A glorificação do fracasso
Glorificar o fracasso está em moda faz tempo por essas terras. É a eterna mania de valorizar cada vez mais os perdedores e ficar choramingando um passado remoto - e cada vez mais remoto.
O discursinho é cansativo e carregado de ressentimento, e ficva cada vez mais chato e rancoroso em tempos de Copa do Mundo.
Atinge gente importante, jonalistas respeitados, cronistas esportivos medíocres e gente comum cada vez mais incapaz de ler, interpretar e concluir por seus próprios cérebros.
A praga se reproduz rapidamente, com o louvor insuportável ao chamado futebol bonito - Copa do Mundo ruim é fértil em produzir esse fenômeno. E tome glorificação de fracassados, como as seleções da Hungria de 1954, da Holanda de 1974 e do Brasil de 1982.
Esse tipo de louvor seja necessário para preencher buracos em programações vazias de TV ou dar algum assunto para conversas chatas de bar. Até resistem ao tempo, mas não à realidade.
Desde sempre foi assim, futebol bonito é o que ganha. Jogo bonito, mas derrotado, serve apenas de rodapé nos livros de história. É mero apêndice histórico.
Jogo bonito é reflexo de um saudosismo doentio que refuta a modernidade e a evolução. É a reverência a um tempo romântico onde o futebol era jogado em câmera lenta, em preto e branco e com bola de couro que pesava três quilos.
Glorificar esse tempo romântico e criticar por criticar - ou melhor, apenas reproduzir esse discurso tosco - é fazer apologia do fracasso e ignorar as mudanças que ocorreram nos últimos 30 ou 40 anos.
É o mesmo fenômeno que ainda é verificado em gente que tem saudade do Muro de Berlim e do comunismo. É a apologia do fracasso.
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