Por que perder é uma tragédia?
O Brasil é um país pitoresco em diversos aspectos. Seu povo, por exemplo, não aceita derrotas esportivas. Perder em Copa do Mundo vira sempre uma tragédia – para nós, é simplesmente inaceitável que não ganhemos TODAS as Copas, com um futebol no mínimo tão bom quando o de Pelé.
Não interessa que o futebol, o mais popular de todos os esportes, seja também o mais equilibrado e o mais diversificado, aquele onde o erro muitas vezes é acerto e que partidas sejam decididas por decisões de árbitros (leia-se erros).
E daí que o Brasil seja o maior vencedor de todos neste difícil e competitivo esporte?
Desde quando perder no futebol é tragédia? Desde quando perder é motivo para execração pública? Desde quando perder Copa Libertadores é motivo para bater em jogadores e técnicos, quebrar sedes de clubes?
O brasileiro decidiu copiar o que de pior a cultura norte-americana produziu, a competição acima de tudo, a divisão nojenta do mundo entre perdedores e ganhadores.
Pena que esse “rigor” não seja aplicado na vida cotidiana, na escolha dos políticos e na fiscalização das administrações públicas.
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O time de futebol mais subversivo do mundo voltou ao mundos dos vivos. Após anos amargando as divisões inferiores, o St. Pauli, de Hamburgo, está de volta à primeira divisão do Campeonato Alemão.
O time é pequeno e curioso. Não passa de uma mistura de Portuguesa e Juventus, mas tem uma história divertida, assim como sua torcida. O presidente é um artista transformista, que hora se diz homossexual, depois muda e diz que é bissexual para depois negar tudo.
Localizado na região de St. Pauli, na zona portuária de Hamburgo, sempre teve a simpatia dos intelectuais do norte alemão por sua aura de clube liberal e pela postura libertária de suas várias diretorias. É o queridinho da esquerda alemã desde os anos 60 e foi adotado por políticos liberais e artistas modernosos.
Um dos slogans da torcida é “liberdade, tolerância e democracia” acima de tudo. Seus torcedores e diretores conseguiram banir os execráveis neonazistas de suas arquibancadas (o Millerntor Stadium) e o time entra em campo ao som ensurdecedor de “Hells Bells”, hino da banda australiana AC/DC e clássico máximo do rock. Deve ser divertido assistir a uma partida do time.
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