Decepções do fim de semana
Responsabilidade fiscal parece não ser um conceito muito difundido no Ministério da Fazenda. A troca de críticas entre o ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, só demonstra claramente que o primeiro não tem condições de permanecer no cargo. Na verdade, nunca deveria nem passar perto do ministério.
Meirelles, com toda a razão, alerta para o crescente aumento dos gastos públicos, fato que tem impacto direto na inflação. Mantega estrilou.
O relatório de inflação do Banco Central, publicado na quinta-feira da semana passada, chamava a atenção para o aumento de gastos de custeio, especialmente para aquelas despesas dificilmente redutíveis, de acordo com os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.
O texto menciona o problema da rigidez do orçamento. Isso contribuiu para alimentar discussão sobre o risco de pressões inflacionárias causadas pelo gasto público crescente.
Segundo relato do jornal Folha de S.Paulo, Henrique Meirelles, teria dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pode ser necessário elevar os juros antes do início do ano que vem.
Quem diria que sentiríamos saudades de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda.
Contra todos os prognósticos, o Rio de Janeiro sediará a Olimpíada de 2016. Algumas estimativas sugerem que os gastos para receber o evento ficarão entre US$ 9 bilhões e US$ 14 bilhões.
Como se o Brasil pudesse dispor desse dinheiro para organizar um evento dispensável, caro e que dá prejuízo. O retorno não vale o investimento, como aconteceu com Montreal (Canadá, 1976), Atlanta (EUA, 1996) e Atenas (Grécia, 2000). Não foi à toa que a rejeição da população de Chicago foi grande, fato antes impensável em relação a uma finalista.
Assim como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada do Rio é apenas um factóide, mas um factóide trágico, pois será uma farra de gasto público e uma festa para os corruptos que atuam livremente no Brasil, sem ser incomodados.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do mundo e dominada pelo crime organizado. A ausência do Estado é tamanha que prefeitura e governo estadual só conseguem governar Copacabana.
A escolha do Rio como sede da Olimpíada é uma irresponsabilidade internacional, assim como a decisão de se candidatar foi uma irresponsabilidade. Só vai servir de instrumento eleitoreiro a partir de 2010.
É incrível como tem gente que ainda dá espaço para pseudo-intelectuais ressentidos, rancorosos e paranoicos que adoram enxergar conspirações midiáticas contra os “amigos”, especialmente se esses “amigos” estão no poder. Menos mal que atualmente há cada vez menos espaço para esse tipo de gente escrever besteira.
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