Apesar da ‘marolinha’
A indústria paulista vai bem. E se a indústria vai bem, o resto da economia vai bem. Essa é a tradução do momento em que vivemos em seu estado mais bruto, embora haja quem queira contestar e quem queira exagerar no fato.
A tal da marolinha à qual o presidente Lula se referiu de forma precipitada na verdade foi uma forte tempestade, que desarticulou setores importantes da economia brasileira, mas não o suficiente para destruir a sólida base produtiva e os avanços ocorridos na gestão do atual governo.
De forma discreta, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) comemorou os resultados do nível de atividade de dezembro.
No acumulado do ano, a atividade industrial registrou queda de 8,5%. O INA (Indicador do Nível de Atividade) também declinou 7,6% em dezembro em relação a novembro, sem ajuste sazonal. Já com ajuste, o resultado é positivo, 2,4%.
“Mesmo com queda de 7,6%, este é o melhor dezembro em nove anos. Sem ajuste, a queda de 7,6% – normal para o período – é a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001, e mostra que a indústria mantém seu ritmo de recuperação”, informa o boletim da entidade.
Apesar da avaliação, os empresários não perderam a oportunidade de dar uma “choradinha”: os resultados mostram sinais de recuperação, mas ainda estão longe dos níveis do período pré-crise.
Até pode ser verdade, em parte, mas o fato é que a recuperação veio mais cedo do que se supunha, a despeito da alta do dólar registrada nos últimos dias.
E a notícia é excelente para o ABCD, região essencialmente industrial e ainda totalmente dependente do setor.
Dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) mostram que o saldo de criação de empregos industriais foi bastante positivo: quase 2 mil empregos foram criados nas fábricas da região entre julho e dezembro do ano passado.
Os metalúrgicos do ABC encerraram o ano da crise com 97.379 trabalhadores. A expectativa é, ainda no primeiro trimestre de 2010, retornar ao patamar dos 100 mil, número atingido em maio de 2008, segundo o presidente do sindicato, Sérgio Nobre.
Os reflexos disso são imediatos. O comércio da região nunca vendeu tanto como no Natal de 2009. Novos empreendimentos não param de surgir em todos os segmentos, especialmente no imobiliário.
Portanto, cada vez alguém comenta que a indústria está acabando no ABCD, é bom sugerir que tal pessoa leia mais antes de falar asneiras.
A dependência excessiva das sete cidades do setor industrial é um problema a médio e longo prazos, mas ainda bem que podem se dar ao luxo de se manterem dependentes dessa forma.
A indústria é e será por muito tempo a maior responsável pela riqueza do ABCD e da Grande São Paulo. Mais do que nunca as prefeituras precisam se conscientizar a respeito e atuar em conjunto para melhorar cada vez mais o ambiente industrial para gerar mais empregos.
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