Tempos desagradáveis e sombrios
A disseminação da internet, com seu mantra de que qualquer um pode escrever o que bem entender, e a queda temporária da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo transformaram a área de comunicação em terra de ninguém. A quantidade de oportunistas e diletantes amadores que estão empesteando o setor é absurda e preocupante.
A TV Globo dá a sua contibuição para rebaixar ainda mais a profissão de jornalista ao criar um quadro no programa Fantástico chamado Curioso, capitaneado pelo ator Lázaro Ramos. Na chamada de divulgação da atração, Ramos diz que será “uma pessoa que tentou fazer várias c oisas na vida, onde não deu certo em todas mas que, por ser curioso, acabou ‘dando’ uma de jornalista’”.
Ou seja, a visão esteriotipada e equivocada que a própria emissora tem de seus profissionais é a de que o jornalista é um fracassado em várias coisas, mas que serve para o ofício por ser “curioso”.
Ao mesmo tempo, vemos que o público vem tendo um apreço enorme por outra atração diferente, digamos assim.
Depois que os “repórteres” do CQC - Custe o que Custar, da TV Bandeirantes, passou a constranger e ridicularizar políticos e celebridades, virou paradigma de programa “jornalístico” - especialmente depois da vergonhosa aparição do prefeito de Barueri, Rubens Furlán (PMDB), destemperado, na semana retrasada.
Ou seja, um programa formado por atores e comediantes, que se travestem de “repórteres” e fazem humor chulo, totalmente baseado no constrangimento, é considerado o que há de mais inovador na área jornalística.
Tudo isso acontece em tempos em que aumentaa gritaria pela censura e pelo tal do “controle social dos meios de conunicação”, entre outras coisas estapafúrdias contidas no tal Programa Nacional de Direitos Humanos 3.
Tudo isso acontece em um momento em que o presidente Lula não para de vociferar contraz a imprensa, aremetendo contra a liberdade de imprensa e expressão, por amis que diga o contrário quando participa de eventos com donos de meios de comunicação e jornalistas que chefiam redações.
O mesmo Lula que se beneficiou amplamente da imprensa durante a luta do PT para se firmar como partido, na época em que era porta-voz da oposição e que gritava contra a corrupção indecorosa e explícia dos anos Sarney-Collor-FHC.
Então quer dizer que naquela época valia a liberdade imprensa e expressão. Agora não vale mais?
Estes são tempos desagradáveis para a atividade jornalística. A sorte é que isso não dura para sempre. Coisas como o CQC tendem a sumir e o jornalismo enquanto instituição dará a volta por cima.
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