Obsessão por regulamentação
Conversei longamente hoje pela manhã com dois amigos que estão participando da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontece até amanhã (17/12) em Brasília. Eles não se conhecem e têm opiniões totalmente divergentes sobre o tema. Um é jornalista, outro é sociólogo com pretensão de ser jornalista - não é e dificilmente será.
Não gostei do que ouvi. Descontadas as zilhões de bobagens de gente que nada entende de comunicação e que está passeando em Brasília - bobagens que fazem a festa de gente desqualificada, como certos colunistas de revistas semanais -, o que sobra são tentativas toscas de colocar limites à atuação da mídia.
Só se fala em regulamentação e regras. Qualidade da informação e liberdade de imprensa, por exemplo, parecem coisas de outro mundo. Praticamente ninguém aborda o tema. E o mais perigoso: muita gente na conferência não só não condena a censura ao jornal O Estado de S. Paulo como a apoia.
E depois vem o presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schroder, reclamar que a grande imprensa ignora o evento.
Mas é óbvio que tem de ignorar: a conferência já nasceu contaminada pela ideologização e pela veia autoritária da censura e da “regulamentação”, eufemismo para restrições à atividade jornalística.
Sou jornalista sindicalizado e associado da Fenaj, tendo votado na atual diretoria e também na diretoria atual do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
O fato de apoiá-los e de ter amizade com a maioria dos diretores de ambas as entidades não me impede de criticá-los com veemência diante de alguns descalabros defendidos pelas entidades.
Não dá para admitir nada que não seja liberdade total e irrestrita de imprensa, opinião e expressão.
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