domingo, outubro 04, 2009

A minha democracia é melhor do que a dos outros


A minha democracia é melhor que a dos outros, já dizia, de forma jocosa, um importante sindilicalista do ABC que alcançou fama nacional. Uso a mesma frase para qualificar a forma como está sendo discutida a trapalhada absurda em que a diplomacia brasileira se meteu - de forma involuntária ou não.

O que mais vemos são palpites, meros palpites, mesmo nos grandes jornais. Só dá palpiteiro em todos os lugares, especialmente aqueles que se julgam radicais de esquerda, mas que não passam de revoltadinhos de boteco e de centro acadêmico.

Se o presidente é supostamente de “esquerda” e é tirado do poder, mesmo que tenha violado a lei e a constituição, então é vítima de golpe.

Se o presidente supostamente é de direita e cai, não se fez mais do que Justiça, com a “vitória das forças democráticas e populares” restabelecendo a ordem. Curioso - e ridículo - esse tipo de comportamento.

Manoel Zelaya, o presidente deposto, foi ou não vítima de um golpe? Quem o apeou do poder é ou não golpista, mesmo que a Constituição hondurenha permita que a Suprema Corte (o STF de lá) intervenha quando o presidente da República subverte a ordem e atropela as regras democráticas?

Isso tudo não tem a menor importância para nós, brasileiros. Honduras é um país insignificante internacionalmente, uma republiqueta de banana, como está demonstrado. E o caso está tendo a devida repercussão na imprensa brasileira: crítica, mas beirando a galhofa.

Levar a sério o que ocorre em Honduras é só reforçar o terdceiromundismo de uma diplomacia perdida e incompetente, que leva rasteiras seguidas de Morales e Correias da vida.

Todo golpe de Estado tem de ser condenado e execrado, onde quer que aconteça. O mesmo precisa ser aplicado quando a democracia corre perigo e as leis são atropeladas.

Parece ser o caso de Zelaya, como foi comChávez, Morales, Ortega e Correia, loucos para se eternizarem no poder usando as “regras” da democracia para isso. Assim como no futebol, não existem mais bobos no mundo. Uma hora alguém reage.

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