joe Belladonna ainda gravaria um EP com a banda, “Attack of the Killer B’s”, de 1991, quando o grupo fez uma boa união com o hip hop do respeitado Public Enemy na ótima faixa “Bring the Noise”. O vocalista sairia em 1991 e voltaria somente em 2005 na turnê que tocou o álbum “Among the Living” na íntegra, e voltaria em definitivo em 2010 para o local de onde nunca deveria ter saído.